AOS BRASILEIROS, OS DIREITOS HUMANOS UNIVERSAIS! Diretos Humanos, Liberdade, racionalidade, respeito, relacionamentos institucionais e sociais mútuos, são condições universais das Ciências Humanas e Sociais, da Comunicação e, particularmente, das Relações Públicas. A sinergia das Relações Públicas desalinha-se dos imperativos do golpe – há 50 anos – e dos 21 anos de ditadura, “os anos de chumbo”!
Caía a tarde Tal qual a dona do bordel Pedia a cada estrela fria Um brilho de aluguel Cálice[s] Hoje você[s] são quem manda[m] Falou, tá falado Não tem discussão A minha gente hoje anda Falando de lado E olhando pro chão Viu você[s] que inventaram esse estado E inventaram de inventar Toda a escuridão [inventaram] Tanta mentira, tanta força bruta Apesar de você[s] | [mas] Amanhã há de ser Outro dia!
Há soldados armados Amados ou não Quase todos perdidos De armas na mão Nos quartéis lhes ensinam De morrer pela pátria E viver sem razão [com] Cálice De vinho tinto de sangue Mas eis que chega a roda-viva [e] O tempo rodou num instante Nas voltas dos nossos corações [… mas é difícil] Beber dessa bebida amarga Tragar a dor, engolir a labuta [em que] Choram Marias e Clarisses no solo do Brasil!
Tem dias que a gente se sente Como quem partiu ou morreu A gente estancou de repente [e teve que esperar] Na arquibancada pra a qualquer momento Ver emergir o monstro da lagoa [Mas] A gente quer ter voz ativa No nosso destino mandar Mas eis que chega a roda-viva E carrega o destino pra lá… Já vamos embora Mas sabemos que vamos voltar Amor não chora Se nós voltarmos é pra ficar Amor não chora Que a hora é de deixar O amor de agora Pra sempre, sempre ele ficar Nós queríamos ficar aqui Mas não podíamos Um Rei mal coroado Não queria O amor em seu reinado Pois sabia não ia ser amado!
[Daqui-continental e em outras terras estrangeiras além-mar] Oh, sim, estamos tão cansado[s] Mas não pra dizer Que estamos indo embora Talvez nós voltaremos Um dia voltaremos Mas queremos esquecê-la, Oh, nossa grande Ah, nossa pequena Oh, nossa grande obsessão Nós estamos tão cansado[s] Mas não pra dizer que nós não acreditamos mais em você [Mas] A gente vai contra a corrente [e] Faz tempo que a gente cultiva A mais linda roseira que há [pois] Nas voltas dos nossos corações Somos todos iguais Braços dados ou não!
De muito gorda a porca já não anda De muito usada a faca já não corta [mas] Nos dias de hoje não lhes dê motivo Porque na verdade nós queremos [vocês] vivo[s] Tenham paciência, Deus está com vocês Deus está conosco até o pescoço [e vão cair] O rei de Espadas, O rei de Ouros, O rei de Paus Não fica nada Azar!, A esperança equilibrista Sabe que o show de todo artista Tem que continuar [e que] Apesar de você[s] Amanhã há de ser outro dia Etc. e tal!!!
Em 31 de março de 2014 são decorridos 50 anos (oficiais) que envergonham o Brasil: a ditatura. O golpe de 1964 – pra não dizer que é (in)verdade -, foi anunciado nos primeiros minutos da madrugada do dia 1º de abril, segundo especialistas. A verdade é que foram 21 anos (1964-1985) em que cidadãs e cidadãos brasileiros tiveram seus direitos negados e deveres incondicionais oficializados: de ficar recolhidos, de não falar, de serem humilhados e submetidos às torturas física e psicológica!
São 50 anos para serem esquecidos, relembrando-os. Pelas várias brasileiras e inúmeros brasileiros que “desapareceram” e pelos que foram obrigados a ir embora, partidos, seja em rabos de foguete, em “vapores baratos”. O poder ilegítimo, A força, a imposição, o imperativo aquebrantaram famílias, amigos, conhecidos, cidadãs e cidadãos brasileiros, a exemplo do cearense Miguel Arraes de Alencar e do pernambucano Edval Freitas Simões, que conseguiram escapar, viajar e retornar…!
O texto reverencial (recuado acima) foi editado para ainda dizer que falamos das flores. Os substantivos flor e roseira foram usados por compositores como símbolo da resistência ao golpe de 1964. O texto em prosa é uma composição transcrita de sete músicas clássicas do cancioneiro nacional(1): Roda Viva (1967) e Apesar de Você (1970) de Chico Buarque, Vapor Barato de Jards Macalé / Waly Salomão (1971), Cálice de Chico Buarque e Gilberto Gil (1972 – 1978), Cartomante de Ivan Lins / Vitor Martins (1978), O Bêbado e A Equilibrista de João Bosco / Aldir Blanc (1979) e Canção da Despedida de Geraldo Azevedo/Geraldo Vandré (1968 – 1983)!
O título é no presente; o texto (poemas proseados) no passado para simbolicamente com palavras, frases ou estrofes das letras, independente da cronologia e sequências poéticas das quais foram compostas pelos autores, emblematizar (de fato) cinco condições, cinco imperativos dos “anos de chumbo”: o golpe, as torturas, o exílio, o “estamos vivos” e o período que antecede à redemocratização no Brasil. Os substantivos, pronomes pessoais e verbos na primeira pessoa do singular foram coletivizados, pluralizados (grifados em itálico)!
O curso de Relações Públicas da Unicap e o direito ao direito do desarmamento
Respeito, direitos, relacionamentos mútuos são alguns dos valores intrínsecos das Relações Públicas, que buscam estar sinergicamente alinhadas com todos os tipos, seguimentos, portes de organizações (legais) e seus diversos públicos de interesse, seja interno ou externo ao ambiente organizacional.
Com tais arranjos de comunicação e, em respeito à fruição do direito, está disponibilizada no site da Agência Experimental em Relações Públicas (Agerp), a campanha Desarmamento – o alvo é você dos egressos de Relações Públicas da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Juliana Guedes, Giselle Galvão, Clevison Bezerra, Irlane Fernades e Maria Estela, com orientação da prof. Carla Teixeira.
O trabalho foi desenvolvido na disciplina de Planejamento Gráfico e teve/tem como valores “sensibilizar, alertar e prevenir as pessoas portadores de armas de fogo para a importância da entrega e para que saibam dos riscos de estarem armados. Também é objetivo da campanha informar sobre o Estatuto do Desarmamento (Lei Federal 10.826) de 22 de dezembro de 2003”.
(1) Entre várias outras: Alegria, Alegria de Caetano Veloso (1967); Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos de Roberto Carlos / Erasmo Carlos (1971), Mosca na Sopa de Raul Seixas (1973); O Que Será – A Flor da Terra de Chico Buarque (1976); composições, interpretações e performances, a exemplo da banda Secos & Molhados, especialmente por Ney Matogrosso, de a “garota papo firme”, a “titia” Rita Lee e de Gal Costa, a “voz” dos exilados; À Flor da Pele de Zeca Baleiro – homenagem a Vapor Barato (1997).
Para consultas, entre outras:
– Carta Capital. Especial Os 50 anos do golpe, Edição 793 de 27 de março de 2014.
– Veja. Especial 1964, Edição 2.366 de 26 de março de 2014.