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Recife, 19 de outubro de 2005 – ano 4

João Carlos Paes Mendonça faz palestra na Unicap
Por Daniel França

Professores e estudantes dos cursos de Administração, Ciências Contábeis e Economia lotaram o auditório GI para acompanhar a palestra do empresário João Carlos Paes Mendonça. Em meio a um bate-papo descontraído com a comunidade acadêmica, ele falou sobre a sua trajetória no mundo dos negócios. A palestra fez parte da programação da primeira noite da V Semana do Estudante de Administração, um dos 25 eventos da III Semana de Integração Universidade-Sociedade.

A história da vida do empresário se confunde com o trabalho. Tudo começou no ano de 1935 na pequena mercearia do pai, Pedro Paes Mendonça, na cidade de Serra do Machado, no interior de Sergipe. O negócio cresceu a tal ponto que o filho mais velho de seu Pedro resolveu trazer as atividades da família para Pernambuco. Foi quando, aos 26 anos, o então dono de mercearia, João Carlos, inaugurou em 1966 a primeira loja da rede de supermercados Bompreço, no bairro de Casa Amarela.

A inauguração representou uma inovação no setor. Naquela época, segundo Paes Mendonça, as lojas tinham intervalo para almoço, funcionavam das 8h às 12h e das 14h às 18h. Nas segundas-feiras o expediente só começava à tarde. O Bompreço passou a funcionar das 8h às 18h, sem intervalo para almoço e de segunda a sábado.

A partir da década de 70, a rede começou a se expandir com novas lojas em Boa Viagem, João Pessoa (PB) e Maceió (AL). Em 81, o Bompreço chegou aos estados do Pará, Espírito Santo e São Paulo. Até que em 1996 o grupo famoso pelo “orgulho de ser nordestino” (slogan usado até hoje pelas empresas de Paes Mendonça) abriu parte de seu capital para o grupo holandês Royal Ahold.

Em 2000, a venda do Bompreço para o grupo europeu foi consumada. Uma operação que movimentou US$ 115 milhões. “Foi difícil convencer os estrangeiros que naquela época o Nordeste brasileiro representava a quarta economia da América Latina, atrás do México, Brasil e Argentina. Passei muitas noites sem dormir e tive 53 reuniões”. A falta de um sucessor e as dificuldades do varejo foram os principais motivos que levaram Paes Mendonça a vender o Bompreço. “As redes deste setor não sobrevivem à segunda geração”, acrescentou.

Mas antes de repassar o controle acionário da rede de supermercados, o negócio foi impulsionado por várias idéias. Em 1982 foi lançado o Hipercard, cartão de crédito que nasceu com a finalidade de diminuir o volume de cheques e fidelizar os clientes. A financeira ultrapassou os caixas do Bompreço e hoje é administrada pelo Unibanco.

Outro artifício para fidelizar o cliente foi o Bomclube, criado em 1995. Cartão no qual os consumidores ganham bônus, à medida que compram, para trocar por mercadorias. Incentivado por um amigo e consultor, o empresário foi buscar a idéia na Irlanda. “O segredo para a criação é perguntar, olhar, escutar as pessoas”, falou ele ao explicar o sucesso alcançado.

As atividades no ramo de supermercados tornaram João Carlos Paes Mendonça conhecido no Brasil e no exterior. Em 1985, ele se tornou representante do Conselho Monetário Nacional, na época responsável por grandes decisões econômicas do País. Em 1989 fundou e presidiu, durante dez anos, a Associação Latino-Americana de Supermercados, a Alas.

Atualmente os negócios do empresário estão concentrados nos setores imobiliário, de shoppings centers e de mídia. Um dos projetos futuros prevê a construção de 1.463 apartamentos na zona sul do Recife. Quando perguntado sobre o segredo para se alcançar tal trajetória, ele respondeu: “Você tem que focar, ter perseverança, trabalhar muito, economizar e ter paixão pelo que faz”.

A parte final da palestra foi destinada às perguntas dos estudantes. Um deles, que preferiu mandar um bilhete e não se identificou, perguntou o que era preciso “para ser João Carlos Paes Mendonça” e o empresário respondeu: basta nascer do meu pai e da minha mãe”. Os aplausos se confundiram com a gargalhada da platéia.

Semana de Criminologia começa com debate sobre drogas
Por Jorge de Assis

O auditório G2 ficou lotado na noite de abertura da XXIII Semana de Criminologia e Ciências Afins, que este ano tem como tema Combate às Drogas. O evento foi aberto pela chefe do Departamento de Ciências Jurídicas, professora Mirian de Sá Pereira. As palestras debateram a justiça terapêutica, políticas antidrogas e adoção cidadã.

A mesa de trabalhos foi coordenada pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco e professor da UNICAP, Nildo Nery, que antes de chamar o primeiro conferencista, convidou o Dr. Hélio Brás a apresentar o projeto Estrela Guia. Trata-se de uma iniciativa que visa oferecer um atendimento preventivo às crianças e adolescentes de abrigos para evitar que eles entrem no mundo das drogas “Essas crianças, se não forem amparadas e orientadas, fatalmente entrarão no mundo das drogas. Depois disso, será muito mais difícil reverter a situação”, afirma o professor.

Em sua palestra, o Dr. Hélio Brás fez fortes críticas a vários setores da sociedade, principalmente ao sistema público de educação. Segundo ele, a escola pública é falha, tem desgastado a imagem do professor e, em casos extremos, algumas escolas são dominadas por gangues e traficantes de drogas. “Já testemunhei casos onde a escola negou-se a receber um aluno por ele ser de uma gangue rival à que domina a escola”, relata. Ainda de acordo com o conferencista, a direção da escola foi obrigada a negociar com a gangue para continuar funcionando.

O caso acima citado serve para mostrar que projetos de prevenção como o Estrela Guia não contam com o item principal, a escola. Mas os abrigos temporários de crianças e adolescentes em Pernambuco também enfrentam dificuldades. “Todos, sem exceção, estão com mais crianças do que podem comportar”, denunciou o Dr. Hélio Brás.

As políticas estaduais antidrogas foram o tema da primeira conferência da noite. O assunto foi abordado por um dos membros do conselho estadual para a área, Dr. Jorge Neves. Ele falou sobre o papel da instituição e o prejuízo que as drogas lícitas e ilícitas trazem para o estado e a sociedade. De acordo com ele, recentemente o conselho fez uma resolução para coibir a venda de bebidas alcoólicas a menores de idade, prática que quase não dispõe de fiscalização punitiva no estado. Ligando o tema ao desarmamento e ao referendo de domingo, o palestrante afirmou que vota ‘sim’, mas que nada disso vai adiantar se o estado não promover a inclusão social. “Não há país que melhore sem isso. E o governo não vai conseguir nada sem a participação da sociedade”, alerta.

A última conferência da noite foi realizada pelo vice-presidente da Associação Nacional de Justiça Terapêutica, desembargador Fernando Cerqueira. Ele explicou que a iniciativa é um tipo de tratamento preventivo que visa a recuperar presos que tenham até quatro anos de pena através da psicologia, assistência social e terapia ocupacional. No auditório, também estiveram presentes os voluntários do projeto, que foram apresentados à platéia e aplaudidos. “Promovemos a reintegração do cidadão à sociedade. Antes era só repressão, hoje já existe a preocupação de prevenir”, destacou.

Repressão às drogas é tema da Semana de Criminologia
Por Eduardo Travassos

A XXIII Semana de Criminologia e Ciências Afins teve continuidade na manhã desta quarta-feira (19), no auditório GII. Dentro do tema central Combate às Drogas foi realizado o painel Educação e Prevenção à Droga, com a participação dos professores Nildo Nery, Alexandre Nunes e Isabel Guimarães Câmara. A palestra ficou por conta da coordenadora do Centro de Prevenção às Drogas, Ana Glória Melcop. Ela falou sobre as formas de repressão e combate ao consumo de entorpecentes e como os países estão reagindo ao crescente número de usuários.

Inicialmente, a palestrante identificou duas formas de repressão: a proibitiva e a pragmática. A primeira é usada em diversas nações do mundo e consiste em apresentar modelos neutros de prevenção, que são ineficazes e contraproducentes. “Esta forma de combate às drogas fere os direitos humanos, pois proibir apenas não é a solução para este tipo de caso”, afirmou Ana Glória. Para a palestrante, essa é a forma mais fácil de tentar reduzir o número de usuários, mas apresenta resultados pífios: “Se fosse uma forma coerente de combater as drogas, os Estados Unidos não teriam nenhum tipo de entorpecente, mas sabemos que isso não acontece”, enfatizou, para depois completar afirmando que “a maioria dos usuários não é nem será dependente, não tem problemas legais e não se põe em situações de risco”, o que seria suficiente para evitar a violência que possuímos atualmente quando falamos a respeito deste tema.

A segunda forma de repressão identificada foi a visão realista-pragmática, que procura reduzir os danos provocados pelo consumo de drogas. Alguns dos princípios dessa corrente dizem que o usuário não deve ser preso nem penalizado pelo consumo: “A redução de danos não faz apologia ao uso, mas respeita o usuário compreendendo a situação do sujeito. Ao invés de prender ou internar, procuramos negociar com a pessoa, de forma que ela troque a droga pesada por uma mais leve e que reduza o consumo, por exemplo. A redução de danos não é contra a repressão, mas acredita que quem usa drogas tem consciência do que faz e deve ter sua vontade respeitada até o limite máximo, que é o momento em que ele pode colocar a si próprio e a terceiros em situação de risco”, concluiu.

Trabalhos de iniciação científica são considerados uma contribuição para o País
Por Bárbara Travassos

A VII Jornada de Iniciação Científica da UNICAP contou, ontem à tarde (18), com apresentações orais das pesquisas de alunos bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) do Centro de Ciências Sociais. Os professores Nadilson Silva, do Departamento de Comunicação Social; Sérgio Torres, do Departamento de Ciências Jurídicas; Virgínia Colares, do Departamento de Letras; e a avaliadora do CNPq Maria das Graças acompanharam as apresentações.

A aluna do 7º período do curso de Jornalismo Flávia Santos apresentou o trabalho sobre A Comunicação nas Bases do Cooperativismo. Em sua pesquisa, Flávia expôs maneiras de como a comunicação pode ajudar a estrutura de uma cooperativa a melhorar o fluxo de informação entre os associados. Este projeto vem se estendendo desde 2004, dando a possibilidade à aluna de se aprofundar no tema sobre comunicação nos segmentos populares até o ano que vem.

Ex-aluno de Economia da UNICAP Márcio Miceli explicou o tema de sua pesquisa Estudos das Oportunidades Agroindustriais na Zona da Mata Norte e na Microrregião de Vitória de Santo Antão. “No trabalho, é apresentada uma proposta de implantação da banana em dois assentamentos rurais: em Vitória de Santo Antão e em Vicência, onde estudos sobre mercado e viabilidade deste projeto foram analisados”, diz Márcio.

No último período do curso (10º), a aluna de Direito Paula Siqueira Campos abordou o tema de sua pesquisa científica A jurisdição constitucional como esfera delineadora da organização do Poder Legislativo dos Estados-membros e Municípios. O objetivo do trabalho é verificar de que maneira o exercício da jurisdição constitucional interfere no fortalecimento do poder local. Já a aluna Labibe Atiê, também do 10º período de Direito, apresentou o trabalho Jurisdicidade e Reconhecimento Internacional de Refugiados e Povos Apáticos. Esse tema “caiu como uma luva” para Labibe, que tem descendência árabe. “Este trabalho me permitiu contribuir para o despertar da consciência dos indivíduos e dos Estados Nacionais sobre a importância de garantir os direitos e deveres dos refugiados e apáticos”, afirma a aluna.

A aluna Anna Rafaela Rodrigues, do 8º período de Direito, defendeu o tema de sua pesquisa Processo Judicial: análise dos usos estratégicos de dispositivos de modalização e da digressão nas interações na justiça. O objetivo do trabalho é analisar as estratégias lingüístico-discursivas de modalização e da digressão em uma interação verbal na justiça. Já a ex-aluna em Direito Jéssica Japiassú apresentou seu trabalho A Hermenêutica Jurídica: um olhar sobre as contribuições da Filosofia da Linguagem Pós-Wittgenstlineana. Em sua pesquisa, Jéssica buscou verificar a concepção de língua no conceito direito e virada lingüística.

Efetividade da Tutela Jurisdicional Mandamental e Acesso à Justiça foi o tema da pesquisa apresentada pela aluna do 7º período de Direito Marina Jucá Maciel. O objetivo do trabalho é analisar a importância das inovações do Código de Processo Civil e da Sentença Mandamental como instrumento para acelerar os processos judiciais.

Ouro tema de pesquisa científica apresentado foi Preservação Ambiental Municipal do Recife: lei 16.930. No trabalho, a aluna Círia Coelli buscou analisar a atuação do poder público na preservação ambiental, tendo em vista que a referida lei define os critérios para estabelecimento das Áreas de Preservação Permanente no Recife.

A aluna do 6º período de Direito Emanuelle Albuquerque apresentou o trabalho Concretização Jurisdicional da Proteção à relação do emprego, onde buscou revelar a importância da necessidade de reforma e modernização do sistema processual brasileiro. Já o ex-aluno de Direito da UNICAP Ariosto Morais abordou o tema Estratégias de subjetivação-objetivação nas decisões jurídicas, no qual procurou analisar a conversão do escravo em sujeito de direito e deveres nas decisões judiciais.

A coordenadora do PIBIC – UNICAP Maria da Graça Xavier analisou as apresentações dos alunos bolsistas como uma contribuição para o avanço da ciência e da tecnologia no nosso Estado e no nosso País. “A iniciação científica que a Universidade vem desenvolvendo, junto a alunos e professores, é uma boa prestação de serviços à sociedade”, afirma.

Bolsistas do Pibic apresentam trabalhos na Biblioteca
Por Virgínia Carvalho e Christiano Vasconcellos

A III Semana de Integração Universidade-Sociedade apresentou no seu primeiro dia, no hall da Biblioteca Central da UNICAP, os painéis dos bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) vinculados ao Centro de Ciências Sociais (CCS). Com a coordenação da professora Maria da Graça Xavier, a exposição contou com projetos dos cursos de Direito, Ciências Econômicas, Administração, Jornalismo e Serviço Social. As apresentações fecham um ciclo nas vidas dos bolsistas, que são submetidos a uma avaliação dos seus desempenhos ao longo da pesquisa por uma banca examinadora.

De acordo com a professora Maria da Graça Xavier, o objetivo do Pibic é despertar o interesse científico e revelar talentos potenciais entre os estudantes. Esta é a VII Jornada de Iniciação Científica que, este ano, teve a participação de 290 alunos. Trinta recebem bolsas do CNPq, dez da Facepe e 250 do programa institucional da UNICAP.

O aluno do 7º período de Jornalismo Fernando Albuquerque trabalhou em sua pesquisa os limites entre o cinematográfico e o televisivo em Caramuru, a Invenção do Brasil, do diretor pernambucano Guel Arraes. Segundo Fernando, a obra de Guel recria a narrativa visual, misturando a linguagem cinematográfica e televisiva. Já Thiago Campelo, aluno do 8º período de Administração, pesquisou o Uso da Informação nas Cooperativas de Trabalho. A estudante do 7º período de Direito Mysheva Martins levantou informações sobre a origem das associações de bairros.

Maria do Socorro, do 6º período de Jornalismo, dedicou boa parte de sua pesquisa à análise da Influência da Estética Armorial nos Figurinos e Maquiagem das Produções do Cineasta Guel Arraes. Ela descreveu a experiência como única e ressaltou a importância de ter conversado com o escritor Ariano Suassuna, idealizador do Movimento. A pesquisa ouviu outros personagens importantes para o Armorial como o artista plástico Dantas Suassuna, filho de Ariano, o xilogravurista Samico e os cineastas Guel Arraes e Renato Pucci.

Um dos projetos do curso de Serviço Social abordou a Representação Social da Criança e do Adolescente, sobre a Escola/Trabalho, em Relação à Violência Doméstica. A aluna do 6º períod Bárbara Nathalie Cavalcanti Rodrigues, fez a pesquisa sob a orientação da professora Davina Maria Guimarães Barros. Antes do começo da pesquisa, a estudante procurou um embasamento teórico estudando os conceitos de violência e realidade. Já Fernanda Novaes Ferreira, aluna do 8º período de Direito, trabalhou o tema Identificação e Mapeamento das Ongs da Zona Sul do Recife. A futura advogada afirmou que foi necessária uma ampla pesquisa sobre o terceiro setor. “A gente visitou as Ongs e aplicou questionário sobre a finalidade de cada instituição”, explicou.

Os Jornais Recifenses de 1941 a 1971 foi o tema pesquisado pela estudante do 7º período de Jornalismo Ana Paula Araújo de Lira. Sob a orientação da professora Aline Grego, a aluna procurou informações sobre o assunto na Fundação Joaquim Nabuco e na Biblioteca Pública. Para ela, o tema não poderia ter sido melhor. “Eu gosto muito da área de impresso”, confessou.

Na opinião da coordenadora do Pibic, Maria da Graça Xavier, o incentivo na produção de conhecimento na UNICAP é responsável por essa mudança no conceito dos alunos para com a instituição. “As bolsas fomentam a vocação dos futuros pesquisadores. Esse é o primeiro passo para novas descobertas”, acredita.

Semana de Filosofia discute Sartre e São Tomás de Aquino
Por Belisa Biondi

O segundo dia da XXVI Semana de Filosofia da UNICAP, que este ano faz parte da programação da III Semana de Integração Universidade-Sociedade, teve como tema o Existencialismo Sartreano e o Dinamismo da Existência em São Tomás de Aquino.

A mesa-redonda, realizada ontem à noite (18) no auditório do Centro de Teologia e Ciências Humanas (CTCH), contou com a presença dos professores Zeferino Rocha, Nélio Vieira de Melo e Eleonoura Enoque, que coordenou a mesa, além do aluno do curso de Filosofia Flávio Alexandrino.

Zeferino Rocha abriu o debate discutindo o ato de existir e a metafísica na visão de São Tomás de Aquino. Já o professor Nélio Vieira expôs, principalmente, os três movimentos da via existencialista em Sartre. Também levantou pontos principais das teorias do pensador tiradas de trechos do livro A Náusea, uma de suas principais obras.

O aluno Flávio Alexandrino abordou os pensamentos de Sartre e seu uso do mito como uma concepção de teatro, citando e traduzindo conceitualmente a famosa frase “o inferno são os outros’’. Em seguida houve espaço para as perguntas dos alunos aos palestrantes, encerrando o debate.

Projeto Guarda-Chuva é tema de mesa-redonda
Por Christiano Vasconcellos

A mesa-redonda Laboratório de Psicologia, realizada ontem à noite (18) na sala 306 do bloco G4 e coordenada pela professora Ana Lúcia Francisco, contou com apresentações vinculadas ao Projeto Guarda-Chuva. Falaram sobre seus trabalhos as professoras Patrícia Wallerstein, Josélia Quintas, Ana Santana, Maria Aparecida Craveiro Costa, além das alunas bolsistas Ana Claudia Vecchione, Mirella Fink e Tatiana Varela Vieira.

O Guarda-Chuva é um conjunto de pesquisas ligadas entre si. A professora Ana Lúcia explicou que o objetivo geral do projeto é criar “ações clínicas voltadas à atenção psicológica para acolhimento do sofrimento humano em situações de crise”. Ainda em sua explicação, mostrou os objetivos específicos, as metas, a metodologia, as estratégias de ação, além dos resultados esperados das investigações. Uma das conseqüências, segundo ela, é formar novos profissionais que divulguem e se utilizem das conclusões tiradas. “Sei que aqui já estamos formando multiplicadores”, assegurou.

A primeira apresentação foi a da professora Patrícia Wallerstein. Ela abordou o tema Grupo de Adultos: Revendo uma Prática. O trabalho, de acordo com a professora, tinha como finalidade encaminhar os estagiários para a realização do atendimento aos pacientes em grupo. Em seguida, foi a vez das alunas do 9º período Ana Claudia Vecchione e Mirella Fink mostrarem o resultado de suas pesquisas. Com o título A Constituição da Subjetividade Frente à Experiência da Aposentadoria, as bolsistas mostraram relatos de entrevistados e os resultados alcançados por elas.

Prática Psicológica na Atenção Básica em Saúde: Intervenções em Comunidade foi o trabalho apresentado pela professora Ana Santana. Ela mostrou a relevância do estudo e afirmou que “os psicólogos são agentes de saúde crítica e de mudança social”. Dando prosseguimento às apresentações, a aluna do 8º período Tatiana Varela Vieira falou sobre Contos de Fada Como Outra Possibilidade de Prática Psicológica na Contemporaneidade: Dar Voz ao Desamparo Infantil. A futura psicóloga disse acreditar que “a utilização clínica dos contos de fada favorece o processo de desenvolvimento da criança”.

A professora Josélia Quintas falou sobre Dor/Sofrimento nas Queimaduras: Um Desafio no Âmbito da Saúde e Atenção Psicológica no Hospital. Ela afirmou ter analisado 20 pacientes que tiveram entre 30% e 40% de área corporal queimada e que estiveram internados entre 15 e 20 dias. A última a se apresentar foi a professora Maria Aparecida Craveiro Costa, que abordou o tema Atenção Psicológica ao Sofrimento Adolescente na Contemporaneidade, destacando a depressão e índices de suicídio entre jovens.

Economia de Comunhão é tema de debate na Unicap
Por Marília Santos

A implantação de uma nova economia voltada para superar os efeitos desastrosos do atual sistema econômico vigente: fome, miséria e desemprego. Esta foi a proposta do II Fórum de Economia de Comunhão, realizado ontem à noite (18), no anfiteatro do bloco G4. O evento, coordenador pelo professor Jorge Cândido, faz parte da programação da III Semana de Integração Universidade-Sociedade.

O Fórum teve como tema Economia de Comunhão: Histórico, Fundamentos e Perspectivas. Participaram da discussão a mestra em Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) e coordenadora do Centro de Estudos e Documentação da Economia de Comunhão de São Paulo, Márcia Baraúna, e a professora do Departamento de Economia e Administração da UNICAP, Maria do Socorro Medeiros.

Segundo Márcia Baraúna, a Economia de Comunhão surgiu em São Paulo, em 1991, e hoje está presente em 32 países e cerca de 770 empreendimentos de pequeno e médio portes trabalham este conceito. “A Economia de Comunhão propõe realizar a partilha do lucro em três frentes: reinvestimento na própria empresa, difusão da cultura da comunhão e investimento em trabalhos sociais”.

A UNICAP possui um Núcleo Experimental de Economia de Comunhão, segundo relatou a professora do Departamento de Economia e Administração, Maria do Socorro Medeiros. “O Núcleo de Estudos da Micro e Pequena Empresa (NUESP) e o Departamento de Economia e Administração da UNICAP vêm trabalhando em parceria com cooperativas locais a difusão do modelo da Comunhão”, afirmou. Segundo ela somente a mudança do modelo econômico irá melhorar o convívio social e torná-lo mais humano e igualitário.

Fórum discute linguagens e práticas de inclusão
Por Bárbara Travassos

O Mestrado em Ciências da Linguagem organizou, ontem (18), o fórum Linguagens e Práticas de Inclusão, com a coordenação da professora do Departamento de Letras Virgínia Colares. As palestrantes foram as ex-alunas do Mestrado em Ciências da Linguagem e, hoje, professoras da Funeso Luciana Cidrim e Kátia Albuquerque e a professora do curso de Fonoaudiologia da UNICAP Silvana Griz.

O assunto abordado pela professora Luciana Cidrim intitulado Variações Lingüísticas no Contexto de Escolas Públicas: fatores intervenientes foi tema de sua dissertação de mestrado. Em seu trabalho, Luciana analisou 200 crianças de 2ª e 4ª séries de escolas públicas do Recife, onde pôde perceber que a escrita delas é reflexo de sua linguagem falada, contendo erros de grafia como “probrema”, “assussegada”, “ome”, “durmino”, “ervilia”. A professora explicou que esses tipos de erros têm que ser trabalhados pelos educadores de uma forma que não discrimine as crianças e, sim, explique as diferenças de linguagem. “Existe uma norma padrão e uma não-padrão da linguagem. É preciso que a criança saiba que existem as duas formas, mas que a mais usual ou correta, segundo os princípios da língua portuguesa, é a padrão – que deve ser aprendida”, ressalta.

Já a professora Kátia Albuquerque apresentou o seu trabalho A metáfora e a construção de sentidos pelas crianças com perda auditiva de grau moderado, que também foi tema de mestrado. Duas crianças entre 9 e 10 anos de idade de escolas particulares e com perda auditiva moderada foram analisadas. Kátia, durante a sua pesquisa, desenvolveu sugestões e estratégias de comunicação para serem utilizadas por fonoaudiólogos, educadores e familiares com crianças com este grau de alteração auditiva, para que a interpretação delas seja efetivada corretamente.

A professora do curso de Fonoaudiologia da UNICAP Silvana Griz abordou o tema Desenvolvimento da Comunicação no Início da Vida: o Bebê Surdo, que foi parte de sua tese de doutorado. Em sua pesquisa, Silvana analisou um bebê surdo, através de 14 videoteipes de 20 minutos de duração, produzidos em dias diferentes, no primeiro ano de vida da criança. Com o seu trabalho, Silvana Griz descobriu diversas possibilidades de comunicação entre o bebê surdo e a sua mãe – mediadora fundamental na comunicação e formação social do filho.

A coordenadora dos trabalhos Virgínia Colares analisou o fórum como uma oportunidade para a platéia, a maioria formada por alunos da UNICAP, perceber a importância de se estudar a comunicação. “A comunicação dá às pessoas as condições de inclusão e ascensão social”, ressaltou a professora.

Alunos da Unicap aprendem a planejar abertura de negócios
Por Kelly Beatriz

A UNICAP, que mantém um convênio com o Sebrae, trouxe hoje (19) para a III Semana de Integração Universidade-Sociedade a professora Flávia Pepe para falar sobre o planejamento empreendedor.

No Sebrae, essa palestra é oferecida toda quarta-feira para empresários e pessoas interessadas em abrirem suas próprias empresas. Na Universidade, o assunto atraiu um público diversificado, formado por alunos de vários cursos interessados em aprender a montar seu próprio negócio.O desemprego foi apontado como um dos fatores para a grande procura por esse tipo de curso.

Mas, segundo Flávia Pepe, não adianta apenas ter uma idéia em mente, é preciso persistência, autoconfiança, comprometimento, buscar oportunidades e iniciativas, e acima de tudo, correr riscos. “Não existe negócio sem risco, pois o empreendedor é aquele que materializa e gerencia um negócio assumindo o risco em favor do lucro”, ressaltou.

Flávia Pepe fez questão de lembrar que o Sebrae oferece caminhos para a abertura de uma empresa e não um esquema pronto, como muitas pessoas pensam. “O prejuízo deve ser evitado a partir do planejamento e do levantamento de idéias escritas com o intuito de melhor aproveitamento e conseqüente sucesso”, destacou.

Alunos africanos mostram sua cultura
Por Bruna Monteiro

As manifestações culturais, as riquezas naturais e a história de Guiné-Bissau, Cabo Verde e Moçambique são tema de exposição no bloco G. Os idealizadores são alunos da UNICAP de origem africana. Além de ter uma aula de cultura, os visitantes podem sair com um novo visual. Por R$ 20,00 é possível ficar com o cabelo cheio de tranças. Quem quiser apenas uma trancinha paga R$ 1,00. Em menos de um minuto elas ficam prontas.

Várias peças típicas da África estão expostas e algumas estão sendo comercializadas. Uma escultura de madeira escura simbolizando uma mulher da tribo makonde (norte de Moçambique) custa R$ 15,00, Os visitantes podem conhecer ainda o capulanas, tecido típico da região.

Guiné-Bissau, que é um país de língua portuguesa, tem outras semelhanças com a nossa cultura, como o carnaval. “O nosso carnaval é tão rico quanto o daqui do Brasil”, disse a universitária Fernanda Maria da Costa. A festa acontece em fevereiro e com várias manifestações culturais. Danças e máscaras artesanais são comuns em todas as tribos.

Música clássica toma conta do bloco G
Por Bruna Monteiro

O violonista da Orquestra Sinfônica do Recife Mário Mendes e o pianista Jetro Rodrigues tocaram ontem à noite (18), no estande da Bella Música, localizado no térreo do bloco G. A música clássica possibilitou um momento de relaxamento em meio a tantas palestras, minicursos e oficinas.

A apresentação, coordenada por Isabel Gouveia, foi prestigiada por muitos alunos. “Todas as noites, grupos reduzidos da orquestra tocarão músicas clássicas e MPB”, disse o sócio-proprietário da Bella Música, Ademilson Gouveia. Como o espaço onde o estande está localizado é muito perto das salas de aula, Gouveia excplica que optou por um repertório mais leve.

Especialistas debatem Eficácia dos Direitos Fundamentais
Por Juliana Ramos

A Eficácia dos Direitos Fundamentais foi o tema da mesa-redonda realizada, na manhã de hoje (19), dando continuidade ao programa do Fórum de Pós-graduação na área de Direito, que acontece durante a III Semana de Integração Universidade-Sociedade. Coordenado pelo professor Manuel Severo, o debate contou com a participação dos professores do Mestrado em Direito Jayme Benvenuto, João Paulo Alain (ambos da UNICAP) e Elias Moura Rocha (da UFPE).

Professor veterano da casa, João Paulo Alain iniciou a discussão falando sobre os limites dos direitos fundamentais nas sociedades contemporâneas, uma vez que as mesmas são “plurais e complexas”. Alain explicou as duas perspectivas estudadas dentro do Poder Judiciário: a liberal e a comunitarista. Na mesma linha, Jayme Benvenuto enfatizou a possibilidade de conciliação das duas correntes de estudo. “O procedimento mais democrático à sociedade é equilibrar as vantagens de cada uma”, afirmou.

Discordando dos colegas de mesa, o professor da UFPE Elias Moura Rocha afirmou ser impossível conciliar as duas tendências, visto que são completamente antagônicas. “Uma se refere à esfera privada (liberalismo) e a outra, à pública”, explicou. “A conciliação é uma saída ingênua porque continuamos num raciocínio dualista e a ordem dos complexos não suporta essa dualidade”, concluiu categórico.

Minicurso discute expressões plurais da sexualidade
Por Carolina Guedes

Realizado no auditório do bloco B, o minicurso sobre as expressões plurais da sexualidade, destinado principalmente a alunos e graduados em Psicologia, contou com a presença de vários psicólogos, um ginecologista, uma assistente social e uma ativista soropositiva.

Com um público formado basicamente por mulheres, o minicurso abordou temas de interesse geral como educação, terapia e violência sexual, HIV, sexo em rede e fantasia e imaginário da cultura.O ginecologista. Ricardo Cavalcanti falou sobre terapia sexual, já a psicóloga Vitória Menezes tratou de temas como estresse, ejaculação precoce e retardada, disfunções sexuais e orgasmo.

Assistência Social é um direito de todos
Por Grace Agra

Assistência social como política pública. Esse foi o assunto discutido no minicurso ministrado pela chefe do Departamento de Sociologia, Vitória Machado, e pela professora Odalisca Cavalcanti. Cerca de 40 pessoas participaram do curso. Para a aluna de Serviço
Social da UNICAP Carla Bárbara, o minicurso dá a oportunidade de ampliar os conhecimentos em uma área específica.

O papel de um assistente social é garantir os direitos dos cidadãos. É voltado para a população carente e excluída. “A assistência social tem sido vista como um ato de caridade, quando na verdade é um direito de todo ser humano”, afirma a professora Odalisca Cavalcanti.

Concreto é tema de palestra no Departamento de Engenharia
Por Joana Moura, Andréa Scarcela, Andréia Bauer e Alexandra Menezes
O Concreto Compactado a Rolo (CCR) foi o assunto da palestra ministrada ontem à noite (18) pelo chefe do Departamento de Engenharia da UNICAP, José Orlando, na sala 113 no bloco D. A palestra faz parte da programação da III Semana de Integração Universidade e Sociedade.

Segundo o professor, o CCR é um “material espetacular”. A recente descoberta reduz as deformações verticais, não sofre erosão e tem um menor custo inicial em função do menor consumo de cimento. O concreto compactado a rolo, devido à sua rápida execução, é uma excelente opção principalmente para a construção de obras de grande porte, como barragens e pavimentação.

Pró-reitoria Comunitária oferece arte e lazer na Semana de Integração
Por Júlia Schiaffarino

O estande da Pró-reitoria Comunitária é o lugar certo para quem quer relaxar. Quem passar por ele, além da oportunidade de jogar uma boa partida de dominó ou damas, também poderá deixar sua marca. No espaço, localizado no bloco G, foi disponibilizada uma tela onde alunos, professores, funcionários e visitantes estão tendo a oportunidade de mostrar o seu lado artístico. As pinturas vão desde as bandeiras de times de futebol até trechos de poemas, ou seja, o ambiente é para a livre criação.

Segundo Cris Oliveira, uma das responsáveis pelo estande, o que mais lhe chamou a atenção foi o interesse das pessoas em contribuir na pintura do painel. Professores, alunos, visitantes, todos se mobilizaram, fazendo com que, em apenas dois dias, quase todo o quadro já estivesse preenchido.
Se divertir ao mesmo tempo em que deixa sua mensagem para todos poderem vê-la. Foi isso que motivou o estudante de Administração Murick Ramos a participar da atividade promovida pela Procom.

No ano passado, a Pró-reitoria Comunitária também mobilizou a Universidade por meio de uma pintura coletiva, o resultado foi um belo quadro que se tornou o cartão de Natal da UNICAP e atualmente está exposto na secretaria da Pró-reitoria. Espera-se que, neste ano, a dose seja repetida, pois, no que depender da disposição e criatividade dos pintores, a obra de arte está quase pronta.

Terapia ocupacional oferece minicurso sobre expressão corporal
Por Marcela Avelar

Trabalhar a expressão corporal visando integrar o corpo e a mente no processo de reorganização psíquica do sujeito é o objetivo de minicurso ministrado pelo coordenador do curso de Terapia Ocupacional, professor Francisco Nilton Oliveira. Os participantes praticaram técnicas de caminhada e tentaram diminuir o ritmo acelerado ao qual estão habituados.

Os participantes trabalharam com músicas, exercícios respiratórios, movimentos corporais e o toque em si mesmo e no próximo. “Cada música tem o objetivo de trabalhar uma técnica”, explicou o professor. A estudante do curso de Fisioterapia da UNICAP Janice Aquino elogiou a aula: “Reforça a busca do conhecimento sobre o seu próprio corpo.”

Gestão ambiental melhora qualidade de vida
Por Marcela Machado

A V Semana do Estudante de Administração da UNICAP iniciou abordando o tema Gestão Ambiental nas Empresas, que trata do gerenciamento das ações ambientais de uma organização. A técnica em meio ambiente da Celpe Aline Santos explicou o funcionamento da gestão ambiental dentro da empresa relacionando a eficácia do trabalho oferecido pela organização ao cuidado que ela possui com a questão social.

Como distribuidora de energia, a Celpe se engajou num processo de preservação do meio ambiente e vem aperfeiçoando as relações entre seus empreendimentos e as questões sócio-ambientais. Segundo a técnica, querendo demonstrar ao mundo seu comprometimento com o meio ambiente, a empresa certificou seu sistema de gestão na norma ISO 14001, que fornece requisitos a serem adotados por uma organização. “Fazendo parte do Grupo Neoenergia, a Celpe passou a ter uma política de meio ambiente, cumprindo assim a Legislação”, destacou Aline Santos.

ABERTURA DA III SEMANA DE INTEGRAÇÃO
Por Pe. Theodoro Peters,S.J

O calendário pernambucano já assimilou a Semana de Integração de sua Universidade Católica com toda a Sociedade. Trata-se de um evento parte da sua missão. A Católica está inserida na região nordeste, dela faz parte, nela atua, para ela foi fundada. A dimensão regional é parte integrante de seu ser e agir. Assumiu seu sobrenome comum é de Pernambuco e, a partir de Pernambuco, exerce sua missão de Ensino, Pesquisa e Extensão. Foi para transformar a Sociedade na qual está enraizada que foi fundada. Completou 54 anos como Universidade de pleno direito, e 63 desde a instalação da Faculdade de Filosofia Manoel da Nóbrega (1942), com seus pioneiros cursos. Preparar capital humano de qualidade no Nordeste, oferecer a formação necessária à nossa juventude sem o incômodo de afastar-se das próprias origens. Uma Universidade não se esgota em si mesma, nasce da massa crítica formada pelos idealistas que decidiram unir forças e denodo para que o Nordeste tivesse os centros de ensino e pesquisa necessários ao próprio desenvolvimento. Nasce da convicção que a solução para o Nordeste deve ser buscada no próprio Nordeste, na solução das dificuldades cíclicas, na educação de sua gente para ter acesso ao conhecimento e à formação da melhor qualidade. Nasce a universidade para congregar as pessoas em torno ao conhecimento, à pesquisa e à busca da verdade nas ciências humanas, exatas e sociais. A Universidade induz ao amor à Verdade, à valorização da Vida, ao respeito pelas forças e energias naturais. Para isso, oferece seus laboratórios, suas salas de estudo, bibliotecas, ambientes de aulas e conferências para que possam ser expostas as idéias, debatidas, comunicadas, articuladas. Visamos ao ideal de formação completa da pessoa humana, ao pleno desenvolvimento de suas potencialidades de inteligência, conhecimento, comunicação do que foi aprendido, descoberto, inventado. Uma cabeça bem formada, articulada, inferindo as conseqüências, descobrindo as causas, solucionando as dificuldades e os problemas. Pela inteligência, o ser humano supera o infinito, pode aceder a todo conhecimento através dos raciocínios intuitivo e dedutivo. Não pára de cismar, imaginar, conceber, reiterar. A pessoa humana é dotada de vontade, aberta à tomada de decisões, visando ao que lhe pareça bem adequado ou possível ou necessário. A capacidade de fazer escolhas teóricas e aplicá-las para seu uso, conforto, sobrevivência, qualidade de vida. Ao mesmo tempo, é atraída pela estética, pela beleza, pelo que atrai, seduz, conquista. Os antigos falavam de Verdade buscada pela inteligência, de Bem construído pela vontade e de Beleza atração dos sentidos humanos. Esse ideal de pleno desenvolvimento de todas as capacidades humanas que tornam o ser humano único na natureza é a proposta da Unicap para toda sua comunidade.
A Unicap, nascida no coração da Comunidade Pernambucana, propõe a atualidade eclesial da Companhia de Jesus, através do diálogo contínuo da fé cristã, com a justiça social, com a cultura e com o pleno diálogo entre todas as expressões de fé humana e religiosa. Quer ajudar a construir uma Sociedade à altura de nossos ideais, apoiando a todos na superação do estágio em que vivem e trabalham, assinando, com a marca de sua originalidade, a adesão a uma nova maneira de viver, conviver, decidir e propor.
Nossa Sociedade vive as dificuldades de toda comunidade humana. Os recursos naturais limitados, a desigualdade de oportunidades, a distância entre o ideal e o real. Queremos que nossos professores, pesquisadores, estudantes, técnicos e amigos participem na busca articulada de boas soluções para o nosso povo. Soluções para os problemas sociais, políticos, econômicos, universalização de políticas públicas, concretização dos direitos cidadãos, educação para os deveres que a cada um compete cumprir, para que nossa sociedade seja reconhecida como cristã e plenamente humana.
Somos desafiados de todos os lados a tomar atitudes, propor soluções; a violência bate em todas as portas. Não é fácil viver com equilíbrio, mas pertence à Universidade o específico dever de criar ambiente sadio, harmonioso e congregador dos diversos interesses para desenvolver conhecimento, relativizar os problemas e alcançar soluções duráveis e sustentáveis para a vida e para a natureza.
A vida prática nos ensina esta lição: todos os instrumentos que usamos só são realmente úteis quando orientados na direção certa. De nada adianta um barco ter um motor possante ou velas impelidas por ventos poderosos se não houver um leme que garanta a orientação certa, e a bússola que mostre para onde seguir. Se faltar isso, quanto maior a força que o impele, maior é seu desvio, e mesmo, seu naufrágio. “Navegar é preciso”, é verdade, mas em última instância, “viver é que é preciso”, pois navegar para a morte é suicídio. O Titanic, prodígio da tecnologia de sua época, teve naufrágio espetacular: foi em direção de um iceberg, e toda aquela tecnologia desceu para o fundo do mar, arrastando tantas vítimas.
Vivemos, em nossos dias, o horror de um tsunami e agora um terremoto na Ásia que matou 54 mil pessoas. Ora, quem diria que a tecnologia moderna deu ao homem poder de causar destruições ainda maiores do que as da natureza: depois do bombardeio assassino de Dresden, as duas bombas atômicas no Japão, com centenas de milhares de homicídios instantâneos. E contudo, que tecnologia mais admirável do que o domínio do átomo, a capacidade de dividir e de fundir o núcleo, com a enorme energia então liberada?
O progresso tecnológico da revolução industrial produziu a degradação ambiental, desde os buracos de ozônio e o efeito estufa, até a poluição dos rios e dos mares. O erro não consiste na tecnologia e muito menos na ciência, mas no uso que se faz dela. O problema é ético, e não técnico. Pode-se desenvolver uma boa tecnologia para despoluir os rios: em Londres a purificação do Tâmisa fez com que os peixes voltassem a freqüentá-lo. Que maravilhas não se realizam a cada dia nas ciências da vida, que sucessos ainda maiores se preparam para nos oferecer? A mesma tecnologia que descobre venenos e armas letais, também fabrica remédios e alimentos.
Acontece que a tecnocracia migrou das ciências da natureza para as ciências humanas e sociais, desumanizando-as e transmutando-as em puras técnicas. A Economia que tratava da satisfação das necessidades humanas e das políticas públicas que as implementassem transformou-se, através dos neoclássicos, em uma técnica de maximizar os indicadores macroeconômicos, dando as costas para as necessidades sociais.
Nada mais atual, portanto, do que o tema desta semana. As ciências e as técnicas devem estar a serviço do bem-esta social, senão se voltam contra o ser humano, repetindo a lenda do aprendiz de feiticeiro, só que com armas mais poderosas do que suas inocentes bruxarias. Somos uma Universidade católica e, portanto, o humanismo cristão e a própria mensagem do Evangelho exigem que estejamos voltados para o bem do ser humano, que para nós é sagrado, por ser imagem e semelhança de Deus. Somos uma Universidade nordestina, e não podemos esquecer as necessidades elementares de seu sofrido povo. Como Universidade, cultivamos as ciências e impulsionamos as tecnologias, mas sempre dentro dos valores éticos, e na promoção do bem-estar social.
Hoje, abrimos esta semana de esperança, queremos ser visitados, desejamos acolher a todos que nos buscam para colocar em comum os progressos adquiridos, as dificuldades sentidas e as soluções adequadas ao povo pernambucano, para seus diferentes impasses, problemas e percalços.
Com palavras de fé e esperança, declaro inaugurada esta Semana de Integração com a Sociedade, desejando que o conhecimento coopere para o bem-estar da Sociedade.

A PESQUISA DO IBOPE E AS RAZÕES DO SIM E DO NÃO
Por Luís Manuel Domingues*

No próximo domingo,** estaremos, nós os eleitores, independente de credo, cor, etnia, renda, nível de instrução, sexualidade, ideologia, posição social, encaminhando-nos as urnas eletrônicas para votar SIM ou NÃO no referendum onde nos é solicitada uma decisão sobre a seguinte questão: O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?

Desde logo, quero registrar o meu voto: SIM. No entanto, gostaria de tecer alguns comentários sobre a recente pesquisa do Ibope em relação à intenção de votos para o referendo. Nela foi possível detectar que o NÃO obtém maioria nos segmentos sociais com melhor renda, com melhor grau de instrução e com melhor qualidade de vida e, na medida em que os indicadores mais elevados identificam na pesquisa frações e/ou classes sociais mais abastadas, o NÃO vai obtendo um desempenho mais elevado e significativo. Já o SIM segue um percurso inverso, tem a maioria nos segmentos sociais com menor renda, com menor grau de instrução e com menores condições de qualidade de vida. O que isto pode nos informar e quais as razões que podemos alocar para esse aparente paradoxo?

Insiro esta idéia inicial de paradoxo em virtude de as frações e as classes sociais, com melhores condições de vida e renda econômica, poderem dispor para si de uma estrutura material e cultural na qual podem agregar para si e desenvolver, de forma mais incisiva e sistemática, um aparato de reflexão analítica e crítica e abordar os problemas do mundo da forma mais racional possível, pelo menos em princípio teriam condições de usufruir essas condições, sem se deixarem cair no encanto dos apelos irracionais.

Dando início à análise e crítica deste texto, gostaria, primeiramente, de dissertar sobre um certo apego obsessivo, no sentido da obsessão como uma idéia desarrazoada na qual o indivíduo nutre para si algo de forma irracional, e, neste caso, aqui, estando ela configurada na radicalização da dualidade entre segurança x insegurança e nutrida por aqueles que alegam a legitimidade do direito e da liberdade individual de cada cidadão deliberar para si, se quer ou não ter armas de fogo e munição.

Contudo, essa obsessão não é de todos os segmentos da sociedade e nem uma realidade, é sim uma preocupação e um problema de todos e isto não significa que ela seja tratada a partir dos vieses orientadores dos estados de obsessão, mas ela pode ser abordada de forma racional e se podem encontrar soluções políticas, sociais, econômicas e culturais, dentro de um Estado de Direito e de uma sociedade democrática, para a questão da insegurança e violência crescente no país, principalmente, se as suas condições estruturais e as perversidades que permeiam as relações sociais, suas produtoras e reprodutoras por excelência, forem atacadas de forma efetiva.

Nos dias atuais, a cultura que alimenta a obsessão da dualidade entre segurança x insegurança é um dos aparatos mentais e ideológicos e um dos itens prioritários de demanda política daqueles que acham se poderem colocar distantes e alheios às condições sociais, econômicas, culturais e ao conjunto de práticas e circunstâncias produtoras e reprodutoras da violência disseminada pelo Brasil afora, bastando para tanto recorrerem ao mercado e nele adquirirem os produtos e os serviços possíveis de lhes garantir, em princípio, a sua segurança e a expurgar para longe de suas fronteiras à insegurança e a violência.

Para estes segmentos sociais e econômicos, provavelmente, na pesquisa do Ibope, são aquelas com mais condições e capitais para usufruírem em suas vidas cotidianas, seria factível, legal e legítimo concluírem e deliberarem que uma parte dos seus aportes financeiros pode e deve ser direcionado para garantir a sua segurança, desde que tenha o direito e a liberdade assegurada e sem restrições de investirem em armas de fogo, em munições e em serviços para exorcizar a violência e a insegurança para longe de seus antros privados.

Quanto aos que não podem dispor de tais aportes financeiros para garantir a sua segurança privada, a solução apresentada pelos mais abastados é o de os deixarem à mercê da própria sorte e, por alguma circunstância, caso venha a ocorrer uma pressão e seja requisitada uma solução, o problema deverá ser resolvido pelo Estado a partir de um uso sistêmico da repressão, sem os limites próprios de um Estado de Direito, e direcionado sobre as condições e os indivíduos suspeitos ou não de produzir e reproduzir a violência e a falta de segurança, como tão bem ocorre hoje nos bolsões de miséria e nas periferias de nossas cidades.

A opção pelo NÃO por esses mais abastados é, ainda, um subproduto de sua mentalidade individualista de insistir em querer confundir direito e liberdade com uma pontencialização exacerbada do seu poder e do seu querer para fazerem algo a partir de sua livre iniciativa, independente da repercussão social e política. Isto é: eles valorizam e sacralizam muito mais a sua decantada autarquia social e econômica como forma de fazer valer o seu interesse, o seu ter e o seu querer parecer, e, para tanto, todos e quaisquer expedientes, mecanismos, procedimentos, emanados ou não do Estado ou da coletividade, devem estar a serviço e serem utilizados e legitimados para usos e abusos que possam garantir a preservação e reprodução desse individualismo, e, como uma espécie de salvaguarda, tudo aquilo que não tenha em princípio essa função deve ser demonizado e estigmatizado.

Neste sentido, esses grupos mais abastados advogam a superioridade da sua liberdade, do seu direito e do seu patrimônio sobre o da comunidade ou da coletividade, reivindicando para si um poder e uma capacidade de deliberar e implementar meios e condições além do social e politicamente consentido e acordado por todos e para todos. Com isto, procuram e deduzem poderem debelar a sua neurose, ou seja, administrar o seu conjunto de sintomas expressos simbolicamente no conflito de desejo e defesa ante uma insegurança que os rondam e os levam a concluir, a partir de um aparato mental orientado por prenoções, que as razões fomentadoras da insegurança e da violência são produzidas e procedem dos espaços e dos extratos sociais subalternos.

Para resolução dessa neurose, os mais abastados buscam incessantemente compromissos de soluções contra uma fantasmagoria de que haveria ou está em curso uma estratégia e ação que conspira contra as suas liberdades, os seus direitos e os seus patrimônios, levando-os a apregoar o detrimento da hegemonia da comunidade e despersonalizar, desqualificar e desautorizar o direito, a liberdade e o patrimônio da coletividade.

A opção pelo NÃO se enquadra desta forma como o direito a um recurso não contra as condições sociais, econômicas e políticas geradoras da violência e da insegurança no país, mas como a reivindicação de um direito de afirmar que nada tem a ver com ela, que nenhuma responsabilidade tem para com ela e que nenhuma obrigação tem de discutir, implementar e colaborar com políticas efetivas que debelem a violência e a insegurança e as suas causas estruturais.

Assim sendo, a escolha do NÃO pelas classes sociais mais abastadas neste país segue uma orientação já secular, desde os tempos modernos, o interesse individual deve prevalecer sobre o interesse da comunidade, da coletividade e da população de um país, cabendo ao Estado garantir, custe o que custar, os interesses individuais e quando não o puder, deveria garantir aos indivíduos os meios e as condições e, por extensão, direitos e liberdades de usufruir deles e de atuar contra todos e contra tudo para salvaguardar os seus interesses pessoais.

Já conhecemos o resultado desse individualismo e ele só produziu duas coisas para a sociedade: uma a reprodução e alargamento da miséria para muitos e para que poucos pudessem manter os seus interesses, o seu ter e o seu querer parecer e que os demais se virem. A outra foi o desmonte das ilusões de que cada um dos membros das sociedades, independente de sua condição social e econômica, podia compartilhar, também, dessa cultura do individualismo e que cada um podia por si mesmo realizar os seus desejos, ambições, sonhos, projetos etc.

Na realidade, a história mostrou o quanto a cultura do individualismo só foi possível quando os sujeitos sociais abastados puderam garantir para si um desempenho independente dos outros e, ao mesmo tempo, como forma de garantir o seu sucesso no mundo social, configurando até um certo paradoxo, reorientar os outros, aqueles que não obtiveram sucesso e seriam a priori vitimas de seu próprio fracasso social e econômico, no sentido de lhes servirem nas suas empreitadas por concluírem possuírem méritos, estão além da média social e por ter e parecer mais do que os serviçais. Nos últimos cem anos, com a ascensão política das classes subalternas na cena política, esse ideário individualista se mostrou cada vez mais incapaz de se manter e de se reproduzir, explicando, assim, o uso cada vez mais sistemático de uma lógica discursiva, atravessada pelo irracionalismo, para garantir uma sobrevida ao individualismo.

Por fim, entre os que na pesquisa disseram NÃO é provável que muitos sejam de estratos sociais medianos. São, em boa parte, indivíduos que ascenderam economicamente no mercado de trabalho, mas passaram, também, a cultuar medos, receios e angústias da perda e, por tabela, colocaram-se como presas fáceis para processar em si a construção das neuroses de que alguma coisa pode vir a acontecer com seus patrimônios e suas vidas regradas, produto de anos de lutas e construção, e que de uma hora para outra podem ser desestruturadas num piscar de olhos.

Sobre estes recaem a cultura da irracionalidade e os pesos dos argumentos fáceis daqueles que alegam que, se o comércio de armas de fogo e munição for proibido no Brasil, vai fortalecer os bandidos e aumentar a nossa insegurança, propondo, dessa forma, a cada cidadão comum, como eu e tantos outros, a garantia o direito e a liberdade de adquirir armas de fogo e munição para lutar contra os bandidos pelas ruas, avenidas, morros, praças e ruelas de nossas cidades.

Cedo ou tarde, os setores medianos acreditaram, em algum momento de suas vidas, poder usufruir dessa cultura do individualismo das classes abastadas, mas, cedo ou tarde, descobrirão ser essa cultura, na realidade, uma quimera para eles. Só lhes restarão o desencanto e o desmanche dessa ilusão, quando, em princípio ou a primeira vista, estava tão perto ou ao alcance de suas mãos, e então descobriram que para os não-abastados não haverá o dia de terem condições e autonomia para por si mesmo realizarem os seus desejos, ambições, sonhos, projetos etc.

Desta forma, seria o caso, antes de se cair no canto das sereias do NÃO, de fazer as seguintes perguntas aos esclarecidos do NÃO: vocês querem nos convencer de que caso estejamos armados teremos condições de impor a segurança que o Estado e, por tabela, a polícia, não consegue?; é correto desprender de suas digressões que estão propondo que façamos nós nossa própria justiça e lei, conforme os nossos critérios, desconsiderando a existência de um Estado de Direito?; podemos concluir que vocês pregam a proeminência do direito individual ou do individualismo sobre o da comunidade e, portanto, cada um por si e Deus contra todos?; é licito afirmar, segundo os vossos proselitismos, que o direito e a liberdade de comprar e consumir um CD, um DVD, um livro, um refrigerante, um sanduíche, uma roupa e outras coisas, com as suas conseqüências individuais e coletivas, é similar ao de comprar e usar armas de fogo e munição? As respostas a essas perguntas, sem achismos e fundamentadas em argumentos racionais e contra-provas, seriam muito difíceis de serem formuladas em proveito da conquista de mentes e corações para o NÃO.

O estranho nisso tudo é que há dois meses, quando as pesquisas sobre aprovação do Governo Lula apontavam para uma baixa nos segmentos mais abastados e instruídos, e o inverso ocorria nos menos abastados e instruídos, personalidades, pretensas formadoras de opinião, como Gilberto Dimenstein, afirmavam que a manutenção da popularidade de Lula se devia a uma certa ignorância ou falta de racionalidade desses últimos para avaliar a crise política. Agora que algumas destas personalidades manifestam o SIM como voto no referendo, qual a explicação eles teriam a nos fornecer sobre a pesquisa do Ibope.

A pesquisa do Ibope também revela o quanto a sociedade está dividida sobre um acalentado direito e liberdade a ser preservado. Neste caso, isto é de chamar atenção quando metade da sociedade questiona essa possibilidade de direito e liberdade. Aqui talvez haja uma reflexão de parte dos eleitores de que existe uma diferença muito grande ou quilométrica entre proibir a compra de armas de fogo e munição em relação à possibilidade de promulgação de possíveis direitos e liberdades de poder comprar outras coisas ou fazer muitas outras coisas.
Será que esta parcela da sociedade não raciocina desta forma: quem compra uma arma de fogo e munição não compra para consumir individualmente, para seu usufruto próprio e para conseqüências e resultados restrito só a si. A arma é para ser utilizada contra o outro e o seu uso vai depender de circunstâncias as mais variadas, mas todas elas vão passar pelas seguintes condições: atitude contrária à integridade física alheia deflagrada por conflitos movidos pela predominância da irracionalidade; condições de desagregação do aparato racional para a tomada de decisões; e uma conjuntura de predominação do medo e da angústia levando a tomada de atitudes instintivas. Pelo menos, até agora, a pesquisa do Ibope nos anuncia que metade do Brasil não que arriscar a alimentar alguma idiossincrasia de grupos ou indivíduos.

Ou seja, nenhum cidadão será capaz de afirmar e comprovar que usará armas de fogo e munição de forma racional, metódica e pragmática, a não ser os assassinos de aluguel e os soldados em uma guerra. E olhe lá. Portanto, quem advoga a liberdade e o direito de comprar armas de fogo e munição para uso é uma ameaça à liberdade, ao direito e à vida alheia.

Ademais, seria interessante refletir sobre a seguinte hipótese: por conhecer melhor e ser uma vitima preferencial da violência e insegurança; por conhecer de perto a inutilidade de se ter uma arma de fogo e munição para prover segurança; por ter ciência das conseqüências draconianas do porte e uso de arma de fogo e munição na vida pessoal, interpessoal e comunitária; por nunca ou quase nunca terem usufruído políticas públicas de segurança; por terem conhecimento sobre as falácias e a inoperância de que portar e usar arma de fogo e munição pode prover a segurança; são as razões que levam a maioria dos eleitores dos segmentos sociais com menor renda, com menor grau de instrução e com menor qualidade de vida a votarem no SIM no referendo que pergunta se O COMÉRCIO DE ARMAS DE FOGO E MUNIÇÃO DEVE SER PROÍBIDO NO BRASIL?

Acho que poderíamos aprender algo com a experiência e o conhecimento desses segmentos sociais. EU VOTO SIM.

* Professor de História do Departamento de História da UNICAP e Doutor em História pela UFPE. E-mail: luismdomingues@uol.com.br.
** Quero ofertar o presente artigo aos alunos do Curso de História da UNICAP, pois foi durante as interpelações que me fizeram sobre o referendo e as discussões realizadas que me fui dando ao direito de conceber a estrutura, os argumentos e a reflexão deste texto e me dispus a confeccioná-lo.



EDIÇÃO: Paula Losada (1652-DRT/PE), Vlaudimir Salvador (1836-DRT/PE) e Daniel França (3120-DRT/PE)

REDAÇÃO e FOTOGRAFIA: Bárbara Travassos, Camila Maciel, Eduardo Travassos, Jorge de Assis, Juliana Carneiro, Juliana Trajano, Marcela Negromonte e Mhatteus Sampaio (Estagiários).

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OUTUBRO

18 a 21 SEMANA DE INTEGRAÇÅO

:: Semana de Criminologia vai debater o combate às drogas

:: Semana de Integração terá mesa-redonda sobre o best seller o monge e o executivo

:: Campanha pelo Sim no referendo recebe reforço na Unicap

:: Cultura africana marca presença na Semana de Integração

:: Responsabilidade social é tema da Semana do Estudante de Administração

:: Bolsistas do Pibic apresentam 285 trabalhos na Semana de Integração

:: Ano Mundial da Física terá eventos na Semana de Integração

:: Físico americano fará palestra na Semana de Integração

:: Mandacaru apresenta espetáculo puramente pernambucano

19 a 21 - Neal promove curso sobre política econômica do Governo Lula

19 a 21 - Unicap sedia I Congresso Pernambucano de Sexualidade

19 a 21 - Mandacaru apresenta espetáculo puramente pernambucano

19 a 21 - Neal promove curso sobre política econômica do Governo Lula

19 a 22 - Professor de Comunicação participa de encontro de cinema no Rio Grande do Sul

22 - Unicap participa de Dia Internacional de Atenção à Gagueira

24 - Jesuíta chileno será canonizado

25 a 28 - Aluno de Administração tem artigo selecionado para seminário

27 - Unicap recebe grandes nomes do jornalismo nacional

27 - Unicap realiza XI Jornada de Debates sobre a Infância

28 - Grupo Madrigal promoverá recitais em setembro e outubro

28 a 30 - Professora de Fonoaudiologia fará palestra em São Paulo.

31 a 2/11 - Alunos da Unicap participam de encontro de Física em Maceió

NOVEMBRO

3 a 11 - Festival de cinema vai premiar produções locais

6 a 8 - Encontro de pró-reitores discutirá as CPAs

8 - Seminário discute impacto da reforma universitária nos cursos de Jornalismo

8 a 11 - Professores de Arquitetura apresentam trabalhos no Rio de Janeiro

9 a 12 - Unicap será sede de encontro de estudantes de fonoaudiologia

22 a 25 - Professora da Unicap participa de congresso de Microbiologia

DEZEMBRO

5 a 7 - Unicap vai sediar Simpósio Nacional sobre Mal de Parkinson

 

       
Assecom - Assessoria de Comunicação da Universidade Católica de Pernambuco - Unicap