Burle Marx e os jardins brasileiros universais no Recife

Burle Marx - Corpo do texto

CULTURA SOCIOAMBIENTAL POR JARDINS EDUCATIVOS. 2015 é especial para o paisagismo nacional. Um jovem de 25 anos e poucos de formado em arquitetura e artes plásticas desembarcou no Recife, há 80 anos, “para assumir o Setor de Parques e Jardins do Governo do Estado de Pernambuco”. Tal fato incide, anos mais tarde, de ser reconhecido internacionalmente como paisagista glocal de jardins públicos. Repaginando o modelo europeu de paisagismo (“clássico”), Roberto Burle Marx cria o “jardim brasileiro”.

O paisagismo (1) educativo de Burle Marx – do Litoral ao Sertão -, foi projetado em 1935 para espaços públicos da capital pernambucana. O pioneirismo foi concebido para a Praça (no bairro) de Casa Forte – “primeiro jardim moderno brasileiro” -, um conjunto “aquático constituído por três lagos” e vegetação da “Mata Atlântica, da Amazônia e espécies tropicais exóticas de outros continentes”. No projeto original – ainda sem execução -, uma “escultura de uma índia a se banhar”.

O segundo, a Praça Euclides da Cunha (2), bairro da Madalena, homenagem ao autor de Os Sertões (2). No espaço de 6.244,02m² buscou recriar o ambiente da Caatinga com cactáceas, a exemplo da palma, mandacaru, xique-xique, coroa de frade, macambira, árvores de grande porte do bioma e blocos de pedras. Em 1955, o pernambucano Aberlado da Hora (3) é escolhido para criar O Sertanejo, complementando/resinificando a ideia original do paisagista: uma escultura (“de um homem de tanga”).

Para evitar a descaracterização – de certa forma restaurada – dos bens culturais públicos projetados por Burle Marx, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) – PE, legitimou o tombamento, além das Praça de Casa Forte e Euclides da Cunha, outras quatro obras do paisagista: a Praça da República e o Jardim do Campo das Princesas; a Praça do Derby; a Praça Ministro Salgado Filho (Aeroporto) e a Praça Faria Neves (Dois Irmãos).

Praça de Casa Forte

 

Para Euclides da Cunha . Fotos e ilustração: Alfredo Sotero

 

(1) Viés ambiental contemplado no curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). Vários projetos de alunos já foram premiados em níveis internacional, nacional e local. Em 2014, o trabalho Sobre as Margens do Rio – Requalificação Urbano-Paisagística da Avenida Beira Rio Recife –PE), de Rebeca Martins – orientado pela profª Paula Maciel Silva foi 1º lugar do Concurso Cultural de Projetos de Arquitetura Novo Núcleo.

(2) Projeto interdisciplinar Olhares Sobre Os Sertões Pernambucanos, homenagem aos 100 anos de lançamento do considerado o livro mais importante do século XX. Em duas edições: 2002 e 2003. Em 2014 foi transformado em produto editorial on-line. (versão 1.0).

(3) Homenagem ( já realizadas) ao genial pintor, desenhista, gravurista, ceramista e escultor natural de São Lourenço da Mata – Mata Norte de Pernambuco: Abelardo da Hora, monumento-vivo de Pernambucoe Abelardo da Hora: Monumento Eternizado!

 

Referências

BRASIL. Portal Brasil. Jardins e praças projetados por Burle Marx em Recife são tombados, 2014. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/cultura/2014/11/jardins-e-pracas-projetados-por-burle-marx-em-recife-sao-tombados>. (texto tombamento).

SÁ CARNEIRO, Ana Rita. Os jardins de Burle Marx no Recife. Recife: MXM Gráfica, 2009. (textos aspeados).






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