por Thathiany Lucena

Sinto falta do tempo em que marcar um encontro para conversar pessoalmente era através de uma ligação telefônica.

É assim que a estudante Fabíola Nascimento, 23, declara ter saudades da época na qual, segundo ela, convivia mais com os amigos, quando as redes sociais ainda não estavam popularizadas. O fato é que o nosso tempo está cada vez mais tomado pelas máquinas: um estudo realizado pela Millward Brown, em março de 2014, apontou que os brasileiros passam cerca de 149 minutos por dia em seus smartphones e, em média, 113 minutos na TV. Diante disso, é possível observar que o aparato eletrônico se tornou a primeira “tela” de consumo no Brasil.

No início dos anos 2000, as redes sociais começaram a fazer parte da realidade de apenas uma pequena parcela da população brasileira que tinha acesso aos computadores com internet, um benefício para a minoria. Naquela época, a população atuante no mercado da informação nem imaginava que plataformas como Windows Live Messenger, Skype e Facebook se tornariam tão presentes na vida da população através de aplicativos móveis.

AMIGO FIEL Os smartphones vêm se tornando cada dia mais indispensáveis (Foto: Flickr Creative Commons)
AMIGO FIEL Os smartphones vêm se tornando cada dia mais indispensáveis (Foto: Flickr Creative Commons)

Os smartphones vêm-se tornando um “amigo cada vez mais fiel” da população nos últimos anos. Um levantamento realizado em abril do ano passado pela Mobile Marketing Association (MMA) revelou que 33% dos brasileiros usam smartphone como principal forma de acessar a web. Infelizmente, a pesquisa também apontou que os momentos em que as pessoas mais utilizam o celular são no trânsito, 52%, antes de dormir, 48%, e logo após acordar, 42%. Outra pesquisa produzida pela Opinion Box, em parceria com a Mobile Time, também divulgada em abril, mostra que boa parte do tempo gasto é dedicado aos aplicativos. Entre os mais utilizados pelos brasileiros estão o Whatsapp, com 63%, o Facebook, com 60,5%, e o Instagram, com 23,5%.

Os avanços tecnológicos que envolvem as redes sociais diminuíram a distância entre as pessoas, mas ao mesmo tempo parecem limitar o círculo social. “O que mais me incomoda, por exemplo, é estar em um bar com os amigos e eles pararem de conversar para ficar no WhatsApp”, conta a estudante Mayara Barros, 21.

Segundo o professor do curso de Jogos Digitais da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) Anthony Lins, o alto desempenho conseguido pelos processadores de nova geração, aliado ao aumento da capacidade de armazenamento em memória tornaram os dispositivos móveis mais robustos para processar a quantidade de dados que trafega nessas redes. “Além disso, podemos pensar que a melhoria na qualidade da comunicação de dados, com conexões 3G e 4G e o aumento de números de pontos de redes wi-fi facilitaram o acesso e incrementaram, significativamente, o tráfego nas redes sociais”, comenta.

A facilidade no acesso à internet caracterizou os brasileiros entre os que mais usam as redes sociais via smartphone, foi o que mostrou pesquisa feita pela empresa Tyntec, ainda em agosto de 2013, com pessoas entre 18 e 55 anos do Brasil, Estados Unidos, Rússia e Reino Unido. O estudo apontou que os consumidores brasileiros são os que mais usam o smartphone para acessar seus perfis sociais, com 55% dos internautas ativos através do aparelho.