“O frevo não convida. Arrasta”! Oficialmente, o Frevo têm 107 anos. A institucionalização da sua carteira de identidade tem a data de expedição na edição do 9 de frevereiro de 1907, no antigo Jornal Pequeno. Apesar de ser originado de hibridações de outros ritmos é considerado original.
Exclusivamente instrumental, a partir dos anos 1930, entra em ebulição e freve triplamente: de rua, apenas incidental; rasgado; canção, com letra, momento sim, momento quase rasgado; é inserida a percussão e o de bloco (lírico), exaltação aos saudosos carnavais; melodias compassadas.
Eternizaram e preservam o Fenômeno, compositores, musicistas e intérpretes clássicos e contemporâneos(1), passistas, pesquisadores, formadores de opinião pública, foliões tarimbados, “de carteirinha” e anônimos de todas as idades, classes sociais, etnias. Essa frevança “é uma das representações simbólicas mais bem-acabadas e representativa que o povo brasileiro construiu. […] Uma entidade transregional cuja imaterialidade(2) poderemos transmudar em matéria viva operante” (NÓBREGA, 2014).
De acordo com o médico, escritor, teatrólogo, ator e compositor Valdemar de Oliveira: “o frevo é viril. […] O frevo não convida. Arrasta. Sua efervescência rítmica é qualquer coisa de imãtético, contra a qual é difícil resistir” (OLIVEIRA, 1946)!
Em reverência à Vossa Majestade, é disponibilizada a campanha “Frevo no Pé”, no site da Agência Experimental em Relações Públicas (Agerp). O trabalho tem autoria dos egressos do curso de Relações Públicas da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap): Andréa Borba, Andreza Magalhães, Bébora Paes, Breno Carvalho, Daniela Cury, Édio Braga Júnior e Sônia Éboli, com orientação do prof. Alfredo Sotero.
A campanha foi premiada duplamente: 1º lugar em Projeto Institucional no 12º Set Universitário (1999), evento promovido pela Faculdade dos Meios de Comunicação (Famecos) da Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul (Pucrs) e 3º lugar em Organização de Evento, na 6ª Exposição da Pesquisa Experimental em Comunicação (Expocom – 1999) da Sociedade Brasileira para Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom).
Inspirado na temática central: “Ciencias de la Comunicación: Identidades y Fronteras” o trabalho foi planejado na disciplina Planejamento (e Execução) de Campanhas, para as boas vindas dos participantes do IV Congreso Latinoamericano de Ciencias de La Comunicación – ALAIC 98. Atemporal, foi reeditado parcialmente – on-line – para acolhimento dos congressistas do XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Intercom 2011 (Intercom Nos Pés), ambos acontecidos na Unicap.
(1) Entre outros compositores: Alceu Valença, Alex Caldas, Capiba, Clídio Nigro, Edgard Moraes, Geraldo Azevedo, Getúlio Cavalcanti, Irmãos Valença, J. Michiles, Luís Bandeira, Matias da Rocha/Joana Batista Ramos, Nelson Ferreira; musicistas: Ademir Araújo, Clóvis Pereira, José Meneses, Maestro Duda, Maestro Forró, Spok; intérpretes: Almir Rouche, André Rio, Antônio Carlos Nóbrega, Glaudionor Germano, Alceu Valença, Elba Ramalho, Nena Queiroga, Silvério Pessoa.
(2) Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade desde 2010.
Referências
NÓBREGA, Antonio. Dia do frevo. Folha de São Paulo. 9 de fevereiro de 2014. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/02/1409306-antonio-nobrega-dia-do-frevo.shtml>. Acesso em: 14 fev. 2014.
OLIVEIRA, Valdemar de. O frevo e o passo, de Pernambuco. Boletin Latino Americano de Música. Rio de Janeiro; Montevidéu, Instituto Interamericano de Musicologia, 1946, ano 6, v.6, p.157-192). Disponível em: <http://www.jangadabrasil.com.br/realejo/artigos/frevo.asp>. Acesso em: 17 fev. 2014. (Artigo clássico, essencial para pesquisadores e foliões)
[…] – Vossa Majestade, o FREVO! […]