Cultura

Do Marco Zero ao Sertão

Com referência ao Recife
sua história se inicia,
logo após a doação
daquela capitania,
pelo Rei D. João terceiro
a Duarte, o timoneiro
homem de sabedoria.

Deu-se em, mil e quinhentos
do ano de trinta e quatro,
foi no dia dez de março
naquele momento exato,
veio a povoação
junto a colonização
do nosso povo pacato.

Recife desenvolveu
de forma rapidamente,
situado numa ilha
que Deus nos deu de presente,
esta beleza atraia
e a cidade crescia
muito aceleradamente.

Mil quinhentos e sessenta e hum
assaltada por franceses,
e novamente invadida
pelos piratas ingleses,
mesmo assim continuava
a cumprir o que ditava
as ordens dos portugueses.

Tanto que foi necessário
por conta de invasão,
erguer em pontos estratégicos
os fortes de proteção,
com armamentos e poder
sempre atento a defender
a nossa população.

A cidade do Recife
tornou-se bem conhecida,
por pontes e monumentos
que nela foi construída,
conjunto de arquitetura
a presença de cultura
nessa cidade aguerrida.

Enquanto o mundo tá cheio
de pensador e teóricos,
este cordel vai mostrar
com pensamentos folclóricos,
todas as pontes que temos,
também nele descrevemos
monumentos históricos.

São tantas pontes bonitas
cada uma em seu lugar,
cada qual com sua história
qu’ eu agora vou contar,
beleza de arquitetura
de infinita cultura
prá nunca mais se acabar.

Nosso Recife é sinônimo
de tantas belezas mil,
acomoda em sua história
a bravura varonil,
uma histórica pioneira
por ter a ponte primeira
construída no Brasil.

Esta ponte foi erguida
de maneira artesanal,
por um conde inteligente
o Maurício de Nassau,
no rio Capibaribe
nas águas do Beberibe
no seu leito natural.

Ela foi inaugurada
com muita festa e alegria,
banda de música e banquete
que pelo gosto se via,
mil seiscentos e quarenta e três
foi esta a primeira vez
que se fez a travessia.
Ponte Mauricio de Nassau
como hoje ele é chamada,
Santo Antônio a Boa Vista
são por a ponte ligada,
com arquitetura moderna
sempre sempre admirada.

A outra ponte que temos
a ponte da Boa Vista,
com relevo diferente
inserida em qualquer lista,
uma obra tão perfeita
que juro qu’ ela foi feita
somente por mão de artista.

Também foi na mesma época
esta ponte construída,
haia necessidade
de encontrar mais saída,
da ilha de Antônio Vaz
pru outro lado do cais
a obra foi concluída.

Ela vai da rua Nova
a rua da Imperatriz,
separada em cada lado
onde o pedestre feliz,
contempla a beleza pura
do poder da criatura
em cima dos pilotiz.

Da união rio e mar
a ilha perde o segredo,
e um ministro valente
que nunca conheceu medo,
começou a construção
vou dizer seu nome então
Manoel Buarque Macedo.

Construiu mais uma ponte
chamada de provisória,
depois; Buarque de Macedo
tá gravada na história,
foi feita sem protocolo
ligando o cais do apolo
seguindo na trajetória.

Em mil e oitocentos
do ano sessenta e três,
ergue-se a Santa Isabel
pelo engenheiro inglês,
uma ponte diferente
que trazia de presente
o projeto do Francês.

Tem outra ponte importante
a qual liga as avenidas,
Guararapes e Boa Vista
favorecendo as saídas,
a ponte É Duarte Coelho
que prá nós é um espelho
refletindo em nossas vidas.

Tem também a seis de março
Ponte Velha atualmente,
ela foi reconstruída
aí ficou mais descente,
ligando a estação central
a rua velha atual
prá melhorar nossa gente.

Este nome seis de março
recebeu aprovação
por ter sido neste dia
a reinauguração,
mil novecentos e vinte um
uniu o forte do Brum
ao resto da região.

Mas ainda precisava
trabalhar com plano e fé,
para ligar outros pontos
que tinha importância até,
ao progresso que surgia
e este ponto seria
o bairro de São José.

Para isso foi erguida
outra ponte, a Giratória,
uma grande inovação
surgida com muita glória,
glória que sempre lembro
ponte doze de setembro
gravada em nossa memória.

Por cima passava trem
alem de carro e pedestre,
por baixo, barco e navio
com os produtos campestre,
que chegavam do sertão
transportado em caminhão
por nossas vias terrestre.

Cada ponte aqui citada
tem sua grande importância,
é que elas facilitam
alem de encurtar distância,
entre os nossos monumentos
que causam contentamentos
pela beleza e elegância.

Hoje a ponte Buarque de Macedo
ao Palácio do Governo está ligada,
imaginem o Palácio sem a ponte
que seria uma obra inacabada,
sem acesso, sem público e sem presença
simplesmente mostrava indiferença
esta obra, um Palácio sem fachada.

Outros monumentos históricos
que aqui posso contar,
Teatro Santa Isabel
um teatro popular,
recebeu muitos atores
bailarinos e cantores
gente de todo lugar.

Já serviu para debates
no tempo da abolição,
recebeu grandes orquestras
já causou muita emoção,
Imperador, gente nobre
mas também com gente pobre
superlotou seu salão.

Dentre os grandes monumentos
tem um que acho perfeito,
tanto por sua elegância
quanto até por seu conceito.
Um prédio monumental
que se tornou imortal
“Faculdade de Direito”.

Uma construção moderna
de estilo singular,
escadaria de mármore
prá melhor embelezar,
três estátuas de mulher
cada qual com seu mister
seu jeito particular.

Uma simboliza o gênio
já a outra é a ciência,
cada qual com seu poder
e com sua experiência,
a terceira é o direito
é o símbolo que foi feito
prá justiça e paciência.

Temos o pátio do terço
a praça Joaquim Nabuco,
o Palácio da Justiça
neste chão de Pernambuco,
que já viu travar batalhas
de Holandês com navalhas
com facão e com trabuco.

O forte das cinco Pontas
e a casa da Cultura,
antigamente prisão
lugar de muita amargura,
hoje um prédio visitado
simplesmente admirado
pela sua arquitetura.

A assembléia Legislativa
um monumento importante,
com seu teto prateado
refletindo o sol brilhante,
orgulho dos Deputados
da história deste Estado
e de todos visitantes.

Isso tudo é o Recife
sua identidade e fronteira,
um pouco de sua história
uma história verdadeira,
dentro de seus horizontes
de monumentos e pontes
da Veneza brasileira.

Aqui termino o trabalho
e com ele uma certeza,
é simples como o Recife
nossa querida Veneza,
pernambucana fiel
expressada no cordel
pela mão da natureza.

de Nelson Nogueira
Este trabalho foi realizado pelos alunos de Relações Públicas da Universidade Católica de Pernambuco, Turma NL6 – 98.1, na disciplina Planejamento e Execução de Campanhas.

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