Há 14 dias Ariano Suaasuna foi inventar novos causos pra “além do horizonte”. E espiar os que aqui ficaram. A “tocaia” se dá pelas (re)criações da comunhão fantástica de a Arte Armorial. Ariano denominou Armorial como adjetivo, ou seja, não apenas uma definição (substantivo), mas uma qualificação. Para suas criações bebeu, entre várias simbologias -, de ícones eruditos e populares -, da Idade Média, do Barroco Brasileiro do século XVIII e da literatura de cordel.

À esquerda, em no alto, Tapeçaria de Bayeux (detalhe)- considerada o primeiro registro heráldico. À esquerda, em baixo, Mouros Versus Cristãos (detalhe de Iluminura). À direita, Cerâmica: A Batalha dos Guararapes de Francisco Brennand (inspirada na Tapeçaria de Bayeux)
Da Idade Média, emblemáticas são as artes plásticas: tapeçaria, ourivesaria, esmaltes, Iluminura. Essa, a arte dos arabescos, das ilustrações, dos cabeçalhos, dos títulos e das capitulares, as letras inicias dos capítulos dos manuscritos antigos, a exemplo das Bíblias cristãs do catolicismo e do protestantismo.
O universo adjetivado por Suassuna “salta aos olhos” com as ilustrações em suas Iluminogravuras e outras obras de “armorialistas”, como as de Samico, de Francisco Brennand, e de inúmeras criações-homenagens de artistas profissionais e iniciantes “encantados” pela Arte Armorial. Foi o caso do projeto Harmonia Armoral, 35 anos em movimento (versão 1.0) da Agência Experimental em Relações Públicas (Agerp) da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).
Os motes do Harmonia são (re)criações do Mestre e de outros “armorialistas” que, nas palavras de Chicó: “eu só sei que foi assim”; mas, nesse caso é “na vera”. Assim, apresenta-se as belezuras das Iluminuras, das Iluminogravuras e a versão do Harmonia Armorial. As criações arabescas são poesias gráficas: medievais e contemporâneas.

Capitulares iniciais iluminadas e arabescos. À esquerda, baseadas nas Iluminuras; à direita, baseadas na Arte Armorial para o Harmonia Armorial.