set
05

Intercom presta homenagem a Gaudêncio Torquato

Texto: Tércio Amaral / Foto: Elaine Gonçalves

O passado, quando relembrado, também pode se tornar presente. Relatos de amigos e boas histórias podem recriar momentos especiais de um tempo um pouco distante. Na tarde de domingo (4), o Intercom Unicap homenageou o pesquisador, articulista, consultor e ex-aluno do curso de Jornalismo da Católica Gaudêncio Torquato. Ex-presidente do Intercom e famoso por criar uma teoria brasileira para a comunicação empresarial no país, Torquato recebeu a homenagem da sociedade científica destinada a aqueles que tiveram uma significativa contribuição à memória da comunicação do Brasil.

“O comunicador deve respirar o cheiro do tempo. Sempre tive como missão me atualizar, ler novos livros e saber da opinião de colegas. Estar aqui é uma emoção muito grande”, enfatizou. Ao lado de Torquato, estavam presentes alguns de seus colegas da Universidade de São Paulo (USP), como os professores José Marques de Melo, Manoel Carlos Chaparro e Margarida Kunsch.

“Na década de 60, Torquato foi ousado em criar uma teoria da comunicação empresarial. O profissional que desejava enveredar por esse campo era tachado de capitalista pelos colegas da academia”, comentou Margarida Kunsch, que é a atual diretora do departamento do curso de Relações Públicas da USP. “Ele tratou a comunicação organizacional como uma esfera importante também para o funcionamento do estado. Por isso, talvez, sua ligação momentos depois com a comunicação política”, relatou.

A capacidade de analisar o contexto político brasileiro foi lembrada também pelo amigo de Torquato e professor Chaparro. “Essa capacidade se deve, sobretudo, à experiência como repórter”, frisou. O professor lembrou de uma cobertura jornalística que Torquato foi escalado. “Foi na época em que Costa e Silva estava candidato à presidência. Houve um atentado à bomba no Aeroporto do Guararapes. Ele foi atingido, mas só procurou saber dos efeitos do atentado quando terminou de redigir o texto”, destacou.

Além da presença dos colegas da USP, o professor contou com a presença da orientanda de mestrado do professor José Marques de Melo, Suzi Hante. Ela desenvolveu um projeto sobre a contribuição de Torquato à comunicação corporativa brasileira. Durante a solenidade, ela leu trechos de entrevistas que fez na época do trabalho mostrando a simplicidade do pesquisador e sua capacidade de convencimento. “Atualmente, trabalho com comunicação empresarial na Petrobras e devo muito ao pensamento dele em relação ao jornalismo corporativo”, comentou.

set
04

Participantes do Intercom Júnior elogiam o evento

Texto: Priscila Miranda / Fotos: Daniel Paza

Dentro das atividades do XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Intercom 2011, está acontecendo o Intercom Júnior, que tem a finalidade de unir estudantes dos cursos de graduação de todo o Brasil interessados e dedicados à pesquisa nas áreas da Comunicação Social.

O coordenador da Unicap do Intercom Júnior, Juliano Domingues, conta que o primeiro dia do evento está correndo muito bem. “Não ocorreu nenhum problema. Os congressistas estão elogiando e, até o dia 6, estaremos aqui com o Intercom Júnior.”

A aluna de Jornalismo da Universidade Norte do Paraná (Unopar) Graciele Coelho, 30 anos, está muito ansiosa para assistir à apresentação de uma amiga. “É o terceiro ano que eu participo do Intercom e, neste, pretendo assistir a muitos VTs de rádio. Uma amiga minha vai apresentar um trabalho sobre radionovela. Quero muito vê-la.”

O aluno da Universidade Estadual da Bahia (Uneb) Tito Souza faz Jornalismo e Multimeios no campus de Juazeiro. Ele veio ao Intercom Júnior apresentar um trabalho sobre a história da imprensa baiana e o percurso histórico do programa de rádio A voz do Velho Chico. Tito falou da ótima experiência de estar no Intercom. “A organização do Intercom do Recife está de parabéns. De longe, esse foi o melhor que eu já participei. O professor que me avaliou fez ótimas observações, e o pessoal daqui é muito simpático.”

set
04

Congressistas do Intercom fazem fila para ver Michel Maffesoli

Por Filipe Falcão / Foto: Ivan Alecrim

Um dos temas considerados mais delicados por acadêmicos é referente a pesquisa empírica. Diferente da análise teórica, o estudo empírico vai além do ambiente acadêmico e é realizado em qualquer ambiente através de investigações muitas vezes práticas e feitas em locais que vão além da biblioteca. Não por outro motivo, a questão foi escolhida como tema do Intercom 2011: Quem Tem Medo de Pesquisa Empírica? E foi com o objetivo de aumentar o debate sobre essa questão que o painel Comunicação, Pesquisa e Experiência Interdisciplinar reuniu pesquisadores do Brasil, da França e do México.

O painel aconteceu na manhã do domingo (4) e foi coordenado pela professora da UMESP Cicilia Peruzzo. A mesa foi formada pelo francês Michel Maffesoli (IUC) com o tema “Comunicação Pós-Moderna e Experiência Tradicional”; pelo mexicano Octavio Islas, da Universidade de Monterrey, com o tema “Os Caminhos da Pesquisa Empírica em Comunicação no México”; e pelo brasileiro Juremir Machado (PUCRS) com o tema “As Ciências Sociais como Narrativas do Imaginário”.

Dos três palestrantes, coube ao sociólogo francês  Michel Maffesoli dar início ao debate apresentando um paralelo da pesquisa científica com o que os acadêmicos chamam de era da pós-modernidade. De acordo com ele, a sociedade de hoje vive em um período muito mais de dúvidas do que de certeza. Além disso, a ideia de pós-modernidade pode ser vista como uma metamorfose das atuais crises que acontecem no planeta e que são refletidas diretamente na comunicação. “Não é uma crise apenas econômica ou política. Trata-se de uma crise da ideia do que não serve mais. Trata-se de um processo continuo de reinvenção e readaptação”, explica Maffesoli.

O pesquisador francês ainda vai além da questão de identidade atual para lembrar que a sociedade e a comunicação dentro dela são paradoxais e com ideias muitas vezes contrárias e que isso é refletido diretamente na pesquisa acadêmica. “A verdade é que todo descobrimento surge das dúvidas que temos no nosso cotidiano e que refletem os questionamentos da sociedade de hoje e por isso tornam-se tão importante dentro de questões acadêmicas”, afirma Maffesoli. De acordo com ele,  é por essa proximidade da realidade que a pesquisa empírica provoca medo.

Na sequência foi a vez do mexicano Octavio Islas, que utilizou o seu trabalho de mestrado, sobre um perfil do usuário de internet no México, para ilustrar como a pesquisa empírica e a experiência interdisciplinar já fazem parte da realidade dos trabalhos acadêmicos. “O objetivo é mostrar como um simples trabalho de pesquisa, seja de mestrado ou doutorado, utiliza questões práticas e de campo ao mesmo tempo em que nos encoraja a irmos além de referências bibliográficas”, completa Islas.

Por fim, coube ao brasileiro Juremir Machado encerrar os debates apresentando a sua interpretação sobre o tema proposto. Autor de mais de 20 livros sobre pesquisa acadêmica, Machado declarou que não existe medo na pesquisa empírica, mas sim desprezo. Com bom humor, ele explicou que muitas pessoas ainda acreditam que a única pesquisa válida é a teórica. “Isso seria correto se conseguíssemos desenvolver novas teorias, mas isso raramente acontece”, afirma Machado.

“O pesquisador de comunicação deve sair da sala de aula ou da sua casa e tais pesquisas devem ir além do óbvio”, completa Machado ao defender a importância do trabalho de campo. De acordo com ele, tal compromisso deve ser ainda mais verdadeiro para jornalistas, que por natureza, devem sair de suas redações para apurarem as matérias que irão escrever. “O objetivo da reportagem é trazer algo a tona e o da pesquisa, seja ela empírica ou teórica também” completou Machado.

Ao final, a mediadora abriu o debate para as perguntas do público presente, que se mostrou bastante interessado pelas ideias apresentadas. O estudante de mestrado da PUC-SP Renato Figueiredo não escondeu a animação em ter participado da palestra de  Maffesoli. “Acho que não apenas eu, mas todos os presentes tiveram a oportunidade de aprender um pouco mais com a fala dele. Esse foi com certeza um dos destaques do Intercom 2011”, completou Renato.

set
04

Últimos trabalhos são apresentados no III Colóquio Brasil-Argentina de Estudos da Comunicação

Texto:Rafael Sabóia / Foto: Rafael Fernandes

Com o tema “Comunicação e fronteiras”, foram encerradas, na tarde deste sábado,(3), as apresentações dos trabalhos de professoras de universidades argentinas e brasileiras, que estiveram participando do III Colóquio Brasil-Argentina de Estudos da Comunicação, sob a coordenação da professora Valci Zuculoto.

Foram apresentados os trabalhos “Portal de ingreso y configuración territorial. Tránsito,comunicación y identidad, da professora Maria Rosa Carbonari, da Universidad Nacional de Río Cuarto; “Rurbanidad y Sistema de objetos. De SUS (in) visibilidade en La prensa y La política pública”, da professora Silvana Galimbert, da Universidad Nacional de Río Cuarto: e “Las TIC em El campo moderno.Los espacios críticos Del desarollo rural”, do professor Edgardo Carniglia, da Universidad Nacional de Río Cuarto.

Com base nesses trabalhos foram apresentados os artigos “Emissoras de TV do Brasil e da Argentinaa: um estudo preliminar sobre os canais televisivos presentes na fronteira”, do professor Flavi Ferreira Lisbôa Filho, da Universidade Federal de Santa Maria; e “Produção cultural na mídia fronteiriça Brasil-Argentina, da professora Lúcia Spacil Raddatz (UNIJUÍ).

No fim da tarde do sábado, está prevista a Sessão Plenária de encerramento oficial do III Colóquio Brasil-Argentina de Estudos da Comunicação, sob a orientação dos professores Dóris Fagundes Haussen, Gustavo Cimadevilla e Sonia Virgínia Moreira.

Confira resumos dos trabalhos apresentados:

Emissoras de TV do Brasil e da Argentina: um estudo preliminar sobre os canais televisivos presentes na fronteira – De Flavi Ferreira Lisbôa Filho (Universidade Federal de Santa Maria)

Este estudo tem o propósito de analisar como se dá a produção e a cobertura televisiva nos espaços fronteiriços do Brasil (mais especificamente no RS) com a Argentina. Partimos do pressuposto de que a produção televisiva é pautada por inúmeros recursos técnicos e estéticos, que são perpassados por aspectos culturais, econômicos, sociais e tecnológicos. Este processo investigativo caracteriza-se como qualitativo, pelo estudo da produção dos sentidos e dos conteúdos daprogramação televisiva. Por outro lado, é também quantitativo. Até o momento, podemos perceber que todos os canais possuem uma parte da programação produzida localmente, mas, a grande maioria, dos espaços televisivos é ocupada por programas nacionais ou produtos audiovisuais importados pelos grupos de comunicação, que controlam as redes televisivas tanto no Brasil quanto na Argentina.

Produção cultural na mídia fronteiriça Brasil-Argentina – De Vera Lúcia Spacil Raddatz (UNIJUÍ)

O artigo traz a discussão sobre comunicação e produção cultural na mídia de
fronteira e tem como contexto de análise a fronteira Brasil-Argentina nos limites
do Rio Grande do Sul com Corrientes e Misiones. O estudo está focado nas marcas
culturais presentes nas emissoras de rádio e jornais dessa região. A fronteira é Intercom 2011 | Unicap | Recife – PE 33 Colóquio Brasil – Argentina olhada aqui na sua dimensão cultural e não como um espaço geopolítico de demarcação de limites. A música, a história, a língua e as relações de vizinhança estabelecidas neste espaço são elementos importantes e estão presentes na mídia local, abrindo o debate para o tipo de cultura que por ali é produzida e circula, quais as fontes de origem e os traços que a caracterizam como cultura de fronteira.

set
04

Termina III Colóquio Brasil-Argentina de Estudos da Comunicação

Texto:Rafael Sabóia

Terminou no fim da tarde deste sábado (3), o III Colóquio Brasil-Argentina de Estudos da Comunicação, que foi realizado no Hotel Atlante Plaza, em Boa Viagem.  Participaram da plenária de encerramento os professores coordenadores Doris Fagundes Houssen, representante do Brasil, e o professor Gustavo Cimadevilla, representante da Argentina; além da participação da professora Sonia Virgínia Moreira, que assume o cargo de Diretora de Relações Internacionais da Intercom, antes representado pelo agora ex-diretor, professor Edgard Rebouças.

Rebouças agradeceu a participação de todos os congressistas e falou sobre a importância da realização de eventos binacionais. Rebouças também passou o cargo de Diretor de Relações Internacionais da Intercom para a professora Sonia Virgínia Moreira, que assume  para coordenar o IV Colóquio, que vai ser realizado em 2013, na cidade de Río Cuarto, na Argentina, de 8 a 10 de março. Rebouças também ressaltou que foi uma honra ter participado do III Colóquio.

Virgínia  falou da importância da realização de eventos dessa natureza entre o Brasil e outros países nos estudos de comunicação. “Entender o que nossos colegas de outros países estão entendendo sobre a comunicação é bastante proveitoso e nos ajuda a entender o que estamos vivendo em nosso país nos meios de comunicação”, disse. 

O professor Gustavo Cimadevilla reassaltou que a experiência foi muito proveitosa e que para ele o encontro entre pesquisadores brasileiros e argentinos foi bom para ambos compreenderem ainda mais as ferramentas que  utilizam atualmente para trabalhar com a comunicação em tempos de tecnologia.  Cimadevilla ainda ressaltou que o Colóquio serviu para identificar quais as semelhanças no estudo da comuniação entre Brasil e Argentina. O professor disse estar satisfeito com o método de pesquisa brasileiro no campo educacional da comunicação.

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