O Reitor Pe. Theodoro Peters ladeado pelos Pró-reitores na abertura da III Sius

18/10/2005
Começa a Semana de Integração da Unicap
Por Eduardo Travassos

Começou na manhã desta terça-feira (18) a III Semana de Integração Universidade-Sociedade (Sius), evento promovido pela UNICAP para proporcionar uma maior integração da comunidade com a vida acadêmica. A abertura, realizada no auditório GII, contou com a participação do Reitor, Padre Theodoro Peters, e dos pró-reitores de Pesquisa e Pós-graduação, Junot Cornélio Matos, de Graduação e Extensão, Erhard Cholewa, e Comunitária, Fátima Breckenfeld. O Reitor abriu a programação falando das perspectivas e motivações da Universidade em relação ao evento.

Inicialmente, o Reitor explicou que a UNICAP foi fundada para transformar a sociedade na qual está enraizada, a região Nordeste do Brasil. Segundo Padre Peters, preparar capital humano de qualidade no Nordeste e oferecer a formação necessária à juventude sem o incômodo de afastar-se das próprias origens é o objetivo da UNICAP. “Queremos que nossos professores, pesquisadores, estudantes, técnicos e amigos participem na busca articulada de boas soluções para o nosso povo. Soluções para os problemas sociais políticos, econômicos, universalização de políticas públicas, concretização dos direitos dos cidadãos, educação para os deveres que a cada um compete cumprir, para que nossa sociedade seja reconhecida como cristã e plenamente humana”, disse o Reitor a respeito da missão que a universidade possui.

Em seguida, ele explicou os motivos da escolha do tema Ciência e Tecnologia para o Bem- estar Social para a Semana de Integração deste ano: “O progresso tecnológico da revolução industrial produziu degradação ambiental, desde os buracos na camada de ozônio e o efeito estufa, até a poluição dos rios e mares. O erro não consiste na tecnologia e muito menos na ciência, mas no uso que se faz dela. O problema é ético, não técnico”, afirmou para, em seguida, concluir dizendo que “as ciências e as técnicas devem estar a serviço do bem-estar social, senão se voltam contra o ser humano. Como universidade, cultivamos as ciências e impulsionamos as tecnologias, mas sempre dentro dos valores éticos e na promoção do bem-estar social”, enfatizou.

Presidente da Facepe faz conferência sobre Ciência e Tecnologia para o Bem-estar Social
Por Igor Maciel

Com uma participação cada vez maior no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, atualmente representando quase 3% do total, e uma taxa de crescimento econômico maior que a da Bahia e do Ceará, o setor produtivo pernambucano já começa a sentir a necessidade de conhecimento técnico, tecnológico e de material humano qualificado. Na palestra realizada pelo presidente da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe), José Carlos Wanderley, foi apresentado um panorama dessas necessidades e o trabalho desenvolvido pela Fundação para minimizar seus impactos. A conferência marcou a abertura da III Semana de Integração Universidade-Sociedade, realizada anualmente pela UNICAP, que este ano tem como tema Ciência e Tecnologia para o Bem-estar Social.

“Esse tipo de evento é fundamental para a discussão dessa necessidade de aproximar a Universidade dos problemas sociais que enfrentamos. Uma pesquisa feita dentro da academia sem nenhuma aplicação no cotidiano ou direcionamento para a sociedade acaba sendo infrutífera”, analisou o presidente da Facepe. Segundo José Carlos Wanderley, dentro da universidade existe a necessidade de equilibrar os incentivos e financiamentos, atualmente muito direcionados para a área tecnológica. “Precisamos nos voltar para o mercado? Sim, mas não apenas com tecnologia. É preciso investir também nas ciências humanas para que haja constante avaliação sobre a aplicação da tecnologia. Imagine que a energia atômica é uma grande evolução humana, mas se não houver um estudo ético sobre seu uso podemos rever tragédias que gostaríamos de apagar da História”, afirmou.

Ainda de acordo com o professor José Carlos Wanderley, os cursos de doutorado no Brasil ainda são pouco conectados com o processo produtivo do país, além de serem muito tímidos em relação a países desenvolvidos como os EUA. “No Brasil você tem 5 mil doutores para cada habitante. Nos EUA, cada habitante está relacionado a 800 doutores. A diferença é muito grande e, para completar, esses doutores estão trabalhando, em sua maioria, dentro das universidades, como professores ou pesquisadores. Em países desenvolvidos, os doutores trabalham dentro da empresa, realizando pesquisas voltadas para o mercado e para a prática”.

A III Semana de Integração Universidade-Sociedade segue até a próxima sexta-feira (21) com uma diversificada programação de palestras voltadas para a aplicação do conhecimento acadêmico nos setores produtivos da sociedade. Mais informações pelo site www.unicap.br/sius