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Trabalhos do Intercom Junior vão de “Cala a boca Galvão” a gêneros jornalísticos

Texto: Milenna Gomes / Foto: Daniel Paza

Foram dez trabalhos apresentados na terceira sessão da Jornada de Iniciação Científica em Comunicação, no Intercom Junior, na manhã deste domingo (4). Os temas eram diversos e trabalhados por pessoas de diferentes realidades e estados (Bahia, Paraíba, Sergipe, Minas Gerais, Amazonas, São Paulo, Pernambuco e Paraná). No entanto, a inquietação era uma só: discutir o papel que os meios de comunicação têm na sociedade.

Representante pernambucana da sessão, Thaís Vidal, da Universidade Federal de Pernambuco, durante um ano se debruçou sobre a cobertura jornalística do Diario de Pernambuco às eleições para governador. Ao final da pesquisa, chegou à conclusão que muito pouco é feito pelos jornalistas em relação à produção de matérias que estimulem o leitor a discutir e se interessar pela política no Estado. “A gente não vê o jornalismo sendo feito com dedicação. As notícias são quase sempre informativas, não geram reflexão”, diz.

Na contramão, a estudante do quarto ano da Universidade de Londrina Gabriela da Silva preferiu investigar o poder do público como fonte de notícia. Na pesquisa apresentada nesta manhã, a jovem concluiu que não só a imprensa dita o conteúdo veiculado nos meios de comunicação.  Leigos, munidos de ferramentas como as redes sociais , estão aptos a, também, gerar informação. Caso exemplar aconteceu no Twitter, em 2009, na abertura da Copa do Mundo. Insatisfeitos com a apresentação do narrador Galvão Bueno, os telespectadores disseminaram no microblog a hashtag (termo para designar os assuntos mais comentados) “cala a boca Galvão”. O fato virou tema de brincadeira e repercutiu nos jornais de todo o mundo.

Yasmin Ribeiro analisou o Festival Folclórico de Parintins sob a ótica de um jornal impresso

A sensacionalização da notícia também foi alvo de pesquisa, defendida no Intercom Junior por Yasmin Ribeiro Gatto, da Universidade Federal do Amazonas. Na apresentação mais curta, no entanto forte e enfática, a congressista questionou a responsabilidade social dos jornalistas locais que insistem em esteriotipar o Festival Folclórico de Parintins, além de criar notícias mentirosas sobre o cotidiano da região durante a festa.   Quem também analisou jornais foi a estudante da Universidade Federal do Recôncavo da  Bahia, Laura Márcia Magalhães. Ela dircursou sobre a diferença entre notícia e reportagem, gêneros jornalísticos facilmente confundidos entre alunos de comunicação.

Outro trabalho de destaque foi o de Janaine Sibelle Freires Aires, recém formada na Universidade Federal da Paraíba. Ela fez análise de uma programa policial veiculado na região onde vive e a relação do apresentador com a comunidade. O tema foi um dos assunto do debate que aconteceu depois das apresentações, mediado pelo professor e coordenador da sessão Moacir José dos Santos, da Universidade de Taubaté.  “Os projetos científicos foram bem fundamentados e interessados em promover uma discussão sobre o papel da imprensa. A conversa no final ajudou, ainda, a trocar uma ideia”, resumiu.

Trabalhos apresentados

A “Caravana da Verdade”: análise da interação entre jornalismo policial prestação de serviços e entretenimento no programa “Correio da Verdade” | Janaine Sibelle Freires Aires (Universidade Federal da Bahia)

O 46° Festival Folclórico de Parintins sob uma visão do jornal impresso “A Crítica” | Yasmin Ribeiro Gatto CARDOSO (Universidade Federal do Amazonas), Hanne Cristhine Assimen Caldas (Universidade Federal do Amazonas), , Sue Anne Guimarães Cursino (Universidade Federal do Amazonas)

A fotografia no jornalismo científico: o posicionamneto dos portais sergipanos Infonet e Emsergipe.com | Andrezza Lisboa da SILVA (Universidade Federal de Sergipe), Rodrigo Michell dos Santos Araujo (Universidade Federal de Sergipe)

Dos trending topics para as bancas: um estudo do caso “CALA BOCA GALVÃO” no Twitter e na capa da revista “Veja” | Gabriela da Silva Pereira (Universidade Estadual de Londrina)

Representações da censura teatral no jornalismo (1946-1968): o posicionamneto da imprensa frente ao cerceamento da liberdade de expresão | Nara Lya Simões Caetano Cabral (Universidade de São Paulo)

Jornalismo digital e políticas públicas: produção da mídia jovem para a formação da cidadania | Lucas Liboni Gandia (Universidade Estadual Paulista)

O enquadramento do sujeito nas páginas de um  jornal diário | Maria Aparecida Pinto (Universidade Federal de Ouro Preto)

O desafio da legitimação social no jornalismo pernambucano: análise da cobertura das eleições 2010pelo “Diário de Pernambuco” | Thaís Assis Vidal (Universidade Federal de Pernambuco), Heitor Costa Lima da Rocha (Universidade Federal de Pernambuco)

A principal fonte sobre política dos alunos de comunicação da Universidade Federal do Amazonas durante o ano eleitoral de 2010 | Cynthia da Silva Pinheiro(Universidade Federal do Amazonas)

A reportagem enquanto gênero jornalístico | Laura Márcia Magalhães de Oliveira(Universidade Federal do Recôncavo da Bahia)

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