A Católica
| Graduação | Pós-graduação | Pesquisa | Extensão | Calendário Escolar | Home
 
> Fale conosco
 
 
 Assecom
 Boletim Unicap
 Edições Anteriores
 Minuto Unicap
 Fotolog
 Católica na Imprensa
 Agenda

Recife, 05 de novembro de 2009 - Ano 8

Abertas inscrições para o Vestibular 2010.1 da Católica
Tiago Cisneiros

A grande novidade do Processo Seletivo 2010.1 da Católica é a criação dos cursos tecnológicos de Fotografia, Jogos Digitais, Gestão em Eventos e Gestão em Turismo. Além deles, serão oferecidos 25 cursos de graduação, totalizando 3.240 vagas. As inscrições estão disponíveis no site www.unicap.br, até 1o de dezembro. Os estudantes poderão concorrer com a nota da prova do Vestibular da instituição, que será aplicada no dia 12 de dezembro, ou com os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2006, 2007 ou 2008.

As outras novidades do Processo Seletivo 2010.1 são:

a) os valores diferenciados nas mensalidades dos cursos de Relações Públicas e Ciências Contábeis, a exemplo das nove licenciaturas e de Teologia;

b) a criação de uma nova turma no período da manhã, com 60 vagas, para o curso de Administração;

c) a criação de uma turma no turno da noite, com 60 vagas, para o curso de Publicidade e Propaganda;

d) o oferecimento da formação em Psicologia no turno da noite, na primeira entrada, com 60 vagas;

e) a ampliação do número de vagas para o curso de Engenharia Civil, com uma turma (60 alunos) na segunda entrada para o turno da noite;

f) o aumento de 50 para 60 vagas nas ofertas dos cursos de Relações Públicas e Engenharia Ambiental.

Confira os detalhes dos cursos tecnológicos no quadro abaixo.

Curso

Vagas

Coordenador

Mensalidade

Gestão em Turismo

60

(noite, 1a entrada)

Profa. Roberta Cajaseiras

R$ 350

Fotografia

80

(40 para manhã e 40 para noite, 1a entrada)

Profa. Renata Victor

R$ 550

Gestão em Eventos

100

(50 para manhã, 1a entrada; 50 para tarde, 2a entrada)

Prof. Alfredo Sotero

R$ 350

Jogos Digitais

40

(noite, 1a entrada)

Prof. Breno Carvalho

R$ 450

Os interessados em participar do Vestibular 2010.1 da Católica deverão preencher o formulário de inscrição (disponível no site da Universidade, entre os dias 26 de outubro e 1o de dezembro) e imprimir o boleto para pagamento da taxa de R$ 80,00. A quitação poderá ser realizada em qualquer agência bancária integrada ao Sistema de Compensação Nacional. Caso o pagamento seja feito até o dia 15 de novembro, o candidato receberá um desconto de 25% sobre o valor da taxa, que passará a ser de R$ 60,00.

As provas do Vestibular 2010.1 da Católica serão realizadas no dia 12 de dezembro (sábado), das 8h às 13h, no campus da instituição. Os candidatos deverão se apresentar no local do exame com, no mínimo, uma hora de antecedência, portando um documento de identidade com fotografia e o Cartão de Inscrição. A avaliação abordará os conteúdos previstos no Programa do Vestibular 2008 (disponível no site www.unicap.br/vestibular/), nas disciplinas de Português, Redação, Língua Estrangeira (inglês, francês ou espanhol), História, Química, Física, Geografia, Biologia e Matemática. A lista de aprovados será divulgada até o dia 15 de dezembro, no site www.unicap.br e no térreo do bloco G da Universidade.

Necessidades especiais

A Católica oferece um tratamento diferenciado aos portadores de necessidades especiais. Caso o candidato precise de atendimento específico durante o exame, ele deverá assinalar tal condição na ficha de inscrição do vestibular 2010.1. Após efetuar o pagamento da taxa, o próprio concorrente ou um representante poderá fazer o requerimento da assistência, na sede da Comissão para Aplicação do Vestibular (Coave), das 9h às 12h e das 13h às 17h, até o dia 4 de dezembro. Neste momento, será solicitada uma comprovação da necessidade especial alegada.

Enem

Além do Vestibular, existe a opção de concorrer às vagas com as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2006, 2007 ou 2008. Caso não tenha feito a prova escrita do Enem, o interessado poderá utilizar, apenas, a nota da parte objetiva, somando-a à redação proposta pelo Processo Seletivo 2010.1 da Católica.

Os inscritos que decidirem concorrer através do Enem devem comparecer à sede da Coave, das 9h às 12 ou das 13h às 17h, até o dia 3 de dezembro de 2009.  Na ocasião, será requisitada a apresentação do boletim do exame e do boleto de pagamento do processo seletivo quitado. Quem não tiver feito a redação do Enem precisará cadastrar o resultado da parte objetiva e declarar que estará participando do Vestibular 2010.1, exclusivamente, nessa disciplina.

Na prova de redação do Vestibular, serão aceitas as duas ortografias (anterior e posterior à Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa, em vigor desde 1º de janeiro de 2009).

Cursos

Confira a relação dos cursos oferecidos no Processo Seletivo 2010.1 da Católica, com o respectivo número de vagas.

Curso

Vagas

Administração

240

Ciências Contábeis

120

Ciências Econômicas

60

Direito

660

Filosofia (licenciatura)

40

História (licenciatura)

120

Jornalismo

120

Letras Português e Espanhol (licenciatura)

60

Letras Português e Inglês (licenciatura)

60

Pedagogia (licenciatura)

60

Publicidade e Propaganda

120

Relações Públicas

60

Serviço Social

60

Teologia (bacharelado)

40

Arquitetura e Urbanismo

60

Ciência da Computação

240

Engenharia Ambiental

60

Engenharia Civil

180

Engenharia Química

60

Física (licenciatura)

60

Matemática (licenciatura)

60

Química (licenciatura)

60

Ciências Biológicas (licenciatura)

120

Fisioterapia

120

Psicologia (formação)

120

Curso tecnológico de Gestão em Turismo

60

Curso tecnológico de Fotografia

80

Curso tecnológico de Gestão em Eventos

100

Curso tecnológico de Jogos Digitais

40

A lista detalhada dos cursos, com as possibilidades de entrada e turno, está publicada no Manual do Candidato, disponível no site www.unicap.br/vestibular

Matrículas

Os aprovados no Processo Seletivo 2010.1 deverão realizar a matrícula nos dias 5 e 6 de janeiro de 2010, nos auditórios G1 e G2, localizados no primeiro andar do bloco G. O dia 7 será reservado para os estudantes retardatários. Confira as datas de divulgação de novos classificados e remanejados e das matrículas correspondentes:

- 8 de janeiro: Divulgação da lista de novos classificados e remanejados, no site da Universidade e no térreo do bloco G.

- 11 e 12 de janeiro: Segunda matrícula no campus da Universidade – auditórios G1 e G2.

- 13 de janeiro: Reservada aos retardatários da segunda matrícula – auditórios G1 e G2.

- 14 de janeiro: Divulgação da lista de novos classificados e remanejados, no site da Universidade e no térreo do bloco G.

- 15 de janeiro: Terceira matrícula no campus da Universidade – auditório G2.

- 18 de janeiro: Reservada aos retardatários da terceira matrícula – auditório G2.

- 19 de janeiro: Divulgação da lista de novos classificados e remanejados, no site da Universidade e no térreo do bloco G.

- 20 de janeiro: Quarta matrícula no campus da Universidade – auditório G2.

- 21 de janeiro: Reservada aos retardatários da quarta matrícula – auditório G2.

- 29 de janeiro: Entrega do Certificado de Matrícula aos classificados para a primeira e segunda entrada, nos locais e horários indicados na tabela 10 do Manual do Candidato.

Mais informações

Site: www.unicap.br/vestibular

Comissão para Aplicação do Vestibular (Coave)

Localização: térreo do bloco A da Católica

Horário de atendimento: das 9h às 12h e das 13h às 17h.

Telefone: (81) 2119 4143

E-mail: coave@unicap.br.

Curso de Arquitetura e Urbanismo da Unicap realizará Fórum de Pesquisa
Victor Bastos

O curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pernambuco irá promover nos dias 23, 24 e 25 deste mês o primeiro Fórum de Pesquisa. O tema do encontro será “Arquitetura da Cidade”. No evento, os professores terão a oportunidade de divulgar suas pesquisas, contribuindo assim para a discussão da configuração da arquitetura da cidade contemporânea.

O Fórum de Pesquisa “Arquitetura da Cidade” tem como objetivo apresentar trabalhos de pesquisas desenvolvidos pelos professores vinculados ao curso de Arquitetura e Urbanismo e à Pós-graduação Patrimônio Histórico: Preservação e Educação, além de promover a integração entre docentes e alunos.

A organização do Fórum está sendo desenvolvida pela coordenadora de Arquitetura e Urbanismo, Andréa Câmara, e pelas professoras Isabella Trindade e Clarissa Duarte. O comitê científico do encontro será formado pelas professoras Amélia Reynaldo, Lourdinha Nóbrega, Mônica Raposo Trindade (UFPE) e Silvio Romero.

Começa minicurso de direitos humanos para jornalistas
Tiago Cisneiros

Começou, nesta quinta-feira (5), o minicurso “Direitos Humanos: um panorama internacional”, ministrado pelo professor Jayme Benvenuto Lima Junior, coordenador do Mestrado em Direito da Católica e da Cátedra Unesco-Unicap Dom Helder Câmara de Direitos Humanos. Os próximos encontros acontecerão nos dias 12, 19 e 26 de outubro, das 9h às 12h, no auditório do Centro de Teologia e Ciências Humanas (CTCH), localizado no primeiro andar do bloco B da Universidade.

O minicurso encerra a série especial para estudantes e profissionais de jornalismo, organizada pela Católica e o Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco, como parte do programa Universidade não tem idade. Nos meses de agosto, setembro e outubro foram realizados minicursos sobre relações internacionais, introdução à filosofia e a história da América Latina contemporânea.

O professor Jayme Benvenuto iniciou o encontro desta quinta-feira com uma exposição dos objetivos e do planejamento do minicurso, isto é, o resumo dos conteúdos e abordagens programados para as quatro aulas do minicurso. Segundo ele, a ideia é realizar a aproximação com uma série de temas vinculados aos direitos humanos, com uma abordagem mista de teoria e prática. “A princípio, colocarei as perspectivas teóricas de Relações Internacionais que se ligam a esse campo. Além disso, pretendo exibir imagens e vídeos que revelem situações claras de violação ou de correspondência com o assunto”, esclareceu.

A metodologia do minicurso envolverá, ainda, a participação ativa dos estudantes, a partir da troca de experiências e conhecimentos e da promoção de debates. “Não quero fazer a ‘educação bancária’, como Paulo Freire chamava o ensino em que o professor despejava verdades para que fossem devolvidas nas provas e trabalhos”, justificou. Nas próximas aulas, alguns alunos apresentarão resumos de relatórios sobre a situação dos direitos humanos em países como Congo, Sudão, Colômbia, Estados Unidos e Rússia.

O conceito de direitos humanos, tal como o conhecemos hoje, surgiu no Iluminismo (séculos 18), segundo o professor Jayme Benvenuto. As primeiras teorias de Relações Internacionais que se vinculam ao assunto remontam ao mesmo período. “A partir do Realismo e do Idealismo, foram surgindo todas as outras linhas e correntes de pensamento sobre o tema. É importante estudá-las para usar como base na análise das situações de violação de direitos humanos”, afirmou.

Então, nada melhor do que começar o minicurso pelas ideias realistas e idealistas, conceitos opostos e fundamentais para toda a teorização sobre a questão dos direitos humanos.

Realismo... ou pessimismo?

A perspectiva do Realismo, de acordo com Benvenuto, resgata os pensamentos de Maquiavel e Thomas Hobbes, cientistas políticos do século 16. O primeiro estabelece a necessidade de conquistas e atitudes para alcançar e manter o poder. “Alguns estudiosos alegam que essa teoria carrega um pessimismo em relação à natureza humana, o que se amplia no livro Leviatã, de Hobbes”, afirmou.

Na obra hobbesiana, a ideia central é retratada na célebre frase “o homem é o lobo do homem”. Em outras palavras, o autor defende a construção de um espaço para a humanização do indivíduo, através de um pacto pela vida em sociedade. “O seu contrato social difere-se do de Rousseau, porque não se baseia numa visão liberal, mas toma as regras como necessárias devido à maldade na natureza humana”, lembrou Benvenuto.

Segundo o professor, os autores realistas do século 19 buscaram o estudo em bases como Maquiavel e Hobbes devido à insuficiência do Direito Internacional na missão de explicar as relações entre os países. Da união e adaptação de conceitos e teses, surgiu a teoria do Realismo, tida como pessimista por sua defesa do determinismo no que tange a essência e os interesses humanos.

Benvenuto argumentou que o pensamento realista afirma a existência de competição entre os Estados, assim como ocorre no nível interpessoal. “Com base nisso, os autores falam sobre a impossibilidade da paz perpétua, já que a guerra seria uma condição natural da vida em sociedade.” O Realismo, portanto, caracteriza as relações internacionais pela anarquia, desvalorizando os supostos atos de cooperação entre nações. “Para eles, o Brasil não teria entrado, gratuitamente, nos impasses de Honduras e do Haiti, assim como os Estados Unidos no Iraque. Haveria, sempre, um objetivo oculto, como conquistar visibilidade, reconhecimento, espaço comercial e industrial e penetração cultural”, exemplificou.

De acordo com Benvenuto, o Realismo considera o Estado como o único (ou mais relevante) sujeito no cenário global. Por isso, as organizações internacionais, tais como a Organização das Nações Unidas (ONU), são tratados como instrumentos de manipulação, usados pelos países detentores de maior poder econômico, militar, político e cultural. O ceticismo reflete-se, também, na questão dos direitos humanos, mais especificamente em relação aos discursos de benevolência. “Alguns chegam a trabalhar em prol dessa causa, mas, sempre, vinculando as dificuldades de promover os direitos humanos e de acreditar nas palavras dos atores sociais”, disse o professor, que lembrou, ainda, a postura nacionalista de um grupo de autores realistas. “Há quem assume a defesa dos direitos humanos a partir da visão de seu país, isto é, constrói um discurso de universalidade, com noções de valores locais.”

As demais teorias e fases das Relações Internacionais foram, segundo Benvenuto, influenciadas pela ideia realista de que a força produz efeitos. Esse processo se daria através da demonstração de poder por certos Estados e a aceitação dessa exibição (seja blefe ou verdade) por outros países. “O Brasil, a Índia e a África do Sul fizeram um acordo de cooperação, que conta com projetos de financiamento no continente africano e outras ações que aparentam o objetivo de melhoria social. Pela ótica do Realismo, essas nações querem apresentar um potencial conjunto, a fim de buscar mais representatividade no cenário global”, explicou.

No final da explanação sobre o Realismo, o professor levantou o pessimismo e o uso da força na função de “argumento” como as insuficiências da linha de pensamento. Segundo ele, um dos exemplos em que a teoria realista recebeu um modelo prático foi na constituição do Conselho de Segurança da ONU, composto por cinco países com assento permanente (Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia e China) e outros com vagas temporárias. “Trata-se de um espaço internacional e, por isso, na visão idealista, todos os Estados deveriam estar sujeitos à rotatividade, com intervalos de dois anos. Mas, na hora de criar o órgão, os realistas reivindicaram um lugar fixo para os vencedores da Segunda Guerra Mundial e os franceses, em função do poder que possuíam.” Em 2005, na comemoração dos 60 anos da ONU, foram rejeitadas duas propostas, elaboradas pelo ex-secretário Geral, Kofi Annan, referentes à ampliação dos espaços permanentes e do número total de membros.

Idealismo... ou ilusão?

Na contramão do Realismo, está o Idealismo (Liberalismo ou Utopismo), nascido no século 20 e, também, inspirado em pensamentos de outras épocas – desta vez, do Iluminismo e sua valorização do indivíduo e do voluntarismo, isto é, da transformação pela vontade. Segundo Jayme Benvenuto, os defensores dessa teoria acreditam nas possibilidades de mudança e alegam que o mundo tem sido melhorado devido a suas propostas.

Os idealistas creem na formulação de uma ordem internacional, como colocou o alemão Immanuel Kant, considerado o primeiro pensador da teoria. “Mesmo em uma época marcada por guerras, ele afirmava que a paz perpétua dependeria da capacidade de diálogo e cooperação entre os estados”, destacou Benvenuto. A tese kantiana fundamentava-se na criação de organismos supranacionais, espaços mais propícios para a negociação entre os Estados, e no estabelecimento de tratados. O resultado dessas ações seria a construção de um mundo melhor, pacífico e com justiça social.

A noção de que a paz é fruto da democracia, tipicamente idealista, sustenta-se nas defesas de interação aberta entre os países, como, por exemplo, através do livre comércio. “Eles argumentam que os Estados mudariam de estratégia. Se, antes, competiam pelas riquezas, poderiam, agora, regular os negócios por tratados e organismos internacionais”, explicou o professor.

A desconfiança dos realistas cede lugar à valorização dos idealistas em relação aos direitos humanos, tidas como um elemento importante para a comunidade internacional. “Essa linha de raciocínio revela uma crença no mundo melhor, com igualdade de raças e gêneros, sem tortura ou exploração”, avaliou Benvenuto. Segundo ele, o Idealismo lega às demais teorias das Relações Internacionais a noção de que “a utopia constrói”, isto é, funciona como estímulo para a promoção do bem comum.

O professor apontou, como insuficiências do Idealismo, o fato de algumas organizações internacionais estarem dissociadas da realidade, sem cumprirem os seus objetivos (sobretudo, a paz). Entretanto, os casos recentes de guerra não assustam ou reprimem os autores idealistas. “Se os conflitos não acabaram, eles alegam que é porque não chegou a hora para isso. Preferem argumentar que a frequência desses problemas já diminui bastante, ou seja, que a paz é regra, e não exceção.”

A situação prática apontada por Benvenuto foi a tentativa de ingresso do Brasil na Liga das Nações, primeira organização internacional de competência geral, criada em 1919 para evitar novos conflitos, após a Primeira Guerra Mundial. “O nosso governo pretendia integrar o grupo dirigente da Liga, com base no Idealismo, na utopia de ser o país mais importante da América do Sul. Curiosamente, no momento de decisão, as demais nações do continente não reconheceram tal capacidade”, contou.

Ao encerrar as explicações sobre as teorias primárias das Relações Internacionais, o professor Jayme Benvenuto declarou: “Assumo a posição de que o Realismo tem a nos passar a mensagem de que não se pode acreditar em todo e qualquer discurso. O Idealismo, por sua vez, revela as possibilidades das construções através de algumas utopias, que conferem sentido à vida”.

O professor aproveitou os últimos minutos de aula para explicar a teoria marxista na perspectiva das Relações Internacionais e dos direitos humanos. “O Marxismo, antes de tudo, pode ser analisado como uma crítica ao capitalismo. A noção da existência da luta de classes expande-se para o plano das sociedades, que teriam surgido com divisões sociais, isto é, a segregação entre exploradores e explorados”, disse. O Neomarxismo, de acordo com Benvenuto, trabalha com o sistema que classifica os Estados em três níveis: centrais (dominadores), periféricos (dominados) e semiperiféricos (situação intermediária, como o Brasil).

A situação do Brasil no cenário internacional, também, mereceu comentários no primeiro encontro do minicurso. Segundo o professor, a posição privilegiada do país deve-se a uma propaganda muito positiva de suas condições sociais, que remete à demonstração de força estabelecida pelo Realismo. “O mundo tem acreditado nesse desenvolvimento, embora nós saibamos que não é tão verdadeiro assim”, observou.

Voltando ao Marxismo, Jayme Benvenuto tratou da consideração de Estado como elemento central na política internacional, como “instrumento das classes poderosas para a manutenção do poder”. A estratégia de dominação, também, estaria presente na ideia marxista sobre os direitos humanos. “A versão tradicional da teoria afirma que são, apenas, construções liberais e, por isso, tratam-nos com desconfiança. Valorizam, em contrapartida, os direitos sociais, como saúde, alimentação, moradia e trabalho”, explicou.

Os frutos do Marxismo, segundo o professor, residem na ideia de consciência de classes, na noção de que o governante estatal precisa ter a compreensão da hierarquia no plano internacional. Como insuficiência do modelo, apontou o economicismo, ou seja, o entendimento de que tudo é resultado da economia, sem considerar aspectos sociais, culturais e históricos.

O Marxismo na prática, afirmou Benvenuto, pode ser observado no exemplo da política soviética durante a Guerra Fria, marcada pela consideração do outro como inimigo e pelo estabelecimento de um conflito ideológico com os Estados Unidos e o capitalismo. Atualmente, essa concepção está presente no governo do presidente venezuelano, Hugo Chávez, que aproveita todos os espaços para denunciar as fragilidades do sistema capitalista e propor um modelo mais coletivista.

Museu de Arqueologia da Católica promove palestra sobre Arqueologia Histórica
Rebeca Kramer

O renomado professor da Universidade Federal de Pernambuco Marcos Albuquerque mostrou uma pequena parte do seu vasto trabalho na descoberta e estudo de sítios arqueológicos do estado na noite desta quarta-feira (4) dentro da programação do Arqueologia em foco, coordenado pela professora Maria do Carmo Caldas Dias Costa. O evento aconteceu no auditório G2 da Universidade Católica de Pernambuco e foi intitulado Arqueologia Histórica-Uma Nova Leitura da Sociedade Colonial.

Segundo a professora Maria do Carmo, coordenadora do Museu de Arqueologia da Católica, o professor Marcos Albuquerque é um pesquisador muito conhecido no meio acadêmico, sobretudo na área de arqueologia. “Embora ele seja muitíssimo ocupado, porque viaja muito pelo Brasil e pelo exterior dando consultorias, ele arranjou um espaço na sua agenda para nos atender e trouxe, assim, fatos e registros históricos totalmente desconhecidos pela maioria absoluta da população”, afirmou.

Ainda para a professora Maria do Carmo, o evento foi uma oportunidade para os alunos conhecerem um pouco a história de Pernambuco, do Recife e do Brasil. “O professor gentilmente ofereceu a todos os alunos da Unicap a oportunidade de visitarem o Forte Orange, na Ilha de Itamaracá, quando ele for reaberto para conclusão dos estudos que ocorrerão em breve”, expôs.

Na ocasião, o professor Marcos visou, por meio de fotografias de sítios arqueológicos com os quais já trabalhou, ilustrar o papel da arqueologia e dos arqueólogos no resgate da história de um povo. “A arqueologia é uma ciência interdisciplinar que interessa a vários outros campos e cursos”, disse, explicando que as várias ciências têm formas diferentes de prática. “O antropólogo dialoga, aproxima-se do outro. O sociólogo realiza uma pesquisa por meio de um questionário. São diferentes formas de analisar o mesmo objeto. O arqueólogo estuda a sociedade a partir dos vestígios”, argumentou, afirmando, ainda, que o trabalho do arqueólogo é completamente diferente e único.

Segundo o professor, o grande problema é que a arqueologia é, muitas vezes, vista como curiosidade. Normalmente, são notificadas apenas as documentações históricas que fogem à normalidade. “A arqueologia trata por meio de uma série de procedimentos de um cotidiano que não é registrado. Por exemplo, quantas pessoas se fotografaram calçando um sapato? Nenhuma. Quem se fotografasse calçando um sapato talvez fosse encaminhado a um hospital psiquiátrico”, brincou. E prosseguiu: “Mas, se essa pessoa fosse caminhar no Alasca com aquele sapatão de neve, ele não se perdoaria se não se fotografasse para mostrar aos amigos. Portanto, a arqueologia contribui para o entendimento de uma sociedade de forma complementar de uma maneira que subsidia outros conhecimentos, como o antropológico e o médico”.

No evento, o arqueólogo trouxe para os presentes uma pequena mostra dos sítios descobertos por ele, cuja importância pode ser demonstrada pela presença e atuação de políticos como o ex-vice-presidente da República Marcos Maciel e o ex-prefeito do Recife Roberto Magalhães. No Forte Orange, por exemplo, a presença da rainha da Holanda seria uma mostra da relevância da descoberta deste sítio. Um outro exemplo mostrado ontem na palestra foram as descobertas feitas no Recife Antigo que resgatou boa parte da história do Recife escondida no seu subsolo.

Segundo explicou a professora Maria do Carmo, um sítio histórico pode ser entendido como um local que guarda informações, ou seja, registros históricos, da existência de uma civilização. Sua exploração permitiria documentar desde aspectos anatômicos característicos de uma geração até costumes sociais que prevaleceram numa dada época. “Sua importância será ainda maior quando mais informações forem nele encontradas e quanto mais significante for a descoberta para responder questões ainda obscuras para nós”, disse.

Finanças corporativas é tema do 2º Ciclo de Palestras Contábeis
Rebeca Kramer

O professor de Ciências Contábeis da Universidade Católica de Pernambuco Adilson Celestino de Lima encerrou, na noite desta quarta-feira (4), o último dia do 2º Ciclo de Palestras Contábeis. Na ocasião, apoiou-se no livro de sua co-autoria Finanças Corporativas e Mercados para desenvolver sua fala no auditório do bloco J da instituição. Segundo o professor, o interessante do livro, publicado pela Editora Atlas, consiste no fato de que os autores não são do eixo-Rio São Paulo.

Na ocasião, a abordagem foi relacionada à questão de investimentos, levando em consideração a melhor forma de recursos serem captados a  longo prazo. A fim de clarear as explanações acerca do tema, o professor pontuou algumas questões. Segundo ele, o custo de capital da empresa reflete a remuneração mínima exigida pelos proprietários de suas fontes de recursos. Além disso, existe uma criação de riqueza quando o retorno operacional (quando ela tem) supera a taxa de retorno requerida pelo capital, ou seja, quando a empresa fica mais rica do que ela já era. “Uma empresa só passa ao lucro quando ela extrapola o patamar de ganho capital”, falou.

Ainda de acordo com Adilson, o custo de capital é obtido através da média dos custos de captação ponderado pela participação de cada fonte de fundos na estrutura de capital a longo prazo. “Sabe-se que toda empresa tem implicações financeiras, embora a área funcional delas seja divergente”, expôs.

Sobre as fontes de captação de recursos o professor frisou duas possibilidades: a interna (lucros retidos) e as externas, as quais poderiam ser recursos próprios e recursos de terceiros. Segundo o professor, empresas como a Etherlink, que fabrica telhas, é considerada uma excelente pagadora de dividendo e quanto mais dividendo mais lucro a empresa distribui. “Isso é indicativo de que a empresa não tenha muito mais a fazer com o seu dinheiro, porque se ela segura boa parte do lucro é porque ela pensa muito em investir e crescer”, relatou. Mas, por outro lado, nas palavras do palestrante, se a empresa distribui o lucro, isso seria o indicativo de que ela estaria relativamente estagnada. “A partir disso, são tomadas decisões no mercado de capitais onde se observa se aquela empresa investe mesmo ou não”, observou.

De acordo com Adilson, as fontes mais complicadas e delicadas seriam as chamadas fontes externas, em que os recursos terceiros podem acontecer por meio dos empréstimos bancários e a remissão de títulos, por exemplo. Sobre a remissão de títulos, Adilson afirmou que alguns levam até 30 anos para vencer. O governo americano, mesmo, emite títulos com 60 anos para o vencimento. “Eu sempre pergunto aos meus alunos: Vocês comprariam títulos para receber daqui a 60 anos”, questionou. “A maioria do mercado de capitais compra”, disse, explicando o porquê: “Ninguém quer comprar um título para receber daqui muito tempo e para guardar. Compram para fazer especulação financeira”, disse.

Segundo Adilson, se o governo está pagando uma taxa de 14% ao ano para um título de 60 anos, significa que ele vai passar os 60 anos pagando os 14%. Mas, se a taxa daqui dois anos baixar para 10% ou menos, o dono do título “terá um instrumento altamente valioso na mão”. “Então, o que os especuladores fazem? Compram esse título. Como a taxa de juros cai, ele vai no mercado e oferece o título que paga 14% ao ano de juros. E o que está no mercado hoje só pagaria os 10%”, afirmou.

Para exemplificar, o professor comentou o caso da Sadia, empresa processadora de carne que quebrou e foi absorvida pela Perdigão. Na fusão, a Perdigão ficou com 70% e a Sadia com 30%. Por uma ironia, há dois anos, a Sadia tentou, sem resultados, comprar a Perdigão. Segundo Adilson, esse processo se deveu a operações especulativas no mercado financeiro. “A Sadia tinha um lucro operacional de 784 milhões. Sabe qual o resultado líquido dela? A perda de mais de três bilhões. Isso por conta da especulação de mercados derivativos”, frisou. E completou: “Situação pior enfrentou a Aracruz Celulose, maior produtora de papel do mundo, a qual perdeu o equivalente a 262 milhões de dólares no ano passado. E acabou sendo incorporada pela BCP Celulose, tudo por conta de especulação financeira”.

Com relação ao tema de captação de recursos, foi apresentada, pelo professor, uma pesquisa feita pelo Sebrae focada no orçamento de micro e pequenas empresas de São Paulo. “Apesar de não serem empresas daqui, elas representam basicamente o perfil de todo o Brasil”, colocou. Uma das reflexões levantadas pelo professor foi se seria melhor pegar dinheiro emprestado ou colocar dinheiro próprio dentro da empresa. “Sobre essa questão há controvérsias, até pela questão de dívidas”, disse, afirmando, ainda, que o custo de capital terceiro tende a ser mais baixo do que o capital próprio. De acordo com a pesquisa, somente 34% dos empresários tomam dinheiro emprestado em detrimento de 64%.

Uma outra questão demandada teria sido a relação dos principais empecilhos colocados pelo mercado para financiar recursos de uma micro ou pequena empresa. Algumas das respostas seriam as faltas de garantias e, para se proteger, os bancos negariam esses recursos. “Se você quer equipar sua empresa e precisa tomar emprestado de um banco um valor de R$100.000, ele vai pedir uma garantia de R$140.000”, relatou. Outros motivos seriam quando o projeto não se mostra viável, a linha de crédito fechado – quando a pessoa teve algum problema passado com bancos-, quando uma empresa é nova e tem um baixo faturamento etc.

“Ainda segundo a pesquisa, com o tema capital de giros, quanto o empresário estaria disposto a pagar para poder captar recursos”, indagou Adilson. A resposta seria que a maioria se disponibilizaria a pagar uma taxa de juros mensais entre 1% e 1,99%. “Ainda que esses sejam valores altos para padrões internacionais, na nossa realidade são considerados razoáveis”, argumentou.

Tráfego de internet e gestão empresarial são temas de palestras da III Semana de Informática
Tércio Amaral

Foram realizadas, na noite desta quarta-feira (4), duas palestras que integraram a III Semana de Informática da Católica. Às 18h30, o consultor de gestão e segurança de informação José de Alencar Pereira Neto falou sobre “Inteligência de Negócios. Logo depois, às 20h, foi a vez do doutorando em Ciência da Computação, pela UFPE, Eduardo Luzeiro Feitosa, abordar o tema “Tráfego de internet não desejado”. Confira a seguir o resumo das palestras.

Palestra “Inteligência de negócios”

Graduado em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e consultor de gestão e segurança de informação, José de Alencar Pereira Neto ministrou a palestra “Inteligência de Negócios”. Ele apresentou alguns projetos de gerenciamento empresarial, como o SAP - Sistemas, Aplicativos e Produtos para Processamento de Dados, que é um software de gestão empresarial consagrado pela administração contemporânea. “Esse sistema é útil para direcionar o negócio, melhorar as práticas e preparar empresas para competir pelo futuro, com a expansão de novas áreas, produtos e mercados”, disse para a plateia do G1, durante a atividade que integra o segundo dia da III Semana de Informática da Católica.

O SAP, também conhecido na língua inglesa como “Systems, Applications and Products in Data Processing”, teve suas origens na década de 70, do século 20, na Alemanha, criado por cinco ex-engenheiros da IBM. “Por que usar o SAP? Todos os serviços, como serviços de e-mail, devem fazer parte do mesmo contexto, integrando tecnologias, processos e informações”, disse. José de Alencar defendeu a utilização desse software e apresentou empresas nacionais e estrangeiras que dinamizaram suas gestões com esse aplicativo. “A SAP investe 3 milhões de dólares em P&D (pesquisa e desenvolvimento) por dia”, disse.

A palestra, que começou às 18h30, foi direcionada também ao grande público que se interessa por gestão empresarial e dinamização de negócios. José de Alencar abordou o surgimento da sala de gestão integrada, que é um espaço da empresa de simulação de cenários e negócios. “As empresas necessitam ampliar o conhecimento. Um dos fatores que chamam atenção de vocês, hoje, é o surgimento das salas de equipe da Fórmula 1. Ali há o contexto de soma de competências”, afirmou. Segundo Alencar, as empresas precisam melhorar a qualidade e quantidade de informações que circulam internamente. “Existem fatores críticos. Pois, 90% dos negócios fracassaram por conta de experiências violadas. A informação está trancada em sítios de aplicações heterogêneas”, declarou.

José de Alencar ainda destacou a velocidade da informação e a credibilidade como fator de segurança, além da importância da comunicação empresarial. “Você precisa antecipar problemas para corrigir o rumo dos negócios para otimizar seus rendimentos. Tem empresa que diz, ‘a gente faz planejamento de dois em dois anos’. Eu digo, sim, mas o hoje é o agora, este mês, este ano”. Para Alencar, “o que pode ajudar é o manuseio de informação do tempo que pode acontecer”, ou seja, planejamento e coordenação da gestão. 

Palestra: “Tráfego na internet: conceitos, caracterização e soluções”

Todas as noites, Pedro abre seu e-mail e verifica que há mensagens de felicitações de seu aniversário ou uma montagem de fotos feita supostamente por um amigo. Cenas como essas ocorrem frequentemente no cotidiano. Entretanto, poucas pessoas ficam atentas ao perigo que representam. Esse tipo de informação veiculado na internet pode ser nomeado de “Tráfico não desejado”, ou por sua nomenclatura inglesa “Unwanted traffic”. Doutorando em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Eduardo Luzeiro Feitosa apresentou os riscos, os erros e acertos da grande rede de computadores na palestra “Tráfego de internet não desejado: conceitos, caracterização e soluções”.

Caracterizada por mensagens não solicitadas e proliferação de códigos maliciosos, a exemplo de vírus, “worws” e cavalos de tróia, o tráfego na internet pode trazer grandes prejuízos financeiros. Pesquisas recentes dos Estados Unidos relevam que, para tirar “worws” da grande rede, são gastos, em média, 256 milhões de dólares, só em provedores norte-americanos. E um dos fatores para essa proliferação, às vezes, é incapacidade dos usuários em manusearem programas e serviços on-line. “Programas como MSN, Gtalk e Skype são lentos na identificação dessas mensagens. E o que dificulta mais é justamente a configuração manual”, disse Eduardo Feitora se referindo à configuração feita pelo próprio usuário, que muitas vezes não conhece o funcionamento de programas de informática.

O crescimento da internet para atividades profissionais também acentuou o tráfego não desejado. “A comunicação era baseada na confiança. Antigamente, tinham mensagens em rede que diziam: se você quiser se comunicar com a máquina ‘a’ ou ‘b’, siga tal endereço”, afirmou Feitosa.  A relação que, de alguma forma, era baseada na confiança, hoje, é vista de forma hostil. “A internet era mais restrita. Em nossos dias, eu não confio nem em quem está ao meu lado”, disse brincando com a plateia do G1. Umas das principais causas desse tráfego são, ainda, a ausência de leis especificas para punir os que mandam essas mensagens, a existência de uma indústria que lucra com essa atividade e o desprezo da sociedade pela segurança virtual.

A internet na década de 90, estava de alguma maneira, restrita aos conglomerados de burocracia estatal e instituições de ensino e cultura. A própria Ciência da Computação teve dificuldades em analisar o tráfego não desejado nos primórdios dos acessos a web. “Os ataques nos anos 80 não eram visto como ataques. Os analistas e usuários pensavam que eram simples erros”, disse Feitosa. Um dos exemplos clássicos de falta de informação, é o cidadão que perde sua senha pessoal do computador e acha que o mesmo deve reconhecê-lo por usá-lo há vários anos. Mas, a competência de julgar quem está certo ou errado para o tráfego não desejado esbarra na própria dinâmica da internet: a grandiosidade de milhões de usuários pelo mundo. E, “Quem são os culpados?”, perguntou o palestrante. “O crescimento da internet. A internet não tem dono. Em 2000, tínhamos pouquíssimos domínios. Em 2008, duplicou, triplicou, quadruplicou, praticamente”, e destacou, “quem não tem controle, não tem responsabilidade”.

Mandacaru Unicap brinda o melhor dos seus 15 anos no espetáculo “A Festa”
Tiago Cisneiros

Ao entrar no Teatro da Católica, no primeiro andar do bloco B, o espectador mergulha, também, em uma história de passos, rodopios, sorrisos e fantasia. Nas paredes, renascem peças de cenários antigos, inspirações e ornamentos para bailes de outrora. Às 20h, abrem-se as cortinas para “A Festa”, novo espetáculo do Grupo de Dança Mandacaru Unicap, que comemora 15 anos de fundação. As apresentações seguem nestas quinta e sexta-feira, respectivamente, às 20h e às 19h. A entrada é gratuita.

A cantora Ilana Ventura, integrante do MPB Unicap, inicia o evento com um breve pronunciamento sobre a importância da trajetória de 15 anos e a esperança de um belo futuro para o Mandacaru. Luzes baixas, cortinas abertas e bailarinas ao palco. “Excelência”, do pernambucano Antônio Carlos Nóbrega, e uma dança indígena, o Toré, trazem os sons iniciais do espetáculo. Sons leves, que começam a conduzir o espectador por uma viagem pelos ritmos do Nordeste e do Brasil.

A diversidade de ritmos, aliás, é declamada por Ilana Ventura, que ressalta a representação dos artistas populares e circenses e dos ícones da cultura regional e da música clássica pelo Mandacaru. Em 15 anos, foram 24 espetáculos: quatro com a coreógrafa Cristiane Galdino e 20 com Ana Cecília Soares, que ocupa o cargo desde 1998. O objetivo de revelar a alma brasileira veio à tona com “Melodia Sentimental”, de Heitor Villa Lobos, homenageado na última montagem do grupo. Para acompanhar o tom melancólico da composição, movimentos leves, circulares, abertos à contemplação e sensibilização do público. Acelera-se para um frevo não tão rasgado, que abre espaço para o tributo ao “Rei do Baião”, com a canção “Vida de Viajante”. Bem lembrado: a vida do Mandacaru é, a sua maneira, viajar por este país... O centenário ritmo do carnaval pernambucano volta à tona com “Monga”, também de Antônio Carlos Nóbrega. Encerra-se o bloco.

No microfone, Ilana conduz “A Festa” para a figura feminina, representada no primeiro espetáculo do Mandacaru Unicap, “Mulher” (1994), e, no ano passado, em “Por causa da mulher”. Em 2006, o grupo fez uma homenagem especial às mães, através da montagem “A Arte de Amar”. Mãe e filha, imagem e semelhança, Elis Regina e... Maria Rita. Em “Cria”, destaque para a bailarina Gabriela e sua flagrante gravidez. Clarinha já começa a aprender os primeiros passos. Na barriga.

O bloco prossegue com “Salão de Beleza”, composta por Zeca Baleiro, e o clássico “Frevo Mulher”, de Zé Ramalho. O encerramento da segunda música é, no mínimo, inovador: bailarinas com vendas nos olhos, emaranhadas em um palco repleto de faixas. Nos ouvidos e corações do público, o ritmo frenético e uma frase: “O olho cego vagueia procurando por um”.

A cantora Ilana Ventura, ex-aluna dos cursos de Direito e Jornalismo da Católica, lembrou o significado de integrar uma universidade. “Aqui, surgem os formadores de opinião e, como tais, não poderíamos deixar de mostrar as nossas ideias, nossos sentimentos em relação à vida, à correria, à repressão... Tudo isso sob a guia de grandes compositores da nossa música”, afirmou. Está consumado: o Mandacaru Unicap não aceita se calar. Aceita, apenas, o “Cálice”, de Chico Buarque de Hollanda. Lembrança de tempos difíceis, que não conseguiram apagar a beleza do país. E é essa beleza que salta aos olhos e arranca palmas ritmadas do público em “Aquele Abraço”, de Gilberto Gil.

“Nestes 15 anos, sempre, valorizamos as manifestações artísticas nordestinas e os nossos dramas, como a falta d’água, o calor, o desamparo e as constantes súplicas. O nosso nome, Mandacaru, revela a resistência às intempéries, típica do cactus sertanejo. Salve o povo do Nordeste, salve o povo do Sertão!” A fala poética de Ilana Ventura convida a um passeio pelas angústias da região, embalado, primeiramente, por “A força que nunca seca” e uma bela interpretação teatral das – até então – bailarinas. Os movimentos ganham força, velocidade e, ao mesmo tempo, suavidade, no misto de música e poesia de “Chover”, do Cordel do Fogo Encantando”. O clima de melancolia continua pelos acordes do clássico “Assum Preto”, de Luiz Gonzaga, a que o Mandacaru Unicap acompanha com gestos livres e harmônicos e, principalmente, uma expressão séria, imagem de uma vida sem cor. Imagem que se despede com “Disparada”, composta por Geraldo Vandré, em 1966. Neste momento, percebe-se: não há quem consiga preparar seu coração...

O último bloco do espetáculo traz cirandas, mangue beat, maracatus... No misto de balanço, movimento, força e leveza, o Mandacaru Unicap traz um pouco de tudo o que define, sem palavras, a cultura pernambucana. Na verdade, um pouco de quase tudo. Antes do encerramento, a cantora Ilana Ventura revela que o segredo da convivência do grupo é o respeito; o sentimento inevitável, amor. Para bailarinos e bailarinas da terra, é claro que pode acabar o petróleo, a vergonha e tudo mais... É nos últimos passos que eles confessam, em silêncio, o que mais querem. A cada tesoura ou rodopio, nota-se um grito em cada alma. E o grito canta: “Deixe o frevo pra mim!”

Curso de Fisioterapia vai promover o II Workshop de Mielomeningocele
Lílith Perboire

No dia 15 de novembro, das 8h às 17 h, acontece o II Workshop de Mielomeningocele (má formação congênita que afeta a coluna e a medula espinhal), no Círculo Militar do Recife. O evento está sendo organizado pelo Instituto Arthur Vinicius (ONG que presta assistência às crianças com mielomeningocele em Pernambuco) em parceria com o curso de Fisioterapia da Católica.

O Workshop terá sete minicursos dedicados à doença, voltados para profissionais e estudantes da área de fisioterapia. A mielomeningocele aparece nas primeiras semanas da gravidez devido à falta de um tipo de ácido fólico na alimentação.

Serviço:

Os interessados poderão se inscrever na Universidade Católica de Pernambuco, segunda e terça-feira, (9  e 10 de novembro), das 8 às 12 horas, na sala 702 ( Centro Acadêmico de Fisioterapia) do bloco B. As inscrições custam R$ 50 e dão direito a apostila e Cd. Quem quiser participar apenas de um minicurso pagará R$ 30,00.

Último dia da Semana Interna de Prevenção de Acidentes ensina a proteger a voz e a ter boa postura
Diego Ximenes

Cuidados com Aparelhos Vocais e Exercícios Posturais foram os assuntos trabalhados, na tarde desta quinta-feira (5), último dia da Semana Interna de Prevenção de Acidentes, realizada no auditório do Centro de Teologia e Ciências Humanas (CTCH), no 1º andar do bloco B da Universidade.

A primeira palestrante foi a coordenadora da Clínica de Fonoaudiologia da Católica, Jonia Alves Lucena, que abordou as maneiras de proteger e prevenir complicações na voz. A professora alertou sobre o uso excessivo da voz e os problemas que podem ser causados, como nódulos (calos) nas cordas vocais, inflamação na laringe e faringe, ou até mesmo problemas com câncer nessas áreas. “As pessoas não se preocupam muito com a voz. Quando vão a estádios de futebol ou a shows, acabam gritando muito e isso pode causar uma irritação, que se persistir, a pessoa deve procurar auxilio médico o mais rápido possível”, explicou Jonia Alves.

Já na segunda palestra, a professora do curso de Fisioterapia da Unicap Francisca Mota trabalhou a importância de exercícios simples, mas que podem ajudar no cotidiano de qualquer trabalhador que passe muitas horas em pé ou na frente de um computador. “Fazer pequenos exercícios, em poucos minutos por dia, como movimentar os olhos de cima para baixo, de forma devagar, ou um bom alongamento dos braços e pernas, ajuda a prevenir problemas de coluna e complicações oculares”, ressaltou a professora, que encerrou a Semana Interna de Prevenção de Acidentes na quadra do bloco A, ensinando o público a se exercitar, visando uma melhor postura na hora do trabalho.

_________________________________________________

  Confira mais Notícias

Unicap realizará II Semana da Consciência Negra

Professor do Centro de Ciências Jurídicas da Católica participa de encontro internacional

Grupo Hegel Unicap promove minicurso “Ética e conhecimento em Platão” a partir do dia 11

Curso de Ciências Econômicas vai promover palestra sobre cenário alternativo pós-crise

Curso de Ciências Econômicas da Católica vai promover palestra “Aprenda a investir na bolsa”

Estudantes da Católica entram na disputa para a fase final do Volkswagen Route 2009

Unicap realiza Fórum Inter-religioso

Curso de graduação em Jogos Digitais é uma das novidades do Vestibular 2010 da Católica

Católica vai oferecer curso de graduação de Gestão em Eventos a partir de 2010

TRF da 5ª Região abre inscrições para 116 vagas de estágio

Assessor de Relações Internacionais da Católica vai participar de Simpósio Internacional

Grupo de Teatro da Católica apresenta o espetáculo Vidas Passadas e Engomadas no dia 12

Professores do curso de Ciências Econômicas têm artigo aprovado em conferência internacional

Inscrições abertas para o MBA em Planejamento e Gestão Ambiental

Inscrições abertas para o MBA Finanças e Controladoria

Inscrições abertas para o MBA em Gestão de Negócios

Grupo de Teatro da Católica abre inscrições para elenco e oficina de teatro

Livro sobre evolução da pesquisa na Católica será lançado em novembro

Coordenador do Mestrado em Ciências da Religião apresenta palestra em novembro

Católica irá abrir inscrições para Mestrado em Engenharia Civil

Católica irá abrir inscrições para Mestrado em Ciências da Linguagem

Católica irá abrir inscrições para Mestrado em Psicologia Clínica

Católica irá abrir inscrições para Mestrado em Ciências da Religião

Topo  

_________________________________________________

  Edições Anteriores

Edição de ontem

 


  Boletim Unicap

Expediente

EDIÇÃO: Paula Losada (1652-DRT/PE), Daniel França (3120-DRT/PE) e Elano Lorenzato (2781-DRT/PE)

REDAÇÃO e FOTOGRAFIA: Ana Luíza , André Amorim, Beatriz Lacerda, Diego Ximenes, Lílith Perboire, Rebeca Kramer, Tércio Amaral, Tiago Cisneiros e Victor Bastos.

RELAÇÕES PÚBLICAS: Pedro Rocha e Rodrigo Lyra.

PUBLICIDADE & WEB: Armindo Simão Filho e Marina Rodrigues.

PRODUÇÃO DE VÍDEO: Luca Pacheco.

DESIGNER: Java Araújo

WEBDESIGNER: Kiko Secchim, SJ.

CONTATO: Rua Afonso Pena, 179, Santo Amaro, CEP: 50050-130, Fone/Fax: (81) 2119-.4409 E-mail: assecom@unicap.br

Críticas e/ou sugestões, envie um e-mail para a redação do Boletim UNICAP

O Boletim Unicap é distribuído exclusivamente para os alunos, ex-alunos, professores, funcionários, instituições de ensino superior e empresas de comunicação. Caso queira cancelar o recebimento desta publicação, ou alterar seu e-mail, escreva para

 

 
   
Agenda  
Busca  
   
Twitter
       

l Assecom | Boletim | Agenda | Fotolog |
 | Busca | Minuto Unicap |

       

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO
Rua do Príncipe, 526. Boa Vista - CEP 50050-900 - Recife - PE - Brasil - fone: 55 81 2119-4000