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Charge é tema de debate no Intercom

Texto: Luana Pimentel / Fotos: Gabi Vitoria

Luis Humberto Marcos

A 34ª edição do Congresso Nacional de Ciências da Comunicação – Intercom 2011 chega ao último dia de atividades. Na tarde desta terça-feira (6), o auditório G1 da Universidade Católica de Pernambuco foi palco para a  divulgação  dos nomes dos vencedores do Concurso Luso Brasileiro de Cartum Universitário, organizado pela Intercom em parceria com o Museu Nacional da Imprensa Porto Portugal. Logo em seguida, o mediador Adolpho Queiroz deu início à mesa-redonda: Charge e Humor, que contou com a presença do português e diretor do Museu de Porto, Luis Humberto Marcos; o professor da Universidade Metodista de São Paulo, Marcelo Briseno Marques de Melo, além dos chargistas pernambucanos, Humberto Araújo, Samuca e Clériston.

O professor Queiroz aproveitou o momento para relembrar o surgimento, em 1974, do Salão de Humor Gráfico de Piracicaba, importante não só para o reconhecimento e valorização dos artistas gráficos, mas como um espaço de debate e luta pela redemocratização do país. “No início discutíamos principalmente sobre política e, com a queda dos militares, passamos a dar destaque para outros assuntos como meio ambiente, direitos humanos, desigualdades, etc”, afirmou. Marcelo Briseno, que também faz parte do espaço em Piracicaba, reforçou a ideia se referindo ao lugar como marca da luta contra a censura.

O salão, hoje, é reconhecido nacionalmente. Para Marcelo, a internet teve papel fundamental no processo. “Além de disseminar o trabalho dos cartunistas  em nível global, a internet também se apresenta como a fonte mais rica de personagens para os chargistas”, disse. O português Luís Humberto acredita que deve-se expandir cada vez mais o humor gráfico a partir das ferramentas tecnológicas. E, por conta da importância da web, criou o site www.cartumvisualmuseum.org, no qual o público pode participar da votação dos melhores desenhos.

“O cartum é resultado do conjunto de arte, humor e atualidade”, disse Luís. A ideia é compartilhada pelos profissionais pernambucanos que atuam nos três principais veículos do Recife, Samuca, Humberto e Clériston. De acordo com Humberto, que atua no Jornal do Commercio, e  desde os 16 anos faz desenhos para jornal, levantou duas questões para quem deseja atuar na área: ter informação para pensar e transmitá-las ao desenho e ter seriedade. “Humor é coisa séria e, através dele ,você pode provocar reflexões”, afirmou.  O chargista da Folha de Pernambuco,  Clériston, aproveitou a oportunidade para analisar a produção de charges, tema do seu trabalho de graduação.

Samuca

Já Samuca, do Diario de Pernambuco, diferenciou o conceito entre charge e cartum. “Cartum é uma piada gráfica que satiriza o comportamento humano, o cotidiano, a cultura e temas mais gerais. Eles podem vir acompanhados de texto e apresentam uma linguagem mais universal, sendo, por isso, compreensível por um grande público. Charge é temporal, tem um enunciado de caráter opinativo que se materializa na imagem desenhada. Possui um tempo de vida mais curto”, explicou o artista gráfico enquanto mostrava exemplos próprios.

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