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Boletim Unicap

Recife, 24 de agosto de 2009 - Ano 8

Católica premia jovens cientistas
Por Tiago Cisneiros

A Católica premiou, na tarde da última sexta-feira (21), os autores dos melhores trabalhos desenvolvidos na 11a Jornada de Iniciação Científica da Universidade. O clima na cerimônia, realizada no anfiteatro do bloco G4, foi de muita emoção, alegria e sensação de dever cumprido, tanto por parte dos estudantes quanto dos professores orientadores.

A solenidade foi prestigiada pelos bolsistas, amigos, familiares e docentes da Católica. Presidida pela coordenadora geral de Pesquisa da Universidade, professora Arminda Saconi, a mesa do evento foi composta pelo Pró-reitor Acadêmico, Junot Cornélio Matos, pelo Pró-reitor Comunitário, Padre Miguel Martins, e pelo diretor do Centro de Ciências Biológicas e Saúde (CCBS), professor Aranildo Rodrigues.

As apresentações da 11a Jornada de Iniciação Científica, que aconteceram entre os dias 17 e 19 de agosto, são o resultado dos trabalhos desenvolvidos no Programa Institucional de Iniciação Científica (Pibic). De acordo com a professora Arminda Saconi, o evento da última sexta-feira é, apenas, o marco de conclusão de um longo projeto. “Foram 12 meses exaustivos de pesquisa, com acompanhamento dos professores, que culminaram nas gratificantes exposições desta semana. A premiação não reflete a realidade. Todos os 103 bolsistas e voluntários devem se sentir premiados, porque este é o final de um exercício bem sucedido”, declarou.

O Pró-reitor Acadêmico, professor Junot Cornélio Matos, destacou a participação dos estudantes como o estímulo para o desenvolvimento da ciência e da Universidade. “É muito bom ver os alunos de graduação apresentando trabalhos, mostrando convicções, independentemente das bolsas, prêmios e reconhecimento. O maior mérito do programa é a possibilidade do exercício da construção do conhecimento.” Ele disse, ainda, que os professores orientadores se sentem premiados no convívio com os estudantes, não só realizando um processo de ensino, mas, também, de aprendizagem.

Em seguida, três alunos e a coordenadora do curso de Psicologia da Católica, Albenise Oliveira, apresentaram uma homenagem à ex-professora Zélia Melo, falecida em fevereiro de 2009, aos 62 anos. “Essa reverência simboliza minimamente o que ela representou para a comunidade científica em geral e, em especial, na Católica”, afirmou a estudante Clécia, que, ainda, leu o poema adaptado “Assim eu vejo a vida”, de Cora Coralina e a composição “Epitáfio”, dos Titãs. A canção, ainda, foi interpretada pelo Pró-reitor Comunitário da Unicap, Padre Miguel Martins.

Todos os anos, um professor ou especialista ministra uma palestra durante a cerimônia de encerramento da Jornada de Iniciação Científica da Católica. De acordo com a professora Arminda Saconi, a comissão organizadora do evento decidiu inovar em 2009. A primeira colocada geral do Pibic, Maria Eduarda Ferreira Gomes, estudante do oitavo período do curso de Engenharia Civil, reapresentou o trabalho “Projeto de pilares de alvenaria utilizando redes neurais artificiais”, orientado pelo professor Fernando Artur Nogueira Silva. Maria Eduarda recebeu um aparelho MP5, além dos prêmios entregues aos primeiros lugares de cada área do conhecimento.

A pesquisa de Maria Eduarda exibe as semelhanças entre as redes neurais artificiais e naturais. As primeiras são complexos matemáticos baseados no funcionamento das redes de sistemas inteligentes. Por isso, a estudante deu início à apresentação com uma explicação sobre as capacidades do sistema nervoso humano. Em seguida, detalhou as vantagens da utilização das redes neurais artificiais na resolução de problemas de engenharia. “Elas têm uma abordagem algarítmica, diferente do sistema binário dos computadores comuns. Isso faz com que possam solucionar muito mais situações, armazenando e transmitindo informações”, esclareceu.

Após a apresentação, a professora Arminda Saconi parabenizou os estudantes que participaram do Pibic, lembrando os elogios concedidos por professores e especialistas de fora da Universidade. “Eles consideraram que alguns trabalhos já estão no nível de pós-graduação. Esse quadro nos deixa muito felizes e mostra um caminho novo da Católica na área de pesquisa. Inclusive, gostaria de enfatizar a nossa dificuldade para eleger os projetos vencedores”, avaliou.

Em seguida, o grande momento: a professora Arminda Saconi convidou os alunos e professores orientadores dos melhores estudos da Jornada de Iniciação Científica. Os dois primeiros colocados de cada área do conhecimento receberam livros (“Aquarela de Ilusões”, do professor Junot Cornélio Matos, e o minidicionário Sacconi da língua portuguesa), brindes do Bureau Recife e assinaturas do Diario de Pernambuco e do Jornal do Commercio.

Confira a lista a seguir.

Bolsista

Orientador

Área

Maria Eduarda Maia Ferreira Gomes (1º lugar geral)

Fernando Artur Nogueira Silva

Engenharias

Danyelle Khadydja Felix Dos Santos (1º lugar)

Leonie Asfora Sarrubo

Ciências Biológicas

Geisane Priscila Messias (2º lugar)

Galba Maria de Campos Takaki

Ciências Biológicas

Vanessa Natalia de Lima (1º lugar)

Arminda Saconi Messias

Ciências Agrárias

Priscilla Andrade de Moura (2º lugar)

Kaoru Okada

Ciências Agrárias

Chirlene Santos da Cunha Moura (1º lugar)

Marígia Ana de Moura Aguiar

Lingüística, Letras e Artes

Emanuele Amanda França de Oliveira (2º lugar)

Maria Cecília Antunes de Aguiar

Lingüística, Letras e Artes

Vanessa Maria da Silva (1º lugar)

Nadia Pereira da Silva Gonçalves de Azevedo

Ciências da Saúde

Igor Lins Lemos (2º lugar)

Marcus Túlio Caldas

Ciências da Saúde

Jupiranan Ferreira da Silva (1º lugar)

Clarissa Daisy  da Costa Albuquerque

Ciências Exatas e da Terra

Felipe Alberto Barbosa Simão Ferreira (2º lugar)

Francisco Madeiro Bernardino Júnior

Ciências Exatas e da Terra

Maria Eduarda Maia Ferreira Gomes (1º lugar)

Fernando Artur Nogueira Silva

Engenharias

Gabrielly dos Santos Barros (2º lugar)

Maria Helena Paranhos Gazineu

Engenharias

Jair Lima dos Santos (1º lugar)

Marcos Roberto Nunes Costa

Ciências Humanas

José Roberto Feitosa de Sena (2º lugar)

Sérgio Sezino Douets Vasconcelos

Ciências Humanas

Tércio de Lima Amaral (1º lugar)

Aline Maria Grego Lins

Ciências Sociais Aplicadas

Georgia Cavalcanti Alves de Miranda (2º lugar)

José Maurício Pereira

Ciências Sociais Aplicadas

Isabela Natália da Silva Ferreira (Menção Honrosa)

Marcus Túlio Caldas

Pibic Júnior – Facepe / CNPq

Aos 15 anos, a estudante do Liceu Nóbrega Isabela Natália da Silva Ferreira recebeu a menção honrosa como melhor projeto do Pibic Junior, idealizado, especialmente, para alunos do Ensino Médio. Sob a orientação do professor da Católica Marcus Túlio Caldas, ela apresentou o trabalho “O cuidador cuidado: a experiência de um serviço de apoio psicossocial a partir do exame de seus arquivos”.

O estudante José Roberto Feitosa de Sena, voluntário e segundo colocado na área de Ciências Humanas, não pôde comparecer à premiação. No dia do evento, ele estava em Natal, no Rio Grande do Norte, onde apresentou a pesquisa “Tradição e resistência: as raízes religiosas do maracatu rural” (orientada pelo professor Sérgio Sezino Douets Vasconcelos), na 11a Reunião de Antropólogos do Norte-Nordeste.

A outra ausência na cerimônia de premiação foi a do aluno do curso de Jornalismo Tércio Amaral, vencedor da área de Ciências Sociais Aplicadas. Entre os dias 19 e 21, ele participou e apresentou a pesquisa “Suplementos literários na imprensa recifense do século 20: 1900 a 1950” no 7o Encontro Nacional de História da Mídia, realizado em Fortaleza, no Ceará.

No encerramento da solenidade, o Pró-reitor Acadêmico, professor Junot Cornélio Matos, agradeceu pela participação e presença dos estudantes, professores e familiares e manifestou o desejo de reencontrá-los no próximo ano, na 12a Jornada de Iniciação Científica da Católica.

Unicap recebe visita de Universidade Católica Francesa para firmar novos acordos
Por André Amorim

O diretor para assuntos internacionais da Universidade Católica do Oeste (Université Catholique de L’Ouest  – França), o brasileiro José Peres de Lima, foi recebido, nesta segunda-feira (24), na Pró-reitoria Comunitária, pelo Pró-reitor, Padre Miguel Martins, pelo Assessor de Relações Internacionais e Interinstitucionais da Universidade Católica de Pernambuco, professor Thales Castro, e pela responsável pelos intercâmbios dos alunos da Católica, Jessika Aline da Silva.

O objetivo principal da visita foi firmar novos acordos e estreitar os laços já existentes. Recentemente, cinco alunas da Universidade Católica de Pernambuco fizeram intercâmbio na Universidade Católica do Oeste, e agora a Católica de Pernambuco está recebendo um aluno francês, Quentin de Laroche, para passar o um ano estudante na instituição. Para José Peres, a vinda desse aluno francês para a Unicap aumenta os laços entre as duas universidades. Além disso, alguns acordos para envio e recebimento de professores estão na pauta de discussão.

Em seguida, José Peres foi recebido na sala do Reitor, Padre Pedro Rubens, onde alguns pontos da conversa inicial foram apresentados. O Reitor ressaltou as parcerias que já existem e da importância do intercâmbio para a instituição. “A Católica já oferece algumas possibilidades para seus alunos, mas nossa intenção é transformar o intercâmbio estudantil num diferencial da Universidade”, disse.

Nesta terça-feira (25), às 9h, será realizada no Espaço Loyola, sala 04 no térreo do bloco B, uma reunião com os alunos interessados em realizar o intercâmbio estudantil na França. Na ocasião, o diretor internacional da Catholique de L’Ouest, José Peres, vai falar sobre o funcionamento e os cursos que a Universidade francesa oferece.

Universidade Católica do Oeste fica a 300 km da capital, Paris. A instituição de ensino privado é formada pela Faculdade de Teologia e pelos institutos de Línguas Vivas; Artes, Letras e História; Psicologia e Sociologia Aplicada; Matemática Aplicada; Biologia e Ecologia Aplicada e Ciências da Comunicação e Educação. Para outras informações, basta acessar o site www.uco.fr.

Programa de Intercâmbio da Católica promove reunião sobre universidade francesa
Por Tiago Cisneiros

O Programa de Intercâmbio Estudantil da Católica promove, nesta terça-feira (25), uma reunião informativa sobre a Universidade Católica do Oeste (França), com a presença do professor da instituição José Neto. O encontro será realizado a partir das 9h, no Espaço Loyola, localizado na sala 004 do bloco B.

Esta é a segunda reunião do Programa de Intercâmbio da Católica em 2009. Em maio, a professora Ingrid Bartels fez uma explanação sobre as possibilidades de estudo na Inholland University (Holanda).

Para obter mais informações sobre o Programa de Intercâmbio da Católica, acesse o site http://www.unicap.br/extensao/intercambio ou entre em contato com a Pró-reitoria Comunitária da Universidade, através dos telefones (81) 2119 4298 ou (81) 2119 4146 e pelo e-mail intercambio@unicap.br .

Filósofo francês Paul Valadier concede entrevista ao Boletim Unicap
Por Rebeca Kramer

O filósofo francês Paul Valadier que, na noite da última terça-feira (18), ministrou uma palestra na Universidade Católica de Pernambuco, intitulada: “A Moral atual: entre dissolução e reconstrução”, concedeu entrevista ao Boletim Unicap na tarde desta sexta-feira (21). Durante a conversa, o estudioso, que veio pela segunda vez ao Recife, revelou linhas de pensamento que vão desde a questão da moral na sociedade atual, até a importância da Igreja Católica em um estado pluralista com diferentes normas e saberes.

Paul Valadier, nascido em Saint-Etiènne, em 13 de janeiro de 1933, ocupa, atualmente, os cargos de professor de Filosofia moral e política nas Faculdades Jesuítas de Paris (Centre Sévres) e de diretor da revista “Arquivos de Filosofia”. Cursou licenciatura em Filosofia na Universidade de Sorbonne, além de mestrado e doutorado em Teologia na Faculdade Jesuíta de Lyon. Entre as suas principais obras, estão “A Anarquia dos Valores” (1997), “A Condição Cristã” (2003), “Um cristianismo de futuro” (1998), “Elogio da Consciência” (1994), “Inevitável moral” (1990) e “Nietzsche e a crítica ao cristianismo” (1994). 

Boletim: Quando a religiosidade se manifestou em sua vida? 

Paul: Aproximadamente aos 20 anos, num movimento de ação católica chamado A Juventude. Esse movimento ensinava aos jovens cristãos responsabilidade na escola, na cidade e na Igreja. Graças a ele, me motivei a entrar na Igreja e na Companhia de Jesus. E, assim, ajudei a formar os valores também daqueles que não tinham religião. Isso me incentivou a me tornar um jesuíta. 

Boletim: Por que a sociedade atual vive tempos de conformismo? 

Paul: É um pouco paradoxal, porque o que se pensa de uma sociedade moderna é a definição da autonomia do indivíduo, pela sua liberdade, pelas influências que podem agir sobre ele, pela Igreja, pelos mais diversos grupos etc. Isto é, na verdade, teoricamente, somos pessoas livres, não somos escravos, mas, na realidade, essa sociedade moderna pressiona muitos jovens. Influenciando pela propaganda da moda, pelo conformismo, pelo modo de pensamento, pela forma de agir. Entretanto, a sociedade se acha independente e autônoma, mas, às vezes, os contemporâneos vivem extraordinária dependência e heteronomia com relação à opressão pública.  Basta pensar na mídia que tende a manipular sem nem perceber. Lendo o jornal ou vendo tevê, muitos contemporâneos que se sentem orientados, estão, na verdade, manipulados. Neste sentido, eu falo da sociedade conformista. Falo como Nietzsche também falava acerca das pessoas do rebanho, ou a moral do rebanho. As pessoas que caminham juntas. 

Boletim: Como conciliar o eu jesuíta, do eu filósofo? 

Paul: Essa pergunta não é fácil de ser respondida, porque minha vocação de jesuíta é ser filósofo. Tento sempre conciliar os dois. Na verdade, não sei se estou conseguindo. Mesmo assim, eu penso que a Companhia de Jesus é um instrumento de liberdade da Igreja e de fidelidade. Parece-me que o filósofo é um homem que se esforça para pensar como um homem livre e também que é fiel nas tradições da filosofia, ao tentar não trair os autores, mas, entendê-los. Se eu sou cristão, vou tentar compreender a tradição católica e, assim, não trair essas duas idéias, que são os conceitos de liberdade e de fidelidade. As duas fazem parte tanto do ‘eu filósofo’, como do eu jesuíta. Assim, levando dessa forma, penso que não existe problema. São duas perspectivas de pensamento e tento conciliar essa dificuldade. 

Boletim: Como você avalia a desordem moral do brasileiro com relação à do europeu? 

Paul: Quanto a esse tema, prefiro não opinar porque não gostaria de passar o sentimento de julgamento ao Brasil, um país o qual não conheço bem. Contudo, visto de fora, parece-me ser um país ativo, dinâmico e, para um europeu que vive em um velho país cansativo, o Brasil é o país da juventude e de alegria, apesar da pobreza. É por isso também que não gostaria de julgar o povo brasileiro, que vive imerso em uma situação social tão complicada. Pode ser que eu esteja errado, mas, a primeira vista, todas as vezes que venho ao Brasil sinto que o povo traz uma jovialidade dentro de si. 

Boletim: Como promover um estado organizado?  

Paul: Não pode haver um estado organizado se não houver cidadão consciente da vida comum.  Não há democracia se houver somente leis e regras e não houver cidadãos. Assim, a primeira coisa para se construir uma sociedade estável com a democracia dominante é formar os cidadãos. E em qualquer democracia a educação e a escola são primordiais. Como estou, agora, falando de uma Universidade, estou feliz em notar que o brasileiro faz bastante questão da formação do seu jovem, seja nas escolas ou nas grandes Universidades. Essa é a condição não só para garantir, mas uma condição necessária, apesar de não ser suficiente, para a efetivação de um estado. Se não houver cidadão, não haverá estado livre ou política responsável. Numa democracia, o cidadão é quem deve fiscalizar as leis e os políticos. Caso não haja cidadãos capazes de fazerem isso, os políticos se tornam corruptos, não se colocam à disposição do bem comum e, portanto, por consequência, destroem a democracia. 

Boletim: Secularização, pluralismo, diferenciação de campos e normas de diferentes saberes. Assim se apresenta a sociedade moderna. Qual pode ser o lugar da Igreja nesse contexto? 

Paul: O lugar da Igreja é múltiplo, e parece que um desses papéis é o de formar cristãos e ajudá-los a se sentir seguros e confortáveis na sociedade.  Fazer entender o porquê de estarmos numa sociedade pluralista, secularizada e democrática. A Igreja serve de educadora para a formação do cidadão consciente de seus deveres, como também tem um papel político, o que não significa dizer que ela vai tomar conta dos partidos políticos. A Igreja também é o lugar da tranquilidade, da serenidade. Uma sociedade pluralista pode se perder por causa da opinião comum por não ter um direcionamento que permita enxergar as coisas com clareza e de estar consciente do que acontece na sociedade. Assim, não cair na armadilha do conformismo. E parece que a Igreja Católica pode assumir esse papel. As contradições bíblicas, como amar ao próximo e o estímulo ao senso da justiça e da solidariedade, se a Igreja não faz, quem fará? Justamente, se a sociedade não tem isso, corre o risco de cair no conformismo, no relativismo. A Igreja tem um papel difícil e essencial numa sociedade pluralista e democrática. E, portanto, que não deve perder seu tempo criticando essa mesma sociedade em que estamos vivendo.  

Boletim: Ao afirmar que a vida é exploração e injustiça, Nietzsche não estaria justificando um sistema social de opressão e de desigualdade? Como fundar, partindo dessa premissa, uma concepção da justiça, da lei e da ordem social que apresente alguma coerência? 

Paul: Não  é bom pegar essa fórmula para tentar desenvolver uma filosofia política. Isso não é o que Nietzsche faz. Ao falar de política, ele mostra o papel da lei, da organização social. Essa frase, portanto, expressa uma conotação metafísica. Ela critica uma filosofia otimista do progresso, do avanço de uma sociedade sem classe, da ideia de que a história possui sentido. Nietzsche, visto nesta frase provocante, está pedindo que observemos as coisas, que o que faz sucesso acaba sendo, sempre, a morte, ou a destruição das coisas. Nós mesmos podemos considerar que somos ‘seres para a morte’. Ele diz para ligarmos mais para a vida, porque ela é bela, mas, ao mesmo tempo, é cruel. E eu creio que nós temos uma tendência a estarmos sempre querendo esquecer esse seu lado cruel. Até porque, mesmo quando estamos querendo o bem do outro, podemos estar sendo crueis. Uma mãe pode amar tanto seu filho e, por isso sufocá-lo, correndo o risco de matá-lo sem querer. Acredito que, nesta frase, Nietzsche está nos alertando para sermos vigilantes. Para termos cuidado no que fazemos. Prestar atenção porque a vida nem sempre é fácil, ela também pode ser cruel. Será que nós somos capazes de suportar esta ideia?

Palestra sobre catadores de lixo diante das injustiças e preconceitos sociais emociona alunos
Por Rebeca Kramer

A palestra promovida pelo Centro de Ciências Biológicas e Saúde (CCBS), na noite desta sexta-feira (21), funcionou muito mais do que uma mera apresentação de um palestrante que domina o assunto do qual vai tratar. A sala 510 do bloco A tornou-se um palco. E a entrada do personagem principal emocionou a todos os presentes. Com a temática “O Impacto do meio ambiente com a destinação incorreta dos resíduos sólidos e a conscientização da separação do material reciclável do lixo orgânico”, o palestrante Sérgio Neves Barbosa trouxe à cena um artista sem nome: O indigente. 

Tudo aconteceu inesperadamente pelo público. Com a sala lotada, os alunos conversavam e se entretiam uns com os outros enquanto esperavam o início do evento. Até que, às 19h, a coordenadora do curso de Ciências Biológicas, professora Goretti Sônia iniciou o evento, mas logo passou a palavra para a professora Bereneuza Brasileiro. Na ocasião, Bereneuza comentou que o palestrante estaria em breve na sala de aula, que havia falado com ele pelo celular e que, provavelmente, àquela altura, ele já deveria estar tomando o elevador para subir. Repentinamente, a porta se abre. À medida que um olha para trás e demonstra uma reação diferenciada, o amigo que está perto e que percebe algo de estranho também se vira.  

Como em um efeito dominó, todos estavam observando, agora ao mesmo tempo, um homem “diferente” que adentrava aquela sala. E a professora Bereneuza falou: “Quem é o senhor que está entrando aqui? Não percebe que o auditório já está reservado? Logo mais será ministrada uma palestra!”. O homem pareceu não dar ouvidos ao comentário. E começou a emitir uma série de palavra, inicialmente inaudíveis aos que estavam mais distantes, mas que foram tornando-se mais claras à medida que o senhor esforçava-se para ser compreendido. 

Ele era moreno, magro, estatura mediana, tinha um saco plástico amarrado à cabeça, calças jeans velhas e rasgadas, carregava um saco e uma sacola maior cheio de coisas velhas. O homem parecia não tomar banho há muito tempo, embora não exalasse odores. Assim, a cor de sua pele havia escurecido mais do que a sua realidade biológica. Um curativo também enfeitava seus pés. “Quem era aquele indivíduo?”, todos se perguntavam. Uns riam ao pensar que era um ator chamado para participar do evento. Outros se mostravam amedrontados por haver um catador na mesma sala que eles. Apenas observavam atentamente a reação de qualquer pessoa que fizesse algum movimento diferenciado.  

“A gente vive a vida toda sem nem ter sido, sequer uma vez, considerado gente. A gente morre e é considerado indigente. Quando morremos, não levamos nem o nome”, afirmou o mendigo. E desabafou: “Ah, se nós tivéssemos um indigente no poder... Uns não viveriam sem ter nada. E eu penso aqui na minha cabeça: todos os lugares aonde eu vou com minha mulher e meu filho já tem dono, o povo levanta os vidros do carro quando a gente passa, o meu filho não vai à escola, é preciso viver pedindo um pouquinho aqui e ali”. E concluiu: “Não existe escola para indigente. Não existe lugar para indigente, porque não representamos nada para os outros”.

Em seguida, o senhor voltou o caminho percorrido ao longo do pequeno corredor que separava as duas fileiras de cadeiras da sala, abriu a porta e saiu. Ao final de suas palavras, pareciam todos compreender a situação. De fato, fazia parte da palestra aquilo tudo. Mas, não era de se esperar aquilo, por outro lado, não era de se esperar. Muito menos a emoção sentida, que pegou, a muitos, desprevenidos. 

Então, a professora Bereneuza colocou-se e chamou Jefferson de Andrade, morador da comunidade de Aguazinha, em Olinda. O jovem, que vive próximo ao lixão, falou sobre como era viver naquele ambiente. “Eu tinha três irmãos, dos quais um já é falecido. De todos eles, eu fui o único que pude estudar um pouquinho mais. Atualmente, já moramos em barracos melhores devido aos trabalhos desenvolvidos pela comunidade, que pega o lixo jogado fora no dia- a- dia das pessoas e converte em artesanato. E tudo que nós estamos conquistando é com muito esforço”, relatou. 

Dando continuidade ao evento, Bereneuza chamou, finalmente, o professor palestrante para falar. Ele era o mesmo catador fantasiado que havia saído há pouco da sala, que, na realidade, retirou todos os adereços pendurados de seu corpo. Mas, ainda com a calça rasgada, e o corpo pintado de negro, Sérgio Neves Barbosa iniciou sua fala redizendo as palavras do catador indigente.  

“Nenhum professor pode se ater, simplesmente, a questões técnicas na sala de aula. É preciso ensinar sensibilidade e fazer as pessoas entenderem que, diante da fome ou da dor, não existe status ou qualificação. E tudo que nós como professores temos é um universo em peso que influencia os outros. Tudo que a gente fala e faz tem reação concreta em alguém. Vamos comungar nossos conhecimentos?”, perguntou Sérgio.

“Eu desenvolvi um estudo chamado Fome Oculta e, junto com dois amigos, fui ao lixão na comunidade de Aguazinha, em Olinda, para descobrir como era a sobrevivência daquelas pessoas. Meus amigos não quiseram levar gravador, relógio nem nada, com medo de serem roubados. A primeira dificuldade que encontramos foi a própria montanha de lixo. Uma verdadeira estrada de tratores. Pessoas que o que encontravam ou colocavam num saco ou punham diretamente na boca. Naquele momento, as pessoas do lixão nos olhavam como se nós fôssemos os mendigos e não eles. Lembro-me que um amigo não aguentou o cheiro de podre, porque o gás que sobe é muito fedorento parece que, quanto mais quente, pior. Depois, o outro disse que ia inventar qualquer coisa pra colocar na pesquisa, que a ida àquele lixão já tinha sido mais do que o suficiente. Então, fiquei só”, disse. 

“Nas minhas andadas, decidi ir ao último barraco para coletar entrevistas. Queria dar uma palavrinha com a dona da casa. A senhora que, gentilmente, abriu a porta, pediu que eu pegasse uma daquelas latinhas de tinta para que me sentasse. Mas, antes que eu lhe entrevistasse, ela pediu que eu comesse junto a ela e aos filhos. As crianças tomavam sopa e, pensei, não podia negar o pedido. Afinal, ela iria dizer que eu só queria saber da sua vida triste de convivência com ratos e miséria, mas que não queria comer do que ela dava de melhor aos filhos. Por conseguinte, a senhora encheu uma latinha de doce vazia com sopa para que eu os acompanhasse. As crianças da mulher comiam extremamente rápido. Observei que a colher estava toda arranhada”, relatou.  

“Eu hesitei muito em comer, mas não podia fazer uma desfeita. Quando tomava, penosamente, aquele caldo amarronzado, percebi que as bolinhas que eu pensava ser massinhas de letrinhas, eram, na verdade, pedaços de papelão picados e a consistência do caldo que eu senti era da tinta usava para colorir o papelão. Quando percebi, me deu um sentimento de angústia, de incapacidade. Como me sentir vitorioso se não somos capazes de descobrir aquelas crianças? Tentei mostrar naturalidade. As palavras são feitas para enganar os sentimentos. Naquela ocasião, não a entrevistei. Pensei: Deus me livre voltar aqui!”, destacou.  

“Esse dia era um dia especial, porque era o almoço da ceia de Natal. Quando cheguei, meu pai estava me esperando. Corri para tomar banho. Nunca havia me esfregado tanto na minha vida. A gente não tem nojo só de sujeira. Temos nojo também das pessoas diferentes da gente. Afinal, quem perde tempo com indigente, palavra inventada pela sociedade para justificar a miséria? Que sentimento a gente retrata de um indigente? Naquele dia, em minha casa, com a mesa cheia de coisa, não consegui comer nada. Pessoas iguais à gente estavam comendo papelão, maquiando a comida para tentar sobreviver”, prosseguiu. 

“Passei a noite toda pensando nos catadores de lixo. Senti muita vergonha e isso fez com que, um dia após o reveillon, que sobra muita comida, eu levasse tudo ao lixão para dar aos catadores. A princípio, ninguém acreditou que pudesse ter comida naquele saco enorme. Mas, quando um deles se aproximou e constatou, os outros também foram se aproximando, na tentativa de comer um pouco também. Só que, com aquela muvuca, acabei saindo correndo, caindo e me machucando. Lembro-me  que, naquele dia, observei que havia uma porta de uma casa que dizia: terra sem Deus. Aquilo me tocou profundamente”, afirmou. 

“Voltando para casa, encontrei um amigo que, espantado com meu estado de sujeira, perguntou-me onde eu estava. E tentou me convencer de que eu estava com o pé sangrando porque tinha sido culpa daquele povo do lixão, mesmo eu tentando convencê-lo de que havia me machucado por mim mesmo. É assim que nós tentamos justificar o nosso medo. Medo de aceitar que há um problema. Mas, claro, que se você ama uma pessoa igual a você, então você está se amando. Então, por que se esforçar para amar um diferente? Para o meu amigo, era mais conveniente dizer que fui agredido pelos recicladores. Na realidade, a sociedade precisa fazer as diferenças se completarem no dia a dia”, expôs. 

“Nessa visita ao lixão, percebi que os catadores amarravam sacos plásticos aos pés decepados e todos com as mãos cortadas, carregavam sacos com vidros e seringas sem nenhum cuidado. E, então, pensei que eu tinha exatamente 8 pares de sapatos embaixo da minha cama. E o que eles tinham? Acontece que a gente quer carregar nas mãos mais do que a gente pode suportar. Quando nós tiramos toda nossas roupas e ficamos nus, aquilo que resta é tudo, de fato, o que nós temos. Além de nossa materialidade, o que temos, senão o que nós somos?”, indagou. 

“Certa vez, um delegado que sabia do meu trabalho com os catadores de Aguazinha, me chamou para tomar a decisão do que fazer com duas crianças: uma de sete, e outra de nove anos, que estavam detidas. Ele se referia a elas como dois marginais que um dia hão de assaltar minha casa, estuprar minhas irmãs e agredir minha família. Perguntou-me, curioso e sem entender muito bem, como eu arrumava tempo para aqueles marginais irrecuperáveis. Para ele, todos deveriam ir para Febem para serem mortos. Então, implorei por Deus que não o levassem, pois, me responsabilizaria por eles. E o fiz sem nem sequer procurar saber o motivo de eles estarem lá. Quando descobri, fiquei chocado: o que aconteceu foi o roubo de um pacote e meio de arroz, farinha, feijão e um saco de pães. Agora, a reflexão: Qual é a criança de sete e de nove anos que é irrecuperável?”, questionou-se.  

 “Nós, na verdade, pagamos policiais que representam nossa frieza do descomprometimento humano. Saí da delegacia com sentimento de vazio. Como minha incapacidade atingia inocentes. Qual o ladrão que apresenta o roubo com orgulho? O de sete anos veio falar comigo todo orgulhoso: Sérgio, olha o que eu comi, vou mostrar aos meninos. É tão gostoso! Como é o nome disso? E eu respondi: É danone. Na minha casa, meu sobrinho precisa receber danone no aviãozinho para querer tomá-lo. Há 22 anos, eu jamais imaginaria que alguém, como vocês estão fazendo aqui, agora, perderiam cinco minutos para ouvir a história dos indigentes”, emocionou-se. 

Uma vez, uns policiais bateram a porta da minha casa para que eu os acompanhasse. Quatro das nossas crianças que tinham acabado de aprender a ler mostraram que aquele lugar podia, ainda, ter solução. Naquele dia, para minha tristeza, apareceram mortas no lixão. Ao lado dos corpos: algodão, seringas e um cheiro insuportável de éter. Percebi também que os corpos delas estavam cheios de cortes e remendos. Aí me veio o policial para dizer que foi briga de gangues, pra mim que já estava lá há dez anos. Os meninos sofreram as injustiças de uma sociedade que prefere tirar a vida de quem elas consideram não ter valor para devolver a vida a um outro alguém que tem um lugar mais respeitado nessa socialmente”, observou.  

“Nesse tempo que estou no lixão, tento me voluntariar e tentar dar oportunidades e melhores condições de vida ao elaborar um trabalho de respeito junto aos catadores. Por exemplo, já construímos 535 barracos em Jacarezinho, embora seja difícil de fazer com que aquelas pessoas deixem de morar no lixo e passem a viver nos barracos. É difícil fazer com que elas se sintam cidadãs, assim, de repente”, contou. 

“Atualmente, em Aguazinha, não somos uma ONG, mas temos uma cooperativa de catadores. Todos juntam papelão, plástico, vidro e, no final do mês, compramos alimento de forma igualitária. Quem não conseguiu, por algum motivo de chuva ou doença, o outro da cooperativa irá cobrir. Mas, mesmo se organizando, é difícil. Uma vez, um dos catadores saiu já de noite para começar a apanhar lixo e, então, o perguntei por que havia ido trabalhar tão cedo. E ele me disse que era porque queria poder comprar dois reais de pães, mortadela e 50 centavos de manteiga. Então, ele me pediu para fazer os cálculos. Um quilo de papelão custa dois centavos. E me deu uma agonia de dizer que ele não poderia comprar nada daquilo”, recordou-se.  

“Precisamos ser justos na maneira de viver e no nosso comportamento. Todos poderiam facilitar o trabalho dessas pessoas e preservar o ambiente: distribuindo o lixo em lixeiras para conteúdo apropriado, como vidro, plástico, metal. Na própria escola, o papel poderia ser reciclado e servir de conscientização ambiental para os alunos. É o descompromisso com isso nesse momento, o professor amassou um copo descartável transformando-o em uma bolinha descartável-que justifica a situação da sociedade atual. Precisamos começar a reciclar dentro de nós”, concluiu.

Mestrado em Ciências da Linguagem irá promover palestra com professor norte-americano
Por Victor Bastos

O professor norte-americano da Universidade Santa Bárbara Charles Bazerman irá ministrar uma palestra nesta terça-feira (25), às 9h, no auditório do 3º andar do bloco G4. O tema da apresentação será “Organização Social, letramento e cognição”.

A palestra está sendo organizada pelo Mestrado em Ciências da Linguagem da Universidade Católica de Pernambuco. A entrada é gratuita.

Curso de Teologia realiza conferências e lançamentos de livros
Por André Amorim

O curso de Teologia da Universidade Católica de Pernambuco realizará, ao longo desta semana, conferências e lançamentos de livros.

Na noite desta terça-feira (25) às 18h30, no auditório do CTCH, 1º andar do bloco B, acontecerá o lançamento do livro escrito por ex-alunos do Mestrado em Ciências da Religião da Unicap, Mosaico religioso: faces do sagrado. O livro foi organizado pelo professor Vanderlei Lain e conta com uma apresentação feita pelo professor Gilbraz Aragão.

Doutor em Teologia e professor da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE-MG), João Batista Libânio, realizará, na noite de quarta-feira (26), às 19h, no auditório G1 da Unicap, a conferência “Fazer teologia a partir do contexto religioso brasileiro”. Nessa noite, também será realizado o lançamento do Tomo 1 do livro Rosto plural da fé: da ambiguidade religiosa ao discernimento do crer, obra escrita pelo Reitor da Católica, Padre Pedro Rubens.

Projeto Diálogos Culturais finaliza semana abordando o Underground
Por Rebeca Kramer

A série Diálogos Culturais, promovida pelo D.A de História da Universidade Católica de Pernambuco, trouxe diversas palestras sobre movimentos artísticos e sociais de Pernambuco, no período de 17 a 21 de agosto. Para finalizar a semana cultural, Camilo Maia, do Livrinho de Papel Finíssimo Editora; e Evandro Q, do grupo Monstro Amor e DJ da casa de shows Iraq, ministraram uma palestra, na noite desta sexta- feira (21), que abordou o tema Underground. Todos os eventos promovidos pelo Diálogos Culturais aconteceram no auditório do Centro de Teologia e Ciências Humanas (CTCH), localizado no 1º andar do bloco B. 

A Livrinho de Papel Finíssimo, coletivo editorial criado em 2007, vem-se dedicado a publicar trabalhos autorais, geralmente sem espaço nos meios estritamente comerciais ao produzir arte de forma alternativa e independente.  

A Monstro Amor, grupo Underground formado em 2007, visa à dinâmica sonora para a promoção da dança. Os músicos da banda são versáteis, curtindo do rock pesado às músicas experimentais, das raízes estéticas musicais ao free-jazz, das experiências acústicas às eletrônicas. Durante estes dois anos, Monstro Amor lançou o disco A Dança dos Pluricelulares Plebeus em Casamarela, com 14 faixas. O grupo é composto por Evandro Q, pelo Mago, pelo Grilo, pelo Romildo e pelo Robson Schizo. 

O Movimento Underground, a Cena Underground, ou, ainda, o Movimento de Contra Cultura, vem do inglês e significa subterrâneo. É uma expressão que designa um ambiente cultural que foge dos padrões comerciais, dos modismos e que está fora da mídia. Alguns dos movimentos caracterizados como Underground são o Rap, o Punk, o gótico e o Hardcore.

De acordo com Evandro Q, a cultura de resistência a qual o Underground representa, está vivo o tempo todo, só que enfrentando altos e baixos. “Acho incrível quando vem jornalista me perguntar se a contra cultura ainda existe. Ela existe, sim! Para fazer minha banda funcionar, faço os próprios discos, escolho o repertório, tenho o contato direto com os fãs e o controle da produção. Se entrei, é porque acredito. Ano que vem vamos partir pra nossa turnê na Europa”, relatou.

“O que será das subculturas vivendo dentro do Underground?”, questionou-se Evandro. E respondeu: “Ele fará sentido enquanto houver fôlego”.  Para ele, os músicos que participam do movimento não tem a intenção, o sentido de tudo atrelado ao estrelato ou ao sucesso. Quem faz música Underground, como comentou Camilo, quer exercitar, acima de tudo, a liberdade de expressão. “Sempre terá quem ouça, quem dialogue conosco. O Underground é uma ajuda mútua, é solidariedade”, destacou. “Quando a gente pensar nesse espaço como algo auto-sustentável, vai existir perna pra continuar fazendo o que de melhor nós sabemos fazer”, finalizou. 

Segundo Camilo, Recife é uma capital privilegiada por ter tantos estilos musicais e culturais diferenciados e, mesmo assim, os grupos serem capazes de se interrelacionarem respeitosamente. “A pluralidade do cenário local favorece a própria divulgação do Underground. Num show, por exemplo, onde várias bandas vão tocar, nossa música ali, naquele contexto, vai fazer, inclusive, com que pessoas que estiverem no show mesmo por outra banda, passe a ter acesso a nossa música e, quem sabe, gostar dela”, refletiu. Para o músico, os espaços vão poder coexistir se houve consciência. “Contracultura já é uma resposta ao que está sendo empurrado para nós”, observou.

Curso de Introdução ao Mundo Java terá sua segunda edição
Por Victor bastos

O curso de Introdução ao Mundo Java será promovido pela segunda vez. Após uma experiência satisfatória no primeiro semestre deste ano, os organizadores decidiram repetir a ideia. O curso será ministrado a partir desta terça-feira (25) pelo instrutor Misael Wanderley dos Santos Neto. As aulas irão ocorrer na sala 112 do bloco A, nas terças e quintas, das 16h30 às 18h20.

O curso de Introdução ao Mundo Java será oferecido a estudantes que estão entre o 1º e 4º períodos e que, ainda não tiveram a oportunidade de ter um contato maior com essa tecnologia. As inscrições são gratuitas.

Reitor lançará livro nesta quarta-feira
Por Thiago Cisneiros

O Reitor da Católica, Padre Pedro Rubens, lançará, nesta quarta-feira (26), o Tomo 1 da obra “O Rosto Plural da Fé: da ambiguidade religiosa ao discernimento do crer”, publicado pelas Edições Loyola. Na ocasião, um dos principais teólogos do país, João Batista Libânio, apresentará a palestra “Fazer Teologia a partir do contexto religioso brasileiro”. O evento será realizado a partir das 19h, no auditório G1 da Universidade, localizado no primeiro andar do bloco G.

O Tomo 1 de “O Rosto Plural da Fé” é o primeiro de três volumes do estudo (em tradução livre, Discernir a fé nos contextos religiosos ambíguos), defendido como tese de doutorado em Teologia no Centre Sévres, Facultes Jésuites de Paris. Na segunda parte do livro, intitulada “Apresentação da edição brasileira”, João Batista Libânio explica que a escolha pela divisão da obra deve-se a “razões didáticas e de facilitação de acesso a leitores diversificados”.

A publicação, que está distribuída em cinco partes, divididas em 18 capítulos e 199 páginas, procura permitir o discernimento teológico da situação religiosa. Para tanto, o Reitor, Padre Pedro Rubens, relaciona o catolicismo popular brasileiro a três fenômenos surgidos após a década de 1960: as comunidades eclesiais de base, a renovação carismática católica e o pentecostalismo nacional. “A minha intenção é oferecer um diagnóstico da complexidade da realidade religiosa no Brasil, sem fazer um julgamento, mas, sim, propondo a necessidade de um discernimento, com o reconhecimento dos valores das diversas experiências”, explica.

De acordo com o Padre Pedro Rubens, o livro fornece uma visão que destoa do senso comum sobre o contexto religioso. “As pessoas, normalmente, tratam essa questão da diversidade como um conflito de religiões. Eu estou abordando essas experiências pelos valores veiculados por elas, que não podem ser descartados, mas vistos como um fator de enriquecimento.”

No prefácio de “O Rosto Plural da Fé”, o teólogo alemão Christoph Theobald salienta a importância da obra para o estudo das religiões. Segundo ele, “a obra do jovem teólogo Pedro Rubens vem preencher uma grande lacuna, porque, embora ligado às aquisições da teologia da libertação dessa época (anos 1980), satisfaz às novas exigências que a diferenciação interna do contexto religioso e cultural do continente, em particular do Brasil, põe agora ao trabalho teológico”. No dia 3 de setembro, Christoph Theobald apresentará, na Católica, a palestra “O cristianismo como estilo: uma maneira de fazer teologia na pós-modernidade”. Confira os detalhes na reportagem “Teologia promove conferências em agosto”, de Rebeca Kramer.

A tese Discerner la foi dans dês contextes religieux ambigus, origem da obra “O Rosto Plural da Fé”, foi traduzida pelo coordenador do Grupo Hegel Unicap, Padre Paulo Meneses, que lançará o livro “Homilias na Unicap”, na próxima quarta-feira, na Católica. Saiba mais sobre o evento na matéria “Padre Paulo Meneses lança livro no dia 22 de julho”, de Tiago Cisneiros.

Nascido em vazantes, Doutor em Paris, Cidadão do Recife

Padre Pedro Rubens Ferreira Oliveira nasceu no município de Vazantes, no interior do Ceará, em 1961. Vinte anos depois, ingressou na Ordem dos Jesuítas, tendo sido ordenado presbítero em 1993. Cursou Filosofia (1985 a 1987) e Teologia (1990 a 1993) na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, localizada em Belo Horizonte, Minas Gerais. O diploma civil de Filosofia foi obtido em 1989, depois de estudar dois anos na Universidade Católica de Pernambuco.

De 1994 a 2002, Padre Pedro Rubens concluiu o mestrado e o doutorado em Teologia Fundamental nas Facultés Jésuites de Paris (Centre Sèvres). Entre 2002 e 2005, foi professor de Teologia Fundamental e Metodologia nos programas de Graduação, Mestrado e Doutorado da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Minas Gerais. Desde 17 de janeiro de 2006, ocupa os cargos de Reitor e professor do Mestrado em Ciências da Religião da Universidade Católica de Pernambuco. No último dia 19 de junho, recebeu o título de cidadão do Recife, em cerimônia realizada na Câmara Municipal.

Pró-reitor Acadêmico e ex-aluna de mestrado da Católica lançam livro na quarta-feira
Por Thiago Cisneiros

O livro “Linguagem e educação: diálogos de fronteira”, organizado pelo Pró-reitor Acadêmico da Católica, professor Junot Cornélio Matos, e pela ex-aluna do Mestrado em Ciências da Linguagem Shalimar Michele Gonçalves Silva, será lançado nesta quarta-feira (26), a partir das 18h, no Salão Receptivo da Universidade (primeiro andar do bloco G). A obra é resultado dos trabalhos desenvolvidos no laboratório “Linguagem, educação e organização sociocultural”, do Mestrado em Ciências da Linguagem.

Publicado pela editora Fasa, “Linguagem e educação: diálogos de fronteira” tem 334 páginas divididas em 20 capítulos temáticos, todos escritos por professores e ex-alunos do Mestrado da Católica. Entre os assuntos abordados, estão as educações matemática, inclusiva (sistema de Libras, por exemplo) e rural, o ensino de língua portuguesa, as relações entre educação e saúde, a produção de textos, a variedade linguística, a dinâmica de grupo e o papel educacional dos meios de comunicação. De acordo com o professor Junot Matos, o foco do projeto é “apresentar as diversas possibilidades de conjugação entre linguagem e educação”.

Primeira publicação do laboratório “Linguagem, educação e organização sociocultural”, o livro foi construído durante um ano de trabalhos e participações de professores e alunos do mestrado em eventos nacionais e internacionais. “Essa é a primeira tentativa de publicizar a nossa produção e, ao mesmo tempo, de manter os ex-alunos vinculados à pós-graduação”, explica o Pró-reitor Acadêmico da Católica. Com esse objetivo, na quarta-feira, também será lançado o edital para os interessados em participar do segundo livro da série, que preservará o mote da relação entre linguagem e educação.

Serviço

Lançamento do livro “Linguagem e educação: diálogos de fronteira” (Fasa Editora)

Quando: 26 de agosto, às 18h

Onde: Salão Receptivo da Católica (1o andar do bloco G)

Preço: R$ 25

Páginas: 334

Unicap lança Fórum de Formação Política
Por Victor Bastos

O curso de Serviço Social, em parceria com a Especialização em Ciência Política e o Núcleo Gilberto Freyre de Pesquisas Sociais, irá promover o primeiro encontro do Fórum de Formação Política. O evento acontecerá na próxima quinta-feira (27), às 19h, no bloco J da Universidade Católica de Pernambuco.

Esse primeiro encontro contará com a participação do Prof. Dr. Michel Zaidan. O intuito do Fórum de Formação Política é debater temas políticos abrangendo a Universidade de forma ampla, contribuindo assim para a formação política dos estudantes da Unicap. Os seminários serão realizados mensalmente. As próximas edições serão no dia 24 de setembro e 29 de outubro.

Madrigal fará show de encerramento de festival de coro
Por Thiago Cisneiros

O Madrigal Marlos Nobre apresentará o recital de encerramento do Festival de Coros do município de Moreno, na Região Metropolitana do Recife. O espetáculo será realizado no dia 28 de agosto, a partir das 19h, e terá, no repertório, composições sacras de Mozart, Bach, Gounod, Haydn e Händel, entre outros grandes nomes da música clássica internacional.

Intercâmbio 2010.1 está com inscrições abertas
Por Diego Ximenes

As inscrições já estão abertas para o Programa de Intercâmbio Estudantil da Universidade Católica de Pernambuco. Até o dia 28/08, os alunos interessados devem procurar a Pró-reitoria Comunitária da Católica, na sala 003, no térreo do bloco B para efetuar o cadastro.

Os documentos necessários são: duas fotos 3x4(com fundo branco), duas cartas de apresentação de dois professores, uma carta de intenção (particular) endereçada à Católica, uma carta de intenção (particular) endereçada à universidade anfitriã. Caso seja preciso, o aluno também deve trazer uma cópia do passaporte ou a cópia do certificado de idioma do país desejado.

São requisitos básicos para o estudante: Não possuir reprovação, ter coeficiente de rendimento do curso acima da nota sete, o aluno já ter cursado todas as disciplinas do 1° ciclo e conhecer o idioma da universidade anfitriã.

Informações pelo telefone: (81) 2119.4298 / 4146. Ou pelos e-mails: jessika@unicap.br / intercambio@unicap.br.

Abertas inscrições para cursos de extensão em Teologia Pastoral

O programa Universidade não tem idade, organizado pela Católica, está com novos minicursos para o segundo semestre de 2009 na área de Teologia Pastoral. As inscrições já podem ser feitas pelo site www.unicap.br ou na sala da Pró-reitoria Comunitária da Unicap, localizada no térreo do bloco B, no horário das 8h às 11h e das 14h às 16h. Os minicursos são voltados para pessoas engajadas nas comunidades cristãs. O objetivo de repassar os conhecimentos do campo epistemológico da Teologia Pastoral é o de promover a formação contínua daqueles que partilham da responsabilidade eclesial. Outras informações pelo telefone (81) 2119-4140. Confira a relação dos cursos oferecidos a partir de setembro:

CURSO

 VALOR DO INVESTIMENTO

DATA DE INÍCIO

Sacramentos: sinais de vida e de esperança

R$ 95,00 

02/09

Igreja: da construção de pedra à comunidade viva

R$ 95,00 

02/09

Liturgia: Teologia da Eucaristia

R$ 95,00 

03/09

Liturgia na vida: uma incursão na prática celebrativa

R$ 95,00

03/09

Nascimento do Cristianismo: evangelho de João

R$ 20,00 

26/09

A Reforma Protestante (séculos 16 ao 18): um resgate histórico

R$ 25,00 

12/09

Rosto plural da fé

R$ 55,00

18/09

A chegada do Protestantismo no Brasil (séculos 19 e 20): um resgate histórico

R$ 25,00

26/09

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 .: Outras Notícias :.

Grupo Hegel promove curso e lançamento de livro sobre a filosofia de Carl Schmitt

Bingo beneficente marcará o aniversário do Reitor

Palestra do professor Mozart Neves abrirá o Católica In 2009

Artigos de ex-alunos e professores do Mestrado em Psicologia serão reunidos em livro

Curso de Introdução à Filosofia para jornalistas vai se concentrar em temas contemporâneos

Católica promove Festival de Primavera em setembro

Unicap Jr. e a CDT promovem curso de ventilação mecânica não invasiva

Católica In recebe estudantes do Ensino Médio em setembro

Mestrado em Ciências da Religião promove seminários no 2º semestre

Curso de Biologia irá promover II Simpósio de Ciências Biológicas

Fé e Alegria promoverá oficina gratuita de maracatu de baque virado

Católica realizará Mostra Cinema e Religião em setembro

Teologia promove conferências em agosto

Instituto Cervantes oferece desconto para alunos e funcionários da Católica

Estão abertas inscrições para o 14º Ciso

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.: Edições Anteriores :.

21/08/2009 Católica premia jovens cientistas

20/08/2009 Prazo para matrículas em cursos de especialização termina nesta sexta-feira

19/08/2009 Começa nesta quinta-feira o Simpósio Nacional de Alvenaria Resistente

18/08/2009 Católica vai realizar Simpósio Nacional de Alvenaria Resistente nos dias 20 e 21

17/08/2009 Filósofo francês fará palestra na Católica nesta terça-feira

14/08/2009 Começa segunda-feira a 11ª Jornada de Iniciação Científica

13/08/2009 TRT homenageia 50 anos do curso de Direito da Católica nesta sexta-feira

12/08/2009 Curso de Teologia inicia conferências

11/08/2009 Dia da Esperança atrai milhares de pessoas ao Espaço Criança Esperança de Olinda

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Boletim Unicap

Expediente

EDIÇÃO: Paula Losada (1652-DRT/PE), Daniel França (3120-DRT/PE) e Elano Lorenzato (2781-DRT/PE)

REDAÇÃO e FOTOGRAFIA: Ana Luíza , André Amorim, Beatriz Lacerda, Diego Ximenes, Lílith Perboire, Rebeca Kramer, Tiago Cisneiros e Victor Bastos.

RELAÇÕES PÚBLICAS: Andreza de Paulo, Karoline Costa e Rodrigo Lyra.

PUBLICIDADE & WEB: Armindo Simão Filho e Maria Eduarda de Albuquerque.

PRODUÇÃO DE VÍDEO: Luca Pacheco.

DESIGNER: Java Araújo

WEBDESIGNER: Kiko Secchim, SJ.

CONTATO: Rua Afonso Pena, 179, Santo Amaro, CEP: 50050-130, Fone/Fax: (81) 2119-.4409 E-mail: assecom@unicap.br

Críticas e/ou sugestões, env ie um e-mail para a redação do Boletim UNICAP

O Boletim Unicap é distribuído exclusivamente para os alunos, ex-alunos, professores, funcionários, instituições de ensino superior e empresas de comunicação. Caso queira cancelar o recebimento desta publicação, ou alterar seu e-mail, escreva para

 

 
 
AGOSTO
 
 
Mestrado em Ciências da Religião promove seminários no 2º semestre
   
Fé e alegria promoverá oficina gratuita de maracatu de baque virado  
 
Curso de Biologia irá promover II Simpósio de Ciências Biológicas
 
Teologia promove conferências  
   
SETEMBRO  
   
 
   
 
   
Católica realizará Mostra de Cinema e Religião  
   
Unicap Jr. e a CDT promovem curso de ventilação mecânica não invasiva  
   
Unicap irá promover Semana da Pessoa Idosa  
 
       

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