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set
05

Sete pesquisas são apresentadas no GP de Relações Públicas e Comunicação Organizacional

Por Raíza Araújo

O terceiro dia do XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Intercom 2011  foi marcado pelo início do XI Encontro dos Grupos de Pesquisa. O GP de Relações Públicas e Comunicação Organizacional, coordenado pelo professor André Queiroga Sandi, da Universidade Federal de Santa Maria (RS), contou na tarde do domingo (4) com a apresentação de sete projetos de pesquisa.  Confira abaixo resumo dos trabalhos apresentados:

As cercas da comunicação: outros lugares na comunicação interna nas organizações -

Luiz Carlos Assis Iasbeck (UCB), Jacqueline C. Bueno (UCB)

O artigo discute o confinamento da comunicação das organizações a setores e áreas especializadas, enquanto defende que os fenômenos comunicativos extrapolam as tarefas comumente rotuladas como “de comunicação”. Para tanto, considera o fenômeno da fofoca, dos boatos, dos rumores como situações francamente comunicativas e que não constam como responsabilidade de nenhuma área gestora, mormente da comunicação. Mostra, ao final, que “comunicação”, mais que tarefa técnica, é atitude que perpassa ocupações e preocupações de todas a Organização. Sem interação, proporcionada por fluxos informacionais de toda ordem, não se pode dizer que há “algo em comum” que sustente o tecido organizacional. E nessa “rede”, o que está dentro precisa dialogar com o que está fora.

Práticas discursivas, interação e diálogo: um olhar sob a comunicação interna nas 150 melhores empresas para se trabalhar -

Marlene Regina Marchiori(UEL), Regiane Regina Ribeiro (UFPR)

O artigo tem como objetivo refletir sobre a prática da comunicação interna nas 150 melhores empresas para se trabalhar no Brasil. A pesquisa, de cunho exploratório quantitativo avaliou os meios de comunicação, o processo de comunicação e a característica comunicacional predominante nessas organizações. Os resultados demonstram que a comunicação além de contribuir para um melhor ambiente de trabalho, está sendo construída através de um pensamento mais estratégico. O estudo discute que a prática da comunicação interna vem superando a visão de um modelo redutor, o qual coloca o emissor como propositor de mensagens fechadas e o receptor passivo diante delas. Essa visão redimensiona a comunicação como espaço de interação ao modificar os papéis de emissores e receptores, para uma dinâmica relacional co-autores/criadores.

As manifestações simbólicas nas relações organizacionais -

Maria Lúcia Bettega (UCS)

Estabelecer uma discussão sobre cultura organizacional ressaltando as manifestações simbólicas usadas para representar o imperceptível e o indescritível não é tarefa fácil. Essas representações, muitas vezes arbitrárias, participam da construção do universo de significados inerentes ao individuo. A construção do simbólico pode ser vista como uma das principais características do universo organizacional. As reflexões sobre o tema, neste trabalho, se deram pelo método bibliográfico. Inicia-se com uma breve definição de comunicação e sua importância no meio organizacional. A seguir, apresenta-se a comunicação feita por símbolos, a partir da cultura e sua complexidade. O que emerge do entendimento da cultura organizacional se volta à proposição de que a mesma se dá pela compreensão dos elementos simbólicos e dos saberes organizacionais.

As habilidades de geração de conhecimento do jovem trabalhador do século XXI e os fluxos da comunicação interna nas organizações -

Fernanda Terezinha de Almeida (Unesp), Maximiliano Martin Vicente (Unesp)

As organizações possuem à sua disposição diferentes opções de ferramentas de comunicação digital, as quais permitiriam criar um ambiente de interatividade entre seus trabalhadores. No entanto, na maioria dos casos, as ferramentas de comunicação digital não são aplicadas com este objetivo, mas apenas para agilizar o processo de comunicação; porém o processo em si, não é repensado à luz das características destas tecnologias, entre as quais destacamos a interatividade e a geração de conhecimento colaborativo. O propósito deste artigo é fazer uma reflexão sobre este tema e analisar como essa postura em relação à comunicação digital afeta as expectativas destes trabalhadores quanto ao seu relacionamento com as organizações, em especial aqueles que representam a denominada Geração Y.

O conhecimento como ativo das organizaçoes contemporâneas -

Amanda de Cássia Campos Reis Bezerra Filgueira (URSA / UESPI)

Este artigo busca ressaltar a importância do conhecimento na contemporaneidade concebendo-o como um ativo corporativo indispensável no âmbito organizacional. Apresenta resultados de uma pesquisa bibliográfica baseada nas idéias de autores como Figueiredo (2005), Zabot e Silva (2002), Goulart (2008) e outros. A gestão do conhecimento é uma prática essencial nas organizações, pois incentiva a criatividade e inovação dos colaboradores, otimizando a qualidade dos produtos e serviços oferecidos. As organizações que focalizam o capital intelectual criam condições eficientes e eficazes, para atingirem seus objetivos, daí a necessidade da presença dos profissionais das Relações Públicas para harmonizar os relacionamentos nas instituições tornando o ambiente organizacional propício para a aquisição e disseminação do conhecimento.

A produção de efeito de sentido de imagem via discursivização da cultura organizacional -

Lutiana Casaroli (UFG)

Teoriza-se acerca da prática enunciativa da organização midiática Zero Hora (ZH) em decorrência dos efeitos da própria midiatização da sociedade. Analisam-se as operações de auto-referencialidade pelas quais a enunciação discursiviza valores da cultura organizacional com o intuito de produção de efeito de sentido de imagem. Toma-se como estudo fragmentos textuais da coluna “Cartas do Editor”, do Jornal impresso Zero Hora (ZH), nos quais buscam-se os valores utópicos e valores práticos, dentro da perspectiva da semiótica narrativa, característica da linha Greimasiana e desenvolvida especialmente por Floch (1993) e Semprini (1995). A reflexão conta ainda com princípios norteadores encontrados em autores como Peruzzolo (2006), Fausto Neto (2006), Verón (2004) e Thompson (2007).

Análise das relações comunicacionais em uma organização hospitalar à luz da autopoiese -

Michelle Maia Paris (UCB)

A Comunicação Organizacional, em muitas organizações, encontra-se apenas a serviço das necessidades organizacionais, voltada primordialmente para a promoção de interesses políticos e econômicos, bem como para a gestão das relações entre as organizações e seus diversos públicos. Entretanto, a Comunicação Organizacional precisa ser compreendida de forma mais ampla, a fim de contemplar os processos comunicativos, os elementos constitutivos e a construção de sentido dos indivíduos envolvidos no processo comunicativo, reconhecendo-os como sistemas autônomos, autoprodutores e autorreferentes, capazes de influenciar a Comunicação Organizacional.

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