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XVI Semana de Estudos Docentes da UNICAP
Recife, 1-3 de fevereiro de 2006

SAUDAÇÃO DE ABERTURA
Pe. Pedro Rubens Ferreira Oliveira

Pe. Pedro RubensConsidero uma feliz coincidência que o primeiro evento que presido como Reitor seja justamente esta “Semana Docente”, que para mim representa a celebração e o exercício da qualidade comunitária de nossa Universidade. De fato, a palavra “universidade”, antes de significar a multiplicidade e a convergência de saberes em sua estrutura acadêmica, referia-se à totalidade dos membros que faziam a universidade. Entre as diversas corporações que constituíam o equivalente da sociedade civil medieval, sobressaía essa Universitas de mestres e discípulos dedicados à busca da verdade e à transmissão do saber. Aliás, a própria organização das faculdades, não como unidades ou institutos isolados, mas na unidade de uma mesma instituição que procurava realizar uma síntese dos saberes, tinha tudo para incentivar sua qualidade comunitária, a interdisciplinaridade e os laços cooperativos entre todos os seus membros. Como se vê, a própria realidade acadêmica impelia a uma integração comunitária. Longe de ser uma recordação do passado, a integração comunitária resta como uma das tarefas mais inovadoras do conceito de universidade, contrariamente às tendências liberais que atentam contra a realidade paradoxal do aumento do número de instituições de ensino superior, sobretudo em países como o nosso.

Porém, a identidade católica de nossa universidade aponta com mais vigor para esse espírito comunitário. “Nascida do coração da Igreja”, como disse João Paulo II, a Universidade católica traz consigo essa vocação comunitária que herdou da Igreja. A fé cristã não vive no isolamento; ao contrário, por mais pessoal que seja, o ato de fé realiza-se no marco de uma comunidade que a engendra, fecunda e dá vida. A fé de cada um vivifica essa fé comum.

Voltando à nossa Unicap e a suas Semanas docentes, 15 anos consecutivos foram estruturando e aprofundando esse espírito de corpo docente e esse estilo comunitário. A própria “Carta de Princípios”, que define os rumos de nossa Universidade é uma elaboração conjunta, gestada nas primeiras semanas docentes, quando nossa universidade deu para si mesma as normas que a definem, baseando-se não na heteronomia, mas em um exercício constante de autonomia no qual a própria comunidade estabelece seu itinerário, define suas prioridades e sonha com o futuro que almeja.

Nesse contexto, a excelência acadêmica é a grande meta a ser alcançada nos níveis da pesquisa, da extensão e do ensino de graduação e pós-graduação. Para tanto, faz-se indispensável um processo de avaliação, sendo esse o eixo temático desta Semana de Estudos Docentes. Ora, avaliar é antes de tudo avaliar-se diante de critérios objetivos. Longe de enunciar-lhes uma tautologia, trata-se, aqui, de indicar o caminho complexo de todo processo avaliativo. É necessário considerar o jogo de relações entre critérios objetivos e subjetivos, sem relativizar os fatores históricos e as dificuldades de uma universalização de parâmetros, o que seria ignorar não apenas as particularidades de um contexto dado, mas também as riquezas de processos singulares. Nosso maior desafio será, portanto, encarar as exigências de uma avaliação externa como fortalecimento de nosso processo singular de avaliação ao longo desses últimos anos.

Com efeito, refletir sobre a avaliação é exercitar, enquanto corpo docente, a salutar atividade crítica, indispensável à vida universitária. Esse exercício implica partir da identificação dos pontos a serem incentivados ou redimensionados, o que supõe um processo de abertura e de empenho de toda a comunidade acadêmica. Somente com a contribuição efetiva de todos e de cada um, portanto, a avaliação institucional poderá atingir o seu mister: conduzir à excelência.

Cabe-me, enfim, felicitar aqui o Pe. Peters pela idéia tão feliz de criar essas Semanas Docentes, que de ano para ano representam um dos momentos mais densos e fecundos de nossa vida comunitária. Por isso convidei meu antecessor para fazer a “Conferência inaugural” desta 16ª semana, pois ninguém como ele poderia dar-nos uma visão abrangente dessa iniciativa que dele procede, à qual por tantos anos promoveu com a constância e firmeza que o caracterizam. Começando minha trajetória como Reitor, quero trilhar os caminhos de uma “criatividade fiel” ou de uma “fidelidade criadora”, como disse em meu discurso de posse: entre os extremos da rotina e da ruptura, é aqui que se coloca a riqueza e a força da tradição, enfrentando os desafios de cada dia com o espírito que constitui nossa razão de ser, “para a maior glória de Deus”. Ora, segundo Irineu de Lyon, “A Gloria de Deus é o Ser Humano vivendo plenamente”.

Prof. Dr. Pe. Pedro Rubens Ferreira Oliveira,S.J.
R E I T O R

 


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