Antiguidades sempre novas sempre novas

Num mundo cada vez mais veloz e em mutação, a preservação de objetos do passado vai ganhando cada vez mais importância. Uma verdadeira legião de pessoas mantém seus hobbies e paixões por objetos e práticas que já sairam de moda e são consideradas obsoletas pela maioria da população.

É sobre este culto ao passado, presente no cotidiano de tanta gente, que trata esta edição do jornal O Berro.

Existem os que gostam de colecionar peças de decoração antigas ou aqueles que, simplesmente, não conseguem se desvincular de coisas que saíram de moda. Ainda hoje reservam espaço nas prateleiras para memórias em forma de objetos.

A recordação que coisas usadas em décadas passadas transmite, e a alma adquirida por elas, ao longo dos anos, sugerem uma experiência muito peculiar.

Nesta edição do jornal há reportagens que tentam entender a crescente necessidade do passado, necessidade que faz parte do comportamento e parece ser, até mesmo, parte da essência da sociedade contemporânea. Em parte reação ao consumismo contemportâneo, o culto ao objeto antigo – ou usado – pode até mesmo se transformar, por sua vez, num modismo e numa oportunidade de negócios.

Nesse universo, há um grupo de pessoas, por exemplo, que prefere a fotografia analógica, aquela que usa filmes e revelação ao em vez do imediatismo digital. Os defensores delas têm argumentos de sobra para convenver quem se disponha a escutá-los.

Caçadores de relíquias literárias, conhecidos como bibliófilos, não estão extintos e continuam a frequentar os sebos da cidade, onde uma edição rara e bem conservada pode custar bem caro.

O resgate da cultura dos LPs, hoje conhecidos como discos de vinil, torna-se cada vez mais forte e carrega vários significados sobre a dinâmica da sociedade capitalista. Um ciclo de apogeu, decadência e, agora, resurgimento como produto sofisticado para conhecedores com bom poder aquisitivo.

Até no futebol, as camisas de época de times famosos, passaram a ser vendidas em lojas especializadas.

Feiras de antiguidade ainda hoje têm seu público cativo. Os brechós ganham charme e aura de exclusividade, apesar de atingirem, no Recife, ainda um público pequeno e seleto de pessoas que gostam da moda retrô.

No chamado país do futuro, sempre obcecado por novidades, é interessante observar que uma grande legião de brasileiros se diverte mesmo é com as coisas do passado.

Veja a versão digital.

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