Apadrinhamento é amor

A solidão pode ser uma das faces da vida. Dos que perdem alguém, de quem nunca ouviu um eu te amo, ou simplesmente de quem já viu a pessoa amada indo embora. O poeta Vitor Hugo dizia: “Todo o inferno está contido nesta única palavra: solidão”. Milhares de crianças enfrentam essa realidade desde muito cedo. Estar em lares de acolhimento pode não ser tão fácil. Mas vale lembrar que o amor pode mudar histórias e transformar realidades. Uma dessas formas de amar é o apadrinhamento de crianças.

O apadrinhar é simplesmente dotar de amor as crianças que não encontraram isso na vida. Seja com carinho, afetividade ou simplesmente com o companheirismo, essa atitude tem um grande efeito na vida desse brasileirinhos que “conhecem” o abandono de perto e consequentemente perderam um referência de família. E você? sabe como apadrinhar? Bom, o apadrinhamento é para crianças que estão em lares de acolhimentos, com mais de sete anos, que não tenham vínculo ou visitação das famílias biológicas. Crianças com deficiência física não têm uma idade mínima para ganhar um “dindo” ou uma “dinda”. Ainda são necessários documentos de identificação como também o atestado de sanidade física e mental dado por um psiquiatra, logo em seguida o padrinho ou madrinha será acompanhado por uma equipe do Núcleo de Apadrinhamento Estrela Guia (NAEG), que encaminhará o processo.

Ver um sorriso no rosto de uma criança é o que move muitos dos corações desses pais e mães postiços. De acordo com a assistente social Adriana Mendonça, é de responsabilidade desse padrinho ser a referência da criança fora do lar de acolhimento. “A figura do padrinho serve para a criança entender a família como um lugar de cuidado e de afeto. Não existe uma obrigação financeira no apadrinhamento afetivo, mas sim o querer gastar tempo para investir na autoestima dessa criança”, comentou Adriana.

Vale lembrar que pequenos gestos podem influenciar o futuro das vidas desses pequenos cidadãos. O comerciante Henrique Frota comenta que o apadrinhamento foi uma experiência ímpar em sua vida e o compara a uma relação de pai e filho, que passo à passo vai ganhando confiança. “A maior lição é perceber que coisas simples, como: a atenção, o carinho e cuidados básicos são tão importantes. No dia em que o pai do meu afilhado foi assassinado, ele não derrubou uma lagrima e disse: quero ver meu padrinho. Depois desse relato eu vou deixar que vocês tirem suas próprias conclusões sobra a importância de apadrinhar”, finalizou o comerciante.

Já comentamos em outra matéria que o adotar vai além do sangue e de ser ou não ser biológico. O apadrinhamento é uma adoção, uma aceitação, um investimento de amor na vida dessas crianças que um dia sofreram em seus lares primários, mas que hoje experimentam através dos padrinhos e madrinhas o que seria um lar de verdade. Porque um lar não se constitui apenas de estrutura física como a maioria de nós pensamos. O “lar” aqui comentando vai além, sua base precisa e deve estar no amor e uma forma de amar é o apadrinhar.

SERVIÇO:

NEAG – NÚCLEO DE APADRINHAMENTO ESTRELA GUIA

RUA JOÃO FERNANDES VIEIRA – N°405 – SEGUNDO ANDAR – BOA VISTA.

FONE: 3412.3000