SEMANA DE ESTUDOS JOSÉ COMBLIN

SEMANA DE ESTUDOS JOSÉ COMBLIN
“Religiões, identidades e diálogos: perspectivas a partir do teólogo José Comblin”
RECIFE, UNICAP, 3 A 5 DE SETEMBRO DE 2014

 

jose_comblinHá grupos de estudo sobre o pensamento do padre José Comblin em várias Universidades e Comunidades. No Nordeste brasileiro, esses grupos já se reuniram por três vezes na Universidade Federal da Paraíba e aí, em João Pessoa, na III Semana de Teologia José Comblin, em 2013, discutiu-se a possibilidade desse evento se multiplicar por outros centros acadêmicos nordestinos, sobretudo em Recife e Fortaleza. A UNICAP assumiu o desafio e convida os estudiosos da religião para uma Semana de Estudos sobre a teologia socialmente engajada de Comblin, em setembro de 2014.

Com efeito, desde 2013, o Núcleo de Estudos José Comblin reúne na Universidade Católica de Pernambuco as pessoas interessadas na reflexão crítica sobre o pensamento desse grande teólogo e na reflexão sobre a missão cristã no mundo, tomando por base as ideias e o testemunho do Padre Comblin. Ele deixou na UNICAP não apenas a sua grande biblioteca, mas também muitos amigos, com a tarefa de continuar semeando uma espiritualidade libertária e compromissada.

Por isso, o Programa de Pós-graduação em Ciências da Religião da Católica de Pernambuco abriu no “Grupo de Pesquisa Religiões, Identidades e Diálogos”, registrado no CNPQ, uma linha de pesquisa sobre o Pensamento de José Comblin. Esse Grupo, partindo da constatação da complexidade de performances do cenário religioso atual, propõe-se a analisar os deslocamentos religiosos, dando ênfase às várias tentativas de configuração de diálogo inter-religioso, bem como às novas gramáticas constitutivas das identidades religiosas.

Com essa linha de pesquisa sobre o Pensamento do Padre Comblin, que estrutura o Núcleo de Estudos que leva o seu nome, especial destaque tem se dado à colaboração da sua teologia e da sua história para a reflexão sobre as identidades e alteridades que as religiões promovem. A Semana de Estudos na UNICAP, então, servirá para o compartilhamento desses estudos e pesquisas com pensadores de outras regiões e especialidades.

 

Veja a programação e faça a sua inscrição por aqui.

Veja aqui a preparação para o evento no Face.

 

COMEÇAM OS ESTUDOS DO NÚCLEO COMBLIN

O Núcleo de Estudos José Comblin reúne na Universidade Católica de Pernambuco as pessoas interessadas na reflexão crítica sobre o pensamento desse grande teólogo e na reflexão sobre a missão cristã no mundo, tomando por base as ideias e o testemunho do Padre Comblin (saiba mais por aqui).
Nesta quarta (25/09) ocorreu o primeiro encontro do Núcleo, com apresentações dos participantes e das suas expectativas, visualização das obras de Comblin e discussão dos objetivos do projeto. Foram recolhidas três propostas de encaminhamentos dos estudos:
  • organização de glossário temático sobre o pensamento de Comblin, a começar pelo verbete Religião
  • redação de uma síntese do seu livro póstumo, costurando as suas diversas versões por unidades temáticas
  • levantamento da evolução do pensamento do Padre José a partir dos seus artigos na REB
Foi distribuído um texto com citações do livro O Espírito Santo e a tradição de Jesus, que servirá de mote para o começo da próxima reunião, dia 30 de outubro às 17h no laboratório do Mestrado em Ciências da Religião. Nessa reunião se decidirá a melhor proposta de encaminhamento e serão distribuídas as tarefas de estudo.
O grupo presente está na expectativa de que o Simpósio do Grupo de Pesquisa Religiões, Identidades e Diálogos, no dia 1º de novembro, na UNICAP, discuta o pensamento de Comblin e resulte em uma publicação. Foi anunciado também que está sendo montado o laboratório de história para prosseguimento da digitalização/disponibilização dos arquivos pessoais de Comblin.
O grupo também se articulou para participar da III Semana Teológica Pe. José Comblin, que terá lugar no auditório do Centro de Educação da UFPB, em João Pessoa, de 22 a 24 de outubro (veja a programação por aqui). O tema geral será “O Espírito Santo e a Missão: o Profetismo das Juventudes”, e o evento é promovido pelo movimento Kairós-Nós também somos Igreja, Livraria Paulinas, Núcleo de Cidadania e DH e Setor de Comunicação da UFPB e Grupo Igreja dos Pobres. Uma das propostas que levamos é que essa Semana circule também pelo Recife e por Fortaleza.

ROMARIA MISSIONÁRIA

ROMARIA MISSIONÁRIA COMBLIN-IBIAPINA
SOLÂNEA – PARAÍBA

15 a 17 de Março de 2013

Aproveitando a ocasião em que celebramos os 90 anos de nascimento de padre José Comblin, pensamos em realizar um grande encontro de todos os que fizeram e fazem as Escolas de Formação Missionária por ele fundadas. Estendemos o convite a todos aqueles que beberam nessas fontes e se sentiram inspirados pelo seu testemunho e pelos seus ensinamentos. Sua presença alegrará o nosso coração!Assim, é com grande alegria que anunciamos a 1ª Romaria Missionária. Será nos dias 15 a 17 de março e 2013, no Santuário Padre Ibiapina, Arara/Solânea, Paraíba.

Padre José dizia: “Padre Ibiapina foi sem dúvida o maior missionário do interior do Nordeste. O maior pelas viagens missionárias que fez por cinco estados do país, evangelizando a população sertaneja. Maior pela quantidade das obras que deixou. O maior pela originalidade do seu método missionário. O maior pela concordância e pela sintonia que soube criar entre a sua pregação e alma do povo do interior nordestino.

José Antônio Maria Pereira Ibiapina nasceu em Sobral, Ceará, no dia 5 de agosto de 1806. Era filho de um tabelião que logo se instalou em Icó, mas morreu no intento de revolução em 1824. Ibiapina entrou um tempo no seminário de Olinda, mas não ficou e se inscreveu na primeira turma da nova faculdade de direito de Olinda, em 1828. Bacharel, foi nomeado juiz em Quixeramobim, em 1834. Foi deputado na assembleia nacional. Em 1837 não renovou o mandato e foi morar no Recife, onde atuou como advogado defensor dos injustiçados.

Ordenou-se em 1853, no Recife. Foi nomeado vigário geral, provedor da diocese e professor no seminário. Pouco tempo depois, deixou tudo isso para se dedicar ao sertão de Pernambuco, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte. Percorreu os sertões como missionário, pregando, construindo açudes, cemitérios e as chamadas “Casas de Caridade”. Para manter essas casas, fundou as “irmãs (leigas) da caridade”. No final de sua vida, doente e incapacitado de andar, recolheu-se na casa de caridade de Santa Fé, em Arara, na Paraíba, onde morreu no dia 19 de fevereiro de 1883. Tinha sido como o patriarca do sertão, conselheiro de todos, reunindo o povo para obras comunitárias. Foi acusado de instigar o povo para a revolução. A polícia um dia foi prendê-lo, mas não se atreveu, por medo do povo”.

Padre José contribuiu muito para recuperar o modelo desse grande missionário e foi sepultado ao lado do padre-mestre Ibiapina. Por isso, nada melhor para nós, romeiros missionários, renovar nessas fontes tão inspiradoras, o nosso vigor e ardor para seguir na Missão evangelizadora entre o povo nordestino!

Todos nós experimentamos o quanto o nosso querido e saudoso padre José transformou nossas vidas, mostrando-nos o Caminho de Jesus, com tanta fé e amor. Ele foi um Profeta nos tempos atuais. Sonhava com uma Igreja mais próxima do Evangelho: mais humana, mais acolhedora, mais presente! Uma Igreja fiel a Jesus! Ele nos conclama: “Hoje em dia, diante da arrogância da nova cristandade que está se instalando, mais do que nunca a palavra deve levantar-se para lembrar a opção pelos pobres que hoje são os excluídos”. Sua vida sempre teve uma direção muito clara: a valorização dos pobres como sujeitos de uma nova sociedade.

Sabemos que a memória se alimenta pelo testemunho de pessoas que assimilaram seus ensinamentos. Ao fazer essa memória queremos renovar o vigor de nossa presença no mundo de hoje, especialmente entre os pobres, com seus desafios e apelos. Queremos crescer na consciência missionária como Igreja – Povo de Deus!

Querido irmão, querida irmã, desde já seja muito bem vindo, muito bem vinda! Para todos nós o padre José Comblin é um modelo de Fé a ser seguido! Queremos consolidar o seu exemplo e a sua memória. Certamente a Romaria dos Missionários a Santa Fé, em março de 2013, será um momento forte dessa consolidação! Por favor, confirme a sua participação e/ou a relação dos participantes de sua delegação até o dia 15 de fevereiro de 2013.

Articulação das Escolas de Formação Missionária
Contato: Monica Muggler (74)9968 1325, (83)9607 5529

Acesse aqui o site do Memorial José Comblin
Veja aqui testemunho sobre Comblin por Maria Clara
Saiba mais aqui no blog quem é José Comblin

COMBLIN E O ESPÍRITO SANTO

COMBLIN, José.
O Espírito Santo e a Tradição de Jesus.
São Paulo: Editora Nhanduti, 2012.

“Como a sinfonia inacabada de outros gênios, assim ficou a última obra de José Comblin, padre e doutor em teologia. Um dia, perguntado sobre qual de seus livros considerava o melhor respondeu: Este que estou escrevendo! Afirmava-o sem hesitação, talvez pressentisse ser sua última obra. Mas também porque desejava completar o conjunto de suas obras sobre o Espírito Santo. Quis o destino que não terminasse. Deus veio buscá-lo sem avisos prévios nem delongas. Sua jornada estava cumprida. Sua obra restou inconclusa. Ficou como último presente de seu vasto testamento: provocante, polêmica, eivada de profundo amor a Jesus e à Igreja! Desejava vê-la – a sua Igreja – mensageira, coerente, fiel, seguidora da Tradição de Jesus. José Comblin sempre foi um homem de Igreja, por isso provocava-a à fidelidade evangélica. Queria vê-la livre do peso dos séculos que agregaram tanta coisa que ofuscava a imagem verdadeira de Jesus e desviava da revelação do Pai.

O objeto do seu derradeiro escrito não é um tema novo. Pelo contrário, ao longo de seus escritos, assim como em diversas conferências posteriormente transcritas, ele abordava de uma forma ou de outra os temas que agora apresenta de forma mais incisiva, na perspectiva da fidelidade à tradição de Jesus. A novidade está na clareza da distinção que faz entre o Evangelho e a Religião. Entre a tradição de Jesus e a tradição religiosa. O que é transmitido pelo Evangelho e pelos Atos dos Apóstolos, e o que foi construído a partir das interpretações ao longo dos séculos e sistematizado em doutrinas e ensinamentos da Igreja. Nesta obra, ele quis ir mais longe. Ele explicita de modo incisivo, certamente incômodo e desconfortável para alguns, tudo o que foge à verdadeira tradição de Jesus. – Como vamos transmitir a mensagem de Jesus, se o que é ensinado é uma doutrina elaborada posteriormente, marcada pela cultura e realidade, pelos impasses e desafios das épocas seguintes? Inquiria ele. José Comblin parte da constatação da necessidade de elaborar uma nova Teologia e chega ao essencial que é a transmissão da verdadeira Tradição de Jesus pela ação do Espírito Santo na sua Igreja, conforme a sucessão dos títulos que foi dando às distintas redações.

É preciso voltar a Jesus, ao Evangelho. Deixar de lado tudo o que foi acrescentado. É preciso voltar a ser livre. Livres para seguir Jesus Cristo, e não os seguidores de Jesus e o que a Igreja construiu em torno de Jesus. E será tarefa do Espírito interpretar ou atualizar para cada época e cada situação a mensagem e os atos de Jesus, inspirar o agir, o ensinar e o transmitir para cada tempo. (…) As quatro redações da sua OBRA maior diferem em parte, repetem-se em alguns pontos e se completam. Cada uma delas tem sua novidade que não se repete da mesma forma na outra. Daí a dificuldade de optar por uma e outra, até porque todas, em maior ou menor parte, estão incompletas. Gostaríamos que todas fossem publicadas na íntegra e simultaneamente, em um ou mais volumes, a critério da editora. Sabemos que encarece o custo final do livro. Mas é a obra final de sua vida…

Hoje talvez muitos não entenderão, ou irão considerar exagero suas colocações. Ele, porém, descortinava horizontes muito além dos nossos. Ao leitor caberá comparar, pesquisar, fazer a síntese e seguir o diálogo com ele. Quem sabe, mais adiante alguns teólogos/as poderão fazer uma edição crítica desta sua obra, na qual constam as suas intuições acerca do porvir da Igreja e do cristianismo. A publicação simultânea e conjunta das quatro redações permitiria descobrir a evolução do pensamento deste teólogo de profunda honestidade intelectual e rara criatividade em termos de proposições. Pensamos entre amigos que a publicação deveria começar pela apresentação da 5ª redação, pois é a primeira vez que Comblin faz uma auto-apresentação em seus escritos. Ela é bem elucidativa de sua maneira de pensar e escrever, oferecendo uma chave de leitura para as demais redações. Assim a última redação – a mais curta de todas – viria primeiro. No restante, seguiremos a ordem cronológica.

(…) Eis aí a sua obra qual sinfonia inacabada. Você, José Comblin, a deixou inacabada porque terminou a sua Jornada terrestre. Que nós não a deixemos inacabada por abandono do Caminho! Obrigada, José Comblin, pelo seu legado. Você nos entrega a missão de levar adiante a Tradição de Jesus, como discípulos e missionários. Obrigada pelo seu exemplo de discípulo LIVRE, FIEL e PERSEVERANTE! Obrigada pela sua cumplicidade com o ESPÍRITO na transmissão da TRADIÇAO de JESUS!” (Monica Maria Muggler).

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CONTRIBUIÇÕES DE COMBLIN NA SEMANA TEOLÓGICA

Uma delegação do nosso Mestrado em Ciências da Religião da UNICAP, composta pelo professor Gilbraz Aragão e os nossos mestres e mestrandos José Sebastião, Paulo Cesar, Valter Avellar e Artur Tavares, está partindo pra UFPB, para participar da Semana Teológica sobre Comblin. Quem dá notícia do evento é Natasha Pitts, jornalista da Adital:

Começa hoje (12) e vai até sexta-feira, a II Semana Teológica Padre José Comblin, com o tema “O legado da Teologia da Libertação e a contribuição de José Comblin”. O evento, gratuito e aberto ao público, vai acontecer na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa, com a intenção de perpetuar as obras e a memória desse expoente da Teologia da Libertação, que morreu aos 88 anos no ano passado, e ficou conhecido como o “profeta da Igreja dos Pobres”.

“A primeira Semana Teológica foi realizada após a morte do padre José Comblin [em março de 2011], pois nós queríamos perpetuar sua memória e de outros profetas com a mesma linha de pensamento. Para este ano, nós decidimos realizar uma Semana mais ampla que abordasse temáticas como o pós-Concílio no Nordeste e novos desafios para o Cristianismo”, explicou João Fragoso, integrante do Grupo Kairós, responsável pela Semana Teológica.

(…) O integrante do Grupo Kairós acrescenta ainda que a II Semana Teológica quer deixar uma contribuição concreta para os/as participantes, no sentido de fazê-los acordar. “Este evento quer ajudar a despertar uma consciência de que o povo é sujeito de sua história e que as mudanças almejadas têm que vir por meio de nós. Não podemos esperar mais que estas transformações venham com as atitudes das autoridades. Já passamos deste tempo de esperar”, ressalta.

São esperados alunos e professores da universidade, atores sociais comprometidos com os movimentos populares e grupos de outras denominações religiosas também comprometidas com estes movimentos. (…) A programação acontecerá no Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) da UFPB. As conferências serão realizadas sempre das 19 às 21h, no auditório 411. A conferência que abre a II Semana é “O pós-Concílio no Nordeste: a contribuição da Teologia da Enxada, na perspectiva da missão e da libertação”, com a participação do professor Eduardo Hoornaert (UFBA) e dos debatedores Mônica Muggler e Pastor Luciano.

Na quinta-feira, a programação inicia às 8h com três oficinas de teologia: “Memória das experiências da Igreja na Base no Nordeste”; “Teologia testemunhal no Nordeste: novos desafios, novos sujeitos”; e “Novos desafios para o Cristianismo: a contribuição de Pe. José Comblin”. À noite, a conferência tem como tema “A Teologia da Libertação numa perspectiva ameríndia”. Estarão presentes o professor Agenor Brighenti (PUC/PR) e os debatedores Ermanno Allegri, diretor da Agência de Informação Frei Tito para América Latina, e Josenildo Francisco de Lima.

João Fragoso aponta que as oficinas estão entre os momentos mais importantes da programação. “Acredito que as oficinas vão gerar um material muito bom, pois com a participação de movimentos populares, CEBs, pastorais, será possível ver quais são as verdadeiras experiências do Nordeste”, diz. No último dia, haverá pela manhã a plenária das três oficinas. À tarde acontece o Encontro dos Jovens Teólogos do Nordeste e pela noite o evento encerra com a conferência “Por uma Teologia testemunhal a serviço da humanidade”, que terá a participação do professor Luiz Carlos Susin (PUC/RS) e dos debatedores João Batista Magalhães e Irmã Conceição.

O evento está sendo promovido pelo Grupo Kairós – Nós Também Somos Igreja e apoiado pelo Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos da UFPB; Igreja dos Pobres; Pastoral Presbiteral; Livraria Paulinas e Adital. Para mais informações sobre o evento, ligue para (83) 3241-5636.

Mais no blog:
Quem é José Comblin
Excursão ao pensamento de Comblin
Biblioteca de Comblin na Unicap

QUEM É JOSÉ COMBLIN?!

O PADRE JOSÉ DOS POBRES

As escolhas que ele fez,
não lhe deram um reinado,
mas lhe deram lucidez:
um irmão ao nosso lado!

Sem temor da releitura,
com o olhar que vai lá dentro,
elegeu sempre a procura
e entendeu Quem é que é o Centro!

O seu longo aprendizado
não foi só de academia.
Nem ficou daquele lado.
Junto aos pobres, sua alegria!

Descobriu que a liberdade
é o presente que humaniza.
Sempre em busca da verdade,
foi suor, bem mais que brisa.

No poder, fosse qual fosse,
suspeitou uma impostura:
pois o Mestre, firme e doce,
foi perdão, paz e bravura!

Não poupava a Instituição
que, chamada a ser serviço,
trai a fé, na contramão,
com o olhar um tanto omisso.

Sim, ao Reino deu seu brio,
não às púrpuras e às palmas!
Entendeu que o desafio
é o humano: corpos e almas!

É no grito do pequeno
que de Deus se escuta a voz:
pois é ali que se faz pleno
o que o céu pede de nós!
(J. Thomaz Filho)

Com patrocínio do Programa de Cooperação Acadêmica sobre Religiosidade Popular e Poder no Nordeste, coordenado no Recife pelo professor Luiz Carlos Marques, um grupo de 13 professores, estudantes e ex-estudantes do Mestrado em Ciências da Religião da Unicap realizou neste final de semana, 25 e 26 de agosto, uma excursão a Santa Fé, na Paraíba, em busca da memória de José Comblin. Participaram da animada e proveitosa excursão acadêmica: Carlos Vieira, Karina Bezerra, Paulo César Pereira, Walter Amaral, Mariano Vicente, Drance Elias, Wilson Jansen, Gilbraz Aragão, Luiz Carlos Marques, Newton Cabral, Zuleica Campos, Maria do Rosário Catão e Abraão Silva.

A programação constou de visita ao Santuário do Padre Ibiapina em Santa Fé, Solânea, Paraíba, onde estão o túmulo e o Memorial do Padre José Comblin – que se dizia inspirado na sua missão evangelizadora pelo grande peregrino e construtor de Casas de Caridade, que foi Ibiapina (1806-1883). Tivemos uma conversa gostosa com a comunidade e a irmã Monica Muggler, companheira de Comblin, sobre a Pessoa e o Pensamento do padre José, além de uma discussão sobre os rumos das Religiões Populares – que constituíam temática de predileção de Comblin, junto com a questão da Liberdade do Espírito. Em pauta também a criação de um Núcleo de Estudos sobre José Comblin na Unicap, que é herdeira da sua biblioteca pessoal.

José Comblin (1923-2011) continua sendo uma figura simbólica para muitos cristãos e cidadãos espalhados pelo mundo e, sobretudo, na América Latina e no Nordeste brasileiro. Nele, reconhecemos um dos teólogos da aurora da Teologia da Libertação – de modo especial da Teologia da Enxada – com uma produção privilegiada, seja quanto à qualidade, seja quanto ao seu incansável ritmo de produção, destacando-se a publicação, até o final de sua vida, de centenas de artigos e mais de setenta livros. Comblin se mostrou um apaixonado da causa libertária dos pobres, na perspectiva do seguimento de Jesus. Por eles e com eles viveu e morreu, sempre educando para uma esperança militante.

Tornou-se conhecido como missionário e profeta, famoso por incomodar e desinstalar, por denunciar o culto religioso e pregar a memória de Jesus Cristo, apontando as mazelas e armadilhas dos poderosos e das instituições, e, ao mesmo tempo, lembrando que a “esperança dos pobres vive”. Um intelectual de inteligência privilegiada, dotado de profunda erudição, o que sempre soube combinar com uma capacidade ímpar de clareza, simplicidade e força de testemunho. Como colaborar para que as novas gerações possam acessar o percurso intelectual de Comblin e se deixar sensibilizar pelo seu engajamento e pelas suas causas? Foi essa a pergunta mobilizadora da nossa excursão, que trouxe as seguintes propostas de encaminhamento, que deverão confluir para um futuro Núcleo de Estudos sobre José Comblin na Universidade Católica de Pernambuco:

1. Formação de grupo de estudos sobre José Comblin no Mestrado, sob animação de Paulo Cesar, que deve gestar um projeto sistemático de pesquisa, articular semana de estudos com a UFPB e outros grupos interessados em Comblin, além de promover intercâmbio com a equipe do seu Memorial em Santa Fé.

2. Criação de uma página na internet sobre os grupos e atividades que estudam Comblin na região, focando e favorecendo o acesso à sua biblioteca na Unicap, sob liderança de Carlos Vieira, do Humanitas da Universidade.

3. Organização, em 2013, de um número temático da nossa Revista Paralellus, com reflexões sobre a obra de Comblin e artigo inédito dele, sob liderança de Mariano Vicente e Walter Amaral.

4. Lançamento do livro póstumo de Comblin na Unicap, no Colóquio Religiões, Identidades e Diálogos, do Mestrado, em 9 de novembro próximo, responsabilidade de Drance e Gilbraz.

5. Disponibilização de um laboratório de história que está em construção, para digitalizar os arquivos pessoais de Comblin e empreender o tratamento crítico do material, que deverá ser apresentado na internet, responsabilidade de Luiz Carlos e equipe.

Que esse trabalho de pesquisa e comunicação sobre Comblin inspire mais rigor acadêmico e maior compromisso profético nas Ciências da Religião da gente, em coerência com o mestre cujo pensamento pretendemos estudar melhor. E todos estão convidados para o mutirão!

Acesse aqui o site do Memorial José Comblin
(aproveite e faça um passeio virtual).

Saiba mais sobre Comblin aqui no blog.
Veja aqui o livro póstumo de Comblin.
Paulo Cesar escreveu dissertação sobre Comblin,
 cujo índice pode ser baixado aqui e texto completo aqui.
Alberto Oliveira fez dissertação sobre Ibiapina,
cujo texto pode ser baixado aqui.
Baixe aqui o artigo de Gilbraz:
 “A religiosidade popular e a fé cristã”.
Veja mais religiões pelos sertões aqui.

HOMENAGEM A COMBLIN

Maceió, 25 de maio de 2011.

A Aliança de Batistas do Brasil, instituição batista de caráter ecumênico que se caracteriza pela defesa intransigente de princípios fundamentais e inegociáveis e que tem atuado na luta em favor de tudo o que promova os direitos dos seres humanos, vem manifestar um voto de louvor e regozijo pela realização da sessão solene em homenagem à memória do Pe. José Comblin, a ser realizada no dia 28.05.2012, no plenário da Câmara dos Deputados.

Reconhecemos os seus relevantes serviços prestados ao Brasil e à Igreja Latino-Americana, sempre se colocando ao lado dos excluídos e menos favorecidos, tornando-se assim uma voz lúcida, profética e desafiadora a todos e todas que buscam construir uma sociedade mais humana, justa e igualitária.

Somos agradecidos ao Pe. Comblin por sua preciosa colaboração na incansável busca de aproximação entre irmãos e igrejas de diferentes tradições religiosas. Também lhe somos devedores pelas inúmeras vezes em que graciosamente fomos atendidos, o que, sem dúvida, demonstra a grandeza do seu espírito cheio de bondade e generosidade.

Por fim, parabenizamos a todas e todos os que se envolveram para que essa justa e merecida homenagem fosse possível, elevando assim, para bem alto, o nome daquele que foi um dos maiores teólogos dessa geração.

Pastora Odja Barros
Presidente da Aliança de Batistas do Brasil
Rua Miguel Palmeira, 1300 – Pinheiro – Maceió-AL
CEP: 57055-330 – CNPJ: 09.477.567/0001-28
Fone: (82) 3241-9402

Minha gente,
Testemunhamos aqui um “sinal dos tempos”: os evangélicos manifestando regozijo pela homenagem que o Estado republicano e laico vai prestar a um padre católico! O segredo dessa conexão inusitada é a sintonia comum entre Comblin e todas as pessoas de boa vontade, que defendem os valores do “Governo de Deus”, de justiça e de misericórdia, conforme a boa tradição cristã.

A homenagem ao Padre José Comblin, falecido há um ano, será em Sessão Solene que a Câmara dos Deputados vai lhe dedicar na segunda 28 de maio, às 10h, em Brasília.

A transmissão ao vivo pode ser acompanhada por aqui, onde se poderá também ver depois a gravação da homenagem.

E atenção: dias 25 e 26 de Agosto, o nosso Mestrado realizará uma Excursão Acadêmica ao Memorial do Padre Comblin, na Paraíba. Anotem nas agendas!

BIBLIOTECA DE COMBLIN NA UNICAP

O padre belga José Comblin foi um dos mais importantes representantes da Teologia da Libertação. Trabalhou na América Latina desde 1958. A convite de Dom Helder Câmara veio para o Recife, onde foi professor do Instituto de Teologia – ITER. A partir de 1969 esteve à frente de seminários rurais em Pernambuco e na Paraíba. A metodologia que desenvolveu foi da formação na ação, adaptada ao ambiente social dos seminaristas, e essa experiência lançou as bases para a sua Teologia da Enxada. Suas ideias atraíram a suspeita do regime militar. Foi expulso do Brasil em 1971. Exilou-se no Chile durante 8 anos. No seu livro A Ideologia da Segurança Nacional, publicado em 1977, destrinchou a doutrina que servia de base para os regimes militares na América Latina.
Foi expulso por Pinochet em 1980. Ao desembarcar no Recife, foi preso na Polícia Federal, considerado ainda “persona non grata” já em tempos de redemocratização! Ultimamente morava na cidade de Barra, no interior da Bahia. Levava vida simples e comprometida com uma Igreja humilde e a serviço dos pobres. Sua dedicação maior sempre foi à formação de comunidades de base, além de escrever muitos e importantes livros, onde avivou a profecia da liberdade. Para ele, liberdade é a base da vocação evangélica, a conclusão final de toda a história bíblica e o fundamento da nova existência para a humanidade toda. Entendia que anunciar o evangelho é anunciar a liberdade, pois “No início do cristianismo, evangelizar era despertar para a liberdade e passar a pensar livremente” (COMBLIN, J. O povo de Deus. Paulus, 2002, p.412).
Pois bem, uma vez Comblin chegou e me sussurrou: “Olha, eu tou pensando em morrer e quero que você ajude a deixar minha biblioteca resguardada e a serviço do povo”. Dessa conversa, em uma assessoria conjunta que fizemos às CEBs em João Pessoa, surgiu o projeto de doação dos livros do Padre José à Universidade Católica de Pernambuco, que foi ratificado por ele mesmo em um Café Teológico no ano de 2009. Os livros começaram a chegar desde então e mais ainda após o seu falecimento, em março de 2011. Com a colaboração dedicada da Irmã Mônica Muggler, secretária e cuidadora de Comblin, com a ajuda do nosso Mestre em Ciências da Religião, Paulo César Pereira, pastor batista que defendeu dissertação sobre Comblin e acabou seu amigo, bem como com o apoio da diretora da nossa biblioteca, Jaíse Leão, temos já mais de três mil livros catalogados e à disposição de pesquisadores e da comunidade. Atendendo ao desejo do próprio Comblin, à exceção das suas obras mais raras, os livros estão disponíveis no acervo público, para serem manuseados pelos frequentadores da Biblioteca Central da UNICAP. Mais ainda: pelo sistema informatizado, qualquer um pode acessar com um clique a “Coleção Pe. José Comblin”, na íntegra ou por autores, títulos ou temáticas específicas. Isso pode ser feito mesmo de casa, através da internet.
Por aí é possível começar uma pesquisa e desmistificar as coisas: já podemos comparar, por exemplo, o que Comblin leu sobre Marxismo (veja aqui: 96 livros) com o que ele leu sobre Bíblia (veja aqui: 456 livros). E assim, sobretudo se a gente vai depois aos livros mesmo e analisa as notas e observações aí deixadas pelo padre José, vamos compreendendo melhor as influências que recebeu a sua obra com mais de 60 livros escritos e acima de 300 artigos publicados – muitos deles também disponíveis na nossa biblioteca. Todo esse acervo já está atraindo pesquisadores: Adriana Thomé, que escreve uma dissertação sobre Comblin na Universidade Metodista de São Paulo, veio fazer estágio de quatro meses aqui, para aproveitar do “tesouro”; Alzirinha Souza, que faz doutorado sobre Comblin na Universidade Católica de Louvain, está vindo para ver os livros e arquivos do mestre… Outros certamente chegarão, seduzidos por uma obra monumental (ainda mais se considerarmos as condições em que Comblin viveu), tanto quanto pouco compreendida e/ou abrigada pela sua própria Igreja.
Penhorados, agradecemos à comunidade dos jesuítas da UNICAP e sobremaneira ao nosso reitor e professor do Mestrado, Padre Pedro Rubens, pela teologia aberta e visão de futuro na acolhida dessa biblioteca emblemática. Temos muita satisfação em ter ajudado a prestar esse serviço público ao direito de uma fé mais esclarecida, ao mesmo tempo em que resguardamos a memória do profícuo e íntegro mestre do cristianismo, nosso amigo padre José, que ficou feliz em vislumbrar as suas ideias discutidas criticamente e os seus ideais atualizados e encarnados no campus da gente – onde aos poucos vai surgir um núcleo de estudos do seu pensamento. De 25 a 27 de maio de 2011, durante a Semana de Teologia da Universidade, que tratou do tema “O Cristianismo em diálogo”, já aconteceu no hall da Biblioteca Central a exposição “Padre Comblin: o teólogo da enxada“, com mostra da sua obra. Agora, no dia 30 de janeiro próximo, com solenidade no Seminário de Olinda às 17h, estará se formando a “Turma José Comblin” do Bacharelado em Teologia da Católica, nome que foi votado pelos estudantes. Foi-se o homem, multiplicam-se os seus pensamentos – porque a vida e os livros que deixou trazem uma inquietação libertária e tão humanizante, que só pode ser divina! Resultam de uma inculturação tão regionalizada e encarnada do cristianismo, que se torna universal!
Gilbraz.
Acesse aqui os livros,
selecionando “Col. Pe. José Comblin” na opção Localização Interna.

HOMENAGEM AO PADRE JOSÉ

Nesses dias, durante o Encontro de Sociologia da ALAS, na UFPE, o professor da Federal Antonio Jorge Siqueira apresentou o seguinte texto sobre o padre Joseph Jules Comblin, em cerimônia que homenageou o nosso querido “Padre Zé”:

Nas trilhas de José Martí, reverenciamos aqui a pessoa do teólogo Comblin, ele, como Martí, um apóstolo da Nuestra America. No contexto histórico da segunda metade do século XX, na Bélgica, ele é ordenado padre católico, após ter feito estudos de Teologia na Universidade de Louvain. Nessa universidade teve prestigiosos professores como Lucien Cerfaux e Gustave Thils. Após defender tese de mestrado e doutorado, assume o trabalho de vigário em paróquias católicas belgas, durante oito anos, tempo suficiente para se inquietar em definitivo com o marasmo do cristianismo católico europeu: centralizador, conservador e colonialista. Na lógica de uma política neoultramontana, a Cúria Romana da época, sob a égide do pontificado de Pio XII, deflagra uma estratégia administrativa de natureza religiosa e colonialista junto ao episcopado da Europa no sentido de enviar padres para a América Latina, a joia da Coroa do catolicismo legado pelos colonizadores ibéricos. Naqueles anos, Roma se inquietava com os avanços no continente Sul da América do que chamava de comunismo ateu, protestantismo proselitista e espiritismo maléfico. Decerto, uma preocupação muito distante daquelas inquietações do Padre Comblin, cujo trabalho pastoral belga já se inspirava nas diretrizes da Juventude Operária Católica, liderada pelo seu conterrâneo, um outro José, mundialmente conhecido como padre Cardijn.

A itinerância de quem busca trilhas e caminhos novos passa a ser o diferencial de vida desse viajante, até os últimos dias de vida. Em Comblin não existem portos de partida nem aeroportos definitivos de chegada. Na sua vida, chegar a outro lugar não depende apenas de partir de algum lugar. Movido por desafios dessa natureza, ele torna-se peregrino e itinerante de Nossa América, sem se abater pelas distâncias. Afinal, elas são mais sociais do que geográficas. Tão pouco se deixa amedrontar pelos abismos autoritários de nossas elites nacionais, quase sempre legitimadas pelo conservadorismo carcomido do catolicismo clerical e de sacristia, como aquele que irrompeu na Conferência de Puebla e, logo depois, em São Domingo.

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MESTRADO ANALISA PASTORAL URBANA

Por Rafaella Coelho no Boletim UNICAP.

Foi aprovada com distinção, nesta segunda-feira(25), a dissertação do mestrando em Ciências da Religião da Universidade Católica de Pernambuco Paulo César Pereira, intitulada “Pastoral Urbana: uma abordagem a partir do teólogo Joseph Comblin”. A defesa teve início às 14h, no anfiteatrodo bloco G4.
A pesquisa, realizada ao longo de dois anos, buscou problematizar e discutir o papel da pastoral urbana a partir do pensamento do teólogo Joseph Comblin. A banca julgadora foi composta pelo Prof. Dr. Benedito Bezerra (UPE), pelo coordenador do Mestrado em Ciências da Religião da Unicap. Prof. Dr. Gilbraz Aragão, e pelo orientador, Prof. Dr. Sérgio Sezino.

Comblin foi um dos maiores teólogos da América Latina e um dos poucos que se preocupou em escrever de maneira mais aprofundada sobre as cidades e suas pastorais. Sua análise sobre a cultura urbana, seja pela ótica bíblica, seja pela sociológica, sempre despertou interesse, causando muitas vezes espanto e encanto no meio religioso. O seu livro “Teologia da cidade” se tornou um clássico para todos os que têm interesse em estudar as questões urbanas e a relação da Igreja com a cidade. Porém, qual foi mesmo a contribuição de Comblin para a construção de uma pastoral urbana no Brasil? A pesquisa procurou responder a essa questão, fazendo uma abordagem do universo religioso na sociedade urbana pós-moderna, traçando um percurso histórico e bibliográfico do teólogo e avaliando o pensamento de Comblin sobre a evangelização das cidades, em relação à acuidade científica e à receptividade eclesial.

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Paulo César, que é pastor batista e chegou para a defesa acompanhado da esposa e das quatro filhas, além de muita gente da comunidade que ele acompanha nos Bultrins (Olinda), resume assim o pensamento desse grande teólogo católico, falecido recentemente: “… Para Comblin, a cidade corresponderia a uma Igreja local, onde deveriam coexistir uma multiplicidade de Igrejas domésticas com a finalidade de tornar a fé acessível ao mundo urbanizado (…). A Igreja na cidade seria comunidade, em três níveis integrados e que corresponderiam a uma evolução, respectivamente, da paróquia, dos movimentos leigos de pastoral e congregações religiosas, e da cúria diocesana. Quer dizer, as paróquias, então como assembléias de comunidades de base, recobririam o nível geográfico-territorial das comunidades; os movimentos, pastorais e congregações, articulariam, dentro das comunidades e entre si, grupos de serviços específicos para atender a desafios da evangelização, a faixas etárias e a forças articuladoras da cidade e problemáticas sociais. Por fim, a cúria seria transformada numa comunidade de lideranças representativas e comunicativas da Igreja na cidade e garantidora da comunhão eclesial…”.