MESTRADO ANALISA PASTORAL URBANA

Por Rafaella Coelho no Boletim UNICAP.

Foi aprovada com distinção, nesta segunda-feira(25), a dissertação do mestrando em Ciências da Religião da Universidade Católica de Pernambuco Paulo César Pereira, intitulada “Pastoral Urbana: uma abordagem a partir do teólogo Joseph Comblin”. A defesa teve início às 14h, no anfiteatrodo bloco G4.
A pesquisa, realizada ao longo de dois anos, buscou problematizar e discutir o papel da pastoral urbana a partir do pensamento do teólogo Joseph Comblin. A banca julgadora foi composta pelo Prof. Dr. Benedito Bezerra (UPE), pelo coordenador do Mestrado em Ciências da Religião da Unicap. Prof. Dr. Gilbraz Aragão, e pelo orientador, Prof. Dr. Sérgio Sezino.

Comblin foi um dos maiores teólogos da América Latina e um dos poucos que se preocupou em escrever de maneira mais aprofundada sobre as cidades e suas pastorais. Sua análise sobre a cultura urbana, seja pela ótica bíblica, seja pela sociológica, sempre despertou interesse, causando muitas vezes espanto e encanto no meio religioso. O seu livro “Teologia da cidade” se tornou um clássico para todos os que têm interesse em estudar as questões urbanas e a relação da Igreja com a cidade. Porém, qual foi mesmo a contribuição de Comblin para a construção de uma pastoral urbana no Brasil? A pesquisa procurou responder a essa questão, fazendo uma abordagem do universo religioso na sociedade urbana pós-moderna, traçando um percurso histórico e bibliográfico do teólogo e avaliando o pensamento de Comblin sobre a evangelização das cidades, em relação à acuidade científica e à receptividade eclesial.

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Paulo César, que é pastor batista e chegou para a defesa acompanhado da esposa e das quatro filhas, além de muita gente da comunidade que ele acompanha nos Bultrins (Olinda), resume assim o pensamento desse grande teólogo católico, falecido recentemente: “… Para Comblin, a cidade corresponderia a uma Igreja local, onde deveriam coexistir uma multiplicidade de Igrejas domésticas com a finalidade de tornar a fé acessível ao mundo urbanizado (…). A Igreja na cidade seria comunidade, em três níveis integrados e que corresponderiam a uma evolução, respectivamente, da paróquia, dos movimentos leigos de pastoral e congregações religiosas, e da cúria diocesana. Quer dizer, as paróquias, então como assembléias de comunidades de base, recobririam o nível geográfico-territorial das comunidades; os movimentos, pastorais e congregações, articulariam, dentro das comunidades e entre si, grupos de serviços específicos para atender a desafios da evangelização, a faixas etárias e a forças articuladoras da cidade e problemáticas sociais. Por fim, a cúria seria transformada numa comunidade de lideranças representativas e comunicativas da Igreja na cidade e garantidora da comunhão eclesial…”.