Estação Matiz 2014: poetas/poetisas!

Primavera - destaque - RP - sem marca Agerp

“A vida só é possível reinventada”. 20 de outubro, Dia do Poeta, da Poetisa! Poetas são como a Primavera: estão – sempre – em busca de renascer, de se reinventar! O poeta, a poetisa inspira (*), respira e transpõem palavras-simbólicas – intrínseca e extrinsecamente transgressoras -, em poemas, em poesias (musicalidade subjetiva dos versos e das estrofes**)!

Para a homenagem em 2014, foram selecionados quatro (4) textos de poetas-compositores. O primeiro, com um poema infantil do parnasiano Olavo Bilac; dois poemas-canções de: Vinicius de Moraes/Carlos Lyra e Chico Buarque/Edu Lobo. Para a concepção contemporânea – aqui utilizada – de a Primavera, uma das primorosas transgressões clássicas de Cecília Meireles. Permita-se ser perfumado(a); visto(a); tocado(a); ouvido(a) e “fale”…!

 

A Primavera
Olavo Bilac

Coro das quatro estações:

Cantemos! Fora a tristeza ! | Saudemos a luz do dia: | Saudemos a Natureza ! | Já nos voltou a alegria!
A Primavera: | Eu sou a Primavera ! | Está limpa a atmosfera, | E o sol brilha sem véu !

Todos os passarinhos | Já saem dos seus ninhos, | Voando pelo céu.
Há risos na cascata, | Nos lagos e na mata, | Na serra e no vergel: | Andam os beija-flores

Pousando sobre as flores, | Sugando-lhes o mel. | Dou vida aos verdes ramos, | Dou voz aos gaturamos
E paz aos corações; | Cubro as paredes de hera; | Eu sou a Primavera, | A flor das estações !

Coro das quatro estações: | Cantemos! Fora a tristeza ! | Saudemos a luz do dia: | Saudemos a Natureza !
Já nos voltou a alegria !

 

A Primavera
Vinicius de Moraes/Carlos Lyra

O meu amor sozinho, | É assim como um jardim sem flor,
Só queria poder ir dizer a ela, | Como é triste se sentir saudade.

É que eu gosto tanto dela, | Que é capaz dela gostar de mim,
Acontece que eu estou mais longe dela, | Do que a estrela a reluzir na tarde.

Estrela, eu lhe diria, | Desce à terra, o amor existe,
E a poesia só espera ver nascer a primavera, | para não morrer,
Não há amor sozinho, | É juntinho que ele fica bom,
Eu queria dar-lhe todo o meu carinho, | Eu queria ter felicidade.

É que o meu amor é tanto, | Um encanto que não tem mais fim,
No entanto ela não sabe que isso existe, | É tão triste se sentir saudade.

Amor, eu lhe direi, | Amor que eu tanto procurei,
Ah! quem me dera eu pudesse ser, | A tua primavera e depois morrer.

 

A Bela e a Fera
Chico Buarque/Edu Lobo

Ouve a declaração, oh bela | De um sonhador titã | Um que dá nó em paralela | E almoça rolimã
O homem mais forte do planeta | Tórax de Superman | Tórax de Superman | E coração de poeta

Não brilharia a estrela, oh bela | Sem noite por detrás | Tua beleza de gazela
Sob o meu corpo é mais | Uma centelha num graveto
Queima canaviais | Queima canaviais | Quase que eu fiz um soneto

Mais que na lua ou no cometa | Ou na constelação | O sangue impresso na gazeta
Tem mais inspiração | No bucho do analfabeto
Letras de macarrão | Letras de macarrão | Fazem poema concreto

Oh bela, gera a primavera | Aciona o teu condão | Oh bela, faz da besta fera
Um príncipe cristão | Recebe o teu poeta, oh bela
Abre teu coração | Abre teu coração | Ou eu arrombo a janela

 

Reinvenção
Cecília Meireles

A vida só é possível | reinventada.

Anda o sol pelas campinas | e passeia a mão dourada | pelas águas, pelas folhas…
Ah! tudo bolhas | que vem de fundas piscinas | de ilusionismo… — mais nada.

Mas a vida, a vida, a vida, | a vida só é possível | reinventada.

Vem a lua, vem, retira | as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços | cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira | da lua, na noite escura.

Não te encontro, não te alcanço… | Só — no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço | que além do tempo me leva.
Só — na treva, | fico: recebida e dada.

Porque a vida, a vida, a vida, | a vida só é possível | reinventada.

 

(*) Homenagem ao (ex)professor de Jornalismo e Relações Públicas da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), ao folckcomunicador dos cordelistas: Roberto Benjamin. Há um ano (20 de outubro de 2013) foi analisar – no céu -, as pelejas dos fenomenais poetas de contextos populares de Pernambuco, do Nordeste, do Brasil-Mundo!

(**) Os versos e as estrofes foram formatados à “dinâmica” on-line.

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