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Recife, 15 de outubro de 2009 - Ano 8

William Bonner apresenta seminário na Católica nesta sexta-feira
Tiago Cisneiros

A Universidade Católica de Pernambuco receberá, nesta sexta-feira (16), o apresentador e editor-chefe do Jornal Nacional, William Bonner. O seminário “Jornal Nacional: modo de fazer” será realizado das 9h às 12h, no auditório G2 da instituição. O evento promete casa cheia, já que as 450 vagas foram preenchidas no primeiro dia de inscrições.

No seminário “Jornal Nacional: modo de fazer”, destinado a estudantes e professores dos cursos de Jornalismo de Pernambuco, William Bonner apresentará a rotina e os bastidores do principal noticiário televisivo do país. O evento é uma iniciativa da Universidade Católica de Pernambuco e da Universidade Federal de Pernambuco, em parceria com a Rede Globo, através do projeto Globo Universidade.

Para o coordenador do curso de Jornalismo da Católica, professor Alexandre Figueirôa, a oportunidade é única para os alunos da área, principalmente devido ao prestígio do Jornal Nacional e do seu editor-chefe e apresentador. “Trata-se de um programa com 40 anos de existência, o que não se alcança à toa. Ninguém pode negar que é uma referência e tem um peso grande em todo o país. Para os estudantes, a palestra é um evento importante, porque proporciona o contato com o que existe de ponta no telejornalismo”, avalia.

Atenção, inscritos!

Das 8h às 8h30, os estudantes e professores inscritos passarão por duas etapas de credenciamento, apresentando a carteira de identidade e o comprovante de inscrição (emitido através do link www.unicap.br, após o preenchimento do formulário). A intenção é propiciar o máximo de conforto, organização e segurança a todos os participantes.

Direito Civil Contemporâneo é tema de Congresso na Unicap
Ana Luíza Madeiro

Teve início, na manhã desta quinta-feira (15), às 8h30, no auditório G1 da Universidade Católica de Pernambuco, o II Congresso Pernambucano de Direito Civil, com o tema “Miradas sobre Direito Civil Contemporâneo”, tendo como presidente de honra o doutor em Direito e ex-diretor da Faculdade de Direito da UFPE, professor Sylvio Loreto.

O Congresso teve uma programação diversificada durante todo o dia, com conferências, palestras e a exibição do filme Baby Love (França, 2008), de Vincent Garenq, com um debate sobre a temática da adoção por homossexuais. O evento se estende até o dia 16 de outubro, com mais palestras e conferências. 

Organizado pelo professor Rui Antunes, da Escola Superior de Advocacia, pela Escola da OAB e coordenado pelos professores Venceslau Tavares (ESA-PE/UFPE/FOCCA), Torquato Castro Júnior (UFPE) e Maria Rita Hollanda (Unicap), o evento tem o intuito de debater temas de interesse público, versando sobre a importância do Direito nesse processo.

A mesa da solenidade estava composta pelo Reitor Padre Pedro Rubens, pela diretora do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ) da Unicap, professora Miriam Sá Pereira, pelo presidente da OAB, Jayme Afora, pelos professores de Direito da Unicap, Rony Duarte e José Maria Silva e pelo homenageado, o professor Sylvio Loreto.

O Reitor deu início ao pronunciamento, cumprimentando a mesa e falando sobre a importância da atividade jurídica em Pernambuco. “O Direito dessa terra é um Direito de cidadania e nós temos a convicção do importante papel que ele tem nesse sentido, com uma pauta sem limites.” O Reitor completou dizendo que a ideia do Congresso era sair do simples debate para dar o primeiro passo: “Se deixarmos de discutir, seremos arbitrários, mas devemos agir para a justiça além da lei”.

Em seguida, o presidente da OAB, Jayme Asfora, falou sobre o papel da Universidade Católica de Pernambuco frente aos temas de importância para a sociedade: “A Unicap prova que faz sua parte, sempre se renovando, mostrando jovialidade e atualidade, debatendo temas polêmicos que fazem parte do conceito de Direitos Humanos”. Asfora também falou sobre a função da OAB diante dos temas. “Apoiamos uma série de iniciativas, mas é preciso fazer entender, antes de defender e, para isso, precisamos de uma base intelectual e jurídica consistente”.

A palavra, em seguida, ficou com o homenageado do evento, o professor Sylvio Loreto, que se mostrou emocionado e agradeceu a oportunidade de estar ali. Ele versou sobre a relação entre professor e aluno dentro de uma instituição. “Eles estão em um processo constante de compreensão e colaboração. É uma atividade difícil para o professor porque em todos os dias de aula, ele é examinado. Por isso, deve sempre estar contente com o que faz.”

Depois dos pronunciamentos, deu-se continuidade ao Congresso com as atividades marcadas na programação. O evento tem o apoio da Comissão de apoio à diversidade sexual e combate à homofobia, da OBA/PE (CADSCH) e do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM).

NEAL da Católica volta à ativa em grande estilo
Tiago Cisneiros

O Núcleo de Estudos para a América Latina (Neal) da Católica está de volta. Para registrar a novidade com louvor, foi realizado, nestas quarta e quinta-feira (14 e 15), o seminário internacional “O lugar da América Latina no cenário internacional: desafios, dilemas e propostas”. O evento reuniu estudantes, professores e pesquisadores brasileiros e estrangeiros em uma profunda discussão acerca da história, da atualidade e das perspectivas da região.

O Neal foi criado em 1999, sob a coordenação do Padre Paulo Meneses, com o objetivo de estudar o cenário latinoamericano no contexto de interdependência local-global, além de promover a conscientização e o progresso do continente, do Brasil e do Nordeste em meio à globalização. A atual equipe do núcleo é composta pelo assessor de Relações Institucionais e Internacionais da Católica, Thales Castro, o coordenador do curso de Filosofia da Universidade, Karl-Heinz Efken, e o embaixador licenciado da Espanha no Brasil, Fernando Martinez.

Leia a seguir uma entrevista com o novo coordenador do Núcleo de Estudos para a América Latina (Neal), professor Thales Castro.

1) O que representa essa volta para os esforços da Católica em se inserir (e debater) no cenário internacional?

Thales: O NEAL, na verdade, é um centro de estudos, um núcleo elevado de conhecimento, de produção científica, sobre a América Latina e o Nordeste. A intenção é promover o conhecimento integrado e crítico de diversas áreas, como sociologia, política e economia.

2) Quais são os objetivos de realização do grupo?

Thales: O NEAL estará centrado em três frentes de realização: a publicação de textos sobre o Nordeste e a América Latina e a promoção de seminários regionais e internacionais e minicursos.

3) Neste ano, se comemoram dez anos de fundação do NEAL. O que há de melhor para se resgatar nessa história e o que deve melhorar na nova fase?

Thales: Nós buscamos resgatar a tradição de interlocução do antigo NEAL e seus pesquisadores, inclusive na conexão com a Asociación de Universidades Confinadas a la Compañia de Jesús em América Latina (AUSJAL). Ao mesmo tempo, queremos construir um novo núcleo, com um olhar fortalecido para o futuro, fortalecendo e criando parcerias com consulados e institutos de pesquisa no Brasil e no mundo.

4) Como o senhor avalia a realização do seminário internacional “O lugar da América Latina no cenário internacional: desafios, dilemas e propostas”?

Thales: A avaliação do evento é muito positiva, pois ele relança o NEAL com chave de ouro, além de colocar a Católica em um patamar de grande centro pesquisador sobre política internacional e América Latina. O seminário marca, ainda, o fortalecimento da Assessoria de Relações Institucionais e Internacionais (Asserint) da Universidade e a própria postura do NEAL, com um olhar mais democrático e participativo, voltado para o futuro.

Conferências e debates

O seminário internacional “O lugar da América Latina no cenário internacional: desafios, dilemas e propostas” contou com palestras e debates sobre diversos aspectos da história e do futuro do continente. No total, foram realizadas cinco mesas-redondas, sempre com a participação de especialistas nos temas selecionados.

Confira a cobertura da conferência “A América Latina e as assimetrias das relações internacionais contemporâneas: dos projetos de Rio Branco e Joaquim Nabuco à Unasul”, ocorrida na tarde desta quarta-feira, na reportagem a seguir.

Lugar de Brasil e América Latina no cenário internacional é tema de mesa-redonda na Católica
Tiago Cisneiros

Na primeira tarde do seminário internacional “O lugar da América Latina no cenário internacional: desafios, dilemas e propostas”, as conferências giraram em torno do tema “A América Latina e as assimetrias das relações internacionais contemporâneas: dos projetos de Rio Branco e Joaquim Nabuco à Unasul”. O encontro foi realizado no anfiteatro (terceiro andar) do bloco G4 da Católica e atraiu estudantes, professores e pesquisadores de diversas áreas do conhecimento.

O professor Karl-Heinz Efken, coordenador do curso de Filosofia e membro do Núcleo de Estudos para a América Latina (Neal) da Católica, mediou o encontro, que teve, como palestrantes, dois especialistas nas relações internacionais do Brasil e da América Latina. De um lado, o historiador e pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, Humberto França; do outro, o professor da Universidade Federal de Pernambuco Michel Zaidan. Também compôs a mesa o coordenador do Neal e assessor de Relações Institucionais e Internacionais da Unicap, professor Thales Castro.

Na abertura da mesa, o professor Karl-Heinz Efken observou: “Uma vez, o Reitor da Católica, Padre Pedro Rubens, me disse que o papel dos filósofos é fazer com que seus alunos pensem. Este seminário é um momento de reflexão quanto ao lugar da América Latina e do Brasil no contexto internacional”. Em seguida, passou a palavra aos palestrantes convidados. Confira o conteúdo das apresentações.

Humberto França – Fundação Joaquim Nabuco

Humberto França deu início a sua participação com o lembrete de que 2010 será o Ano Nacional de Joaquim Nabuco, como uma forma de homenagem pelos seus cem anos de morte. Instituições e governos do Brasil e do mundo irão promover eventos de discussão sobre o pensamento social, político e diplomático de Nabuco e sua contribuição como historiador, escritor e co-fundador da Academia Brasileira de Letras.

Segundo o pesquisador, os debates se fazem necessários diante das interpretações pouco complacentes com a ideologia de Nabuco. “Os historiadores acusam-nos de subserviência aos Estados Unidos, americanismo. Temos o desafio de reconstruir e reconstituir o seu sistema de ideias e concepções”, argumentou. Para França, o trabalho de Nabuco como embaixador do Brasil em Washington revelou a sua capacidade mental. “A aproximação com os norte-americanos que ele buscou, na verdade, é, também, um afastamento da Europa, cujo imperialismo (no final do século 19) parecia ameaçar o nosso território”, explicou.

Nabuco assumiu a embaixada do Brasil nos Estados Unidos em 1905, logo após a sua criação – “um marco na diplomacia do país”, segundo França. O seu comportamento austero confrontava-se com as extravagâncias e peculiaridades do superior, o ministro das Relações Exteriores, Barão de Rio Branco. A dupla caminhou bem em alguns pontos, mas sofreu desencontros em outros. Se, por um lado, concordavam quanto à necessidade de estreitar os laços com os norte-americanos, constrangeram governos, imprensa e populações em momentos de conflito.

Tanto Nabuco quanto Rio Branco baseavam as atuações em uma aliança com os Estados Unidos, que, como nova potência no mundo, deveria defender o Brasil e a América Latina contra o imperialismo europeu. “A ideia era proteger, sobretudo, a Amazônia. O problema é que, enquanto os brasileiros imaginavam o interesse norte-americano em servir como escudo, eles não se preocupavam com a nossa região. Para os Estados Unidos, cada um precisaria cuidar do seu próprio território”, contou o pesquisador.

Os interesses norte-americanos, esclareceu França, devem estar no cerne das reflexões sobre o papel de Nabuco como diplomata. “As críticas de pró-Estados Unidos precisam passar pela análise da época. Eles estavam buscando novos parceiros comerciais e, por isso, abriram espaço para o Brasil e outras nações. Mas o que queriam não era proteger a América Latina, mas, sim, expulsar ingleses e alemães da região, para impor os seus produtos.” Esse foco econômico teria sido o elemento de “confusão” nas relações entre brasileiros e norte-americanos.

Embora tenha custado a se adaptar ao trabalho nos Estados Unidos, Nabuco conseguiu, em alguns meses, exercer a função de embaixador, a partir da amizade com o chanceller Elihu Root e da compreensão da política do presidente Theodore Roosevelt (e o seu panamericanismo). “No começo, Joaquim Nabuco se sentia mal pela atmosfera oficial, burocrática, e pelas dificuldades com o clima, a alimentação e os preços. Depois, passou a se ambientar com o papel e ficou embevecido com as aproximações proporcionadas por ele. Ele sai das dúvidas para uma posição de muita confiança na unidade americana”, afirmou Humberto França.

Os desencontros entre Nabuco e o Barão de Rio Branco podem ser representados pelo caso da canhoneira Panther, enviada pela Alemanha para uma turnê de exibição no Brasil. “As Forças Armadas Alemãs eram as mais poderosas do mundo e tinham o interesse de se impor no Atlântico Sul, com força nas colônias do Chile, Argentina e Brasil”, disse o palestrante. Diante desse quadro, o governo e a imprensa brasileira consideraram as ações do Kaiser Guilherme II como um plano integrante do pangermanismo (ampliar e unir os povos germânicos).

De acordo com as primeiras versões da história, os soldados alemães vindos na canhoneira teriam sequestrado um militar brasileiro, na cidade de Itajaí, em Santa Catarina. A informação teria aguçado o desejo de autopromoção do Barão de Rio Branco, segundo Humberto França. “Ele exagerou na dose da resposta, querendo ganhar espaço e notoriedade. Com isso, podia ter causado uma guerra em que o Brasil não teria capacidade de entrar”, avaliou. O pesquisador revelou que, mesmo depois de saber da não-existência do sequestro, o ministro de Relações Exteriores continuou exigindo explicações da Alemanha, sob a ameaça de rompimento dos contatos diplomáticos.

Até que se resolvesse o mal-entendido da canhoneira Panther, muitas controvérsias vieram à tona entre Rio Branco e Nabuco. O ministro ordenou ao embaixador brasileiro que atraísse a simpatia do governo e da mídia norte-americana, como respaldo do Brasil na disputa com a Alemanha. Nabuco, entretanto, teria errado na estratégia, ao fazer um pedido oficial de ajuda ao secretário de Estado Elihu Root. “Para Rio Branco e a imprensa, esse ato seria humilhante para o país, como se estivéssemos com o ‘pires na mão’ diante dos Estados Unidos”, explicou França. O impasse só foi concluído quando Joaquim Nabuco, pressionado, enviou um ofício a Root, esclarecendo que, na conversa anterior, só tentara lhe informar sobre os recentes acontecimentos.

No tocante ao atual cenário internacional, Humberto França ressaltou os limites do crescimento brasileiro, repetido em “um discurso ufanista de potência, a partir do petróleo e das Olimpíadas”. Para o pesquisador, o Atlântico Sul será um ponto fundamental nas relações internacionais, mas o Brasil não pode pensar em representar toda a região. “Esse objetivo é restrito, porque depende dos Estados Unidos. Eles não vão tolerar quaisquer mudanças ou posturas que se opuserem aos seus interesses principais”, opinou. Como forma de proteger a integridade nacional e regional, França sugeriu a criação de duas bases navais: uma no norte do Brasil e outra, em Cabo Verde, na África Equatorial, a partir de um acordo com os outros países sulamericanos, Angola e África do Sul.

Michel Zaidan – professor da Universidade Federal de Pernambuco

A segunda parte do encontro trouxe uma outra visão das relações entre América Latina e Estados Unidos, além de considerações sobre os projetos de unificação regional diante do cenário internacional. Quanto ao primeiro ponto, Zaidan colocou-se contrário à ideia de que uma potência deva ter a missão de proteger os demais países e, especificamente no caso dos norte-americanos, a América do Sul.

Para amparar a versão de dependência em relação às potências, Zaidan citou uma referência de Rubens Ricupero, em que o ex-ministro da Fazenda revela a “agenda secreta” nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. “Esse pacto se baseia na necessidade de submissão ante o país mais forte, reconhecendo o seu poder implicitamente, para não causar muitas reações na sociedade”, explicou.

Depois da introdução, o pesquisador passou a tratar da realidade latinoamericana, da qual destacou o aspecto heterogêneo, sobretudo no tocante ao Brasil. “Nós falamos português em uma região onde só se tem o espanhol como idioma, estamos ilhados. É uma gravíssima deficiência o fato de aprendermos inglês, alemão, francês, mas ignorarmos a língua espanhola”, pontuou.

Entre as diferenças e desavenças internas, que dificultam o processo de integração regional, Zaidan apontou três exemplos-chave: a Argentina, que se considera um país europeu da década de 1930; o Paraguai, que mantém um grande crédito com o Brasil, por causa da Guerra do Paraguai, no século 19; e o Peru, cuja população, em detrimento da língua oficial (espanhol), se comunica por um dialeto indígena.

Segundo Michel Zaidan, o processo de unificação da América Latina é contemplado por duas vertentes antagônicas. A primeira, vinculada aos interesses dos Estados Unidos, segue a Doutrina Moore (“A América para os americanos”) e começou a ganhar força após a Primeira Guerra Mundial. A segunda, mais recente e repleta de dificuldades, é denominada Revolução Bolivariana.

Para o pesquisador, a postura dos Estados Unidos fundamenta-se no interesse econômico, que elimina as possibilidades de unificação. “Embora pensem que vêm para proteger e facilitar o comércio, a política externa dos norte-americanos é um fator de desequilíbrio na América Latina. Trata-se de uma ação, sempre, bilateral, ou seja, os acordos são firmados entre países – e não entre Estados Unidos e Mercosul (bloco).” Essa opção permitiria a manutenção da relação hierárquica entre a nação mais forte e a mais fraca.

A política do Mercosul, por sua vez, é multilateral, consoante o objetivo de ampliar as relações entre os países, principalmente os do eixo sul do continente. “Não esqueço que os Estados Unidos são nossos maiores parceiros – assim como os da Venezuela, por causa do petróleo. Mas, de qualquer modo, é importante criar acordos com Europa, Ásia, África”, avaliou.

O caráter de bloco do Mercosul, no entanto, não é suficiente para promover a integração do continente. “O processo tem muitas dificuldades, por causa das desconfianças e inimizades históricas entre os países. A Argentina, por exemplo, não confia nos interesses estratégicos do Brasil. Ambos se consideram líderes da região e não querem se submeter ao outro”, esclareceu Zaidan.

As pretensões de liderança do Brasil, também, não são aceitas pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez. De acordo com Zaidan, embora estejam dissolvidos no discurso de integração de Lula, esses objetivos revelam-se na postura internacional do país, que busca uma cadeira no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e protagoniza o grupo dos G-20. “Esse conjunto é formado por ‘países-baleia’, ou seja, aqueles que são grandes, mas não têm tanta representatividade no cenário global. De qualquer forma, têm conseguindo, unidos, bons resultados nas conferências de comércio”, disse.

Zaidan recordou, ainda, as mudanças nas ligações entre América Latina e Estados Unidos, iniciadas na década de 1990, com a emergência de governos socializantes e nacionalistas, como o de Hugo Chávez e Evo Morales. “Por um lado, isso aumenta a autonomia em relação à política externa norte-americana. Por outro, dificulta a integração regional.” Desde então, os Estados Unidos mudaram o foco de atuação para a Ásia Central, exercendo mais influência ou controle sobre países como Iraque, Afeganistão e ex-nações soviéticas. Essa nova postura está, profundamente, vinculada ao interesse pelo petróleo, abundante na área.

O novo cenário, segundo Zaidan, é de uma preocupante instabilidade política na América Latina. Essas oscilações e diferenças prejudicam as tentativas de integração e desfavorece a realização de negócios comerciais. “Entre os maiores exemplos, estão o Plano de Combate ao Narcotráfico da Colômbia, que abriu espaço para a instalação de bases armadas, direcionadas contra a Venezuela chavista, e a questão atual do governo de Honduras”, citou.

O pesquisador tratou, também, da posição e das perspectivas de uma nação diferenciada no contexto latinoamericano e mundial. Para ele, a imagem – conservada pela esquerda – de que Cuba é o baluarte não derrotado pelos Estados Unidos mudará de dono em breve. “Parece que a ilha vem passando por um processo de abertura política e econômica, indispensáveis diante da situação interna da população. Essas transformações, iniciadas com o afastamento de Fidel Castro, não têm uma previsão de alcance, mas, provavelmente, provocarão relações distintas com os norte-americanos”, analisou.

A referência da esquerda latinoamericana, segundo Zaidan, passará a ser a Venezuela – ou, especificamente, Chávez. Essa transposição, no entanto, precisa de uma reflexão prévia. “O presidente não deixa que a retórica socialista se misture com a esfera econômica, porque, enquanto não houver diversificação de produtos, é impossível cortar os vínculos com os Estados Unidos, maiores importadores do petróleo”, explicou.

Sobre os movimentos sociais na América Latina, Zaidan observou uma tendência de “refluxo”, talvez ocasionada pela mudança de postura dos governos nacionais ou das constituições internas dos grupos. “O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), sem dúvida, tem uma ligação mais simpática com o presidente Lula. O Neozapatismo, no México, também, perdeu força nos últimos anos. Não sabemos, ainda, se esse comportamento é permanente ou provisório.”

Em diálogo com o palestrante Humberto França, Michel Zaidan concordou sobre a possível inserção da América Latina em um posto de destaque na política internacional. Mas ressaltou que o processo depende muito da integração regional e da política externa norte-americana. “Precisamos esperar a decisão dos Estados Unidos: se vão continuar na Ásia Central, enfrentando o seu maior inimigo ideológico (islamismo), ou se vão voltar os olhos para os latinoamericanos”, concluiu.

Seminário Internacional debate projetos sociais e a agenda ambiental na América Latina
Victor Bastos

Foi realizado nesta quinta-feira (15) o segundo dia do Seminário Internacional “O lugar da América Latina no cenário internacional: desafios, dilemas e propostas”. O evento aconteceu no Anfiteatro do Bloco G4 da Universidade Católica de Pernambuco. A organização foi da Unicap, da Assessoria de Relações Internacionais e Interinstitucionais (Asserint) e do Núcleo de Estudos para a América Latina (Neal).

Durante a manhã desta quinta-feira, foi realizada a Conferência III do Seminário Internacional, com o tema “Projetos sociais e a agenda ambiental na América Latina: pertinência e problemáticas dos debates sobre direitos humanos de terceira e quarta geração”. A mesa de debate foi presidida pelo Prof. Dr. Padre Antônio Mota, e composta pelo Coordenador do Mestrado em Direito da Unicap, Prof. Dr. Jayme Benvenuto, pelo Professor da Católica, Dr. José Soares Filho e pela Professora da Faculdade Damas, Dra. Susan Lewis.

Na Conferência III, os participantes do debate enfocaram nos desafios de mudanças e transformações, principalmente no âmbito social. “Praticamente tudo é criado pelo homem, então não podemos simplesmente dizer que a política ou o Estado é mau por natureza”, afirmou o Coordenador do Mestrado em Direito da Unicap, Prof. Jayme Benvenuto. Segundo os debatedores, o Realismo, ou seja, a imutabilidade das relações, é prejudicial para as mudanças necessárias.

Os principais desafios, para uma transformação na América Latina, levantados durante a conferência, foram a educação e o meio ambiente. Segundo Jayme Benvenuto, a educação é o primeiro dos desafios. Através dela acontecem transformações, e por isso ela deve ser reconstruída através de um novo parâmetro. A história da América tem que ser contada e discutida numa ótica nova, e não mais na européia, ainda vigente. Outra questão é de transformar as nações em bilíngües, pois segundo ele, passará a existir uma maior compreensão entre os países.

O segundo desafio é o meio ambiente, as cláusulas verde e azul são as principais propostas de resolução. A primeira é associada ao desenvolvimento junto com a causa sócio ambiental.  A cláusula azul consiste na vinculação do desenvolvimento econômico em relação aos trabalhadores locais, com isso existirá uma maior satisfação e cooperação da população.

Evento comemorativo aos cem anos do jurista Norberto Bobbio integra 7ª Semana de Integração
Rebeca Kramer

O Grupo de Estudos sobre o cientista Norberto Bobbio, que acontece todas as quintas-feiras, a partir das 15h30, na sala 305 do bloco B, está promovendo, dentro da 7ª Semana de Integração da Universidade Católica de Pernambuco, um evento comemorativo aos cem anos de nascimento do jurista, cientista político e filósofo Norberto Bobbio.  As inscrições para a sessão de comunicações vão até o dia 21 de outubro com o valor de R$ 5 e deverão ser feitas na secretaria do Centro de Teologia e Ciências Humanas (CTCH). Os interessados devem enviar o resumo das comunicações para o endereço eletrônico: Antonio@unicap.br. Será emitido certificado de participação.

De acordo com o professor Antonio Carlos, que está à frente do grupo, a intenção da programação é comemorar os cem anos de Bobbio (1909-2004) refletindo sobre a importância e a atualidade de suas contribuições na área jurídica, da Ciência e Filosofia Política.

Serviço:

EVENTO 01:  

MESA REDONDA 

Tema: “Bobbio: o jurista, o Cientista Político, o Filósofo”.

Data: 20 de outubro

Local: Auditório “G1”

Horário: Das 19h às 22h 

EXPOSITORES:

- Profª. Karina Nogueira Vasconcelos (Curso de Direito/UNICAP);

- Prof. Antonio Carlos de Oliveira

(Curso de Filosofia/UNICAP)

- Prof. Michel Zaidan

(Ciência Política/UFPE)

EVENTO 02:

COMUNICAÇÕES 
 ENFOQUE PRINCIPAL:

“Bobbio e o Diálogo com os Clássicos”

Data: 22 de outubro

Local: Sala 304 – Bloco “B”

3º. Andar

Horário: Das 14h30 às 17h 

Últimas vagas para o minicurso sobre direitos humanos para estudantes e profissionais de Jornalismo
Tiago Cisneiros

Restam poucas vagas para o minicurso “Direitos humanos: um panorama internacional”, que encerra a série especial do Programa Universidade não tem idade para estudantes e profissionais de jornalismo. As inscrições custam R$ 55 e podem ser feitas no site http://www.unicap.br/universidade/ até o dia 4 de novembro.

O minicurso será ministrado pelo professor Jayme Benvenuto, coordenador do Mestrado em Direito e da Cátedra Unesco-Unicap de Direitos Humanos, nas quintas-feiras de novembro (5, 12, 19 e 26). As aulas acontecerão das 9h às 12h, no auditório do Centro de Teologia e Ciências Humanas (CTCH), localizado no primeiro andar do bloco B da Universidade. Os participantes receberão um certificado de 12 horas de atividade complementar.

Nos meses de agosto, setembro e outubro, foram realizados os minicursos “Relações Internacionais”, “Introdução à Filosofia” e “História da América Latina contemporânea”. Todos integraram o primeiro ciclo de encontros destinados a estudantes e profissionais de jornalismo.

Mais informações sobre o Programa Universidade não tem idade podem ser obtidas pelos telefones (81) 2119 4140 ou (81) 2119 4146.

Centros da Católica promovem minicursos, oficinas e palestras durante a 7ª SIUCS
Tiago Cisneiros

Começa, na próxima segunda-feira (19), a 7ª Semana de Integração Universidade Católica – Sociedade. O evento, cujo tema é “Segurança: uma questão de cidadania”, mobilizará a instituição durante toda a semana, até a sexta-feira (23). Além da programação geral (aberta ao público), serão oferecidos 59 minicursos, oficinas e palestras, promovidos pelos cinco centros da Unicap. As inscrições podem ser feitas no site www.unicap.br/siucs/index.html .

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