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Recife, 17 de dezembro de 2009 - Ano 8

Missa de Natal será celebrada nesta sexta-feira
Por André Amorim

Professores, funcionários e estudantes estão convidados a participar, no dia 18 de dezembro, a partir das 17h, na Biblioteca Central, da missa de Natal da Universidade Católica de Pernambuco. A celebração será conduzida pelo Reitor, Padre Pedro Rubens. No fim da missa, haverá uma breve apresentação  da jovem pianista Crystal do Espírito Santo. Logo em seguida, às 18h, serão realizados, na praça de eventos em frente à quadra do bloco A, concertos natalinos com os grupos musicais da Unicap.

Reajuste das mensalidades de 2010 será de 5,90%

A Universidade Católica de Pernambuco anunciou nesta quarta-feira (16) que o reajuste das mensalidades para o ano letivo de 2010 será de 5,90%. O percentual, embora não atenda às necessidades financeiras da instituição, foi estabelecido levando-se em conta a realidade econômica do país e do Nordeste, particularmente dos alunos da Universidade. De acordo com o Pró-reitor Administrativo, Luciano Pinheiro, a Católica preocupou-se em fixar o menor percentual possível para não onerar demasiadamente o orçamento das famílias de seus alunos.

O índice de reajuste, calculado a partir da projeção de inflação feita pelo Banco Central para 2010, foi aprovado durante a reunião do Conselho Superior, realizada no dia 14 de dezembro, do qual faz parte, também, representante dos estudantes, dos professores e de outros setores da comunidade universitária. Na ocasião, houve discussão sobre as alternativas de reajuste, concluindo-se, ao final, pelo índice de 5,90%. A Resolução do Conselho Superior nº 007/2009 está afixada na mônita do bloco R.

CCBS faz confraternização natalina em clima de muita animação
Por Rebeca Kramer
Fotos: Rebeca Kramer

A confraternização do Centro de Ciências Biológicas e Saúde (CCBS) da Católica, que aconteceu na noite desta quarta-feira (16), no Salão Receptivo, revelou o lado mais extrovertido e espontâneo dos professores. Eles dançavam no meio do salão, fazendo círculos e gargalhando muito entre comentários e piadas que um ou outro fazia. Vinhos foram distribuídos em sorteio pelo diretor do Centro, professor Aranildo Rodrigues, e um jantar foi servido na ocasião. No evento, o artista Diego Cabral, atendendo a pedidos, tocou e cantou músicas de vários ritmos, desde brega até Roberto Carlos.

De acordo com o diretor do Centro, professor Aranildo Rodrigues, o CCBS destaca-se pelo corpo docente variado, com a presença de professores de áreas como Psicologia, Terapia Ocupacional, Fisioterapia, Fonoaudiologia e Ciências Biológicas. “É importante porque essa variedade de profissionais proporciona ao Centro uma dinâmica maior e faz com que observemos as coisas sob ângulos diferentes”, disse.  Para o professor, a confraternização foi uma oportunidade de demonstrar união e de esbanjar bom astral e alegria pelas conquistas obtidas no decorrer do ano. “Com compreensão e humildade, criamos laços com os alunos e firmamos nosso compromisso de ensinar com respeito e dedicação. Um encontro como esse fortalece o Centro para trabalharmos com mais objetividade, novas ideias, implementação de novos cursos que dependem dos docentes. O mercado busca por isso”, relatou.

Ainda segundo o diretor do CCBS, o evento que mais evidenciou o Centro foi o caso da Gripe Suína (AH1N1), momento em que foi promovida uma campanha de conscientização para a comunidade Universitária. “A Gripe Suína já é realidade em todo o mundo. Mas, a surpresa é que a gripe normal mata mais que a nova. Para uma prevenção efetiva, medidas simples de higiene, como lavar as mãos com frequência, são suficientes para dar uma melhor qualidade de trabalho aos professores e alunos”, salientou. O professor mencionou, ainda, o projeto desenvolvido no ano de 2009 pela professora de Ergonomia Gorete Fernandes. “A professora foi em vários setores da Universidade explicar qual era a melhor forma de postura corporal para os funcionários. Ela pedia cinco minutos de atenção e começava os exercícios”, falou.

Para a coordenadora do Laboratório e do Museu de Arqueologia da Universidade Católica de Pernambuco, professora Maria do Carmo Caldas Dias Costa, mais de 2.200 pessoas visitaram o espaço neste ano de 2009. “Isso me deixa muito alegre, só tenho a agradecer, inclusive, à Assessoria de Comunicação da Universidade, que sempre ajudou a promover nossos projetos. O Museu de Arqueologia, que é vinculado ao CCBS, está finalmente sendo visto e reconhecido pela comunidade como um espaço atrativo e recebendo alunos voluntários mesmo de fora para trabalhar. Atualmente, temos um aluno de Arqueologia da UFPE e, para dezembro ainda, esperamos o ingresso de mais três”, contou a professora.

Segundo Maria do Carmo, o crescimento do Museu pode ser observado pela regularidade com que as pessoas visitam-no diariamente, pelos projetos desenvolvidos, pela participação de crianças de escolas públicas e privadas e pela presença de palestrantes ilustres. “Em palestras, neste ano, conseguimos reunir mais de 550 alunos e 120 pesquisadores e professores”, revelou, comentando, também, o investimento do Museu em equipamentos como datashows comprados com a verba dos próprios cursos oferecidos. “Em 2009, ministramos a oficina de Arqueologia para Crianças - com mais de 200 crianças, o curso Conhecendo a Pré-História de Pernambuco, o minicurso A Evolução do Corpo Humano, o curso de Megafauna e o de Plantas Medicinais”, afirmou.

Para a coordenadora do curso de Psicologia da Unicap, professora Albenise de Oliveira, o ano de 2009 para o curso foi muito produtivo com algumas realizações, como a participação do Católica In e no Jornada Portas Abertas. “Proporcionamos aos alunos da Católica uma palestra sobre autismo infantil com conferencista vinda dos Estados Unidos. O projeto do Sofia, sobre adoção, está cada ano mais consolidado, criando parcerias com o Juizado da Infância e da Adolescência não só no Recife, mas também no interior, como em Garanhuns”, salientou. Albenise ressaltou, também, a importância da mídia no sentido de sempre promover e valorizar o trabalho do psicólogo procurando-os como fontes para matérias e reportagens.

Ainda de acordo com a professora Albenise, os atendimentos da clínica estão dentro do esperado, traduzindo o trabalho prestado como o “ápice do curso quando o aluno fecha a formação de graduando através do estágio obrigatório, no 9° e no 10° período”.  “Temos na clinica o serviço voluntário e a procura é muito grande. Isso é um fator positivo pra gente, porque mostra que estamos sendo aceitos”, frisou. Sobre o corpo docente de psicólogos da graduação, a professora os coloca como profissionais “altamente qualificados, em que quase 99% têm a titulação de mestre e de doutor.” A coordenadora ainda destacou a importância do psicólogo no dia a dia, partindo de sua experiência pessoal. “Eu acho que estamos num momento de tanto estresse e de tantos atropelos na vida que cada vez mais a psicologia se faz presente, seja com uma psicoterapia, com uma palavra de conforto ou uma orientação de casal”, afirmou.

Alunos de Jornalismo apresentam projetos experimentais
Por Tércio Amaral
Fotos: Tércio Amaral

A formação universitária é repleta de atividades acadêmicas, avaliações e experiências extracurriculares. Mas, existe um momento em que a carga horária da graduação está completa e não existem mais disciplinas a serem cursadas: esta é a hora de defender o projeto de conclusão de curso e se despedir da Universidade com destino ao mercado de trabalho. Na noite desta quarta-feira (16), os alunos do curso de Jornalismo Gabriel Marquim, Nathalia Andrade, Rute Pajeú e Vanessa Rabêlo apresentaram as monografias de fim de curso para a disciplina “Projeto Experimental em Jornalismo”, sob a orientação do professor Ricardo Mello.

Os trabalhos abordaram temas aparentemente diferentes, mas ambos propunham, sob alguns aspectos, uma revisão do fazer jornalismo. Os ex-alunos e agora graduados tiveram 20 minutos para a defesa da monografia. A banca examinadora, que avalia o desempenho da pesquisa experimental e realiza comentários, foi composta pelo professor da Unicap Álvaro Filho; pelo jornalista e escritor Samarone Lima; e pelo ex-editor do caderno de Economia da Folha de Pernambuco e diretor de comunicação do Wal-Mart, Luiz Herrisson. Confira a seguir o resumo de cada pesquisa no Boletim Unicap.

Os modos de endereçamento dos telejornais locais no horário do meio-dia: um estudo de caso do NETV 1ª Edição e do TV Jornal Meio-Dia

- Trabalho de Vanessa Rabêlo com orientação do professor Ricardo Mello

Todos os dias, o telespectador pernambucano se depara, entre várias opções, com dois telejornais. O horário do meio-dia é o carro chefe da programação jornalística diária da Rede Globo e do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação. Neste horário são exibidos o “TV Jornal Meio-Dia”, da TV Jornal, e o “NETV 1º Edição”, da Globo Nordeste. Mas, se as matérias veiculadas por esses programas são praticamente as mesmas, quais são as armas que cada noticiário pode usar para cativar o seu público? Quem respondeu essa pergunta foi a graduanda em Jornalismo Vanessa Rabêlo.

“O TV Jornal Meio-Dia utiliza o modelo opinativo, com Graça Araújo, que está na apresentação do telejornal desde 1991. De alguma forma, o público criou uma identificação com a apresentadora”, disse. Esse modelo de telejornal é inspirado no extinto TJ Brasil, de Boris Casoy. Com larga experiência adquirida como editor-chefe do tradicional jornal Folha de São Paulo, Casoy foi convidado por Silvio Santos, dono SBT, no final da década de 80, para produzir e editar um telejornal com total independência editorial.

Para ela, o noticiário da TV Jornal se inspirou nesse modelo transferindo a figura da “âncora” para a jornalista Graça Araújo. “Os telespectadores disseram nas entrevistas: eu vejo Graça. A própria apresentadora afirma que fala geralmente o que o público gostaria de dizer na frente das câmeras”, disse Rabêlo.

Já o NETV 1ª edição, da Rede Globo, aposta num modelo polifônico, ou seja, com a presença de dois ou mais apresentadores. “Recentemente, o telejornal passou por uma reformulação, produzindo mais reportagens de denúncias e prestação de serviços. Ainda vemos dicas de vestibular, vagas de empregos e quadros como a Vida Real para cativar o telespectador”, disse Rabêlo. Ela ainda destacou a reformulação sofrida pelo noticiário, no começo de 2009, em busca de audiência. Nesse período, foi extinto o Globo Esporte local e o NETV passou a ser apresentado sem bancada (mesa para jornalistas) e com linguagem mais informal.

Mas por trás dos novos recursos de reportagem e sorriso dos atuais apresentadores, existe uma deficiência histórica na audiência do telejornal da hora do almoço da Globo Nordeste. Foi isso que defendeu o avaliador e professor da Unicap Álvaro Filho. Pois, boa parte da década de 90, o NETV não ultrapassou, em números, o público do TV Jornal Meio-Dia. “Teve um dado que você não mencionou que é o da audiência. O NETV não mudou por acaso. Quando abriram mão da bancada, se associaram ao público do esporte, eles estavam reagindo também ao fenômeno chamado Cardinot, que levantava ainda mais a audiência do TV Jornal Meio-Dia”, disse.

Álvaro Filho ainda lembrou os novos quadros no telejornal da Globo Nordeste que buscam atrair o público popular, a exemplo do Vida Real. “Talvez, a Rede Globo, com essa mudança, tenha repensado a forma de fazer jornalismo, que antes era apenas no eixo da Zona Sul”, defendeu.

Jornalismo Promocional

- Pesquisa de Nathalia Andrade com orientação do professor Ricardo Mello

Joaquim abre, diariamente, o caderno de economia de seu jornal diário e verifica que há uma reportagem especial sobre uma nova administração de uma ótica recifense. Na notícia, o repórter diz que a loja passará por mudanças, que os produtos serão melhores e mais baratos. Dias depois, o leitor observa que existe um anúncio publicitário da empresa no mesmo veículo de imprensa. Apesar de não ser identificada por boa parte da população, esse tipo de matéria é caracterizada como “Jornalismo Promocional”. O tema foi analisado na monografia de Nathalia Andrade e teve a orientação do professor do curso de Jornalismo Ricardo Mello.

“A idéia da pesquisa surgiu com a leitura de um artigo do jornalista Alberto Dines do Observatório da Imprensa. O Jornalismo Promocional é feito quando você produz uma matéria com uma mistura de elementos publicitários”, defendeu Nathalia Andrade.  Na pesquisa foram identificadas as principais características dessa modalidade do jornalismo, como o uso de uma única fonte de informação, matérias com enfoques positivos, o grande uso de adjetivos, a repetição de informações positivas e, também, a ausência de registro sobre a conotação promocional da notícia.

Segundo o levantamento quantitativo realizado por Nathalia, 90% dos entrevistados afirmaram que o índice de confiança em uma matéria é maior do que um anúncio publicitário. Entretanto, apenas 40% dos leitores declararam saber a diferença de uma matéria comum de uma promocional. Nathalia alertou, ainda, no trabalho o uso de alguns adjetivos nesses textos que mesclam jornalismo com elementos da publicidade. “Em uma matéria sobre uma companhia telefônica em um jornal recifense a mesma diz que a empresa vai lançar uma campanha ousada. Quem vai dizer que a campanha é ousada não é jornal, e sim, o consumidor”, disse.

Mas, para alguns jornais, o “Jornalismo Promocional” faz parte, apenas, de matérias diferenciadas. Por exemplo, o Diario de Pernambuco abre espaço para esse tipo de reportagem nos especiais “PE que dá certo” e “Inteligência Empresarial”, do caderno de economia. “Essas matérias estão voltadas exclusivamente para o consumidor. E uma figura importante nesse processo é o assessor de imprensa que manda as pautas e faz a ligação entre o público e a empresa”, afirmou Nathalia.

“Em entrevista com a editora do caderno de economia do Diario de Pernambuco, Claudia Santos, ela disse que esse é um espaço privilegiado para os assessores de imprensa e defendeu que o jornal é uma empresa que tem parceiros comerciais”, revelou. Nathalia Rabêlo, entretanto, discordou da posição da editora e do jornal e citou o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, em seu artigo 12, que estabelece no inciso IV que os jornalistas devem “informar claramente à sociedade quando suas matérias tiverem caráter publicitário ou decorrerem de patrocínios ou promoções”, lembrou. “Mas do que minha simples observação e da pesquisa que foi feita, existe uma legislação que diz: isso é errado”, concluiu Nathalia.

Para o membro da banca examinadora Luiz Herrisson,“o estudo foi bastante interessante e, ao mesmo tempo, delicado. É um tema que não tem a devida transparência. Você foi corajosa em trazer essa discussão para a academia e o próprio mercado de trabalho para discutir o Jornalismo Promocional com os editores”, disse.

As Revistas Recifenses: as crises nas páginas e nos bastidores

- Pesquisa de Rute Pajeú com orientação do professor Ricardo Mello e co-orientação da professora Aline Grego

A cidade do Recife é um dos pólos mais tradicionais do Brasil quando se refere ao quesito imprensa. Além de possuir o jornal mais antigo em circulação na América Latina, o Diario de Pernambuco, a capital do frevo produziu 150 revistas no século 20. As páginas desses periódicos, aos poucos, estão saindo dos empoeirados arquivos públicos e ganhando novo fôlego com as pesquisas de história da comunicação da Universidade Católica de Pernambuco. O trabalho “As Revistas Recifenses: as crises nas páginas e nos bastidores”, de Rute Pajeú, começou no seu tempo de aluna bolsista do Programa de Bolsas de Iniciação Científica da Unicap – Pibic, sob a orientação da professora do curso de Jornalismo Aline Grego, e hoje ganha a maturidade de um projeto experimental de conclusão de graduação.

Declaradamente apaixonada pelo tema, Rute Pajeú perguntou nos primeiros minutos de sua apresentação “por que as revistas?”, e logo respondeu, “porque a revista é um documento histórico como um jornal. Mas há poucos registros e trabalhos sobre esse tema. A produção e a circulação desses periódicos são uma marca da imprensa local”, defendeu. A pesquisa de Rute Pajeú procurou entender como as repercussões das crises políticas e sociais influenciaram nesse tipo de publicação no Recife.

No Brasil, o período da ditadura militar não só agrediu fisicamente pessoas com tortura, mas também feriu pensamentos. “A repressão política durante a ditadura (1964-1985) provocou um hiato nas publicações das revistas recifenses até os anos 80. Chegou um período que chegamos ao número zero em exemplares”, disse Pajeú.

Mas as crises das revistas recifenses não foram apenas prejudicadas por governos ditatoriais. O próprio público tinha influência na permanência e vitalidade dos periódicos. “A revista O Norte (1923-1947) reduziu o preço da assinatura para cativar o público e manter uma receita mínima”, disse. Algumas revistas mudavam a linha editorial para atrair novos leitores. “A Evolução (1908-1913), depois de ficar de 1900 a 1913 fora de circulação, sofreu modificações e encerrou em setembro”, afirmou.

Segundo Rute Pajeú, a mudança na linha editorial para atrair novos leitores pode ser percebida em revistas recifenses atuais, a exemplo da Continente. “A revista Continente, antes da reforma de abril de 2009, tinha uma preocupação em saber a opinião e o perfil de seu público. Mas isso também estava atrelado ao interesse comercial para saber os prováveis anunciantes, a que público eles poderiam se dirigir”, disse.

A revista Continente tem uma particularidade: sua manutenção é garantida graças às receitas do Governo do Estado de Pernambuco. “Eu entrevistei a atual editora Adriana Dória e ela disse que a revista em si não se banca. Ela depende dos anúncios do governo e do apoio da Companhia Editora do Estado, a CEPE”, revelou.

Outra revista apresentada foi a AlgoMais. Diferentemente da Continente, ela é distribuída gratuitamente e sua receita é proveniente dos anúncios. Mas, como revista de finalidade comercial, a AlgoMais tem uma “forte estratégia de comunicação”. Esse planejamento permitiu a revista alçar voos maiores. “O ambiente web, para essa revista, não foi apenas entrar na internet e divulgar o conteúdo online. Mas, foi justamente tentar conquistar um novo público jovem, que é antenado com as novas tecnologias”, afirmou.

Argumentação no jornalismo

- Pesquisa de Gabriel Marquim com orientação do professor Ricardo Mello

O texto argumentativo tem como princípio levar aquele que o lê à reflexão e ao debate de ideias através do pensamento de quem o escreve. Mas a argumentação está longe de ser apenas uma modalidade de retórica, ela faz parte da trajetória da imprensa brasileira. Em sintonia com essas ideias, o graduando em Jornalismo Gabriel Marquim defendeu a monografia “Jornalismo Argumentativo” sob a orientação do professor Ricardo Mello.

A inspiração do trabalho começou com admiração do jornalista pelo diplomata e historiador pernambucano Joaquim Nabuco. “Não existem trabalhos acadêmicos que tratem especificamente de Joaquim Nabuco como jornalista. Para mim, na pesquisa, foi uma surpresa encontrar o que chamamos de lide no texto dele no Jornal do Commercio (RJ), em 1882, numa época que o jornalismo não estava tão preocupado com a objetividade”, lembrou.

Mas a busca por um texto cada vez mais objetivo e imparcial foi responsável, entre outros fatores, pela queda na qualidade do texto jornalístico. A pesquisa identificou casos como jornais da Ásia, que manda textos aos seus assinantes em breves linhas. “Por exemplo, O Times of Índia envia, por mês, cerca de 30 milhões de informações sob o SMS, que é mensagem de texto de celular, aos seus assinantes”, disse.

Para ele, o jornalismo passa por uma crise não só financeira, mas também de credibilidade. Em dados coletados para a monografia, Marquim apresentou uma pesquisa nos Estados Unidos revelando que 80% das pessoas não confiam na credibilidade da imprensa. No Brasil, 61% dos entrevistados acreditam que há corrupção na imprensa. “E quanto maior a escolaridade do leitor, maior é sua desconfiança”, disse.

“A informação e a opinião são formas de relato”, defendeu. Para ele, a ausência do texto argumentativo e de caráter opinativo contribui para a crise do jornalismo. Na apresentação, ele citou dados dos maiores jornais do Recife, o Diario de Pernambuco e o Jornal do Commercio. “O espaço narrativo é maior do que o espaço argumentativo nesses impressos. Mas, nem sempre, dentro do espaço argumentativo se faz argumentação”, afirmou.

Uma das justificativas da imprensa brasileira e mundial para privilegiar o texto narrativo é justamente a busca pela verdade. Marquim foi polêmico ao afirmar que ela existe e não deve ser separada da argumentação. “O jornalismo deve estar preocupado com a verdade por trás da verdade. A verdade existe, mas as percepções da verdade são diferentes. Pois, o fato está lá e aconteceu, a forma de percepção de quem vai contá-lo é que muda”, disse citando o teórico Gaspar Miotto.

“A argumentação também está à mercê de interesses políticos e econômicos”, explicou. E foi durante a ditadura militar que os textos argumentativos perderam força nos impressos brasileiros (1964-1985). Mas esse tipo de constatação teve um referencial teórico. “Segundo José Marques de Melo, se faz uma confusão entre argumentação e posicionamento ideológico. Pois, o jornalismo se constrói com narração e argumentação. Os teóricos usados na pesquisa e eu não defendemos a volta do jornalismo apenas opinativo”, enfatizou.

Segundo o membro da banca examinadora Luiz Herrisson, o trabalho de Marquim pode contribuir para a reflexão tanto dos que leem jornais, como aqueles que o produzem. “A gente tem que aprender a ler jornal. Às vezes, a maior informação do dia está numa notinha. Eu lembrei dos cadernos especiais produzidos pelo JC, como Os Sertões, que ganhou o Prêmio Esso nacional. Será que esses especiais surgem para suprir uma precariedade de opinião”?, refletiu Herrisson.

Outros projetos experimentais são apresentados no curso de Jornalismo
Por Rebeca Kramer e Tércio Amaral

Segundo o coordenador do curso de Jornalismo da Unicap, professor Alexandre Figueirôa, o projeto de final de curso é um momento importante para os alunos que são avaliados não somente por professores, mas por profissionais do mercado. “O projeto resume o aprendizado dos alunos ao longo dos quatro anos de curso. É um momento de transição entre a vida acadêmica e a vida profissional. Mas, não deve ser encarado como a última etapa. É mais uma aula, com outro formato, uma nova fase de um longo caminho percorrido pela frente”, relatou.

Ainda, para Figueirôa, os projetos experimentais da Universidade são muito bons, o que é atestado pelos prêmios que os alunos ganham. “Alguns não são premiados, mas são selecionados em premiações importantes como no Cristina Tavares e nos festivais de vídeo. Outros são exibidos em programas de rádio, o que traz grande visibilidade para a produção acadêmica e estabelece essa relação com o mundo profissional”, destacou.

O graduando em Jornalismo da Unicap Leo Tabosa apresentou, na noite desta quarta-feira (16), o vídeo “Retratos”, que conta a história de seis travestis. “No ano passado conheci Elaine Fênix quando cursei a disciplina Telejornalismo III, com a professora Aline Grego. No decorrer do semestre a avaliação proposta pela docente foi de produzir uma matéria especial. Queria fazer uma matéria inédita para a Unicap e, em conversa informal com Rafael Negrão, ele sugeriu que eu contasse a história de um travesti biólogo, funcionário público de dois hospitais e estudante de enfermagem da Fundação de Ensino Superior de Olinda – Funeso”, disse.

Leo Tabosa definiu o projeto orientado por Alexandre Figueirôa como um desafio. “Fiquei assustado. Na época, tive que enfrentar meus próprios preconceitos, não acreditava que existisse um travesti que não vivesse da prostituição aqui, no Recife, e muito menos cursando uma faculdade. Puro preconceito, ignorância e imaturidade”, afirmou.

Confira a seguir os projetos experimentais apresentados no curso de Jornalismo da Unicap nesta semana.

PROJETO EXPERIMENTAL 2009.2 - JORNALISMO

Projeto experimental em fotografia

Aluna:

Ádria de Souza Leite

Orientadora

Renata Victor

Título:

Pe-15 (pb) - teatro santa isabel (cor)

 

Projeto experimental em rádio

Alunos:

Alana Nogueira de Vasconcelos e Bruno Brandão Pereira Machado

Orientador

Paulo César Nunes Fradique

Título:

Superstições e crendices

 

Projeto experimental em televisão

Alunas:

Amanda Almeida Sena, Ana Cláudia Laranjeira de Araújo e Ladyslau Willey de Melo Lira

Orientador

Alexandre Figueirôa

Título:

Catraieiros

 

Projeto experimental em televisão

Alunas:

Amanda Ramos Cordeiro, Manuela de Melo Ramos e Mônica Maria Guedes Braga

Orientador

Cláudio Bezerra

Título:

Identidade: além do que se vê

 

Projeto experimental em televisão

Alunas:

Ana Elisa Freire Rafael, Camilla Lopes de Almeida e Vanessa Louise Cortez de Lucena

Orientador

Cláudio Bezerra

Título:

Xambá, uma nação quilombola

 

Projeto experimental em televisão

Alunas:

Andréa Cavalcanti Neves, Germana Pimentel Fernandes  e Natália de Petribu Brennand

Orientador

Cláudio Bezerra

Título:

João, o poeta da bola

 

Projeto experimental em televisão

Alunas:

Anna Karla Leal de Vasconcelos e Manoela Varejão Moreira

Orientador

Cláudio Bezerra

Título:

O som da orquestra

 

Projeto experimental em televisão

Alunas:

Ayla Nogueira de Souza e Marine Moraes de Lima

Orientador

Cláudio Bezerra

Título:

Palco sobre rodas

 

Projeto experimental em televisão

Alunas:

Bárbara Borba Lemos, Katherine Lacerda de M. Coutinho e Pedro de Souza Lima Neto

Orientador

Alexandre Figueirôa

Título:

Eles sonharam abraçar o mundo

 

Projeto experimental em impresso

Aluno:

Branca Alves da Silva

Orientadora:

Adriana Dória

Título:

Ciganos, um povo que não deve ser esquecido

 

Projeto experimental em fotografia

Aluno:

Carolina Freire Prestrello

Orientadora:

Renata Victor

Título:

Ao passo dos animais de rua (pb) – asilo (cor)

 

Projeto experimental: monografia

Aluno:

Carolina Alencar Burgos

Orientador:

Nadilson Manoel da Silva

Título:

Um enfoque de gênero no trabalho de jornalistas nas redações dos jornais impressos de Recife

 

Projeto experimental: impresso

Aluno:

Felipe César Ferraz Rodrigues Pinto

Orientadora:

Adriana Dória

Título:

Novos olhares sobre o Haiti

 

Projeto experimental em rádio

Aluno:

Gilberto Tenório Cavalcanti Júnior e Renan Holanda Montenegro

Orientador:

Paulo César Nunes Fradique

Título:

Crack, uma pedra nada preciosa

 

Projeto experimental: monografia

Aluno:

Glauber Vinícius Lemos

Orientador:

Nadilson Manoel da Silva

Título:

A molecagem genial de Nelson Rodrigues: um estudo sobre a crônica esportiva no jornalismo brasileiro

 

Projeto experimental em rádio

Alunos:

Glynner Freire Brandão Costa e Robério Daniel da Silva Coutinho

Orientador:

Paulo César Nunes Fradique

Título:

Quadrilhas juninas

 

Projeto experimental em televisão

Alunas:

Grace Kelly Felix de Souza, Maria Isabel dos Santos e Romero Rafael da Silva

Orientador:

Alexandre Figueirôa

Título:

Missa dos quilombos

 

Projeto experimental em rádio

Aluno:

Hugo Borba Mello e Natália Freire de Melo Pessoa

Orientador:

Paulo César Nunes Fradique

Título:

Jazz no recife

 

Projeto experimental: fotografia

Aluna:

Joselândia Bezerra do Nascimento

Orientadora:

Renata Victor

Título:

Sertanejo (pb) – paulo afonso (cor)

 

Projeto experimental: impresso

Aluna:

Julliana Araújo Ferreira da Silva

Orientadora:

Adriana Dória

Título:

Onde vamos parar? caos no trânsito do recife

 

Projeto experimental: fotografia

Aluna:

Laiziane Vieira Soares

Orientadora:

Renata Victor

Título:

Hospital (pb) – ilha de deus (cor)

 

Projeto experimental: impresso

Aluna:

Larissa Villaça da Silva Brainer

Orientadora:

Adriana Dória

Título:

O que temos com isso? os 50 anos da declaração dos direitos da criança e do adolescente

 

Projeto experimental: monografia

Aluna:

Laura Manuela Ferreira Gallindo

Orientador:

Ricardo Mello

Título:

A produção de notícias no jornalismo digital a partir de bases de dados

 

Projeto experimental: televisão

Alunos:

Leandro Tabosa do Nascimento e Rafael Batista Negrão

Orientador:

Alexandre Figueirôa

Título:

Retratos

 

Projeto experimental: fotografia

Aluna:

Maria Leal de B. Dornelas Camara

orientadora:

Renata Victor

Título:

Casa de farinha (pb) – brincadeira de criança (cor)

 

Projeto experimental: monografia

Aluno:

Mônica Gominho Cardoso

Orientador

Nadilson Manoel da Silva

Título:

A construção do universo jovem na revista em quadrinho turma da mônica

 

Projeto experimental: monografia

Aluno:

Natália de Souza Carvalho Oliveira

Orientador

Ricardo Mello

Título:

Jornalismo literário: confluências, intercâmbios e considerações

 

Projeto experimental: fotografia

Aluno:

Sarah Werner

Orientadora:

Renata Victor

Título:

Bandas do recife (pb) – moda praia (cor)

 

Projeto experimental: fotografia

Aluno:

Talita Morgana Arruda Tavares

Orientadora

Renata Victor

Título:

Palácio (pb) – sulanca (cor)

 

Projeto experimental: monografia

Aluno:

Thaíla Érika Correia de Melo

Orientador

Ricardo Mello

Título:

A comunicação organizacional em uma empresa e organização social: uma análise de casos da Tim Nordeste e do Cendhec

Letras vai promover curso de História das Artes em janeiro
Por Rebeca Kramer

O curso de Letras da Universidade Católica de Pernambuco vai oferecer, de 18 a 29 de janeiro de 2010, das 18h às 20h, o curso de História das Artes, ministrado pelo professor Janilto Andrade. As inscrições devem ser feitas com Marilande, na secretaria do Centro de Teologia e Ciências Humanas - primeiro andar do bloco B. São 50 vagas e o investimento é de R$20. As aulas ocorrerão na sala 311 do bloco B. Mais informações pelo fone 2119.4176

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Católica está com inscrições abertas para seis mestrados

Abertas inscrições para três MBAs

Doutorado em Psicologia Clínica está com inscrições abertas

Católica abre inscrições para Mestrado em Direito

Católica abre inscrições para Mestrado em Engenharia Civil

Católica abre inscrições para Mestrado em Ciências da Linguagem

Católica abre inscrições para Mestrado em Psicologia Clínica

Católica abre inscrições para Mestrado em Ciências da Religião

Inscrições abertas para o MBA em Planejamento e Gestão Ambiental

Inscrições abertas para o MBA Finanças e Controladoria

Inscrições abertas para o MBA em Gestão de Negócios

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Expediente

EDIÇÃO: Paula Losada (1652-DRT/PE), Daniel França (3120-DRT/PE) e Elano Lorenzato (2781-DRT/PE)

REDAÇÃO e FOTOGRAFIA: André Amorim, Diego Ximenes, Rebeca Kramer, Tércio Amaral, Tiago Cisneiros e Victor Bastos.

RELAÇÕES PÚBLICAS: Pedro Rocha e Rodrigo Lyra.

PUBLICIDADE & WEB: Armindo Simão Filho e Marina Rodrigues.

PRODUÇÃO DE VÍDEO: Luca Pacheco

DESIGNER: Java Araújo

WEBDESIGNER: Kiko Secchim, SJ

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