Depressão tem cura

Derivada de uma sociedade doente que gera pessoas doentes, o surgimento de doenças como a depressão são previsíveis, mas nem sempre aceitas. Com esse dado assustador de que 7% da população mundial se tornou incapaz de trabalhar por causa dela, a depressão é o mal do século (ainda que não seja o único). A pesar disso, o reconhecimento da patologia chega com muita resistência à atualidade.

“Ter negligenciado a depressão por tanto tempo pode ter influenciado a chegar em números como os que temos hoje”, afirma o psiquiatra Juliano Victor. Para ele, a sociedade sempre viu a doença como apenas mera tristeza.

A depressão precisa ser diagnosticada e tratada como qualquer outra patologia. Do ponto de vista fisiológico, a doença se manifesta em alterações de sono (insônia ou muita sonolência) alterações de apetite (o comum é a perda do apetite, mas o aumento dele também não é estranho para quem tem a doença), redução do interesse sexual, aumento dos ritmos cardíacos.

Entre as evidências comportamentais é possível identificar o isolamento social, crises de choro, lentidão generalizada. A combinação desses sintomas, ou de alguns deles, pode ser um diagnóstico afirmativo para a depressão. É bom também deixar claro que o estresse deixa as pessoas mais suscetíveis à patologia, principalmente aquelas que têm pré-disposição genética.

O psiquiatra Márcio Bobik explica uma das grandes causas da depressão. “É uma alteração da taxa dos neurotransmissores, como serotonina e noradrenalina (causando o distúrbio do sono e a a tristeza patológica)” afirma o médico”, afirma. Outras causas da enfermidade incluem efeito colateral de alguns medicamentos, eventos estressantes, traumas, doenças crônicas e o abuso de álcool e outras drogas.

Segundo Márcio as mulheres são as que mais sofrem da doença. “As mulheres são mais sensíveis e suscetíveis a eventos traumáticos, como o parto”.

O tratamento é personalizado, ou seja, é feito e elaborado para cada paciente de acordo com sua própria doença e sintomas. “A prática de exercício físicos e mudanças alimentares saudáveis são os primeiros passos para a cura” diz o psiquiatra.

A cura virá com o tempo. A combinação de terapia e medicamentos são essências para que ela aconteça. Apesar de lenta, a melhora virá, porém o tratamento não deve ser descontinuado se a pessoa se sentir melhor, isso deve acontecer apenas com o aval médico.

A dica é não enfrentar a doença sozinho: “A presença de familiares e amigos em um momento tão delicado como este é essencial para a melhora do paciente”, pontua o psiquiatra. Então não inibida a vontade em procurar ajuda quando os sintomas forem aparecendo. Confie nos seus instintos, se vocês sente que tem algo de errado procure um médico.