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Grupo de Pesquisa aborda vínculo entre Mídia, Cultura e Tecnologia

Texto: Thiago Neres / Fotos: Gabi Vitória

O último dia do XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação -  Intercom 2011 continuou trazendo grupos de pesquisas com temáticas diversas e relevantes para o contexto da comunicação em geral. No auditório do bloco G4 da Universidade Católica de Pernambuco, por exemplo, foram apresentados oito artigos vinculados ao GP Mídia, Cultura e Tecnologias Digitais na América Latina.

O pesquisador Rodrigo Eduardo Botelho, da USP, apresentou uma pesquisa sobre idosos e internet, abordando a inclusão digital para as pessoas acima dos 60 anos. O estudo é fruto de um levantamento feito pelo Núcleo de Apoio à Pesquisa Escola do Futuro. Foi realizada uma amostragem e, das 9.023 pessoas que utilizam o programa AcessaSP, que oferece postos de acesso à internet, constatou-se que 1% eram idosos.

“A partir daí, começamos a investigar como ocorre essa interação com a internet e descobrimos alguns dados interessantes”, afirmou. Os resultados da pesquisa referentes ao ano de 2009 mostraram que 56% desses indivíduos não possuem computador em casa. Outros 39% acessam a internet do domicílio. Os conteúdos mais acessados dizem respeito a cuidados com a saúde (67%), serviços financeiros (48%) e treinamento e educação (16%). Observou-se, ainda, um crescimento na utilização de redes sociais como o Orkut e o YouTube. “A terceira idade está entrando cada vez mais no meio digital e isso está proporcionando um aumento na qualidade de vida deles”, defendeu Rodrigo Eduardo Botelho.

Outro artigo, da pesquisadora Vivianne Lindsay, mestranda do curso de pós-graduação em comunicação da Unesp, também foi alvo de discussões e debates durante o GP. Ela decidiu investigar como os ministérios estão lidando com a questão da multiprogramação, considerada um dos recursos mais revolucionários que a televisão digital deve implementar. A metodologia adotada foi simples: ela buscou o termo “multiprogramação” nos sites do Governo, como o Ministério da Comunicação e o Ministério da Cultura. Em seguida, analisou as notícias dos portais.

A pesquisa revelou questões preocupantes. “Primeiro, há uma certa divergência de opiniões quanto ao uso da multiprogramação na televisão digital. Diferentes entidades do Governo portam-se de maneiras diferentes quanto ao assunto. O mais grave é que desde março de 2010 não existe registro de notícias ou matérias nos sites buscados. A discussão simplesmente estagnou”, alertou Vivianne Lindsay.

As redes sociais, que permanecem em crescimento constante no país, não ficaram de fora. A mestranda em comunicação pela Unesp Karol Natasha Lourenço apresentou o artigo Sociedade informacional: a representação do sujeito nas redes sociais. De acordo com ela, verifica-se uma certa perda de intimidade e necessidade de exibicionismo para a construção de um “eu digital”.

A pesquisadora buscou apoio em filósofos como Platão para falar dos conceitos e ideias sobre indivíduo, real, virtual e atual. “Nas redes sociais, a gente coloca a melhor foto, falamos o que queremos, temos tempo para pensar e projetar uma imagem fabricada, visível e capaz de se vender”, explicou.

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