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Recife, 09 de setembro de 2009 - Especial para o XIV Ciso

Conferência sobre desigualdade e injustiça social abre 14º Ciso na Fundaj
Rebeca Kramer e Tércio Amaral - Especial para o XIV Ciso

“O mapa desse Brasil, em vez das cores dos Estados, terá as cores das produções e dos trabalhos”. Lembrando da frase de Gilberto Freyre, do poema ‘Um outro Brasil vem aí’, o presidente da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Fernando Lyra, abriu na noite desta terça-feira (8) a cerimônia do 14º Encontro de Ciências Sociais do Norte e Nordeste (Ciso). A abertura do evento aconteceu no auditório Benício Dias, na sede Fundaj, em Casa Forte, e contou com a conferência de abertura que abordou o tema do encontro, “Desigualdade e justiça social: regiões, classes e identidades no mundo globalizado”. O palestrante foi o economista Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A conferência foi antecedida pela mesa-redonda da abertura oficial do evento. Os integrantes foram o presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Fernando Lyra; o reitor da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Walmar Correia de Andrade; o diretor em exercício da Diretoria de Pesquisas Sociais da Fundaj, Wilson Fusco; a coordenadora do curso de Serviço Social da Universidade Católica de Pernambuco, Maria Vitória Machado; o coordenador-geral do evento, Joanildo Burity, e o representante da Faculdade Marista, professor Rômulo Pinto. De acordo com Burity, o evento, que acontece a cada dois anos desde 1990, parece não abordar um tema novo, que é a desigualdade. Mas, quanto mais for discutido e quanto maior a persistência no debate, maior possibilidade haverá de um maior ritmo de enfrentamento. “Desigualdade não pode ser ligada somente a chaves econômicas. Existem injustiças culturais, ambientais, de gênero, desigualdades de raça e conflitos étnico-religiosos, ora potencializados pela sociedade, ora minimizados pelas políticas de lei”, comentou.

Segundo a professora Vitória, a importância do evento consiste no fato da discussão não do que é a desigualdade, mas quais facetas ela pode assumir na sociedade. “Queremos justiça social, pois a desigualdade, surgida pela relação capital e trabalho, combate-se com direitos”, afirmou. Na conferência, o presidente do Ipea Marcio Pochmann destrinchou em três fases os momentos de desigualdades pelas quais as sociedades do século 19 e 20 já passaram, até as condições atuais da civilização. Pochmann defendeu dois elementos importantes no processo de investigação das desigualdades: o reconhecimento da questão como um padrão de manifestação e o estudo da temática ao longo de três séculos de desigualdades em termos diferenciados. “Somente quando de fato reconhecidas é que se estabelecem medidas de enfrentamento”, expôs. “Vivemos vários padrões de desigualdade e entendemos que os instrumentos que temos hoje não são suficientes para uma efetiva solução”, complementou.

Segundo o economista, discutir diferenças até o final do século 19 era estar prisioneiro de dois princípios, que conduziam o sentido de desigualdade para um fenômeno da naturalidade. O princípio religioso, cujas diferenças entre os homens eram justificadas sob o ponto de vista divino. E, depois, o princípio científico de que havia uma incapacidade da economia de gerar produtos e bem estar a todos. A ideia, que tem como principal manifestador o estudioso Thomas Maltus, colocava o homem pobre como único e exclusivo culpado pela pobreza por procriarem além do limite. “A desigualdade era responsabilidade dos desiguais. Era, portanto, normal que a morte acontecesse pela fome”, afirmou.

O presidente do Ipea falou, especificamente, de uma sociedade agrária. Com a expectativa de vida não superior a 35 anos e com um estilo de vida bastante rudimentar, a mulher era vista como uma máquina de reprodução humana que teria, durante a vida, de 15 a 20 filhos. “A mulher fora de casa não existia. Desde que o ser humano saiu das árvores e passou a caminhar de forma bípede, a mulher tem a função de reprodutora e o homem, como era mais forte, da caça e da pesca”, disse. Na sociedade agrária, ainda, as pessoas trabalhavam exatamente no local de moradia, com possibilidade de expansão territorial baixa. Por conta disso, durante seus 35 anos de vida, teriam conhecido apenas cerca de 100 pessoas. O conhecimento, em suma, era passado de pai para filho. A sociedade, que era heterônoma, tinha suas crianças já no trabalho aos 5, 6 anos porque não havia escola, trabalhando por jornadas elevadas. Uma pessoa que começasse aos 5 anos e morresse aos 35 teria trabalhado 70% da vida. “O elemento de orientação laboral não é o relógio, mas a iluminação solar. A jornada ia de segunda a segunda. Viver era, fundamentalmente, trabalhar”, ressaltou.

Na sociedade urbano-industrial a expectativa já se aproxima aos 100 anos. O padrão se assenta no trabalho material e no esforço físico do ser humano. “Nesse momento, o homem perde a autonomia no ciclo do seu trabalho”, comentou. Nesse momento, segundo Pochmann, a família do século 20 torna-se diferente. As mulheres terão dois filhos e viverão 60 anos. O trabalho será para além daquele doméstico, tendendo a ser mais valorizadas. As famílias aparecem menores, no entanto, emerge uma crise de sociabilidade, na reprodução de valores. “Agora, o conhecimento deixará de ser transmitido pelos mais velhos, pois ele será padronizado. Haverá uma escala local de transmissão de valores comuns no interior dos espaços nacionais: a língua pátria, o hino”, destacou. De acordo com ele, nesse momento, o trabalho se torna difícil de ser executado desde cedo. As mães já não podem mais levar os filhos para o serviço, havendo, assim, uma distinção entre moradia e local de trabalho. “Os pais passam a chegar mais tarde em casa e a relação social recoloca-se como forma de desigualdade. Abandona-se a ideia das diferenças por justificações divinas e por fatores científicos”, observou. “Não há mais justificativas para a desigualdade”.

Rousseau mudou o discurso da desigualdade para o viés político e de responsabilidade do próprio homem, devido ao direito de apropriação de terra. Mas o homem também tem o poder de mudar sua história, como dizia Hegel. Na ocasião, o economista expôs as possibilidades de alteração dos padrões de desigualdade: pela revolução ou pelas reformas. “As reformas, diferentemente da revolução, visavam gerar condições menos desiguais de oportunidades e não modificar completamente”, salientou. “Os impostos, que oneram os ricos, deveriam ser utilizados para minimizar essas diferenças”. Na sociedade do século 21, a educação é colocada como o elemento básico para a possibilidade de concorrência e, a essa altura, pela primeira vez, torna-se possível a quem não tem posses, mas que cedeu uma parte do rendimento financeiro ao governo por meio do pagamento de tributos, ter direito a uma aposentadoria. O principal elemento de riqueza não é mais o material, passando a ser o imaterial, por meio da sociedade dos bens e serviços. “No Brasil, 70% dos empregos estão no setor terciário”, destacou.

De acordo com Pochmann, o trabalho imaterial pode ser realizado em qualquer lugar, não precisando, como na sociedade agrária, ser executado no local do trabalho. “Na sociedade de subsistência, precisava-se da terra. Na urbano-industrial, era preciso ter a fábrica. Agora, dorme-se com o trabalho, sonha-se com ele. A tecnologia está ligada ao homem de hoje, com as atividades laborais sendo realizadas nos locais para além dos ambientes de serviço”, contou. O economista chamou a atenção para o fato de que a educação, em certo momento, ser procurada somente até a juventude. Hoje, o conhecimento do século 21 segue com a pessoa ao longo da vida, não sendo mais estanque e utilitarista.

“Um engenheiro que passava seis anos na Universidade, saía do curso com o diploma e apto a desenvolver a atividade e depois não pegava mais num livro. Agora, as pessoas buscam cada vez mais se especializar para conquistar o seu espaço. Afinal, não há mais a certeza de emprego garantido”. Nesse momento, as pessoas executarão trabalho e estudo ao mesmo tempo e terão tão pouco tempo quanto as do período agrário tinham. “É humanamente impossível ter bons resultados”, opinou. “O que está em jogo é financiar a igualdade, quando os filhos dos ricos entram para o mercado de trabalho depois de várias especializações enquanto o filhos dos pobres precisam trabalhar imediatamente para se sustentar e ajudar a família”. E essa facilidade acontece porque, segundo Pochmann, a tendência será as pessoas terem somente um filho. “Já foi, inclusive, descoberto o espermatozóide de laboratório. As mulheres não precisarão sequer ter um pai para suas crianças”, afirmou.

“Como financiar o ingresso tardio ao mercado de trabalho?”, questionou, para responder em seguida: “Com a reformulação da tributação e da propriedade. Ele acrescentou que não há tempo livre para o lazer e o diálogo na sociedade contemporânea. As famílias, quando reunidas, ficam em silêncio em frente à televisão. “Conhecendo a realidade tal como se manifesta no Brasil é que poderemos transformá-la e, assim, reverter a constituição numa nova maioria política”, finalizou.

Depoimentos

Fernando Lyra – presidente da Fundaj
“É uma contribuição, é uma luta que vem desde Joaquim Nabuco, no século 19, para tentar os meios, os caminhos para solucionar o Apartheid em que nós vivemos. Espero que se encontre uma saída plausível para as regiões Norte e Nordeste, porque esse é um espaço privilegiado e sempre é hora de discutir as formas do progresso social”.

Vitória Machado – professora da Unicap
- Coordenadora do curso de Serviço Social da Católica

“A temática proposta é sempre atual. O Brasil vive essa desigualdade. A discussão de como ela passa pelo processo histórico é o norte de como podemos mudar essa realidade”.

“A Universidade Católica está de parabéns. Eu estou muito satisfeita como professora”.

Ana Hazin - pesquisadora
- Foi professora da Unicap por 25 anos.

- Pesquisadora da Fundaj, apresentou a obra “Estilo de Vida e Sociabilidade”.

- “Esse trabalho é o resultado de minha tese de Doutorado, defendida em 2006. Ele aborda o estilo de vida da classe média que tem uma segunda residência em Gravatá. Essa casa, como chamavam antigamente ‘casa de veraneio’, tem um forte significado: é um espaço aonde as famílias e os proprietários fogem da vida agitada dos centros urbanos”.

Cláudia Lima – aluna do Mestrado em Ciências da Religião da Unicap
- “Esse encontro é importante pela diversidade do tema e a troca de trabalhos científicos que estão sendo produzidos. Os contatos acadêmicos contribuem para a aquisição de novos conhecimentos”.

- Na ocasião, Claudia Lima ainda expôs o livro consagrado “Tachos e Panelas: historiografia da alimentação brasileira”.

Assessoria de Comunicação - Unicap

Novos padrões do campo de trabalho são tema de sessão no 14º Ciso
Tiago Cisneiros - Especial para o XIV Ciso

O Grupo de Trabalho 3 – “Trabalho, sindicato e políticas públicas na sociedade contemporânea” - do 14º Encontro de Ciências Sociais do Norte e Nordeste (Ciso) discutiu, na tarde desta quarta-feira (9), as novas configurações do trabalho caracterizadas pelos processos de flexibilização, precarização e informalização. Entre os assuntos abordados na sessão “Indicações de novos padrões de relações de trabalho”, estiveram a comparação entre as reformas nas relações trabalhistas de Brasil e México, as condições da indústria do vestuário em Toritama, no Agreste pernambucano, e a situação dos funcionários das empresas auto mobilísticas do Paraná.

Diante das mudanças no mundo do emprego ocorridas desde a década de 1980, têm sido ampliados os debates sobre a necessidade de reforma da legislação de relações trabalhistas no Brasil e no México. A discussão gira em torno de duas visões opostas: os defensores da desregulamentação, baseados na ideia de que a excessiva rigidez das normas impede o livre funcionamento dos mercados de trabalho, e os partidários de uma profunda reforma sindical, com o fortalecimento dos funcionários nas negociações sindicais. A pesquisa apresentada no 14º Ciso foi realizada pelo professor Wagner de Souza Leite Molina, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

O estudo “Condições de trabalho na indústria do vestuário: um estudo sobre Toritama”, realizado pelos pesquisadores Luís Campos, Darcilene Gomes, Valtemira Vasconcelos e Kallyne Moura, contempla as características das condições e relações de trabalho no município de Toritama, no Agreste de Pernambuco. A localidade é marcada por indicadores de desocupação muito baixos e, simultaneamente, por um altíssimo grau de informalidade e severos problemas ambientais.

A Fundaj promoveu, em 2008, uma pesquisa de campo para observar as condições de trabalho da população residente em Toritama ou das pessoas que se deslocam para aquela cidade. O coordenador do GT, professor Roberto Véras de Oliveira, da Universidade Federal de Campina Grande, que tem um projeto sobre o município, comentou: “Toritama tem um índice muito elevado de precariedade e informalidade. Diante do contexto mais geral e a tendência de flexibilização, é interessante analisar como esse processo implica em um cenário de tanta flexibilidade”.

A pesquisa “Trabalhadores, identidade social e ação coletiva na indústria automobilista do Paraná”, da professora da Universidade Federal do Paraná Maria Aparecida da Cruz Bridi, aborda a influência das transformações no âmbito do trabalho na construção da identidade da classe trabalhadora. O espaço de produção flexível e enxuta contribui para que os trabalhadores partilhem interesses que favoreçam a ação coletiva. No Paraná, os funcionários das empresas automobilísticas têm sido obrigados a enfrentar uma jornada de trabalho com muito mais de 40 horas semanais, devido ao comportamento das empresas em busca de maior produção.

No último momento da sessão, o coordenador do Grupo de Trabalho 3, professor Roberto Véras de Oliveira, promoveu um debate com os participantes e ouvintes sobre as temáticas abordadas.

Assessoria de Comunicação - Unicap 

Fóruns temáticos se destacam na programação do 14º Ciso
André Amorim - Especial para o XIV Ciso

Além das mesas redondas, a 14ª edição do Encontro de Ciências Sociais do Norte e Nordeste (Ciso) também está promovendo fóruns temáticos. Nesta segunda-feira (9), foi realizado, no auditório do Centro de Ensino de Graduação (Cegoe) da Universidade Federal Rural de Pernambuco, o fórum “Desigualdade regional, regulação pública e economia de mercado”.

A coordenação ficou a cargo da representante da Superintendência Nacional de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), Fernanda Ferrário, e teve a colaboração da professora da Universidade Federal de Pernambuco, Ana Cristina Fernandes, e do secretário do Ministério de Integração Nacional, Henrique Villa Costa.

A professora Ana Cristina realizou uma apresentação teórica da questão da desigualdade no sistema capitalista como um todo e, ao final, mostrou como a desigualdade se manifesta no cenário brasileiro. Já secretário do Ministério de Integração Nacional, Henrique Villa Costa, mostrou a política nacional de desenvolvimento regional, a importância desse instrumento e o papel do Estado na implementação desta política.

O auditório da reitoria da UFRPE também recebeu na manhã desta segunda-feira (9) o fórum “A política habitacional em disputa”. O encontro foi coordenado pelo representante da Fundação Visconde de Cairu, Raphael Cloux, e contou com a colaboração do professor da Universidade Federal do Piauí, Francisco Mesquita de Oliveira; da representante da União Nacional de Moradia Popular, Marli Aparecida Verzegnassi; e da enviada do Centro Dom Helder Câmara, Mércia Maria Alves da Silva.

Assessoria de Comunicação - Unicap

Primeira mesa-redonda do Ciso aborda os 60 anos da Fundaj
André Amorim - Especial para o XIV Ciso

Os 60 anos da Fundação Joaquim Nabuco foi o tema do primeiro debate do 14º Encontro de Ciências Sociais do Norte e Nordeste (Ciso). Intitulada de “A Fundação Joaquim Nabuco e o campo das ciências sociais no Brasil: linhagens, trajetórias e perspectivas”, a mesa redonda contou com a coordenação da pesquisadora da Fundaj Rita de Cássia Barbosa de Araújo, e com a colaboração da também pesquisadora da Fundaj Alexandrina Sobreira; do professor do departamento de Antropologia da Universidade Federal de Pernambuco Antônio Carlos Mota; e do professor da UFPE e primeiro estagiário da Fundaj Heraldo Souto Maior.

Alexandrina, primeira a falar, lembrou que completou 28 anos de trabalhos dedicados à Fundação nesta semana e falou sobre a importância das atividades realizadas pela Fundaj desde que foi criada por Gilberto Freyre. Além disso, Alexandrina destacou o pioneirismo, a interdisciplinaridade nos estudos realizados e as parcerias com a Superintendência Nacional de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e outros países. “Fomos os pioneiros na área de Ciências Políticas, quando criamos, em 1981, um departamento exclusivo para o assunto, o primeiro das regiões Norte e Nordeste”, disse.

A pesquisadora falou ainda da recente contratação de 30 novos pesquisadores, através de concurso público, e de que forma isso contribui com as novas pesquisas. “Essas contratações mostram o potencial que a Fundação tem para continuar a crescer e é bastante positiva porque junto com os novos pesquisadores chegam novos temas que fazem parte da atual agenda como a questão do meio ambiente e as questões de gênero”, explicou.

O pioneirismo da Fundaj também norteou as colocações do professor do departamento de Antropologia da UFPE Antônio Carlos Mota. Ele destacou as contribuições no campo das pesquisas do extinto departamento de Antropologia da Fundaj, que foi criado antes mesmo dos cursos de Antropologia nas universidades. Segundo ele, os seus principais eixos de pesquisa se constituiram do estudo das religiões afro-brasileiras e da cultura indígena.

O primeiro pesquisador bolsista do então Instituto Joaquim Nabuco, Heraldo Souto Maior, falou sobre as previsões pessimistas e comentários que surgiram na época da criação da Fundaj e destacou a importância de ter sido estagiário da Fundação. Além disso, falou também sobre as dificuldades que enfrentou no início do trabalho.

O Ciso é realizado há 20 anos e se consolidou como espaço de troca e intercâmbio interinstitucionais. O evento é realizado pela Fundaj em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Universidade Católica de Pernambuco e Faculdade Marista do Recife.

Assessoria de Comunicação - Unicap

Esquerda latino-americana é tema de mesa redonda do 14º Ciso
Daniel França - Especial para o XIV Ciso

“Pensamento de esquerda na América Latina: atualidade e perspectivas”. Esse foi o tema abordado pela 2ª mesa redonda do 14º Ciso, na manhã desta segunda-feira (9), no auditório do Centro de Ensino de Graduação (Cegoe) da Universidade Federal Rural de Pernambuco. O trabalho da mesa foi coordenado pelo professor da Rural, Délio Mendes, e contou com a colaboração do professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Josiais de Paula Jr., e do professor da Universidade Federal de Pernambuco, Michael Zaidan Filho. Entre os temas abordados pelos debatedores estiveram as tipologias de esquerda na América Latina, mais especificamente no Brasil, e os programas de esquerda na América Latina e a importância simbólica do processo iniciado por Hugo Chaves na Venezuela, a chamada Revolução Bolivariana.

Assessoria de Comunicação - Unicap

“Trabalho doméstico, reprodução das desigualdades e globalização” é tema de Fórum no 14º Ciso
Victor Bastos - Especial para o XIV Ciso

O tema “Trabalho doméstico, reprodução das desigualdades e globalização” foi debatido na manhã desta quarta-feira (09), na Sala de Seminários do Centro de Ensino de Graduação (CEGOE) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), das 11h às 12h30. O fórum foi coordenado pela professora da UFRPE Laura Susana Duque-Arrazola, pela professora da Universidade Federal Fluminense Hildete Pereira de Melo e pela representante do SOS Corpo, Maria Betânia de Melo Ávila.

Para a professora Laura Susana, é necessário que se situe em um contexto histórico para entender o trabalho e o emprego doméstico. “Tudo isso vem da colonização. Vivemos, hoje, em uma sociedade capitalista e patriarcal, onde existe uma distinção de classes e é racista”, explicou. Segundo ela, por isso o trabalho doméstico virou um campo de pesquisa.

Segundo Betânia Ávila, existe uma relação entre trabalho e emprego doméstico e que isso se reflete no salário. “Por uma questão cultural, o salário das empregadas domésticas é o pior salário pago às mulheres brasileiras”, explicou a professora Hildete de Melo.

Hildete de Melo abordou a relação entre produção e reprodução do trabalho doméstico. Para a professora da UFF, existe uma recriminação em vários campos da sociedade com esse serviço. “A legislação não abrange o trabalho doméstico e em pesquisas não é contado como dado para o Produto Interno Bruto, pois é tratado como a relação da esposa com o marido, por não ser remunerado. Até as prostitutas entram no PIB, pois é um trabalho pago”, disse.

A representante do SOS Corpo abordou o tema da globalização como uma reestruturação produtiva e citou as migrações de países e classes. Segundo ela, há casos de mulheres que saíram de seu país de origem para trabalhar como empregadas domésticas, como ocorreu com mulheres das Filipinas que foram morar na França. No Brasil, há um deslocamento do interior para os grandes centros para se garantir o emprego. De acordo com Maria Betânia, esta situação faz com que as relações com a família no interior se restrinjam a visitas esporádicas.

Fazer com que o trabalho doméstico deixe de ser apenas “uma doação, uma entrega” foi o principal ponto debatido. Segundo as coordenadoras do fórum, isso tem que ser uma conquista feminina, como resultado de uma resistência. “Temos que considerar como um trabalho de verdade, mas isso não acontece, pois vivemos em uma sociedade marcada pela troca de mercadorias”, afirmou a professora Laura Susana.

Na manhã desta quarta-feira ocorreu paralelamente, no auditório de Engenharia de Pesca, o fórum “A situação dos defensores de direitos humanos no Brasil no contexto da luta contra a violência”. O tema foi discutido pelos professores da Universidade Católica de Pernambuco, Jaime Benvenuto, da PUC do Rio de Janeiro, Daniel Aragão, e pelos representantes da CONARE, Renato Zerbini Ribeiro Leão, e do Movimento Nacional de Direitos Humanos de Pernambuco, Manoel Moraes.

Assessoria de Comunicação - Unicap

Mulher, corpo, igrejas, Estado: Quem manda?
Victor Bastos - Especial para o XIV Ciso

A 14ª edição do Ciso promoveu na manhã desta quarta-feira (09), na Sala de Seminários do CEGOE, das 9h às 10h30, a mesa redonda Mulher, corpo, igrejas, estado: Quem manda? A mesa foi comandada pelo coordenador do encontro, o pesquisador da Fundaj Joanildo Burity, a professora da Umesp Sandra Duarte de Souza, a professora da Unicap Janice Albuquerque, a representante do SOS Corpo Verônica Ferreira e a representante da Secretaria da Mulher, Amanda Scott.

A professora da Umesp, Sandra Duarte, enfatizou a dissonância entre os discursos oficiais religiosos e as práticas das pessoas religiosas. “Existe uma autonomia relativa do sujeito religioso, apesar das intervenções religiosas”, disse. Sandra ressaltou a legitimidade do Estado. Segundo ela, as decisões estatais passam pelo crivo da religião. “No Rio de Janeiro há o Sindicato dos Advogados Católicos, assim como já vi um de espíritas, onde estudam o caso de acordo com a religião. Com isso, podemos perceber que existe essa interferência”, explicou.

A representante da Secretaria da Mulher, Amanda Scott, levantou questões estatísticas na sua apresentação. De acordo com ela, a participação do Estado vem se tornando cada vez mais importante na mudança da mulher na sociedade. “Historicamente o homem é quem manda e a educação religiosa reprime, pois a mulher não tem direito ao corpo. A igreja manda na mulher e no corpo. O estado laico é que vem mudando isso, principalmente após os movimentos feministas”, afirmou.

Assessoria de Comunicação - Unicap

Democracia: novos e velhos desafios em debate na manhã do 14º Ciso
Victor Bastos especial para o XIV Ciso

A mesa-redonda Democracia: velhos e novos desafios ocorreu na manhã desta quarta-feira (09), das 9h às 10h30, no auditório de Engenharia de Pesca da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). O trabalho da mesa foi realizado pelos professores Luis Felipe Miguel (UnB), Assis Brandão (UFPE), Gabriel Eduardo Vitullo (UFRN) e Flávia Birolli (UnB).

O professor da Universidade Federal de Pernambuco, Assis Brandão, falou sobre os vários tipos de procedimentos democráticos. Teorias de filósofos políticos como Norberto Bobbio e John Stuart Mill foram discutidas. “A teoria de Bobbio e Mill é uma teoria desenvolvimentista, é uma concepção ética da democracia”, afirmou.

Assis Brandão fez comparações entre a democracia desenvolvimentista e procedimentalista. Segundo ele, o procedimentalismo é uma concepção elitista. “Nessa teoria, o meio é desprovido de fins”, citou. O professor finalizou sua participação na mesa redonda com uma frase que decorre da influência dos procedimentos democráticos. “Nós queríamos mudar o mundo, mas o mundo que nos mudou”, explicou o professor.

Assessoria de Comunicação - Unicap

Recife, 09 de setembro de 2009 - Ano 8

Fórum Inter-religioso promove encontro sobre a fé judaica
Tiago Cisneiros
Assessoria de Comunicação - Unicap

O Fórum Inter-religioso da Católica promove, no dia 14 de setembro (segunda-feira), um encontro sobre o Judaísmo, a mais antiga entre as três principais religiões monoteístas. O debate será realizado a partir das 17h, no auditório do Centro de Teologia e Ciências Humanas (CTCH) da Universidade, localizado no primeiro andar do bloco B. A entrada é gratuita.

Organizado pelo Mestrado em Ciências da Religião, o Fórum Inter-religioso debate, uma vez por mês, as características e elementos das crenças presentes na sociedade brasileira. A cada encontro, um representante da religião escolhida explica a visão de mundo dos seguidores e responde às dúvidas dos ouvintes. Nos próximos meses, o Fórum abordará o funcionamento da Igreja Batista (19 de outubro) e do Islamismo (9 de novembro).

As informações sobre o projeto estão disponíveis no site www.unicap.br/observatorio ou pelo telefone (81) 2119 4171.

Teologia promove conferência
Rebeca Kramer
Assessoria de Comunicação - Unicap

O curso de Teologia da Universidade Católica de Pernambuco irá promover conferência sobre o ensino religioso nas escolas, dia 21, às 18h30. Mais informações pelo fone 2119.4090. Confira a programação: O ensino religioso nas escolas: desafios e perspectivas Conferencista: Maria Inês Carnioto, paulina autora de livros sobre o assunto Dia 21 de setembro (sexta-feira), às 18h30

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