Poesia é o inspirar e o exalar de sonoridades em versos-poemas. É criação-criativa épica, dramática ou lírica grafada de sentimentos – geralmente – antagônicos. É uma espécie de poder, do “estado da arte” de “modificar a realidade”. De externar, idealizar: sofrimento/condição ideal. Hoje é o Dia Nacional da Poesia. A referência é o nascimento do último grande poeta* do romantismo brasileiro: Castro Alves.
A homenagem do curso e da Agência Experimental em Relações Públicas (Agerp) é exalada por inspirações de duas poetizas da Universidade Católica de Pernambuco: Haidée Camelo e Verônica Brayner.
DESCULPE-ME, MADRIGAL MELÂNCÓLICO!
Abraçou-me muito forte, aquela Poesia, recitada no Mercado da Boa Vista. Eu a conhecia, mas não me lembrava do nome dela. Enquanto me abraçava, naquele caloroso reencontro, eu pensava: qual o nome dela? E o Poeta dela? Meu Deus! Enquanto eu pensava, a imagem do Poeta ficou ali, por trás daqueles oculozinhos, a espiar o meu desconserto. Enquanto me abraçava, tão emocionada e melancólica, ela dizia: “…o que adoro em ti lastima-me e consola-me. O que adoro em ti é a VIDA.”
>>>>> Verônica Brayner
A POESIA EXPULSA O MEDO
Lá fora o medo silencia o riso
E, cínico, nos rouba as velhas cantigas
Exilados do paraíso
Nos despedimos de crenças antigas
Perdemos o encanto
Das ruas serenas
Das noites amenas
Das noites de lua
O medo apaga nossos arco-íris
E sopra o vento triste da desesperança
O medo lá fora é o que há por dentro
Do que há mais de dentro
Para se esconder
O medo lá fora dita agora os passos
Que daremos todos para não morrer
Grande insano medo
Que nos traz a vida no diminutivo
E rouba de nós tudo que inda é vivo
E quando parece que mais nada resta
E o mundo parece a nada conduzir
Um poeta nos inunda de poesia
E a alegria volta a existir
Uma voz que canta traz de volta a vida
Uma voz que canta ensina a resistir
>>>>>Haidée Camelo
* Para ser melhor que hoje/que sou, consumir/consumirei:
– Contexto “erudito”: Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Cora Coralina, Ferreira Gullar, João Cabral de Melo Neto, Manoel Bandeira, Mario Quintana, Olavo Bilac, Paulo Leminski, e por que não; por Sim: Clarisse Lispector…
– Contexto “popular”: Apolônio Alves dos Santos, Patativa do Assaré, J. Borges, José da Costa Leite, Francisco Sales Arêda, João Ferreira de Lima…
– Contexto “musicado”: Adriana Calcanhoto, Arnaldo Antunes, Caetano Veloso, Capiba, Carlos Pena Filho, Cartola, Cazuza, Chico Buarque, Chorão, Dalva de Oliveira, Djavan, Gabriel – o Pensador, Getúlio Cavalcante, Gonzaquinha, Humberto Teixeira, Lenine, Lirinha, Luiz Gonzaga, Nelson Ferreira, Renato Russo, Vinícius de Moraes, Zé Dantas…
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