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Educomunicação na teoria e prática

Texto: Luana Pimentel/ Foto: Micaella Pereira

O debate acerca da educomunicação prosseguiu na tarde desta sexta-feira (2), durante o XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Intercom 2011.  Professores, estudantes e pesquisadores  se dividiram em salas do terceiro andar do bloco G4 da Universidade Católica de Pernambuco para discutir a temática. Não faz muito tempo que o termo começou a ser objeto de estudo de comunicadores e educadores. Em agosto do ano passado, criou-se, na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), o primeiro curso de graduação do Brasil para a formação de educomunicadores. Este ano, a Universidade de São Paulo também aderiu à ideia, possibilitando um aumento considerável de trabalhos e dissertações sobre o tema.

Os palestrantes do Painel I: Educomunicação na Sociedade Civil e nas Políticas Públicas tiveram como objetivo compartilhar dissertações sobre maneiras diferenciadas de se alcançar a educomunicação: por meio de trabalhos realizados em ONGs, escolas, grêmios estudantis, entre outros. A ideia é estimular a participação dos que integram essas entidades para uma maior participação e discussão sobre o papel e efeitos da mídia. “Trabalhamos em espaços formais (escolas, universidades) ou não-formais (ONGs) com o intuito de realizar um processo educativo a partir dos meios de comunicação. Isso consiste em analisar a produção midiática, suas intenções e público-alvo. Como consequência, temos a formação de cidadãos mais críticos e participativos”, explicou a educadora da UFCG, Maria das Graças da Silva.

Foto: Micaella Pereira

Na sala ao lado, onde acontecia o Painel II, houve uma troca de experiências práticas, de projetos executados sobre a Educomunicação. A professora Raija Almeida, também da UFCG, apresentou o trabalho Mídias e Educação Infantil, que pretende relacionar a mídia com a infância e a comunicação. Segundo a pesquisadora, deve-se deixar de induzir as crianças à informação, como acontece com alguns programas televisivos, nos quais as informações são muito fragmentadas, justamente para não permitir o raciocínio de seus receptores. Para Raija, cabe à escola transformar essas crianças em protagonistas da produção midiática.  “É como o que Paulo Freire propõe na teoria da dialética do conhecimento, em que se pretende dar voz ao aluno, fazendo com que ele reflita, pense e discuta utilizando ferramentas (tecnologias) com as quais as crianças eles já têm intimidade”, explicou.

Como resultado do trabalho de acompanhamento e educação das crianças, Raija e seus alunos de Educomunicação vão fazer um documentário. Ele servirá de base para instituições de ensino e pedagogos que queiram aprender como trabalhar o modelo com o público infantil. A procura pela especialização da técnica está tão grande e é tão necessária que, de acordo com a professora, muitos alunos do curso de Pedagogia lutam para implementar uma cadeira de Educomunicação na grade curricular do curso.

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