Esforço a mais

A Psicologa Fátima Nunes define o stress emocional como uma reação diante de algo, bom ou mau, que nos obriga a fazer um esforço maior do que o usual para nos adaptarmos ao que está acontecendo, seja no mundo lá fora, ou em nossa mente. Na realidade, pode ser definido como um estado de tensão mental e físico que produz um desequilíbrio no funcionamento global do ser humano e enfraquece seu sistema imunológico, deixando-o aberto a infecções e doenças. Stress é um imunodepressor. Ou seja, o corpo humano fica mais sujeito a doenças.

Fugir deles é impossível, pois mesmo quando tudo está muito bem podemos nos estressar pelas coisas boas que nos acontecem. Isto porque eventos bons eventualmente também podem ser geradores de stress à medida que exigem de nós uma adaptação e mudança de comportamento ou atitude”, afirma a médica. Neste caso elas são chamadas de fontes internas e podem ser representadas pelas ideias preconcebidas que temos: perfeccionismo, pessimismo, conflito sobre papéis, ciúmes e muitas outras.

A profissiona da saúde afirma que há seis fases do stress: primeiro, a fase de alerta. É a fase positiva, caracterizada pela produção e ação da Adrenalina que torna a pessoa mais atenta, mais forte e mais motivada.

Em seguida há a fase de resistência. O organismo entra em ação para impedir o desgaste total de energia. A produtividade cai dramaticamente. Caracteriza-se pela produção de Cortisol e acentua-se a vulnerabilidade da pessoa a vírus e bactérias.

A fase seguinte é a da quase-exaustão, quando a tensão excede o limite do gerenciável, começa a se quebrar a resistência física e emocional. Há muita ansiedade neste momento.

A fase de exaustão é a mais negativa, a patológica. A pessoa entra em depressão, não consegue trabalhar ou se concentrar. Doenças graves podem ocorrer, como úlceras, pressão alta, psoríase, vitiligo.

O stress afeta a nossa qualidade de vida no geral. Podemos pensar em qualidade de vida como estar se sentindo realizado em pelo menos 5 áreas: a Social, a afetiva, a profissional, a referente à saúde e a espiritual.

Nesse sentido, é importante aprender a identificar os fatores de sofrimento no trabalho: o cargo, os colegas e a própria pessoa como fonte de stress ocupacional. Os sintomas mais comuns mencionados por trabalhadores estressados são dificuldade de memória e concentração, tensão muscular e sensação de desgaste constante.

Talvez a maturidade e a independência precoces sejam fatores que estejam contribuindo para que o stress infantil ocorra. Algumas vezes, a vontade de muitos pais fazerem seus filhos participarem de um número cada vez maior de atividades diárias, podem estar causando o aumento de do stress infantil nos tempos atuais.

A psicóloga deu dicas de tratamento. A curto prazo, são medidas que envolvem redução de tensão física e mental, irritabilidade, desconforto estomacal, sudorese excessiva e insônia. As medidas podem impedir que a tensão se agrave. Essas medidas envolvem, em geral, respiração profunda, relaxamento, alimentação e exercícios físicos.

As que realmente resolvem o problema, são de longo prazo, pois elas procuram identificar a fonte estressora, analisar se ela pode ou deve ser eliminada de sua vida, tomar medidas que possibilitem afastar as fontes estressoras possíveis de serem eliminadas, aprender a lidar com o que não pode ser mudado ou eliminado, reestruturar os pensamentos criadores de tensão e infelicidade, aprender a controlar a ansiedade, frustração, raiva, obsessividade e o perfeccionismo e criar uma estabilidade emocional.

É importante manter uma atitude positiva perante a vida, procurando sempre ver o lado bom das coisas. Deve-se levar alguns momentos para refletir sobre as nossas prioridades, naquilo que queremos alcançar de fato na vida. Muitas vezes nos perdemos em detalhes sem importância deixando de lado coisas realmente relevantes. Controlar a pressa, a corrida contra o relógio também é fundamenta”, afirma.