por Thiago Jefferson

A leitura é essencial pra o aprendizado. É através dela que formamos nosso vocabulário, obtemos mais conhecimento e começamos a interpretar melhor os acontecimentos, dentre outros ganhos. O hábito da leitura deve ser incentivado desde a infância e hoje se sabe que quem o possui não tem dificuldade na hora da escrita e da interpretação. Aliado a todas essas verdades, um fato histórico: em plena Guerra Fria, ocorreu uma “revolução silenciosa” que, décadas depois, modificaria essa ação de ler, sobretudo no que diz respeito ao armazenamento dos dados e ao suporte de leitura – nesse período surgiu uma das ferramentas mais importantes para os dias atuais, a Internet.

Tivemos que esperar a década de 90 para que esse novo elemento pudesse ser acessado a partir dos computadores domésticos. Digitalização de texto, imagem e som, criação de redes sociais e outras ferramentas e serviços depois, estamos nesse cenário. Na atualidade, não conseguimos imaginar um mundo sem a Internet. “A Internet promove, sim, formas de leitura/escrita diferentes, porém ela não promoveu a ‘desleitura’. Já se fala há muito tempo que as pessoas leem pouco, mas há razões diferentes para isso em todos os períodos na nossa História: acesso, interesse etc”, explica a professora universitária Aliete Gomes.

PRAZER DE LER Nas universidades ocorre a redescoberta dos textos mais técnicos (Foto: Thiago Jefferson)
PRAZER DE LER Nas universidades ocorre a redescoberta dos textos mais técnicos (Foto: Thiago Jefferson)

O fato é que, atualmente, a Internet promove formas de leitura deste tempo e neste suporte, assim como foi no passado recente e como será nos próximos anos. Se são boas ou não, essa é uma outra questão. A Internet permite maior circulação de textos e de informações e isso é relevante porque igualmente há leitores para todos os textos desse ciberespaço. A pedagoga Ana Toscana, mesmo sendo adepta da leitura por meio físico, seu jeito favorito de ler, reconhece que a Internet atrai sempre novos leitores pela sua facilidade ao acesso. “Além desse ponto positivo, a Internet oferece maior apoio na busca de material para pesquisas e notícias atualizadas sobre o assunto procurado. Os meios de comunicação oferecem vários tipos de leitura que agradam a todos os tipos de público, até os menos interessados”, explica.

Me adaptei bem tanto a livros digitalizados como livros físicos. Muitas vezes iniciando uma leitura pelo livro em casa e em lugares como faculdade ou trabalho, em momentos de intervalo dou continuidade à leitura pelo livro digital, mas claro que não dispenso o prazer de segurar um livro.

Um exemplo desse raciocínio provavelmente é a universitária Aline Daniele, que lembra que, com o advento da evolução de antigos meios de comunicação e o surgimento de novos como a Internet, seu hábito de leitura foi “incrementado”, pois o acesso aos livros, matérias da imprensa e outras publicações ficaram mais fáceis em qualquer lugar, seja em um computador, netbook ou smartphone, tornando a sua leitura mais eficaz. “Me adaptei bem tanto a livros digitalizados como livros físicos. Muitas vezes iniciando uma leitura pelo livro em casa e em lugares como faculdade ou trabalho, em momentos de intervalo dou continuidade à leitura pelo livro digital, mas claro que não dispenso o prazer de segurar um livro”.

Porém há outro fator a se levar em consideração. Além da mudança de suporte e acesso às informações, há que se pensar em outra variável: há tipos e tipos de texto que, certamente, influenciam no hábito de leitura. Nas universidades, por exemplo, há pessoas redescobrindo o prazer por outro tipo de texto: o mais técnico. Logo, o gosto pode surgir nesse novo universo que é marcado por grandes quantidades de leitura.

“Temos que perceber que a leitura na Universidade é diferente daquela feita na escola por razões óbvias. Na minha disciplina, os alunos se lançam em leituras diversas com objetivos também diversos e exploram o que de melhor há nos textos para serem levados para a sala de aula, quer sejam textos de cunho mais informativo ou textos literários”, explica a professora Aliete. Em sua disciplina Informática e Linguagem, os textos são sempre acessados on-line e os alunos sempre dão o retorno de algum modo, seja ele em comentário (digital) ou fichamento (analógico). Exemplos simples como esse comprovam que a Internet nunca vai prejudicar a leitura e os bons leitores. Vai, sim, agregar, ajudar, compartilhar, dar novas possibilidades.