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Recife, 16 de outubro de 2009 - Ano 8

Seminário de William Bonner lota auditório da Católica
Tiago Cisneiros

O apresentador e editor-chefe do Jornal Nacional, William Bonner, apresentou, na manhã desta sexta-feira (16), na Católica, o seminário “Jornal Nacional: modo de fazer”. O evento, organizado em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco e a Rede Globo (através do projeto Globo Universidade) foi prestigiado por quase 500 pessoas, que lotaram o auditório G2 da Universidade. No rosto de professores, profissionais e alunos da área, era claro o interesse em saber mais sobre o trabalho do telejornal mais assistido do país e as opiniões do jornalista a respeito da mídia contemporânea.

O seminário “Jornal Nacional: modo de fazer” é baseado no livro de mesmo nome, escrito por Bonner e lançado no último dia 5 de agosto pela Editora Globo. A publicação, aliás, foi mais um presente para os espectadores que se inscreveram no evento desta sexta-feira. Na saída, quem apresentou o crachá (distribuído aos inscritos) recebeu um exemplar da obra, que conta, em 244 páginas, a construção diária e os bastidores do telejornal.

William Bonner deu início à apresentação tratando, exatamente, do livro, produzido em sete meses (de novembro de 2008 a maio deste ano). “A gerente de Conhecimento do projeto Globo Universidade, Sílvia Fiúza, me convidou para essa empreitada. Então, sugeri o tema, para que as pessoas pudessem conhecer o Jornal Nacional e debatê-lo com mais qualidade”, explicou. Segundo o jornalista, a maior dificuldade no processo de criação foi colocar, no papel, os conceitos e critérios empregados no noticiário intuitivamente.

Como definir o que é notícia para o Jornal Nacional? A primeira parte do seminário foi dedicada aos critérios de noticiabilidade, isto é, as características dos acontecimentos que os credenciam a integrar uma edição do noticiário. “Esses pontos seguem o objetivo do programa, que é o de mostrar os fatos mais importantes no Brasil e no mundo naquele dia, com isenção, pluralidade, clareza e correção”, afirmou Bonner. Ele distinguiu a produção do jornalismo na televisão e na internet: no primeiro, deve-se selecionar o mais significativo; no segundo, oferecer todas as informações, de todos os campos de interesse.

Para decidir o que é mais significativo, o Jornal Nacional utiliza os cinco critérios primários a seguir.

Abrangência

“Nós produzimos para uma televisão aberta, transmitida por satélite para todo o Brasil. Então, precisamos avaliar quantas pessoas serão afetadas ou têm interesse naquela notícia. As pautas do Governo Federal, por exemplo, tendem a ser bastante abrangentes.”

Gravidade das implicações

“Este critério está ligado à implicação de um fato para a população. Nós cobrimos um acidente grande, como o do avião da TAM, que resultou na morte de cem pessoas. Se não fazemos matérias sobre coisas menores ou mais frequentes (como as vítimas de trânsito), é por causa da implicação disso na vida do público. É preciso avaliar as circunstâncias, para verificar se é notícia ou não.”

Caráter histórico

“Este é o critério mais óbvio. É o que justifica a produção das reportagens sobre morte de papas, a eleição do primeiro presidente negro dos Estados Unidos ou do primeiro presidente torneiro mecânico do Brasil.”

Peso do contexto

“Este é o mais difícil para compreender. O telejornal é um produto diário, depende do que acontece em cada dia. Não tem como dizer que o Jornal Nacional de hoje será igual ao de ontem, mesmo com a continuação dos assuntos. Quando morreu o prefeito de Campinas, Antônio da Costa, o “Toninho do PT”, do Partido dos Trabalhadores (PT), desenhamos, às 8h, uma cobertura muito grande para o fato, ouvindo representantes de oposição e governo, polícia, movimentos sociais. Mas, à noite, esse caso recebeu pouquíssimo espaço no Jornal Nacional, porque era 11 de setembro de 2001. Os ataques ao World Trade Center, em Nova Iorque, ocuparam quase todo o programa, comprovando o critério do peso do contexto.”

Por causa da cobertura dos atentados contra o World Trade Center, o Jornal Nacional chegou, pela primeira vez, em 2002, às finais do prêmio Emmy Internacional, que premia as melhores produções televisivas do mundo. Desde então, o programa já esteve cinco vezes (em sete anos) entre os cinco principais noticiários. Para Bonner, uma prova de qualidade jornalística.

Importância do todo

“Como um programa de televisão, o Jornal Nacional precisa ser interessante, não fazer com que as pessoas queiram mudar de canal. Para isso, temos alguns truques, como textos estimulantes e técnicas de edição. Às vezes, percebemos que a parte de economia ou violência está muito pesada e tentamos reduzir esse clima, cortando uma matéria ou abordando de outra forma. Uma das técnicas é recorrer a reportagens frias ou fatos inusitados. Uma vez, colocamos a cena de oito patinhos atravessando, na faixa de pedestres, uma movimentada avenida de São Paulo. Quem já viu ou filmou isso? É como se fosse um prêmio ao telespectador que enfrentou aquele bloco tão sério. É importante ter variedade.”

O Jornal Nacional considera outros dois pontos – critérios secundários – nos momentos de produção. Esses elementos estão relacionados à estrutura do programa. O primeiro, “Complexidade”, se baseia na dificuldade de determinada notícia, como a conquista do Prêmio Nobel de Física. Nesse caso, Bonner opta por uma informação resumida, para despertar o interesse dos telespectadores na notícia. “Colocamos uma nota curta, sem muitas explicações, para instigar as pessoas a lerem sobre aquilo no jornal do dia seguinte”, esclareceu. O programa leva em conta, ainda, o critério do “Tempo”, isto é, o de calcular a seleção e a distribuição das matérias, para que caibam nos 31 minutos de noticiário.

Perguntas e debates

Após a explicação dos critérios, William Bonner abriu espaço para as perguntas do público – e não foram poucas. Entre os temas, estiveram a exigência do diploma para o exercício do jornalismo, as divisões de trabalho no Jornal Nacional, a abordagem política no programa, as novas relações com a audiência e o atual mercado de trabalho midiático.

Recentemente, o editor-chefe do Jornal Nacional afirmou que não é preciso diploma para a atividade jornalística. Ele acredita que a decisão do Supremo Tribunal Federal não causará mudanças no mercado de trabalho. “Se eu precisar de um editor de economia, buscarei em um curso de jornalismo, e não no de economia, porque é o primeiro que deseja e está capacitado para exercer o cargo. Tirem da cabeça a ideia de que estão perdendo tempo aqui”, exemplificou. Para Bonner, os estudantes devem aproveitar a universidade para ampliar os conhecimentos em diversas áreas e aprender as técnicas da própria profissão. “É importante que todos busquem o bem para as pessoas em geral, e não, apenas, para o futuro particular. A experiência universitária é indispensável para o jornalista”, declarou.

Português e história, defendeu Bonner, deveriam ser disciplinas reforçadas nos cursos de jornalismo, oferecidas do primeiro ao último período. “Quem não souber se expressar com clareza vai ser marginal na profissão. É preciso dominar a própria língua e conhecer a história, para conquistar o espaço no mercado. Atualmente, observamos um resultado desastroso, devido à falta de investimentos nessas cadeiras.”. Outra mudança desejada pelo palestrante no Ensino Superior é a das posturas doutrinárias das instituições. “Não é papel das universidades orientar as pessoas para a esquerda ou a direita. Cada estudante deve receber todas as informações, para formar a opinião pessoal”, pontuou.

Ocasionalmente, um dos apresentadores titulares do Jornal Nacional participa do programa em um local diferente (fora do estúdio), geralmente, devido a acontecimentos importantes ou acidentes sérios. A divisão para esses casos depende do fato em questão. “Fátima Bernardes é melhor para as Copas do Mundo, porque entende muito sobre futebol e traz sorte para a gente. Das três vezes que ela foi, ganhamos duas (1994 e 2002), enquanto eu fui, justamente, para a de 98. No pentacampeonato, os jogadores até elegeram-na a musa da decisão!”, brincou. As situações graves, que exigem maior esforço físico dos jornalistas (viagens, desgastes), ficam para Bonner, para não pôr em risco a saúde de uma mãe de três crianças.

Bonner comentou, ainda, sobre as peculiaridades na relação com Fátima Bernardes: “Somos casados e parceiros na apresentação do Jornal Nacional, no qual sou seu superior na edição (ele é editor-chefe e ela, editora executiva). Por outro lado, ela comanda o Globo Notícia sozinha, sem a minha interferência”.

Apesar de ser o editor-chefe do Jornal Nacional, nem sempre William Bonner dá a palavra final. Quando ele usa todos os critérios e não chega a uma conclusão, recorre à equipe e aos superiores. “O diretor da Central Globo de Jornalismo, Ali Kamel, é um intelectual, com muita sensatez, mas, mesmo assim, não consegue decidir tudo. Então, passa para o diretor geral de Jornalismo e Esportes, Carlos Henrique Schroëder, que, se, um dia, não tiver a resposta, pode levar a questão a um acionista da empresa.” Segundo o apresentador, os colegas já salvaram-no de cometer erros muito graves na produção do programa.

Hoje, o processo de montagem de um telejornal não se restringe à interpretação da equipe de jornalismo. Para Bonner, a audiência vem assumindo um papel cada vez mais importante, principalmente a partir da expansão da internet. “O Jornal Nacional não pode abrir uma seção para que o público envie seus vídeos próprios, porque isso é mais condizente com as reportagens locais, próximas da população. Mesmo assim, estamos ligados nessa tendência e prestamos muita atenção nas sugestões de pauta que recebemos”, argumentou. As matérias produzidas com base nas ideias dos telespectadores servem para balancear e aprimorar o noticiário, que é voltado para o factual. “Quando você escuta o que uma pessoa sente ou quer ver, às vezes, surgem trabalhos maravilhosos.”

Um entusiasta com ressalvas. Essa é a definição para William Bonner quando o assunto é internet. O editor-chefe do Jornal Nacional tem conquistado uma legião de seguidores (mais de 120 mil) na rede Twitter, na qual comenta sobre assuntos do dia-a-dia com muito bom humor. Mas, para ele, o mundo virtual não é tão confiável quando se trata de jornalismo. “O problema das mídias sociais é que não há filtros para as informações, não sabemos se são verdadeiras ou não. Nas eleições do Irã, quando todas as novidades vinham pelo Twitter, sempre precisávamos repassá-las com essa observação da ‘fragilidade’ da notícia”, disse.

O Twitter, aliás, foi decisivo para a edição desta quinta-feira (15) do Jornal Nacional. Segundo Bonner, por causa das diversas mensagens sobre o caso do garoto norte-americano que estaria preso em um balão, a notícia ganhou destaque no programa, com uma reportagem especial. “O fato não tem relevância, mas é inusitado demais e tem muita gravidade de implicações, já que a polícia dos Estados Unidos e a mídia de todo o mundo se mobilizaram em torno dele. A rede pesou no contexto”, explicou.

Para ser um bom profissional...

Os dez anos como editor-chefe do Jornal Nacional credenciam William Bonner como um bom entendedor do mercado de trabalho para o jornalista brasileiro. Segundo ele, o profissional precisa manter quatro características: a paixão pela atividade, o esforço, a curiosidade e o lado humano. “É triste, mas muitas pessoas não gostam de fazer seu trabalho. Eu tenho um orgulho brutal pelo jornalismo e, por isso, sigo aplicado nesse objetivo, buscando as informações em todas as horas. Além disso, devemos ter uma formação humanística, convicções para construir um mundo melhor”, afirmou.

A carreira como repórter da Rede Globo, de acordo com Bonner, é composta por três fases: telejornais locais (como o NETV), da rede (Jornal Hoje, por exemplo) e Jornal Nacional. Mas essa trilha pode ser, ainda, mais longa – e frutífera. “O nosso programa de estágio tem uma concorrência muito grande e, por isso, é bastante rigoroso na seleção. O atual diretor de Jornalismo da Globo Rio, Erick Brêtas, foi meu estagiário há uns dez anos”, lembrou, comprovando as chances de crescimento profissional na empresa.

O programa de estágio da Globo pode receber, a qualquer dia, o reforço de Bonner, que revelou o projeto de trabalhar na formação de novos profissionais. “Tenho um orgulho imenso de fazer palestras e manter o contato com a academia, mas gostaria de fazer parte de um grupo de seleção, para montar uma equipe bem preparada e estruturada”, contou.

Os estudantes de jornalismo estão acostumados a concorrer a vagas de estágio em assessorias de imprensa, que oferecem mais oportunidades do que os meios da grande mídia. Para Bonner, o campo da comunicação empresarial no Brasil é “muito profissional” e de alta importância na imprensa em geral. “Nós, do Jornal Nacional, temos uma boa relação com o pessoal dessa área. No dia 8 de outubro, até recebemos um prêmio da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) por causa dos nossos 40 anos. Eu, pessoalmente, tive o maior furo (notícia exclusiva, em jargão jornalístico) da minha vida por causa do assessor de comunicação da TAM, que me levou até a história do reverso travado no acidente de 2007.”

Bonner aproveitou o seminário para promover um breve teste com os estudantes, questionando-os sobre a área de interesse (televisão, jornal impresso, revista e rádio) e o gênero. Depois de observar a mobilização, constatou que Pernambuco foge à regra nacional, isto é, de uma grande preferência pelo telejornalismo e de uma esmagadora maioria feminina. Dos mais de 350 alunos presentes ao evento, pouco mais da metade era mulheres e a distribuição entre os meios de comunicação não expôs uma desigualdade tão acentuada quanto a que verificou em outras regiões.

Polêmicas e curiosidades

O seminário “Jornal Nacional: modo de fazer”, também, teve momentos de revelações e debates polêmicos. William Bonner criticou o discurso de que não existe liberdade de imprensa no Brasil, mas, sim, “liberdade de empresa”, isto é, os jornalistas estão submetidos às decisões e ideologias dos veículos.  “Essa fala é um slogan totalitário, usado por admiradores de países sem autonomia para a mídia. A liberdade de imprensa é um valor absoluto, um ingrediente insubstituível na receita da democracia que tanto custamos para conseguir”, opinou.

No dia 15 de dezembro de 1989, o Jornal Nacional exibiu um compacto do debate entre os candidatos à presidência Lula e Fernando Collor. A reportagem, que pretendia revelar a superioridade do segundo no encontro, exagerou na dose, expondo um abismo irreal entre os políticos. Para Bonner, que não fazia parte da equipe do noticiário na época, o caso serviu como lição para a Rede Globo. “Nós reconhecemos o erro e tivemos uma aprendizagem a duras penas. Vimos que devemos promover debates, mas jamais fazer a edição. Inclusive, temos um acordo com as outras emissoras e partidos com essa proibição.”

Outra lição para a Rede Globo veio com o caso da Escola Base, em São Paulo, cujos donos foram acusados, injustamente, pela imprensa de abuso sexual contra menores. Segundo Bonner, os erros surgiram a partir das afirmações do delegado responsável pela investigação, que plantava as notícias para a mídia com esse conteúdo. “Recentemente, na história dos Nardoni, o delegado tentou usar a mesma estratégia, afirmando, em ‘off’ (sem declaração oficial), que acreditava na culpa dos pais de Isabela. Podia até estar certo, mas nós não divulgamos essa informação, para não repetir a falha – um trauma na minha vida, porque era editor do Jornal Hoje e participei das matérias. Por isso, nossa cobertura foi tão diferenciada das demais emissoras”, esclareceu.

Muita gente se lembra da noite em que William Bonner se emocionou, ao vivo, no Jornal Nacional. Ao ler a carta dos filhos de Roberto Marinho, por ocasião de sua morte, na qual reafirmavam as convicções das Organizações Globo e do empresário, o apresentador pensou nos filhos e travou. Com esforço, conseguiu encerrar a leitura e segurar o choro até o final do programa, quando teve o apoio de outros jornalistas e colegas de redação.

Por trás desse caso, há muitos detalhes – alguns relatados por Bonner nesta sexta-feira. Em princípio, o apresentador pediu para gravar o texto, colocando-o no ar através de uma “arte” (recurso do telejornalismo em que se insere uma imagem ou palavras na tela, muito usado em notícias ligadas a índices). Ao vivo, ele soube que a tal “arte” não funcionara e, portanto, seria necessário ler a carta no estúdio. “Fui lendo e me segurando. Quando vi que estava chegando ao fim, travei, me emocionei. Tentei voltar e travei novamente. Como a redação estava em pânico, eu disse que iria concluir. Muita gente jura que foi um momento poético, mas, na verdade, só queria tranquilizar meus companheiros”, revelou. “Agora”, prosseguiu, “quando vejo que posso chorar, passo a fala para Fátima, que não teria esse problema. Ela nasceu para a televisão”.

No encerramento do seminário, William Bonner falou sobre a responsabilidade do jornalista na televisão. “O telejornalismo tem uma força muito grande na sociedade, com a capacidade de mobilizar pessoas. Nós precisamos ser cuidadosos para não desperdiçar esse poder em nome da pirotecnia. Não podemos ser banais, mas, sim, especiais, dedicados ao que é importante e útil para o público. É o que procuramos fazer no Jornal Nacional”, concluiu.

Desde a estreia, em 1º de setembro de 1969, o Jornal Nacional conquistou muitos prêmios e homenagens, além do reconhecimento do público brasileiro, tornando-se o noticiário de maior audiência no país. Para William Bonner, a prova de que o programa alcançou o sucesso são as cinco indicações para a final do Emmy Internacional (entre 2002 e 2009), que premia as melhores produções televisivas do mundo.

Público avalia positivamente palestra de William Bonner
Rebeca Kramer

Depoimentos:

“Esse evento foi um momento histórico, porque não lembro de William Bonner vindo a Pernambuco. A Católica acertou em cheio, afinal, por mais que alguns critiquem e discutam a empresa Globo ou o Jornal Nacional, é inegável que o JN ainda é o jornal televisivo em nível nacional mais importante”. Jô Mazzarolo - Diretora da Rede Globo Nordeste.

“A presença de Bonner aqui representou a visão de quem está do outro lado da tela e o quanto se mostra interessante encontrar o personagem fora de um papel, no caso, de um apresentador, também pessoalmente, partindo do ponto da reflexão dos 40 nos do JN. Penso que a apresentação foi uma verdadeira carta magna de personalidade do jornalismo, hoje, por ter trazido lições bem concretas a partir da existência e experiência de profissionais que valorizam muito o ambiente universitário, com o testemunho de um Jornalismo profissional. Como já comentei, a fala simbolizou o ponto de vista de quem estava fora do ambiente da Globo, mas que soube defender muito bem e com muita coerência a empresa com sentimentos diversos. Os 40 anos do JN não poderiam ser comemorados sem uma discussão, o que é uma evolução. E, por isso mesmo, ter acesso aos bastidores do JN especialmente para os estudantes de Jornalismo é muito importante. Gostei batsante, também quando ele relatou, por exemplo, como ter metas bem claras de trabalho e como estabelecer critérios na seleção das notícias a serem transmitidas.

Além disso, ele visou colocar que o mercado também pode estabelecer uma relação com a academia, relação esta que tornaria possível discutir assuntos quentes com uma linguagem altamente profissional. E, ao mesmo tempo, ter uma relação mais informal com o público, como por meio do Twitter, como o Bonner faz. Acredito que o apresentador do JN conseguiu dar boas respostas a todos os tipos de perguntas. Outra coisa: Achei bastante interessante o fato de ele encaminhar o dinheiro ganho com a vendagem de seu livro publicado - JN Modo de fazer para a instituição na qual estudou, a USP.

Penso que a observação dele, na ocasião, de que o português e o estudo da disciplina de história precisam ser mais aprofundados e fundamentais. Concordo com isso em gênero, número e grau. Entretanto, não podemos esquecer da relevância da filosofia, uma vez que a história também precisa ser lida e relida. Por outro lado, uma coisa que ele não se posicionou muito bem, na minha opinião, foi a questão de que ética não se aprende na Universidade. Ora, hoje em dia não se dispensa mais tanto tempo com as famílias. Passa-se mais tempo fora do que em casa. Não podemos considerar que ética vai ser assegurada pelo ambiente familiar. Talvez, fosse melhor ele falar em um Ethos familiar. Um debate crítico, possibilitado nas Universidades, propicia o que chamamos de uma ética profissional. E isso é indispensável”. Reitor da Universidade Católica de Pernambuco, Padre Pedro Rubens.

“Eu participo de um blog de, aproximadamente, uns 5 anos, onde a gente escreve sobre William Bonner e Fátima Bernardes. Ah, é super engraçado porque ele comenta nesse blog. Ele manda vários recados e escreve várias coisas, como, por exemplo, sobre o brigadeiro que ele tanto é viciado. Ele diz que o brigadeiro ideal deve levar gema de ovo, leite condensado, achocolatado e manteiga sem sal, e não pode ser margarina, porque tiraria  a magia do doce. E a manteiga e o leite condensado têm que ser das melhores marcas, ele só não diz quais são, porque não quer fazer propaganda! Bonner também fala a roupa que vai usar no Jornal Nacional pra comprovar que é ele mesmo ali.

Eu também tenho ele no Twitter. Quem é fã dele e tem a chance de estar um pouco mais próximo, como eu estou, vê um William Bonner engraçado e bem humorado é ótimo. Acho incrível ele ser desse jeito. Jeane Silva-estudante, foi convidada pessoal de William Bonner para comparecer no evento.

“Foi um evento inusitado e bastante importante porque congregou alunos e professores de várias instituições, o que sinaliza o interesse que as pessoas têm pelo jornalismo. É um momento para discutir com os estudantes como fazer telejornalismo com o editor-chefe do Jornal Nacional aberto a isso”. Verônica Brayner-Coordenadora do curso de Relações Públicas da Unicap.

“Essa foi uma iniciativa bastante importante das duas Universidades: a Católica e a Federal de Pernambuco. Esse é um momento de necessidade de discussão, devido à não obrigatoriedade do diploma para exercer a função de jornalismo. Precisamos valorizar nossa formação acadêmica, o nosso diferencial. A Católica, posso falar porque já fui professora daqui, é uma instituição de tradição e que está vivamente interessada como essa formação traz nosso diferencial.

Eu já imaginava que ia ter esse grande número de pessoas prstigiando o evento, que iria ser esse boom. Nisso, mais uma vez, coloco que nosso campo se fortalece, pelo grande número de comunicadores sociais interessados.

Quanto ao livro, achei uma verdadeira visita aos bastidores do JN, com descrições muito bem feitas e uma didática bastante particular. Senti-me como se tivesse sido levada pela mão ao Jornal Nacional por aquele que está inserido dentro da linha de produção, que trabalha no local. Além disso, o evento é uma oportunidade de debate com esse realizador. É a relevância do debate de um grupo que vemos somente de fora, mas contado por alguém de dentro”. Yvana Fechine- Ex-professora de Jornalismo da Católica. Atualmente é professora da UFPE.

“O evento integra a relação entre a Universidade e o mercado, de fato. O que aconteceu aqui foi uma parceria importante entre a Federal e a Católica. Pudemos constatar, portanto, o que acontece na lógica de ambos: tanto o trabalho profissional prático do jornalismo como o seu debate no meio acadêmico. A partir disso, contribuímos para a democracia do Brasil”. Alfredo Vizeu-Professor da UFPE.

“O tema sempre é relevante. O JN é o telejornal de maior longevidade na TV brasileira. Tem, portanto, uma história. Ele pautou todos os formatos de modelos de telejornalismo. E, portanto, ele é uma referência. É interessante porque recebemos aqui não só o apresentador do programa, mas também o editor chefe, os quais são a mesma pessoa, relatando um pouco de sua experiência. Isso é fundamental para estudantes de Jornalismo e aqueles que se interessam. Foi um presente.

Já esperava a presença muita gente no evento, até porque toda uma geração assistiu ao JN. Acho que o Jornal mantém equilíbrio entre tradição ou clássico sem perder de vista os avanços dentro do jornalismo. O JN tenta ser fiel aos dois tipos de espectadores e como agradar as novas gerações que vão surgindo”. Alexandre Figueirôa-coordenador do curso de Jornalismo da Católica.

“Essa foi uma grande oportunidade para os alunos de comunicação da Universidade. O Bonner está diariamente com a população brasileira. Essa, dessa forma, é uma oportunidade não só de conhecê-lo, mas também de ouvi-lo, já que ele simboliza uma referência de telejornalismo realizado no Brasil. Enriquece os alunos e fortalece nossa proposta de ensino”. Fátima Breckenfeld-coordenadora do 1° Ciclo da Unicap.

Começa na segunda-feira a 7ª Semana de Integração da Católica
Tiago Cisneiros

A 7ª Semana de Integração Universidade Católica e Sociedade começa nesta segunda-feira (19) e segue até a sexta-feira (23), no campus da instituição. A programação inclui conferências, seminários, painéis e debates acerca do tema “Segurança: uma questão de cidadania”, além de atividades didáticas organizadas por cada um dos cinco centros da Unicap. O evento, promovido em parceria com a Rede Globo, através do projeto Globo Universidade, contará, ainda, com apresentações artísticas e culturais.

As inscrições para as palestras, fóruns, oficinas e debates oferecidos pelos centros da Universidade já estão abertas. Os interessados devem acessar o site http://www.unicap.br/siucs/index.html , preencher o formulário e escolher as atividades das quais deseja participar. Os detalhes de horários, locais, professores e valores do investimento, também, estão disponíveis na página do evento.

A programação geral da 7ª Siucs, que será realizada no auditório G2 da Católica (primeiro andar do bloco G), não requer inscrições dos participantes. Entre os participantes, estão o professor da Universidade Federal de Pernambuco, Luciano Oliveira, pesquisador da área de “Democracia e Direitos Humanos”; o especialista em segurança da informação, professor Antônio Rubens Lapa Coelho; e o repórter da Rede Globo César Tralli. Confira as sessões:

Dia 19

19h: Abertura da Semana de Integração, com o Reitor da Católica, Padre Pedro Rubens

19h30: Palestra “Segurança: uma questão de cidadania”, com Luciano Oliveira, professor da Universidade Federal de Pernambuco e especialista na área de Democracia e Direitos Humanos.

Dia 20

Das 9h às 12h: 5º Seminário Direito e Literatura, promovido pelos Centro de Ciências Jurídicas e Centro de Teologia e Ciências Humanas.

19h30: Painel “Violência e direitos cibernéticos”, com o professor Antônio Rubens Lapa Coelho, especialista em segurança da informação.

Dia 21

19h: Painel “Sistema penitenciário: a análise psicológica”, promovido pelos Centro de Ciências Biológicas e Saúde e Centro de Ciências Jurídicas.

Dia 22

19h: Painel “A crise da pena de prisão: (res)socialização ou (des)socialização”, promovido pelos Centro de Ciências Sociais e Centro de Ciências Jurídicas.

Dia 23

9h: Palestra “Segurança: uma questão de cidadania”, com o repórter da Rede Globo César Tralli.

16h: Sessão de Encerramento, com a apresentação da Orquestra Criança Cidadã dos Meninos do Coque.

Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (81) 2119 4242 e pelo site http://www.unicap.br/siucs/index.html .

Nota de esclarecimento sobre Tratamento Excepcional
Diretoria de Gestão Escolar - Unicap

O Tratamento Excepcional, determinado pelo Decreto Lei nº 1.044, de 21.10.69, contemplando os estudantes portadores de afecções congênitas ou adquiridas, traumatismos ou outras condições mórbidas, determinando distúrbios agudos ou agudizados, caracterizados por incapacidade física relativa, incompatível com a freqüência aos trabalhos escolares, isolada ou esporádica e pela Lei nº 6.202 de 15.04.75, específica para as gestantes, a partir do 2º período de 2005, passou a ter, como prazo mínimo de afastamento, 15 dias e, recentemente, 8 dias para os casos de epidemia ou pandemia. Esses prazos já vêm sendo reavaliados.

Atualmente, contando com um número reduzido de solicitações, comparado aos anos anteriores, é cobrada uma taxa no valor de R$ 16,00 (dezesseis reais) por disciplina, destinada aos serviços a serem prestados ao aluno.

Portanto, qualquer alteração que venha ocorrer será amplamente divulgada no site e no âmbito desta Universidade.

Diretoria de Gestão Escolar.

Recife, 16/10/09

Museu de Arqueologia promove palestra sobre Patrimônio Material de Pernambuco
Rebeca Kramer

O auditório do Centro de Teologia e Ciências Humanas (CTCH) da Universidade Católica de Pernambuco tornou-se o palco, na noite desta quinta-feira (15),  do recontar da trajetória de ocupação e do retorno ao passado histórico e arquitetônico do Recife e de Olinda a partir do século XVI. Presidida pelo arquiteto, historiador e filósofo Fernando Guerra, o Museu de Arqueologia da instituição promoveu a palestra intitulada: Patrimônio Arqueológico e Arquitetônico do Recife e Olinda, sob a coordenação da professora Maria do Carmo Caldas Dias Costa. 

De acordo com a professora Maria do Carmo, a importância do evento está ligada à conscientização da preservação do Patrimônio histórico e da  própria história do povo com sua religiosidade e costumes. A palestra mostrou, segundo a professora, o descaso com a preservação dos monumentos, igrejas e praças que, ao serem demolidos, apenas por vontade de políticos, apagam da memória do povo os registros históricos de toda uma geração, deixando vazios que jamais serão preenchidos. “Como coordenadora do Laboratório de Arqueologia, entendo que trazer temas como este para serem debatidos com alunos e professores dos cursos de Jornalismo, História, Biologia e Arquitetura, contribui significativamente para mudança de comportamento das novas gerações. Esperamos conscientizar a todos do nosso papel na preservação da nossa história”, afirmou.

Para uns, o abandono ou a destruição de edifícios, igrejas e casarios pode ser encarado como uma evolução natural das sociedades. O inevitável decorreria do fato de a modernidade trazer, necessariamente, a mudança nas conjunturas arquitetônicas. Entretanto, a sobrevivência de alguns exemplares ou não denotaria o reconhecimento de uma identidade própria da cidade. Para outros, segundo também se posiciona o historiador Fernando Guerra, o que vem acontecendo é uma antivaloriação do antigo, ou seja, dos verdadeiros patrimônios culturais.

Pouco antes do encerramento do evento, que ainda constou da exibição de um vídeo e de um debate, o palestrante revelou uma inquietação pessoal acerca da demolição da Igreja dos Martírios, no centro da cidade. Com o intuito de permitir a construção da avenida Dantas Barreto, sem a interferência do templo no curso do projeto arquitetônico, o então prefeito Augusto Lucena, que governou nas décadas de 60 e 70, teria optado pelo progresso urbanístico à importância histórica e religiosa do templo. “O projeto, que custou mais de três milhões de reais, dos anos 70, aconteceu em meio ao regime militar. Teria por objetivo o melhoramento do tráfego local, uma saída para o desenvolvimento da cidade. 400 moradias foram destruídas para a avenida ser construída. Foi uma desapropriação difícil. Em torno de 2000 pessoas precisaram sair”, contou.

O tema também foi explorado no vídeo, que encerrou a apresentação com a seguinte síntese: “A cidade foi perdendo sua alma. Da mesma forma como as pessoas e as cidades também envelhecem e criam novos cotidianos e novos padrões urbanísticos. O Recife não resistiu à modernidade. Os bondinhos não existem mais. As estreitas ruas do Bairro de São José, de onde se ouvia som de piano, onde desfilavam os Batutas de São José cederam lugar ao progresso”.

Católica celebra missa em homenagem ao Dia do Professor
Tércio Amaral

Há 182 anos o imperador Dom Pedro I decretava a criação do Ensino Primário no Brasil. O dia escolhido foi 15 de outubro de 1827, em homenagem à educadora Santa Tereza de Ávila. A religiosidade e educação brasileira caminham juntas ao longo da história. A Universidade Católica de Pernambuco comemorou o Dia do Professor com uma Missa em Ação de Graças presidida pelo Reitor Padre Pedro Rubens, o Pró-reitor Comunitário Padre Miguel Martins e o Padre Antônio Mota.

A cerimônia foi realizada na capela da Católica. O momento contou com a participação de professores, alunos e funcionários. Durante a eucaristia, o Reitor, Padre Pedro Rubens, destacou a relação entre a religião e o saber. “Existem dois regimes. O regime da lei e o regime da fé. O primeiro seria o fazer por obrigação e o regime da fé seria fazer por convicção”, disse.

Educador, Padre e Reitor, Pedro Rubens convive diariamente ao redor dessas missões sociais. Ele revelou que simples palavras fazem diferença na interação entre alunos e mestres. “Eu, particularmente, não gosto da palavra professor. Professor é aquele que, de algum modo, mostra-se detentor do saber. Gosto de ser chamado de educador”. Para ele, “o trabalho da Igreja Católica sempre foi educativo. O educador a gente reencontra no exercício da fé. O Padre também é um educador por natureza”, declarou.

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EDIÇÃO: Paula Losada (1652-DRT/PE), Daniel França (3120-DRT/PE) e Elano Lorenzato (2781-DRT/PE)

REDAÇÃO e FOTOGRAFIA: Ana Luíza , André Amorim, Beatriz Lacerda, Diego Ximenes, Lílith Perboire, Rebeca Kramer, Tércio Amaral, Tiago Cisneiros e Victor Bastos.

RELAÇÕES PÚBLICAS: Pedro Rocha e Rodrigo Lyra.

PUBLICIDADE & WEB: Armindo Simão Filho e Marina Rodrigues.

PRODUÇÃO DE VÍDEO: Luca Pacheco.

DESIGNER: Java Araújo

WEBDESIGNER: Kiko Secchim, SJ.

CONTATO: Rua Afonso Pena, 179, Santo Amaro, CEP: 50050-130, Fone/Fax: (81) 2119-.4409 E-mail: assecom@unicap.br

Críticas e/ou sugestões, envie um e-mail para a redação do Boletim UNICAP

O Boletim Unicap é distribuído exclusivamente para os alunos, ex-alunos, professores, funcionários, instituições de ensino superior e empresas de comunicação. Caso queira cancelar o recebimento desta publicação, ou alterar seu e-mail, escreva para

 

 
   
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