A Sobrevivência
Preservar, a duras penas, através dos tempos, a identidade, a cultura de um povo é difícil nas organizações sociais mais abastadas... Mesmo sendo um forte, o sertanejo tem, em princípio, dois grandes obstáculos: intrinsecamente, sua região e clima desfavoráveis e, em segundo, o descaso, o desinteresse ou diferentes interesses dos governos federal, estadual e municipal em tratá-lo como cidadão. Apesar de carente em alguns recursos, utiliza-se, muitas vezes, de técnicas rudimentares, mas sabe como poucos sistematizar ou redimensionar ações para os períodos mais difíceis, quando não críticos, além de matutar em como preservar suas virtudes, sua história, sua cultura.
O (A)fora, Severinos! narra a trajetória do Movimento dos Sem Terra – MST. Entrecortado com versos do poema Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, tem como embasamento a terceira parte de Os Sertões, onde a luta pela sobrevivência dos excluídos se refletem de ações sociais e políticas.
Uma das maiores fábricas de desenvolvimento sustentável do mundo, o turismo, foi assunto de relevância em dois trabalhos, segundo os quais, a olhos vistos, também no sertão é possível. O primeiro, Lampiões que alumiam o turismo no sertão, roteiriza as potencialidades das cidades de Serra Talhada e Triunfo, antagônicas em climas, mas convergentes em cultura; o segundo, Potencial turístico do Vale do Catimbau, mostra um dos mais importantes sítios arqueológicos brasileiros.
O Berro - jornal laboratório do curso de Jornalismo, teve edição especial Unicap comemora cem anos de “Os Sertões” com pauta sobre o clássico euclidiano e sua influência no ensino médio e no vestibular; no cinema; análise de problemas sociais, religiosos; o fascínio que continua causando nos escritores e pesquisadores, seja na literatura clássica ou popular; sobre o projeto “Olhares...”, além dos 90 anos de nascimento de Luiz Gonzaga. Sertão Consuetudinário tem como registro várias imagens sobre religiosidade, estruturas arquitetônicas, práticas seculares...
O pensar acadêmico foi prática d’Os Sertões em debate. A partir de pesquisas científicas ou temáticas, foram apresentados três grandes artigos: o primeiro, Impressões de uma terra chamada sertão tem embasamento na primeira parte d’Os Sertões – a terra. Para compor esse cenário foram utilizados “chãos” descritos nos romances O Quinze e Vidas Secas; o segundo, Cantadores Encantadores faz um estudo sobre três poetas nordestinos: João Cabral de Melo Neto, Luiz Gonzaga e Patativa do Assaré; o terceiro, As visagens do imperador da Pedra do Reino sobre “Os Sertões”, evidencia as similaridades dos perfis de algumas personagens encontradas nas obras de Ariano Suassuna e no clássico euclidiano, através de fatos reais ou fictícios.