Leia
aqui o resumo dos 10 trabalhos selecionados para o GT2003.
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Ana
Claudia de Oliveira (PUCSP:COS)
O
sabor de Sabor Pão de Açúcar, à luz da semiótica
Apoiando-me
na proposições de A. J. Greimas, em Da Imperfeição,
assim como nos desenvolvimentos que a partir dessa obra E. Landowski tem
empreendido para uma semiótica do sensível, examina-se nesse
artigo, em nosso contexto atual, o regime de sentido do evento estético,
cuja particularidade é o fazer sentir a presença mesmo do
sentido pelo seu intervir estésico. Em decorrência do
que faz o sujeito vivenciar, o marketing tem levado as empresas a incorporar
esse tipo de evento em suas estratégias de manipulação
do público alvo, a fim de produzir novas formas de consumo. Nessa
linha, o Grupo Pão de Açúcar, em sua rede de supermercados
e pela revista Sabor Pão de Açúcar, tem proposto uma
diversificação do gosto alimentar de sua clientela, oferecendo-nos
um estudo de caso de que gosto se discute, se educa, incide sobre as relações
de sociabilidade e de constituição identitária.
>>Artigo
Completo.
Ana
Paula Goulart Ribeiro (UFRJ:ECO)
Discurso
e poder: a contribuição barthesiana para os estudos de linguagem
Este
artigo se propõe a discutir como foi abordada a relação
entre discurso e poder no interior da semiologia de tradição
francesa, a partir da obra de Roland Barthes. O autor foi tomado metonimicamente,
pois o seu percurso teórico (com seus sucessivos deslocamentos conceituais)
é bastante emblemático de um certo caminho que a semiologia
percorreu desde suas origens estruturalistas.
>>Artigo
Completo.
Ana
Silvia Médola (Unesp)
Estratégias
de visibilidade e construção de simulacros na comunicação
televisual
O presente
trabalho traz uma reflexão sobre como uma emissora afiliada a uma
rede de televisão hegemônica no Brasil se insere num contexto
de comunicação midiática e se apresenta como objeto
de consumo na esfera da cultura local. Apesar da quantidade desproporcional
entre a veiculação de programas produzidos pela matriz, no
caso a Rede Globo, e dos conteúdos produzidos localmente, TV Modelo,
de Bauru, a afiliada utiliza estratégias discursivas de natureza
intratextuais e também extratextuais que visam fazer com que o telespectador
a veja como uma emissora regional. Nesse sentido, buscamos investigar quais
os procedimentos que contribuem para a construção do simulacro
dessa TV como emissora local.
>>Artigo
Completo.
Elizabeth
Bastos Duarte (Unisinos)
Reflexão
sobre os reality shows
A tevê,
que de há muito vem tentando vencer uma de suas maiores restrições,
opera hoje com uma possibilidade mais concreta e efetiva de interação
nos reality-shows: a da intervenção direta do público
nos rumos do programa. Evidentemente que essas intervenções
não ocorrem em todas as versões dos reality-shows, mas, sem
dúvida, elas estão presentes naquelas de maior audiência
e, por mais pífias que ainda sejam, elas significam essa possibilidade
de interferência direta que certamente, cada vez mais, ganhará,
com o tempo, consistência. O presente trabalho questiona-se (1) sobre
o tipo de alteração que essa modalidade de produção
televisiva acarreta ao processo comunicativo televisivo e à estruturação
do próprio texto televisivo; (2) quais as implicações
de tais alterações às metodologias de análise
dos processos televisivos.
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Completo.
Geraldo
Carlos do Nascimento (Universidade Tuiuti do Paraná)
Presença
de uma ausência: leitura de uma foto jornalística
Com
a concorrência da TV e da Internet, o Jornal precisou se reestruturar
para encontrar o seu lugar específico no conjunto das mídias.
Essas mudanças são particularmente visíveis nas novas
funções que se tem atribuído à fotografia –
que vão além das tradicionais “ilustração”
e “documentação referencial”. Considerando tal concepção,
este trabalho procura, a partir de uma de uma foto específica, publicada
na Folha de S. Paulo, levantar questões sobre o novo estatuto da
fotografia no jornalismo impresso, que teria começado a mudar por
volta dos anos 60 e que sofreu particular incremento com o advento das
chamadas novas tecnologias. Convoca para isso, desde o já clássico
texto de Roland Barthes, A Câmara Clara, como as noções
de “semi-sombólico”, de Jean-Marie Floch, e de “presença”,
de Eric Landowski.
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Completo.
Gustavo
Costa e Jorge Lima da Silva (mestrandos UnB)
Análise
da narrativa jornalística: construção de sentido pela
notícia
O presente
artigo pretende trazer uma proposta de análise do texto jornalístico
a partir dos sentidos construídos nas notícias, com o auxílio
da Narratologia. Buscar-se-á demonstrar a capacidade narrativa do
texto jornalístico quando observadas seqüências de notícias
sobre um mesmo tema. Sob o desafio de organizar o caos cotidiano de informação
e conferir ao noticiário inteligibilidade, a seqüência
de fatos reportados ajuda a construir uma história, um enredo temporalmente
organizado e dotado de sentidos. A articulação de elementos
contidos no universo cultural, simbólico e imaginário com
os fatos reportados, resulta uma narrativa com diversas possibilidades
de interpretação. Na análise são utilizadas
a Narratologia e a Pragmática da Comunicação, que
permitem observar as estratégias de comunicação, a
sintaxe narrativa, a construção das personagens, o papel
do narrador, o leitor implicado, além das confusões entre
realidade e imaginário, entre outras questões.
>>Artigo
Completo.
Isaac
Antonio Camargo (Universidade Estadual de Londrina)
A
construção imagética da posse do novo presidente do
Brasil nas primeiras páginas da Folha de São Paulo e
O Estado de São Paulo
O presente
trabalho recorta da mídia jornalística, em especial da Folha
de São Paulo e do O Estado de São Paulo, a primeira página
do dia 02 de janeiro de 2003, onde se deu destaque à posse de Luis
Inácio Lula da Silva como presidente do Brasil. Um fato como a eleição
de um presidente é sempre bem vindo na mídia de qualquer
país, no caso do Brasil, a eleição de Lula, um candidato
da dita esquerda, num país de tradição conservadora,
assume um caráter muito significativo. Sua posse como presidente
assumiu o caráter de uma celebração cívica.
A cobertura que um evento deste tipo proporciona é ampla e atinge
todos os segmentos da mídia jornalística e dá a oportunidade
aos jornais de expressar sua posição em relação
ao candidato e ao evento em si. Neste caso, tratamos da articulação
imagética que se desenvolve em torno do tema Posse de Lula e dos
efeitos de sentido que cada uma destas páginas constrói.
>>Artigo
Completo.
Isaltina
Gomes (UFPE)
O
discurso do outro na divulgação científica
Neste
trabalho, debruçamo-nos sobre o discurso relatado na divulgação
científica. Para desenvolvê-lo, utilizamos um corpus constituído
por textos de autores pesquisadores e textos de autores jornalistas, todos
publicados na revista Ciência Hoje (CH). Esse olhar mais atento para
esse tipo de manifestação de heterogeneidade na divulgação
científica foi motivado não por percebê-lo como uma
marca que caracteriza o discurso de divulgação científica,
uma vez que o discurso relatado está presente em praticamente todas
as produções discursivas, mas porque sua maior ou menor incidência
e a forma como é introduzido indicam as perspectivas das comunidades
produtoras desses textos. Acreditamos, por exemplo, que para os autores
pesquisadores a citação tem função argumentativa
e para os autores jornalistas destaca-se a função retórica
da citação.
>>Artigo
Completo.
Kati
Eliana Caetano (Universidade Tuiuti do Paraná)
A
comunicação da cidade
Este
ensaio resulta de uma pesquisa sobre a imagem que os habitantes de Curitiba
têm da cidade. Nosso trabalho consiste em abordar os pontos de vista
adotados na percepção/registro da cidade e sua relação
com certas imagens cristalizadas no nosso imaginário, a partir da
perspectiva reiterada de cidades nos cartões-postais. Seleciona
algumas tomadas de Curitiba feitas por habitantes locais, em comparação
com fotos antigas dos mesmos lugares fotografados, a fim de discutir as
estratégias enunciativas mobilizadas para comunicar um modo de conceber
a vila, e também um modo de vivê-la.
>>Artigo
Completo.
Sérgio
Porto (UnB)
A
justa memória do discurso de posse do presidente Lula
Os
discursos falam pelos seus ditos e suas lembranças, pela boca de
sua memória arqueológica e histórica. Os discursos
falam pelos seus esquecimentos, por aquilo que não foi mencionado;
mas o esquecido e o não-dito têm força pragmática
e dizível. Deixando de lado os refrões, estribilhos,
ênfases e figuras – além dos compromissos ideológicos
de sua formação discursiva –, que podem ser excessos de memória,
e também deixando de lado uma série de lacunas propositais
e fraturas de puro esquecimento, que seriam excessos de esquecimento,
busca-se uma justa medida que possa servir de equilíbrio significativo
de um discurso que se lembra de coisas e se esquece de outras. O discurso
de posse do presidente Lula – de tom messiânico – não seria
diferente, na medida em que a exigência das mudanças parece
ter ido além das expectativas de seus 52 milhões de eleitores.
>>Artigo
Completo.