Dissertações e Teses

1ª Turma Mestrado – 1999

  • ANA MARIA DE SANTANA

Resumo da dissertação: A experiência do usuário como via de re-significação das práticas psicológicas na rede pública de saúde

Na assistência psicológica oferecida ao usuário do Sistema Único de Saúde (SUS), não é raro, nos trabalhos desenvolvidos com ele, refletir sobre a adequação e a eficácia dos modelos de atuação clínica utilizados para atender à sua demanda. As abordagens teórico-práticas que orientam os procedimentos clínicos na compreensão e na problematização do seu sofrimento, não parecem contemplar, satisfatoriamente, as suas necessidades reveladas no processo da assistência psicológica. Nessa compreensão, este trabalho representa uma iniciativa para articular as referências operacionais que hoje modelizam a ação do psicólogo com a demanda apresentada pelo usuário da Rede Pública Ambulatorial. É uma pesquisa na área de Psicologia Clínica que intenta conhecer, pela abordagem fenomenológica-existencial, a experiência do usuário no que diz respeito à atenção psicológica que lhe é oferecida na instituição pública de saúde. A experiência vivida no contexto da prática, bem como leituras, parecem indicar que o sentido dessa assistência, quando comunicado na relação entre o usuário e o psicólogo, poderá favorecer ações que norteiem o atendimento psicológico à demanda trazida pela população distrital. Mais ainda, o significado sentido do cliente parece entrelaçar-se ao sentido que o próprio terapeuta busca em sua práxis e que, também, lhe serve para configurar o fazer clínico no espaço público Ambulatorial. A pesquisa foi realizada com cinco pacientes da Clínica de Psicologia do Centro de Saúde Agamenon Magalhães, unidade de Ambulatorial da Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco. A metodología escolhida para conhecer a experiência do usuário foi a pesquisa qualitativa, amparada no método fenomenológico. A narrativa, contendo os depoimentos, foi a via de registro e de comunicação da experiência do usuário, relacionada ao atendimento psicológico. 0 significado que o usuário está dando às suas experiências relativas ao atendimento psicológico perpassa pelo sentido buscado pelas questões do próprio pesquisador; ou seja, como uma experiência que lhe favorece mudanças na compreensão de si e do outro. 0 sentido da ajuda psicológica também sinaliza uma compreensão de que ela é um meio significativo de lidar com o desamparo frente às dificuldades vividas em cidadania.

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  • CARMEM LÚCIA BRITO TAVARES

Resumo da dissertação: A psicologia clínica e o mal-estar contemporâneo: impasses e re-significações

Este estudo tem como objetivo compreender o mal-estar contemporâneo partindo da experiência clínica. Traduz um verdadeiro testemunho da autora enquanto pesquisadora, psicoterapeuta e supervisora. Parte de inquietações desalojadoras experienciadas na clínica e utiliza como objeto de reflexão teórica a Abordagem Centrada na Pessoa, mais especificamente, a Terapia Centrada no Cliente. Realiza uma leitura crítica da teoria da Terapia Centrada no Cliente, analisando a concepção de ciência e a trajetória conceitual empreendida por Carl Rogers. Partindo dessa analise, aponta para a insuficiência dos conceitos de Tendência Atualizante e Angústia para acolher e dar passagem ao mal-estar contemporâneo, indicando a necessidade de uma outra via de acesso que apreenda a condição fundamental e originária do homem. Por fim, apresenta o conceito de angústia de Heidegger enquanto possível contribuição para fecundar e re-significar a prática clínica. Como resultado do percurso empreendido, a autora revela o momento de trânsito em que se encontra, encaminhando-se para uma clínica psicológica enquanto cuidar (Sorge), vinculada a uma teoria do existir humano que pode ser lida como uma ética de aceitação da finitude, da transitoriedade, e dos conflitos. Tal teoria enseja uma prática clínica, que envolva um ato de criação, como abertura de acolhimento para algo que não se conhece, com disponibilidade para se lançar nas complexidades do ser-aí. Aponta que, apesar de ter encontrado algumas respostas para as inquietações desalojadoras que motivaram o presente estudo, a temática abordada, pela sua complexidade e dinâmica própria, esteve e estará sempre aberta a novos olhares e leituras.

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  • IARACI FERNANDES ADVÍNCULA

Resumo da dissertação: Experiências desalojadoras do eu e escuta clínica

 O objetivo desta Dissertação é explicitar o que são as experiências desalojadoras e em que medida elas ajudam na constituição da escuta clínica. O seu eixo gira em torno da experiência pessoal da autora nos Grandes Grupos Centrados na Pessoa inspirados nos trabalhos desenvolvidos por Carl Rogers e colaboradores. Pensador do Século XX, Rogers é filho dos ideais da Modernidade que colocam o homem no centro do universo como senhor absoluto, sem limites à pretensão de tudo conhecer. Na última década da sua vida, ao partir para os trabalhos com grandes grupos, Rogers começou a descortinar um mundo de múltiplos e complexos fenômenos. Não se sabe, se seria possível, para Rogers, sair das idéias metafísicas da sua concepção de natureza humana e compreender o descentramento que as vivências grupais estavam demandando. Esta pesquisa vai questionar as lógicas representacionais e as identidades impermeáveis que compõem os ideais da Idade Moderna. Apresenta a análise de personagens literários e de casos clínicos no enfrentamento de situações desalojadoras. Produz dados empíricos, através de depoimentos de cinco terapeutas que tiveram experiências em grupos. Terminado o processo investigativo, se conclui que o desenvolvimento da escuta clínica implica em sermos afetados por experiências desalojadoras. É necessária a transformação para podermos possibilitar o processo existencial na sua força criadora. A organização grupal oferece um campo propício para experiências complexas e múltiplas que, de forma contundente, levam ao confronto com experiências incontornáveis e fundamentais para o devir humano, no contraponto do reconhecimento do limite do viver.

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  • MARIA DA CONCEIÇÃO DE OLIVEIRA TEIXEIRA

Resumo da dissertação:

Esta dissertação procura investigar como a dimensão ética e política da supervisão na pratica clínica vem sendo contemplada pelos supervisores em suas diferentes abordagens. Utilizamos para a compreensão desta problemática relatos orais e escritos que nos permitissem apreender através da experiência dos supervisores a compreensão que têm desta atividade. Chama a atenção, na maioria dos relatos, o hiato existente entre o conhecimento tático e o explícito, bem como a importância de abrigar o conhecimento tácito como possibilidade de re-criação entre teoria-prática. Todo este trabalho apóia-se numa perspectiva fenomenológica e busca contribuir com reflexões e possibilidades de re-pensar a prática da supervisão clínica

Palavras-chave: supervisão, ética, política, conhecimento tácito, conhecimento explícito.

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  • MARIA DAS GRAÇAS DINIZ (*)

 

  • MARIA STELLA DUNSHEE DE ABRANCHES

Resumo da dissertação: “A experiência de psicólogos/artistas”

 A pluralidade e a complexidade da experiência humana, demandando indagações acerca de articulações possíveis entre a psicologia clínica na contemporaneidade e outros campos do conhecimento, constituem o cenário deste trabalho que busca conhecer e transmitir a experiência de psicólogos/artistas. Partindo da sua própria experiência de cantora e psicóloga clínica, a pesquisadora recorre aos depoimentos de outros psicólogos/artistas para, através deles, investigar algumas articulações possíveis entre esses fazeres. Para alcançar o objetivo proposto, a autora situa a experiência e a sua transmissão, via narrativa, nos trabalhos de Gendlin e Benjamin, a fim de obter o embasamento teórico necessário para validá-las como elemento de produção e transmissão de saber. A seguir, faz um breve relato do papel da narrativa em psicoterapia, na visão pós-moderna apresentada pelos autores Goolishian e Anderson. E, finalmente, após apresentar os depoimentos dos psicólogos/artistas colaboradores, a pesquisadora aprofunda o seu questionamento inicial, correndo ao diálogo entre sua compreensão da experiência dos depoentes e as referências teóricas que lhe auxiliam a encaminhar suas considerações.

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  • PATRÍCIA WALLERSTEIN GOMES

Resumo da dissertação: Gestalt-terapia herança em re-vista

 Este trabalho investiga e discute as possíveis razões que levaram a Gestalt-terapia a ter a imagem de uma abordagem frágil, sem consistência teórica e, portanto, mais fácil de ser exercida, vez que não exigiria do profissional uma capacitação teórica ou a necessidade de estudos mais aprofundados. A autora, definindo-se como herdeira desta abordagem, resgata sua origem e concepção, apontando a importância dos pais, Fritz e Laura Perls, considerando suas crenças, mitos e valores pessoais e a influência, direta ou indireta, destes nos seus legados. Tal busca, referendada e constituída junto ao contexto da época da criação da Gestalt-terapia, objetiva compreender o cenário social e cultural e suas respectivas exigências, com vistas a inserí-la e aos seus conceitos num panorama maior que lhes conceda sentido. A pesquisa contou com entrevistas de três gestalt- terapeutas brasileiros da atualidade, considerados também herdeiros, e, por esta referência, irmãos da autora. Seus depoimentos foram registrados, tendo-se o intuito de, com esse diálogo, observar a compreensão que têm da Gestalt-terapia enquanto corpo teórico, como também suas percepções sobre as possíveis causas para a mal-dição desta abordagem, qual seja sua carência de fundamentação teórica. O estudo aponta ser necessário à formação do gestalt- terapeuta um referencial teórico-prático que revele e considere as influências sofridas pela abordagem, e explicite os construtos e conceitos por ela utilizados. É ainda de fundamental importância que se faça a distinção do que é a Gestalt-terapia daquilo que se constitui como o jeito de ser do seu pai, Fritz Perls.

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  • SEVERINO RAMOS LIMA DE SOUZA

Resumo da dissertação: A experiência de adolescentes abandonados e institucionalizados frente ao desligamento institucional

 Sabemos que muitas das crianças abrigadas em instituições para abandonados, infelizmente, não serão beneficiadas pelos Programas de Colocação em Lar Substituto (guarda, tutela e adoção). Desse modo, passam a viver na instituição até que completem a maioridade quando, inevitavelmente, terão que ser desligadas. Este estudo vem focalizar, portanto, a experiência de adolescentes abandonados e institucionalizados frente ao desligamento institucional, em função da maioridade. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de base fenomenológica onde buscamos trabalhar com depoimentos de jovens que estão vivenciando o processo de desligamento. A partir da perspectiva destes, estabelecemos uma discussão/reflexão em torno do significado/representação do desligamento na vida dos adolescentes e do papel dos educadores no conjunto das práticas institucionais, encaminhando-nos para possíveis alternativas que viabilizem processos de desligamentos mais satisfatórios tanto para os adolescentes quanto para a equipe de profissionais que com eles trabalham.

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  • WALLACE JOSÉ MEDEIROS RIBEIRO

 

2ª Turma Mestrado – 2000

 

  • DARLINDO FERREIRA DE LIMA
  • MARIA JOSÉ MACIEL VILHENA(*)

 

3ª Turma Mestrado – 2001

 

  • ADRIANA MARTINS TINOCO

Resumo da dissertação: A Experiência de Mulheres Abusadas Sexualmente na Infância por Familiares ou Parentes Próximos

O presente trabalho propõe-se a compreender a sentido da experiência de mulheres que foram abusadas sexualmente na infância por familiares ou parentes próximos, observando a situação, segundo a Gestalt-terapia, como uma situação incompleta, inacabada. O interesse pelo tema surgiu a partir da escuta profissional, quando percebemos que a incidência desse episódio de violência intrafamiliar não era tão raro, como imaginávamos. Várias dificuldades trazidas por nossas clientes como figura, tinham e traziam como fundo a questão que aqui tentamos trabalhar. Ouvimos mulheres que não faziam parte do universo de nossas clientes, na intenção de evitarmos qualquer influencia anterior. Essas mulheres eram desconhecidas para nós e entre si, tendo apenas o episódio de intercessão. Compreendemos que as participantes após o ocorrido, apresentavam e adquiriam modos de ser e de estar no mundo que hoje são significativos em suas vidas. Percebemos que a busca da saúde , na saída do ciclo (mito) que se instalou pode ocorrer, quando a fala, o comunicar acontece, fechando uma situação e permitindo a abertura de outras. Neste estudo, apenas uma das participantes chegou a esse estágio, as outras, de certo modo, no momento do nosso contato, encontravam-se presas a situação primeira, a situação do abuso. Continuavam guardando um segredo que lhes proporcionavam “novas” situações abusivas.

Palavras-chave: Abuso, violência Intrafamiliar, Gestalt inacabada e Experiência

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  • DIMITRI CARLO GABRIEL DA SILVA

Resumo da dissertação: Oficina de criatividade: dispositivo para a supervisão: experiência com coordenadores de grupos de idosos

 Há tempos a Psicologia Clínica vem redimensionando seus campos de atividade, ampliando suas modalidades interventivas e área de atuação. Este fato a tem direcionado para o desenvolvimento de estudos e pesquisas sobre vários aspectos das relações humanas, institucionais, organizacionais, entre outros. Neste trabalho, desenvolveu-se um estudo a partir de uma dessas modalidades que, apesar de muito difundida no meio, ainda carece de mais estudos e sistematizações: a supervisão. Utilizando- nos mais precisamente de Supervisão de Apoio Psicológico, a proposta é vincular uma outra modalidade de prática clínica, a Oficina de Criatividade, para supervisionar coordenadores de grupos de idosos. A Oficina de Criatividade, nesse sentido, é um dispositivo que disponibiliza estratégias específicas para o trabalho de supervisão com esses profissionais. Tanto a supervisão quanto a oficina estão vinculadas com o conceito de aprendizagem experiencial, ou seja, que parte da experiência para constituir-se. Esse conceito proporcionou o vínculo entre psicologia e educação, mais especificamente entre clínica e pedagogia, possibilitando- nos a compreensão de como o processo de supervisão disponibiliza a possibilidade de aprendizado e apropriação do saber I fazer por parte do profissional que se submete a ela, levando em consideração os aspectos afetivos e cognitivos envolvidos como, também, o contexto das relações intersubjetivas que se presentificam tanto na supervisão quanto no trabalho profissional como na vida pessoal.

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  • IVANA MAGALY LIMA ALENCAR CARVALHEIRA

Resumo da dissertação: Re-significando a ação clínica psicológica na assistência à criança queimada

Considerando a experiência de aflição da criança queimada hospitalizada, buscou-se pensar, como maior propriedade, sobre os modelos assistenciais clínicos instituídos, disponibilizados no atendimento a sua demanda psicológica. Nessa perspectiva, ao pesquisar sobre o saber/fazer clínico psicológico, revelaram-se múltiplas atitudes, ações, intervenções, orientações, interpretações, possíveis e cabíveis, ao psicológico na relação/cuidado com o sujeito. Lançando como profissional e/ou pesquisador no vasto campo da clínica psicológica , é importante compreender o que facilita ou dificulta uma ação situada. Parte-se de uma compreensão de ação implicada como constituinte no modo de ser humano: sujeito que age. Assim, este trabalho visa, a partir de uma experiência específica, trazer um outro olhar, ressignificando o fazer clínico psicológico no contexto do hospital, à luz da fenomenologia existencial e de dispositivos para a ação clínica psicológica. Recorreu- se à metodologia qualitativa, inspirada na figura do narrador e amparada no método fenomenológico para interpretação. A matéria-prima desta obra consiste em narrativas da experiência do psicólogo/pesquisador e dos interlocutores nos atendimentos, criança e sua mãe, no Centro de Tratamento de Queimados, além de relatos de profissionais dessa mesma equipe de saúde. Ao final, procurou-se uma articulação entre o conhecimento vivido/afetivo e o conhecimento teórico, a partir do diálogo com autores. Vislumbrou-se que a ação psicológica no C.T.Q. situa-se no campo teórico-prático do Aconselhamento Psicológico, como prática clínico- psicológica e educacional, numa dimensão interdisciplinar de ação social clínica. Foram, ainda, evidenciadas peculiaridades da comunicação entre a psicóloga, a criança e sua mãe, compreendidas como utensílios/utilitários facilitadores da intervenção psicológica. Espera-se, com este trabalho, apontar aberturas para ousadias responsáveis na atuação clínica, com implicações para o estudo e prática interdisciplinar.

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  • JOSÉLIA QUINTAS SILVA DE SOUZA

Resumo da dissertação: Vividação na pele restaurada : limite entre o viver e o morrer do paciente grande queimado e o cuidado da equipe hospitalar

O objetivo deste estudo foi refletir sobre o paciente grande queimado na situação-limite em que se encontra, e quais os recursos psicológicos presentes para que ele possa enfrentar, junto com as ações da equipe de saúde, o tratamento necessário. O adoecimento agudo põe este ser/paciente numa situação de (des)continuidade existencial. Desestabiliza-se emocionalmente, pela experiência vivida e pelo seu alto grau de morbidade. Precisa de força para suportar e enfrentar o tratamento e se (re)conhecer em seu sofrimento. Para compreender como essa experiência acontece e que sentido o paciente dá à situação, escolhi uma metodologia de cunho fenomenológico existencial e, através de entrevistas com os pacientes e com os profissionais da equipe, fui percorrendo o caminho que cunhei vividação, articulando-o ao que os estudiosos do “cuidado” podiam me dizer. Ouvindo as narrativas, pude concluir que, nessa experiência, a angústia revela-se, por um lado, pela incerteza e, por outro lado, pela certeza da finitude. Tanto no limite do paciente, quanto no cuidado da equipe hospitalar, ela é uma só. Ouvindo Frankl encontrei o sentido da vividação na coragem, na esperança e na solidariedade, enquanto que à luz de Heidegger, a angústia mobiliza o cuidar de si e o encontrar-se na solicitude, indicando que vividação é ação vívida e percorre a serenidade para manter-se corajosamente sendo.

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  • JOSIVALTER SOARES DE BARROS

Resumo da dissertação: A experiência de ser estagiário na clínica escola de psicologia

Com esta dissertação buscamos compreender a experiência de ser estagiário numa Clínica-Escola de Psicologia, considerando que este é um momento difícil, porque atravessado de angustias e incertezas. Ainda que pesquisas relacionadas ao papel do estágio e das Clínicas-escolas de Psicologia venham sendo trabalhadas sob diferentes enforques, parece-nos que a experiência de ser estagiário tem sido pouco explorada, provavelmente evidenciando o pouco cuidado que se tem acerca desta questão. Consideramos a idealização da figura do psicoterapeuta na sociedade, a transição da vida do estudante para a de profissional, procurando estabelecer paralelos da figura do estagiário com a de um “Aprendiz de Herói” e do estagio com um rito de passagem. A partir das narrativas de alunos da Clínica-Escola Manoel de Freitas Limeira, da UNICAP, e sob uma perspectiva fenomenológica existencial, pudemos compreender que o estágio, pode ser experienciado como um rito de passagem, tanto quanto as tarefas a que se dedicam os estagiários, consideradas como rituais necessários à sua iniciação. Dessa perspectiva, parece que, para além dos cuidados dirigidos ao estagiário em supervisão, faz-se necessário reservar um espaço de escuta para as angústias que emergem nesta experiência. Entretanto, se inicialmente pensávamos o estagiário como um “aprendiz de herói”, ao longo deste trabalho fomos levados a percebê-lo como um artesão que constrói uma obra, a ser revista e aperfeiçoada. A nosso ver, ao cuidar do estagiário-artesão, estamos, também, cuidando da clientela para a qual este estagiário se dirige.

Palavras-chave: Clínica-escola; Estágio/Rito; Estagiário/Mito.

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4ª Turma Mestrado – 2002

 

  • BÁRBARA ELEONORA BEZERRA CABRAL

Resumo da dissertação: Cartografia de uma ação territorial em saúde transitando pelo Programa Saúde da Família

 Esta pesquisa teve por objetivo problematizar as possibilidades de um sentido ético e político para a ação territorial em saúde como intervenção em saúde pública, através do Programa Saúde da Família (PSF), a partir da experiência de profissionais que a exercem. O cenário do estudo em questão, portanto, é o da atenção à saúde, no campo das políticas públicas. Tal investimento justificou- se pela existência de poucos estudos sistematizados em torno deste tema, dada a necessidade de aprofundar uma reflexão sobre a formação profissional para tal intervenção. Contudo, apresentou-se, também, como possibilidade de reflexões sobre a avaliação do PSF. Caracterizou-se como uma pesquisa fenomenológica existencial, em que se lançou mão da metodologia de relatos orais. Os interlocutores foram nove profissionais de saúde pública do município do Cabo de Santo Agostinho-PE, envolvidos na estratégia de ação territorial em saúde a partir do PSF. A escuta das narrativas aconteceu em dois momentos: uma discussão grupal com todos os participantes e uma entrevista individual posterior, proporcionando-se espaço para que os profissionais falassem de sua prática e experiência nesse modo de atuação. A própria metodologia revelou-se promotora de experiência, na medida em que propiciou reflexão sobre a forma de cuidar, gerando sentido para o fazer. Mostrou-se, ainda, como uma possibilidade de cuidar do cuidador. Destaca-se seu caráter interventivo de pesquisa, segundo referenciais da Psicossociologia Clínica. A interpretação das narrativas colhidas apontou aspectos diversos sobre o tema, como: a dissonância entre os objetivos propostos do PSF e a ação real/possível, a importância de repensar os contextos de formação profissional, a necessidade de reflexão em torno do fazer e as dificuldades para a realização de um trabalho efetivamente coletivo, requisito dessa ação territorial em saúde.

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  •  KÁTIA CRISTINA DE OLIVEIRA

Resumo da Dissertação:[M1]

O objetivo deste trabalho de dissertação é refletir sobre a possibilidade da prática clínica em organizações sociais, utilizando-se dos grupos de encontros como um recurso ou uma modalidade de intervenção. Neste sentido, o eixo central desta pesquisa gira em torno da minha experiência com grupos em uma organização do trabalho. Os grupos de encontro centrados na pessoa são inspirados no trabalho desenvolvido por Carl Rogers. Estes se constituíram a partir de visões éticas, valores e concepções próprias da sociedade norte-americana e das relações entre seus indivíduos. Associam-se, assim, às situações e problemas históricos que os originaram. Dessa forma, refletir e questionar estes grupos apoiando-se tanto nas narrativas dos participantes que comigo fazem os grupos na organização do trabalho, como na interlocução com a psicossociologia, torna-se parte relevante nesta pesquisa. O apoio teórico utilizado para dar consistência a este trabalho versou não só sobre os grupos de encontro. Procurou-se ainda distinguir labor e trabalho, enfatizando-se as modificações ocorridas ao longo da historia e, a partir dos pressupostos de Dejours, buscou-se evidenciar o sofrimento do trabalhador. Espera-se contribuir tanto para uma re-significação dos grupos de encontro, no sentido de desenvolver as concepções da abordagem centrada na pessoa, como trazer possibilidades para se pensar a clínica nas organizações procurando, através dessa prática, minimizar o sofrimento do trabalhador.

Palavras-chave: grupos – organizações – grupos de encontro – labor – trabalho – psicologia clínica

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  •  LUÍSA MANJORANI CARDOSO

 

  •  MARIA CLÁUDIA PONTUAL PERES

 

  • MARIA DE FÁTIMA MENDONÇA CANEDO

Resumo da dissertação: A noção de Contato na Contemporaneida

Esta pesquisa tem como objetivo pensar a ação clínica, no âmbito da Psicologia, inspirada na Fenomenologia Existencial. Parte de questionamentos à luz do exercício clínico inicialmente referendado na Gestalt-terapia. Trata, mais especificamente, de inquietações referentes ao uso de “técnicas” a partir de vivencias presentes como caminho para a intervenção clinica. Assim, à luz da Fenomenologia Existencial, problematiza temporalidade e técnica, temas que constituíram as abordagens psicológicas originadas na modernidade, inspiradas numa ética da excelência e da eficácia. Diferentemente da ética da eficácia, a ética da precariedade aponta para a transitoriedade da existência humana, abertura a outros acontecimentos, diferentemente de atos encerrados na vivência do “aqui-agora”, priorizando uma existência sem lembranças e, desse modo, sem história. Assim, a ação do psicólogo é aqui discutida como abertura à “marcha de um mostrar de ver e dizer”, geralmente restrita, ou mesmo impossibilitada, pela fala representacional. Pelo uso de técnicas promotoras do viver imediato, essa fala reduz seu caráter comunicacional, desse modo restringindo ou, até mesmo impedindo, aquela promotora de acontecimentos como abertura a outras direções, conduzindo à mudança de perspectiva de vida. Desse modo, pergunta-se neste trabalho: é possível ressignificar a ação clínica, à luz da Fenomenologia Existencial, tomando como referência a narrativa de situações clínicas?

Palavras-chave: gestalt-terapia; fenomenologia existencial; ação clínica; ética da precariedade.

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5ª Turma Mestrado – 2003

  • CARLOS FREDERICO DE OLIVEIRA ALVES

Resumo da dissertação: Entre o cuidar e o sofrer: o cuidado do cuidador via experiência de cuidadores/profissionais de saúde mental

 Diante das recentes transformações no cenário da assistência em saúde pública em nosso país, fruto da Reforma Sanitária e implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), no final da década de 80, percebe-se a necessidade de ampliação de estudos voltados a compreender a dinâmica dos profissionais envolvidos neste processo. Neste contexto, inserem-se as ações em saúde mental, baseadas nos pressupostos da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Assim sendo e diante da carência de estudos acerca desta realidade, buscou-se a realização deste estudo com o intuito de compreender como tem se dado a práxis destes profissionais, com ênfase na questão da saúde do trabalhador, como manifestação de uma atitude de cuidado do cuidador. O cenário que permeia a cotidianidade dos trabalhadores de saúde nos aponta questões acerca da relação sofrimento/cuidado para além de uma dinâmica estritamente intra-psíquica, perpassada, em todo momento, por uma série de questões de cunho psicossocial e institucional. Neste sentido e a partir de uma aproximação com a lógica e diretrizes que balizam o funcionamento dos serviços e modelos assistenciais no âmbito da Atenção à Saúde Mental no contexto do SUS, buscou-se uma ampliação da compreensão do estresse no trabalho e, mais especificamente, da Síndrome de Burnout, como sinalizações possíveis do panorama de sofrimento no qual se inserem estes sujeitos. A aproximação desta problemática permitiu o resgate da implicação de questões relacionadas à visão moderna de técnica, aos processos de construção da imagem social do cuidador, à formação profissional e, finalmente, à relação entre angústia e cuidado em seus aspectos existenciais. A partir de um posicionamento fenomenológico existencial, como atitude de ser e pesquisar, foram colhidas narrativas, enquanto relatos de experiência vivida, de profissionais inseridos nesta rede de serviços assistenciais. Os depoimentos apontaram, dentre outras questões, aspectos relacionados ao caráter transitório e, por vezes, paradoxal, em que se encontra a implantação da rede substitutiva em Saúde Mental, com ênfase nas vivências dolorosas, fruto da discrepância entre expectativa do profissional e condições institucionais. Diante disto, discute-se que, a partir da complexidade implicada na situação de descuido dos cuidadores, faz-se necessária a manutenção da tensão entre os diversos aspectos envolvidos, bem como a constante problematização do papel de cada elemento do sistema, numa atitude de cuidado que implique coletivamente os âmbito do cuidado enquanto atitude ética e política, atravessados pelo cuidado de si, o cuidado institucional e o cuidado do outro.

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  • CELINA MARIA ARAGÃO XIMENES RIBEIRO

Resumo da dissertação: O sentido de sintoma na perspectiva de Martin Heidegger

Este trabalho intentou elucidar a temática do “sintoma” comumente manifesta no contexto da clínica psicológica, todavia, abordada numa perspectiva outro que nos permitiu ter acesso a possíveis sentidos de ser, a partir de nossa experiência imediata. Para tanto, recorremos a hermenêutica heideggeriana, descrita por Critelli (1996), como instrumento que nos possibilitasse a compreensão do fenômeno em questão sob a ótica de profissionais psicólogos atuantes em tal contexto. De modo a encaminharmos essa proposta, efetivamos, num primeiro momento, o movimento de aproximação de nossa experiência, na tentativa de elucidarmos a questão, emergente no contato imediato com aquele que nos solicita ajuda profissional. Elucidada a questão, contatamos 03 profissionais – três profissionais psicólogos residentes no município de Aracaju – SE, que atuantes em seus consultórios particulares, foram submetidos a entrevistas individuais, gravadas em áudio – ocasião em que foram convocados a narrarem a presente temática a partir de suas experiências clínicas. Num momento outro, a articulação dos sentidos atribuídos pelos integrantes da pesquisa, nos permitiu traduzir, momentaneamente, a nossa questão, evidente no acolhimento de um expressivo sentido outro emergente, a saber: o manifestar de um equivocado modo de ser psicólogo clínico. Acreditamos que a atitude fenomenológica, por nós assumida no transcorrer deste trabalho, nos permitiu refletir acerca das muitas contradições que marcam na contemporaneidade o cenário da clínica psicológica, consubstanciada em prévios conhecimentos teóricos que norteiam e determinam a sua práxis.

Palavras-chave: sentido, sintoma, psicologia clínica.

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  • CLAUDINE ALCOFORADO QUIRINO

Resumo da dissertação: Três modos da experiência de “ser-com” e “ser-si-mesmo” em situação conjugal: um estudo exploratório

 O objetivo deste trabalho visa compreender a experiência de ser-si-mesmo e ser-com em situação conjugal na contemporaneidade. Para compreender tal paisagem subjetiva, discutem-se os processos de subjetivação dominantes em nossa cultura, sob a ética da eficácia e do consumo do sujeito individualista. As relações sociais e conjugais nesse cenário preocupam psicólogos clínicos e sociais por modos coisificantes de ser, exclusores de diferença: o ser-si-mesmo e o ser-com o outro têm sofrido tensão pois a individualização gera uma ruptura no modo de ser-com. Para compreender essa experiência, foram entrevistados três casais em modos diversos de situação conjugal. A interpretação seguiu o método da Analítica do Sentido. Percebe-se que cada casal apresenta seu modo próprio de compreensão de ser-com em situação conjugal. Uma compreensão do modo de ser humano, pelo recorte da situação conjugal poderia empreender-se como: ser entre tensão. A conjugalidade pode ser caracterizada por uma oscilação maior ou menor entre momentos de fusão e momentos de diferenciação entre os parceiros. Apontando, também, um bem estar como sendo a direção do sentido de estar com o outro. Essa elaboração de experiência pelos participantes possibilitou o encaminhamento de articulação entre a dimensão existencial da clínica e a cultura no modo de ser do homem contemporâneo como ser-no- mundo-com-outros sendo si mesmo. Neste sentido, talvez seja essa a contribuição deste trabalho: introduzir o diferente, como possibilidade de encontrar-se, pelo coletivo, como alteridade.

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  •  GUSTAVO KIHL KNIEST

Resumo da dissertação: A relação terapêutica frente a homossexualidade

Buscou-se, através deste trabalho de pesquisa, compreender como o psicólogo clínico interage com a homossexualidade trazida pelo seu cliente no processo terapêutico. Esta, considerada até recentemente como doença/desvio do comportamento do indivíduo, vem demandando especial atenção de profissionais da Psicologia não só porque vem se revelando, com maior incidência, sobretudo entre adolescentes, como também por se tratar de um fenômeno que, face às configurações culturais da contemporaneidade, necessita ser re-visitado. Através de autores que estudam a constituição e o desenvolvimento da Psicologia enquanto ciência e profissão, bem como tomando como referência a própria evolução histórico-cultural da homossexualidade, inclusive em algumas de suas abordagens teóricas, procurou- se fazer uma cartografia que viabilizasse aproximações à prática do psicólogo clínico, ao seu papel, suas contribuições, suas dificuldades e os atravessamentos da cultura em seu clinicar. Concomitantemente, realizou-se uma pesquisa qualitativa sob o referencial do método fenomenológico em que, através de entrevistas individuais, pretendeu-se conhecer a experiência e as ressonâncias nos terapeutas que trabalham com clientes que vivenciam a questão da homossexualidade. As narrativas que emergiram nesta pesquisa, ricas em contribuições e reflexões, apontam para um quadro surpreendente: frente às demandas sociais solucionadoras/curativas, juntamente com teorias psicológicas com vieses abertamente patologizantes, relatam uma intervenção clínica voltada a uma concepção de homem em sua totalidade, o que lhes permite uma postura crítica, teórica e social, frente a este fenômeno crescente em seus consultórios. Paralelamente, revelam o desamparo teórico- profissional sentido ao lidar com esta questão no confronto de seu cliente com sua realidade sócio-familiar. Esperamos que as reflexões, aqui levantadas, possam contribuir para a necessidade emergente de aprofundamento acerca desta temática, bem como ofereçam indicativos que oportunizem uma reflexão crítica acerca do lugar do psicólogo como profissional frente a este panorama.

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  •  PATRÍCIA OLIVEIRA LIRA

Resumo da dissertação: A criança maltratada e sua referência ao prejuízo imaginário

Pretendeu-se, através deste trabalho de pesquisa, compreender como se desenvolve a atuação do psicólogo junto à violência familiar contra crianças e adolescentes. Este fenômeno, considerado na atualidade como crime, problema social e de saúde coletiva, vem demandando em diversas áreas profissionais, atenção e cuidados, exigindo um esforço coletivo tanto na sua compreensão quanto na formulação de políticas que possibilitem mudanças em um quadro tão inquietante. A partir dos autores que vêm realizando estudos nos campos da família, da violência, da cultura contemporânea e da constituição da psicologia, sobretudo como profissão, procurou-se construir uma cartografia que possibilitasse atravessamentos institucionais. Realizou-se, também, uma pesquisa de campo de natureza qualitativa, utilizando-se como referencial o método fenomenológico-existencial, a partir de entrevistas individuais com psicólogos que trabalham junto a crianças e adolescentes em que a violência familiar, em suas diversas formas, tenha sido experienciada. As narrativas destes profissionais, ricas em contribuições e reflexões, des-velam um quadro efetivamente preocupante: frente a um fenômeno relativamente novo e a crescente demanda por uma intervenção psicológica, via de regra, voltada para sua “solução”, relatam, dentre outros aspectos, a falta de apoio institucional e de um trabalho multidisciplinar que possam se constituir como parceiros em seu enfrentamento. Paralelamente, a ausência de políticas públicas e o despreparo em sua formação profissional para lidar com esta situaçã-problema, acabam por produzir, no psicólogo, intensos sentimentos de angústia e a incitá-lo a assumir posições voltadas, principalmente, à denúncia do fenômeno. Espera-se que as questões aqui suscitadas possam contribuir para o aprofundamento desta temática, bem como oferecer indicativos que possibilitem uma reflexão crítica acerca do lugar do psicólogo, como cidadão e profissional, em face deste cenário.

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  • SUELY EMILIA DE BARROS SANTOS

Resumo da dissertação: A experiência de ser ex-esposa: uma oficina sociopsicodramática como intervenção para problematizar a ação clínica

 Esta pesquisa enfoca como fenômeno subjetivo, expresso na realidade atual do ser humano, a experiência de ser ex- esposa, relevante mas ainda carente de estudos compreensivos pertinentes quanto à sua significação no mundo contemporâneo. A escolha em realizar uma pesquisa em Psicologia Clínica, recorrendo à metodologia fenomenológica existencial via a narrativa, aconteceu, por entender que esse modo de pesquisar pode apresentar-se como um caminho de grande fertilidade teórica e mordência analítica para a compreensão do sentido vivido pela mulher contemporânea na experiência de ser ex-esposa. A oficina sociopsicodramática foi a modalidade de intervenção/investigação clínica escolhida para a-colher a narrativa. As sujeitos/narradoras foram seis mulheres que, após uma relação conjugal interrompida, apresentavam variadas situações e expressões da experiência de ser ex-esposa. A própria metodologia revelou-se capaz de promover as condições de elaboração dessa experiência, à medida que possibilitou a presença do cuidar do escutar/dizer da experiência de ser ex-esposa na contemporaneidade, bem como a articulação considerativa com o desvelar do próprio ser-no-mundo do humano. Nesse sentido, destaca-se o caráter interventivo e interpretativo desta pesquisa clínica psicológica. A compreensão das formas falada e dramática de narrativa colhida apontou para um possível significado sentido para a experiência de ser ex-esposa: encarnar o seu projeto de existir como cuidado de ser-si-mesma-com-os-outros.

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6ª Turma Mestrado – 2004

  •  DIANA MARIA HOLLANDA BELÉM

Resumo da dissertação[M2] :

Este estudo, que consiste em uma pesquisa teórica, tem como objetivo desenvolver uma leitura da teoria de Carl Rogers à luz do pensamento de Martin Heidegger, construindo, conseqüentemente, um olhar contemporâneo sobre a Abordagem Centrada na Pessoa. Parte das inquietações da autora ao identificar que o homem da prática clínica não é mais o homem da teoria de Carl Rogers, construída na modernidade, tradicionalmente concebida, na medida em que essa teoria não dá mais conta dos novos sofrimentos psíquicos contemporâneos. Percorrendo, à luz do pensamento heideggeriano, o pressuposto rogeriano de que o homem é capaz de se compreender suficientemente, dá lugar ao homem como ser-no-mundo cuja constituição é ser/mundo e sua historicidade. O fazer clínico, que, em Rogers, diz da liberação de capacidades já presentes, em estado latente, implicando que o cliente possui, potencialmente, a competência necessária à resolução de seus problemas se contrapõe à compreensão de psicoterapia como a fala que se põe em movimento através de um rompimento com as falas do cotidiano. O percurso realizado resulta num questionamento de por que se manter a centralidade e na compreensão de que se pode aventurar em identificar possíveis ressonâncias heideggerianas no exercício clínico.

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  •  ELIANA MARIA CUNHA DE CASTO

Resumo da dissertação: Os Hércules modernos: discurso e subjetividade em algumas organizações de Recife-PE

 Nesta pesquisa, pretendeu-se problematizar a construção da subjetividade dos trabalhadores nas organizações, tomando como eixo central o que se diz e o que se faz. Embora haja uma mudança paradigmática em torno dos discursos organizacionais, percebe-se que ainda há um abismo entre o discurso da ordem e a ordem do discurso, ou seja, profundas dissonâncias entre o que é dito e as práticas organizacionais. Considerando aqui que os discursos não estão isentos das ideologias e valores que os permeiam, produzindo “efeitos de verdade”, tornou-se relevante analisar os modos de subjetivação agenciados por estes discursos, objetivando compreender como eles atuam sobre os trabalhadores e quais são suas possíveis ressonâncias. Para tanto ouviu-se os relatos de experiências de seis trabalhadores de empresas privadas da cidade do Recife, acerca do sentido que conferem ao seu trabalho Estas narrativas, ricas em conteúdo, permitiram cartografar o modo como os trabalhadores lidam com os discursos organizacionais e as estratégias que utilizam para a eles “se adequarem”. Os resultados apontaram para a possibilidade de uma proposta fundada na abordagem psicossociológica como meio de compreender e atuar nas organizações de forma a elaborar as relações entre os indivíduos e grupos para o enfrentamento dos problemas organizacionais.

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  •  JANNE FREITAS DE CARVALHO

Resumo da dissertação: “Ser-psicológico”: uma compreensão/sentido de sua experienci-ação

 A presente pesquisa pretende compreender como é, a partir da perspectiva fenomenológica existencial, para o psicólogo, o sentido de sua experiência em ação como um agir clinicamente. Em outras palavras, construímos essa pesquisa com a finalidade de abrir espaços para reflexões sobre a ação do psicólogo no cotidiano de suas ações, como ele se percebe atuando e como se constitui sua atitude na ação de estar fazendo, independente do local onde esta prática está sendo realizada. Para elaboração de compreensão/sentido, quatro profissionais foram entrevistados e suas experiências narradas serviram de fundamento, ponto de referência, para toda articulação teórica aqui tecida. Assim, cada autor/anfitrião visitado no decorrer desta pesquis-ação, contribuiu para desvelar um significado-sentido de cada experienci-ação contextualizada. Um caminho trilhado apontou a necessidade de investigar alguns pressupostos da perspectiva fenomenológica existencial heideggeriana. Outro, nos levou a problematizar a concepção sobre o clinicar como ação (agir clinicamente) e suas repercussões na atualidade. Deste modo, pensar, refletir, articular… experiências de psicólogos nos diferentes contextos de atuação, possibilitou construir elaborações sobre o sentido de Ser-Psicólogo, sobre sua atuação, sobre aquilo que lhe é próprio na fabricação, construção de sua destinação.

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  •  JOSÉ ANTÔNIO SPENCER HARTMANN

Resumo da dissertação: Depressão: resistência ou desistência existencial?

 O presente estudo realiza um aprofundamento da depressão, convocando as questões existenciais do indivíduo e sua relação com o mundo como uma possibilidade de melhor compreender o seu sofrimento psíquico e suas imbricações com o social hodierno. Inspirando-me na abordagem fenomenológica existencial que muito contribuiu para minha reflexão sobre a depressão, – entendida como um sintoma de crise de sentido da vida – realizei um cruzamento com o trânsito social deste sujeito – como ser-nomundo. A questão se levanta em saber como o homem responde às atuais condições ônticas de seu existir, marcadas por aspectos sociológicos que trazem traços bem delineados no trabalho e que foram nomeados de mecanismos depressivizadores. O modo de afetação deste indivíduo aos aspectos psicossociais da contemporaneidade pode ser entendido como uma resposta à forma como o mundo se lhe apresenta. Desta forma, pode se caracterizar como um modo de desistência – quando o deprimido nega a vida, negando a si mesmo, condicionado a sentimentos de fracasso, insuficiência pessoal, culpa e frustração ou de resistência, quando o deprimido responde ao mundo como um ato de protesto – vivendo em auto-punição, não obstante, estéril, porque paralisa o sujeito diante de outras possibilidades de seu existir. O estudo faz uma peregrinação perquiridora na problematização da depressão que pode ser compreendida, como comentado acima, a partir de uma resistência ou de uma desistência de viver. Finalmente, o estudo desemboca na clínica psicológica como um lugar onde esse indivíduo pode ressignificar seu sentido de vida, ao mesmo tempo em que propõe uma reflexão da clínica da depressão na atualidade. Acredito na importância de uma abordagem fenomenológica existencial deste sujeito, que deve inserir, em sua analítica, um olhar mais acurado, não somente quanto às questões ontológicas do homem, mas, como este indivíduo – sendo ser-no-mundo – passa a ser atravessado pelos aspectos histórico, cultural e social em seu modo de subjetivação

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  •  LUCYANNA DE FARIAS FAGUNDES PEREIRA

Resumo da dissertação: Da experiência da fala de sujeitos usuários na clínica psicológica às suas possíveis repercussões

 Esse trabalho de pesquisa busca promover uma reflexão sobre a clínica psicológica e suas repercussões como um lugar de abertura a um falar criador de sentido, partindo da experiência de sujeitos usuários. Compreendendo que há uma especificidade da linguagem no espaço da clínica psicológica, acredita-se que esse trabalho possibilite uma maior clareza quanto à propriedade, singularidade e importância da fala na clínica, além de levar a reflexões e discussões quanto à temática, tanto à academia quanto aos campos de atividade do psicólogo. O desenvolvimento proposto restringe-se à clínica em sua modalidade de psicoterapia, a fim de refletir acerca da linguagem expressa na narrativa do indivíduo. A escuta das experiências de clientes que buscaram serviços psicoterápicos se deu a partir de uma pergunta disparadora/provocadora, e a compreensão de suas narrativas teve como suporte a metodologia fenomenológica existencial de investigação. As discussões tornaram-se possíveis a partir de afetações e reflexões entre relatos e pesquisadora, bem como de diálogos com autores que transitam pelo tema.

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  • MARIA DA CONCEIÇÃO PEREIRA SOUGHEY

Resumo da dissertação: Um mito que cai – o vôo e a rota do homem na aviacão contemporânea

 Este trabalho de dissertação teve por objetivo compreender o modo de subjetivação do trabalhador da aviação frente às suas atividades e os sofrimentos psíquicos que experimenta com as mudanças advindas a partir da pós-modernidade. O cenário deste estudo centra-se na experiência do piloto aviador, considerando que estas mudanças, não só tecnológicas, mas aquelas relacionadas às próprias condições de trabalho, são acompanhadas de um processo de transição que incide em sua identidade profissional. Este fenômeno, pouco explorado e dimensionado, justifica a proposta deste trabalho, haja vista que grande parte das pesquisas e da bibliografia voltadas a esta temática tendem a enfatizar os aspectos tecnológicos e fisiológicos implicados na atividade de voar em detrimento de uma análise mais aprofundada acerca das condições psíquicas do piloto aviador. Adotando-se uma postura fenomenológica diante do fenômeno a ser estudado – a experiência de ser piloto na contemporaneidade – buscou-se, através das narrativas dos pilotos, conhecer o sentido que atribuem à sua atividade no mundo aeronáutico atual, o que permitiu, também, o desvelamento dos sofrimentos vividos por estes trabalhadores e possibilidades de enfrentamento. A interpretação destas narrativas aponta para aspectos significativos, tais como a gradual perda da identidade profissional devido à excessiva automação das aeronaves, ou à permanente fantasma do desemprego imposto pela lógica do mercado, entre outros, que permitem importantes reflexões para se repensar o cuidado necessário a esta população, sem o qual não é possível a realização de vôos seguros. Ícaros que sofrem frente às suas asas quebradas, seres humanos falíveis, não obstante toda tecnologia a seu dispor.

Palavras-chave: Modos de subjetivação. Sofrimento Psíquico. Aviador. Identidade Profissional.

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  •  RAFAEL CARVALHO DA NÓBREGA

Resumo da dissertação: Formação do Psicólogo: espaços acadêmicos de legitimação do saber de ofício

Este trabalho se propôs problematizar como a formação em Psicologia contempla espaços para o aluno de Psicologia perceber sua apropriação do saber de oficio, bem como sua legitimação. Partindo de considerações sobre a historia da Psicologia e da formação de Psicólogos, chegamos a abordar temas como Aprendizagem Significativa e Conhecimento Tácito. Através da perspectiva Fenomenológica Existencial, desenvolvemos uma pesquisa com alunos de graduação em Psicologia, oriundos de duas das mais bem conceituadas instituições de ensino superior do estado de Pernambuco. Tal pesquisa proporcionou, através de suas narrativas, compreender suas experiências acerca de seus modos de incorporação, apropriação e legitimação do saber de oficio desta profissão. Por fim, estas compreensões nortearam reflexões sobre a formação em Psicologia e seus espaços de legitimação, além de sugerir novas propostas que possam contribuir para a formação profissional, dentro e fora do circuito acadêmico.

Palavras-chave: Formação em Psicologia – Aprendizagem Significativa – Saber de Oficio.

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  •  RAÍLA SOARES FERREIRA

Resumo da dissertação: Possíveis implicações da experiência com plantão psicológico para a ção do psicólogo clínico

Este trabalho teve como objetivo problematizar as possíveis implicações da experiência com Plantão Psicológico para a ação do psicólogo clínico. Como caminho metodológico, recorreu-se à narrativa de quatro plantonistas, buscando acolher os sentidos que esta prática tem podido lhes proporcionar no exercício da clínica. Articulando a compreensão da experiência de plantonistas entre si e com outros fazeres do psicólogo clínico, principalmente com a prática sistemática de consultório, tornou-se possível, então, refletir as ressonâncias entre elas e as possibilidades de ação deste profissional, promovendo um re-direcionamento da clínica psicológica. Nesta perspectiva, é válido destacar que escolhemos profissionais que efetivaram o plantão em diferentes contextos, contemplando sua inserção na escola, na universidade e no hospital, a acompanhar seus encontros e desencontros na construção de sentidos para esta sua prática. Pela compreensão das suas narrativas, concluímos que a prática de Plantão Psicológico tem facilitado ao psicólogo se apropriar da sua condição de ser clínico, desconstruindo, em grande parte, a idéia deste fazer como modelo padronizado de consultório para resgatá-lo como disposição; modo de se colocar para o outro. Lidando intensamente com a diversidade e o inusitado, pudemos observar como estes plantonistas criaram novas formas de ação dentro das instituições e do próprio consultório, transformados em profissionais mais ágeis, sensíveis e disponíveis, “abertos” para a impresivibilidade e para a contradição.

Palavras-chave: Plantão Psicológico, plantonista, clínica.

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  •  VIRGÍNIA TELES CARNEIRO

Resumo da dissertação: Tornando-se psicólogo clínico

 O presente estudo versa sobre como estagiários do curso de psicologia vivenciam a experiência de se tornarem psicólogos clínicos, tendo como referência o trânsito entre um modo de saber prático, ancorado na experiência pessoal, e um modo de saber advindo de teorias. A legitimação desta pesquisa está em tornar evidente a necessidade de reformulações na formação do psicólogo clínico, que vão além das sugeridas pelas reformas curriculares. Dito de outro modo, a contribuição está em apontar para a incongruência da formação de um profissional que cuida, mas que, pelo instituído formal e oficial, é descuidado. A pesquisa tem como referência metodológica a fenomenologia existencial, utilizando como recurso a metodologia de relatos orais. Como contexto, optou-se por duas instituições de ensino superior localizadas em João Pessoa – PB, a saber, a Universidade Federal da Paraíba/ UFPB e o Centro Universitário de João Pessoa/ UNIPÊ. Os colocutores foram oito estagiários que já haviam se iniciado na prática psicológica e clínica e que estavam em supervisão. A pesquisa em campo ocorreu em dois momentos: primeiramente; em cada instituição foi realizado um grupo de discussão; posteriormente, foram realizadas entrevistas individuais com os participantes, no intuito de possibilitar a autenticação do que foi revelado no momento do grupo. Os depoimentos colhidos indicam aspectos pertinentes para a compreensão do objetivo proposto, como a cisão da experiência vivenciada através da própria estrutura do curso; o espaço que a supervisão ocupa na formação clínica; a importância da prática no contexto da formação; a necessidade premente de se avaliar a formação do psicólogo.

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8ª. Turma Mestrado – 2006

 

  • JAQUELINE VILAR RAMALHO

Resumo da dissertação: Crianças em situação de abrigamento que possuem vínculos familiares: busca de significados

Esta pesquisa teve como objetivo geral: analisar os significados que crianças em situação de abrigamento que possuem vínculos familiares atribuem a esta situação e como objetivos específicos: conhecer o percurso trilhado por essas crianças até a situação de abrigamento; pesquisar como crianças em situação de abrigamento percebem o ambiente familiar estando excluídos temporariamente do mesmo e investigar o que significou o período de abrigamento na vida dessas crianças. A metodologia foi de natureza qualitativa. A coleta de dados se iniciou com as observações que nos subsidiaram no “rapport” com as crianças. Os instrumentos utilizados foram o Teste do Desenho da Família, as Fábulas de Düss e os prontuários ou pastas de encaminhamento existentes na instituição. No sentido de complementar os dados colhidos nos prontuários, entrevistamos profissionais da equipe da instituição de abrigamento. Seis crianças de ambos os sexos e com idade entre sete a nove anos participaram da pesquisa. Dentre os motivos de abrigamento obtivemos: abandono do lar pela mãe, negligência e gestação materna. No Teste do Desenho da Família todas apresentaram os seguintes aspectos: dificuldade para desenhar a própria família, agressividade observada através da eliminação de personagens, instabilidade e fragilidade nos desenhos (decerto, devemos considerar as circunstâncias de desenvolvimento das mesmas); cinco apresentaram dificuldades em se inserir no desenho; três não representaram os pais; duas acrescentaram outros familiares, sinalizando necessidade de afeto ou muita convivência com os mesmos, acréscimo de simbolismos; uma não representou a mãe e outra acrescentou pessoa da instituição. Nas Fábulas de Düss as respostas que apresentaram maior freqüência foram: duas crianças representaram agressividade e hostilidade diante da cena primária, assim como Complexo de Édipo vivido de forma angustiante, congruentes às histórias de vida de cada uma delas. Dessa forma, nossos dados apontaram um significado de família ambivalente e sem coesão, salientando fragilidade em sua dinâmica. Quanto ao abrigamento, em sua maioria (cinco), as crianças o relataram como tendo um significado positivo em suas vidas, afirmaram gostar de lá, embora isso não às levasse a rejeitar suas famílias.
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  • LEOPOLDO NELSON FERNANDES BARBOSA

Resumo da dissertação: A condição humana do paciente laringectomizado total: perspectivas para a clínica

O tratamento de pacientes com câncer de laringe que realizam a cirurgia de Laringectomia Total (LT), freqüentemente implica a necessidade de procedimentos agressivos que podem causar lesões estéticas e funcionais irrecuperáveis, tais como o uso de sonda nasogástrica, traqueostoma, perda da fala e do sentido olfativo, dificuldade para engolir certos alimentos e a impossibilidade de imersão em líquidos, acarretando uma série de repercussões em uma dimensão psicossocial. Através de uma metodologia qualitativa, baseada na narrativa dos pacientes e seus cuidadores, objetivamos investigar as possíveis repercussões psicossociais na construção subjetiva de pacientes submetidos à LT. Caracterizamos mudanças ocorridas no cotidiano dos pacientes e em suas relações familiares e sociais, com o intuito de compreender como estas mudanças afetam o seu equilíbrio emocional e as suas estratégias de enfrentamento psicológico frente a elas. Todo o percurso em torno da doença é vivido pelo paciente e por sua família como um momento de crise, atravessado por um profundo sentimento de precariedade, que exige uma série de readaptações que afetam expressivamente a rotina e o contexto social em que vivem. Diante das diversas seqüelas físicas decorrentes da LT e do seu tratamento, a perda da fala assume papel prioritário levando o paciente a isolar-se do seu convívio social, afastar-se de suas funções profissionais, o que gera, conseqüentemente, sentimentos de inadequação, baixa auto-estima, vergonha e, até mesmo, culpa pela crença de que seus “maus hábitos” contribuíram para o adoecer. A família, por seu turno, sofre duplamente: de um lado pela percepção de fragilidade e medo de perda de um ente querido e, de outro, por tentativas, nem sempre bem sucedidas, de dar suporte e oferecer ambiência para as novas necessidades que se apresentam. Percebe-se, ainda, que os aspectos ligados à religiosidade, ao apoio da família e confiabilidade na equipe são encarados como fonte de motivação para o tratamento. A experiência do adoecimento é extremamente rica de sentidos: des-armando, des-pre-ocupando para ocupar-se com o que interessa e realmente está presente no aqui e agora, pedindo espaços de amparo onde o abdicar de si implica em abrir-se para outro. Além de aprofundar temáticas relativas à Psicologia Clínica e Hospitalar, acreditamos que essa pesquisa pôde nos auxiliar na identificação de dispositivos clínicos para a ação do Psicólogo que trabalha nesse contexto. Outros estudos e reflexões são necessários para que possamos melhor compreender essas tantas facetas que envolvem o humano, sem aprisioná-lo, considerando-o em sua singularidade múltipla. No entanto, podemos afirmar que o contato com esses pacientes e a busca de compreensão de seus sofrimentos leva-nos, cada vez mais, a tomar a ética do cuidado como o principal referencial em nossa atividade Clínica.

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http://www.unicap.br/tede/tde_busca/processaPesquisa.php?pesqExecutada=1&id=197

  • TALITHA LÚCIA MACEDO DA SILVA ARRUDA

 Resumo da dissertação: Tribos urbanas e construção da identidade adolescente

Percebe-se, na contemporaneidade, um crescente movimento, no meio adolescente, de busca de mecanismos identificatórios através do pertencimento a grupos formais e/ou informais. Neste contexto, situam-se as Tribos Urbanas que, segundo Michel Maffesoli (2006) configuram-se como um fenômeno cultural, agregando adolescentes de diferentes níveis sócioeconômicos com os mais variados interesses. Dessa forma, esta pesquisa objetivou investigar o sentido de pertença a uma Tribo Urbana para a construção da identidade adolescente. Trata-se de uma pesquisa qualitativa em que, a partir de uma análise metodológica na perspectiva fenomenológica existencial, utilizando entrevistas semidirigidas, abordou adolescentes, de ambos os sexos, numa faixa etária compreendida entre 18 a 20 anos, de qualquer nível sócio-econômico, pertencentes à Tribo Urbana de Metaleiros recifenses. Os resultados obtidos trouxeram ricas contribuições para a compreensão do sentido desta pertença e sua importância no universo simbólico do adolescente. Contrariando o senso comum que as Tribos Urbanas agregam “desocupados” e/ou “marginais”; percebemos que estas se constituem como espaços propiciadores de crescimento pessoal, social e cultural. Além disso, as entrevistas revelaram que as Tribos Urbanas desempenham um relevante papel, para os adolescentes metaleiros, como mediadora entre o “desligamento” do ambiente familiar e a inserção no meio social. Esta pertença, ainda, configura-se como um dispositivo para a construção de mecanismos de identificação e diferenciação, fundamentais na estruturação da identidade adolescente. Acredita-se que este trabalho possa oferecer subsídios para um maior entendimento dos mecanismos que operam na construção da identidade adolescente, possibilitando uma melhor compreensão acerca da necessidade gregária dos jovens, minimizando, assim, a representação social negativa das Tribos Urbanas de adolescentes.

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http://www.unicap.br/tede/tde_busca/processaPesquisa.php?pesqExecutada=1&id=202

9ª. Turma Mestrado – 2007

  • EDVÂNIA DOS SANTOS ALVES

Resumo da dissertação: A ação do estudante de psicologia nos centros de atenção psicossocial: desafios para a criança

 A experiência com psicólogos no campo da Saúde mental, especificamente nos Centros de Atenção Psicossocial de Transtorno Mental, levou-nos a observar que estes parecem privilegiar os conflitos intrapsíquicos em detrimento aos aspectos sócio-históricos e familiares dos sujeitos que demandam por esse serviço. Esta observação nos impulsionou a questionar a ação do estudante de psicologia nos Centros de Atenção Psicossocial e a problematizar a sua formação acadêmica. Assim, algumas indagações levantadas constituíram-se como objetivo desta pesquisa: será que a experiência vivenciada por esses estudantes contempla as demandas que emergem nesses Centros, sejam elas de usuários ou da própria equipe? Até que ponto a formação deste futuro profissional, predominantemente voltada a uma ação clínica em consultório, o prepara para as emergências e urgências que surgem nesses Centros? Para a compreensão do campo a ser investigado realizou-se uma entrevista semidirigida com 7 (sete) estudantes, concluintes do curso de psicologia, oriundos de agências formadoras particulares e públicas, situadas na cidade do Recife. Através da elaboração de núcleos de sentido e levantamento de conteúdos temáticos, as narrativas obtidas permitiram-nos perceber que a ação do psicólogo clínico nestes Centros é caracterizada, principalmente, por um processo de construção permanente que dirige seus cuidados tanto ao usuário como a seus familiares, parceiros fundamentais para a (re )inserção do paciente no convívio social. As narrativas também nos revelaram que são muitos os desafios vividos pelos profissionais, considerando-se, principalmente, a estigmatização em tomo da doença mental e a necessidade da adoção de concepções e posturas que contemplem as dimensões psíquicas e histórico-sociais envolvidas no processo de adoecimento. Pretende-se que os resultados dessa pesquisa possam contribuir para a formação de uma postura crítica e reflexiva na ação profissional do psicólogo em Saúde mental, de forma a lhe oferecer subsídios para uma ação clínica voltada as reais necessidades da população que demanda pelos serviços dos Centros de Atenção Psicossocial de Transtorno Mental.

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  • MARIA DANIELLY DA SILVA CABRAL

Resumo da dissertação: A experiência de psicólogos que exercem sua ação clínica numa perspectiva fenomenológica existencial

Esta pesquisa tem como objetivo geral compreender a experiência de psicólogos que adotam a perspectiva fenomenológica existencial em sua ação clínica, e tem como objetivos específicos: descrever como se deu o percurso acadêmico – profissional até a escolha da linha fenomenológica existencial; apreender os pressupostos fenomenológicos existenciais que norteiam a ação clínica desses psicólogos que adotam esse perspectiva percebem suas possibilidades e limites. A metodologia tem um enfoque qualitativo numa perspectiva clínica interventiva. O instrumento será o depoimento (com pergunta disparadora) dos psicólogos (sujeitos colaboradores). As narrativas conseqüentes, fundamentadas como possibilidade de elaboração da experiência vivida, a partir de Benjamin e Schimdt, serão submetidos posteriormente à analítica do sentido proposta Critelli, como procedimento de investigação e analise fenomenológica. Os resultados apontaram que todos os entrevistados partiram de uma insatisfação do que lhes era oferecido, para, de maneira tranquila ou mais intensa, lenta ou subitamente, sentirem-se profundamente tomados pela perspectiva que escolheram. A sensação de um encontro vivido com profunda emoção marcou a cada um dos narradores, que, apesar da passagem do tempo,traziam com muita jovialidade e frescor esse momento de suas vidas. Vidas, existências que se sentiram em harmonia, integridade, coerência, comumente comentando a união de seus pontos de vista, visão de homem, como frisaram insistentemente com a perspectiva de ação clínica da fenomenologia existencial. A todos movia a exigência de uma escolha profissional profundamente entrelaçada com a historicidade de cada um. Em nossa região, a concepção fenomenológica foi introduzida pelas psicologias contemporâneas que incorporam o ideário humanista existencial. Entre nossos entrevistados todos se identificam com essa perspectiva. Temáticas muito caras a esse movimento foram frequentemente citadas como fundamentais à ação clínica de nossos sujeitos colaboradores: liberdade-responsabilidade, singularidade-multiplicidade, escuta clínica-empática, sentido, significado, abertura ao novo, angústia e morte. Entretanto, exceto em um de nossos entrevistados, que se sente em transição, e em função desse momento particular, expõe criticamente as concepções dos diversos autores e movimentos que transitam no campo, os demais associam livremente conceitos do humanismo existencial, com analítica da existência. A certeza da escolha correta, a satisfação no trabalho clinico matizou o grupo de entrevistados. Certamente é com esse estado de humor que avaliaram os limites de sua própria ação clínica. De maneira unânime, acreditam que as dificuldades estão relacionadas a insuficiências dos próprios profissionais, sejam ligadas a sua própria história, ao exame de si mesmo ou de apreenderem com mais profundidade as concepções que a fenomenologia existencial propõe.

Palavras-chave: Ação Clínica. Analítica do sentido. Fenomenologia Existencial.

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http://www.unicap.br/tede/tde_arquivos/1/TDE-2010-08-04T153953Z-333/Publico/dissertacao_maria_danielly.pdf

 

  •  SOCORRO ALVES SILVA (*)

 

10 ª. Turma Mestrado – 2008

  • ANA PAULA LEAL DE AGUIAR (*)

 

  • RAFAEL AULER DE ALMEIDA PRADO

Resumo da dissertação: Proposição de modalidade de prática clínica psicológica em saúde pública

Uma questão fundamental em psicologia diz respeito à construção da ação clínica do psicólogo. Dentre tantos referenciais, qual o mais adequado? qual o mais verdadeiro? Tais questões, de uma forma ou de outra, afetam todos os estudantes e, talvez, até mesmo muitos profissionais. Tal situação foi vivida, com toda a intensidade, com a inserção progressiva dos psicólogos na saúde pública. A exigência de um novo contexto de atuação provocou perplexidade e desorientação nos primeiros profissionais que passaram a atuar na área. Compreende-se que, em grande parte, tal situação se associa a uma formação baseada em modalidades teóricas – e conseqüentemente práticas – técnicas da psicologia tradicional. Portanto, nosso objetivo foi propor nova modalidade de prática clínica psicológica na saúde pública. Para tanto, por meio de pesquisa bibliográfica e reflexão teórica, construímos dois artigos que detalham nossa proposta. No primeiro, preparatório para o segundo, caracterizamos a construção do pensamento técnico-racionalista e de suas consequências para o modo como as pessoas pensam e se percebem o que inclui o desenvolvimento das práticas clínicas vigentes. Tal reflexão baseou-se na perspectiva heideggeriana. No segundo artigo, a partir da poética concebida por Bachelard e da proposta psicoterápica de Pompéia e Sapienza – que dão lugar privilegiado à linguagem poética-, refletimos sobre uma postura, escuta, linguagem e construção que restauram a dimensão poético-existencial do homem. As conclusões do primeiro artigo apontaram para hegemonia do pensamento técnico, entretanto, ao lado de uma crítica desse pensamento, acenamos caminhos para sua possível superação. Esses caminhos dizem respeito ao resgate de um modo de pensar – pensamento meditativo -, que não só é desvalorizado como corre o risco de desaparecer através da construção da contemporaneidade. Já os resultados do segundo apontaram para a constituição da prática clínica que propusemos a partir da poética: como postura do terapeuta diante do cliente na compreensão de sua fala e no exercício de sua possibilidade poética de ser, e não como proposição de nova técnica psicoterápica. Nessa perspectiva, para dar conta das diferenças de cada cliente – o que inclui também seu aspecto sociocultural como inúmeros outros que o constituem -, o terapeuta deve, no encontro terapêutico, estar aberto, sem determinação prévia de sua atuação que anteceda ao modo como o cliente se mostra a ele. Um posicionamento, uma escuta e, sobretudo, um encorajamento poéticos, acreditamos, auxiliam e muito nesse processo.

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  • ANA LÚCIA ALVES BEZERRA

Resumo da dissertação: A inserção e ação dos psicólogos em projetos sociais

O convite para trabalhar como psicóloga em um projeto vinculado a um programa de responsabilidade social, de uma empresa de telefonia móvel, foi o ponto para iniciarmos uma reflexão sobre essa nova prática. Nosso não envolvimento no início desse projeto, a indicação de manter uma neutralidade (observação não-participante) nos nossos primeiros encontros com o grupo, a falta de uma discussão com as crianças, adolescentes e pais sobre o trabalho a ser desenvolvido e a cobrança em realizarmos dinâmicas para formar a identidade de um grupo que não possuía sequer um local adequado de trabalho ou, pelo menos, um lugar onde o grupo pudesse realizar suas atividades foram algumas das indagações que surgiram no decorrer do processo e que nos fizeram ir à busca de referência bibliográficas que dessem conta de nossas inquietações. Porém, para nossa surpresa, era escassa a bibliografia que contemplasse a práxis do psicólogo nesses programas. Esta se restringia, inicialmente, à área administrativa e de marketing. Essa constatação nos instigou a pesquisar como os psicólogos estão desenvolvendo seus trabalhos nos projetos sociais, tornando-se o nosso objetivo principal: investigar a inserção e ação dos psicólogos em projetos sociais. Para atingir esse objetivo fez-se necessário mapear as Organizações Não-governamentais (ONG) na cidade do Recife, que possuíssem projetos sociais. Através deste mapeamento, foram escolhidas seis ONG as quais dispõe de psicólogos desenvolvendo sua prática profissional em projetos sociais. Considerando a pouca literatura sobre o tema e a compreensão de que os fenômenos sociais acontecem no momento da interação entre o pesquisador e aquilo que é pesquisado, fez-se necessário uma pesquisa de campo, para a qual utilizamos como instrumento a entrevista semidirigida. O roteiro da entrevista foi construído baseando-se em eixos temáticos, tendo como eixo norteador os objetivos propostos. A compreensão dos conteúdos que emergiram nas entrevistas nos levou a constatar que a maioria dos projetos sociais desenvolve um conjunto de ações educativas e preventivas: desde a elaboração até a coordenação, supervisão e assessoramento dos próprios projetos sociais, sem deixar de mencionar, construção da identidade cidadã, promoção de cultura, geração alternativa de renda, atenção à saúde; formação de lideranças comunitárias, discussão sobre sexo, gênero e diversidade sexual, atuação estratégica institucional, sustentabilidade política, gestão ou participação em espaços políticos, agenciamento de políticas públicas, elaboração de campanhas educativas e preventivas, docência, administração de setores executivos e de saúde, promoção de palestras, representação da instituição, dentre outras. O trabalho interdisciplinar mostrou-se como pano de fundo de todas as ações. Para tanto, alguns desafios foram citados quase unanimemente, dentre eles: falta de financiamentos dos projetos para manutenção e pagamento de honorários de uma equipe especializada, falta de apoio governamental, necessidade de um maior posicionamento e comprometimento ético por parte dos profissionais. Observou-se, também, que apesar de uma crescente demanda para o serviço de psicologia, ainda prevalece como modelo a prática que se realiza em consultórios particulares. Entretanto, é relevante ressaltar que já emergem tendências, na psicologia, para a busca de modelos comunitários que possam efetivamente contemplar o humano em uma perspectiva psicossocial e transdisciplinar. De uma maneira geral, os profissionais participantes dessa pesquisa acreditam que a presença do psicólogo nesses projetos possibilita uma melhor compreensão do lado humano e das relações, facilita uma visão ampla e horizontal da realidade, valoriza o trabalho interdisciplinar, permite o atendimento de uma demanda que apresenta várias carências e sofrimentos psíquicos ocasionados, também, pela vulnerabilidade social e enfatiza a criação de vínculos, além de alimentar uma constante reflexão e re-construção do saber psicológico. Nesse sentido, podemos afirmar que a prática no social exige um maior envolvimento e comprometimento ético e político do psicólogo, independente da especificidade do projeto social, da ação realizada ou da metodologia utilizada. Para tanto, é essencial que os projetos incluam em suas metas a capacitação profissional, a construção de uma rede parceira, o trabalho interdisciplinar, a necessidade do apoio governamental e de financiamentos implicados com o todo organizacional. Pretende-se que os resultados desta pesquisa possam contribuir para a formação de uma postura crítica e reflexiva sobre a ação do psicólogo em projetos sociais, de forma a lhe oferecer subsídios para uma ação voltada às necessidades da população que demanda pelos serviços. Também aspiramos a que através desta pesquisa, pautada nas experiências traduzidas pelos participantes, consigamos promover trocas que possibilitem um maior empoderamento dos psicólogos que atuam no social.

Palavras-chave: programas e projetos sociais; psicólogo/as; responsabilidade social; Organizações Nã-Governamentais (ONG).

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Biblioteca da UNICAP

  • REGINA COELI DE ARAÚJO

Resumo da dissertação: Do plantio à colheta: a ação do psicólogo e a escuta dos conflitos nas organizações

A motivação para desenvolver esse estudo surgiu a partir de uma longa trajetória de trabalho junto a diversas equipes de Recursos Humanos inseridas nas organizações. Durante essa caminhada pôde-se analisar, conviver e intervir em inúmeros conflitos, cujas partes envolvidas, os trabalhadores, apresentavam divergências acerca de processos organizacionais de diversas naturezas. Essa experiência levou-nos a observar que as práticas psicológicas nas organizações parecem privilegiar os aspectos voltados aos objetivos institucionais e gerenciais em detrimento aos aspectos biopsicossociais dos trabalhadores que as demandam. Essa percepção nos impulsionou a investigar a ação do profissional de psicologia nas organizações e a problematizar a sua escuta clínica ao lidar com os conflitos que surgem entre os trabalhadores. De forma específica, nos interessamos por compreender as ações desenvolvidas por esses profissionais e as demandas que emergem dos conflitos vividos no mundo do trabalho. Outra questão, de mesmo peso, diz respeito à contribuição da escuta clínica e da formação em psicologia para as estratégias interventivas adotadas frente ao sofrimento do trabalhador. Soma-se às razões advindas de nossa prática profissional junto às organizações, os estudos e pesquisas desenvolvidas por diversos autores que foram trabalhados ao longo do texto e que serviram de aporte teórico a esta dissertação. Para a compreensão do campo a ser investigado, realizou-se uma entrevista semidirigida com sete profissionais de psicologia que possuem vínculo empregatício na área de Recursos Humanos de suas respectivas organizações, sendo seis da iniciativa privada e uma da administração pública, todas situadas na região metropolitana de Recife/PE. Através da análise dos conteúdos explicitados por eixos temáticos e da elaboração de núcleos de sentidos, as narrativas obtidas permitiram-nos compreender que a ação do psicólogo nas organizações é caracterizada, principalmente, por um discurso e uma escuta calcada nos objetivos institucionais, visando uma operacionalidade e produtividade do trabalhador. Também nos revelaram que são muitos os desafios enfrentados pelos profissionais, considerando-se, sobretudo, a condição de estarem, também, na posição de empregados, fato que favorece a adoção do discurso organizacional, da servidão voluntária e do gerencialismo. Pretende-se que os resultados dessa pesquisa possam contribuir para a formação de uma postura crítica e reflexiva na ação profissional dos psicólogos nas organizações, de forma a lhes oferecer subsídios para uma escuta voltada às reais necessidades dos empregados que demandam pelas suas intervenções. Espera-se, ainda, que este estudo possa oferecer para esses profissionais, uma melhor compreensão dos conflitos que se revelam no âmbito do trabalho, relacionando-os às possibilidades de ressignificação do sofrimento do trabalhador

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11 ª. Turma Mestrado – 2009

 

  • DANIELLE DE FÁTIMA DA CUNHA CAVALCANTI DE SIQUEIRA

Resumo da dissertação: Psicodiagnóstico Interventivo / Colaborativo: uma prática psicológica na perspectiva Fenomenológica Existencial

Este estudo partiu de inquietações experienciadas pela autora em sua atividade clínica na prática com o Psicodiagnóstico Interventivo, na perspectiva fenomenológica existencial. Sua base fenomenal residiu no relato das experiências clínicas de quatro psicólogos que atuam com o Psicodiagnóstico Interventivo. As narrativas colhidas contemplam o relato oral, desvelando a estória compartilhada afinada com a pluralidade de conceitos da situação e da temporalidade outra, o que permite elaborar e comunicar o sentido do vivido. O caminho percorrido demarca a contribuição da matriz fenomenológica existencial como possibilidade de contribuir para fundamentar a dimensão colaborativa do Psicodiagnóstico Interventivo mediante os fundamentos ontológicos presentes na Analítica Existencial, de Heidegger e na Hermenêutica Filosófica, de Gadamer. As narrativas foram analisadas segundo a Analítica do Sentido, proposta metodológica de compreensão do real desenvolvida por Dulce Critelli. Tal procedimento possibilitou refletir a dimensão colaborativa do Psicodiagnóstico Interventivo implicada na conversação entre psicólogo e cliente ou entre os clientes que participam do grupo de Psicodiagnóstico. Na linguagem gadameriana, todo conversação não se mostra como mera troca de opiniões; para que aja verdadeiramente diálogo é necessário que os parceiros se encontrem abertos à possibilidade de modificação proveniente do diálogo. Para tanto, é necessário uma disposição afetiva de abertura e acolhimento do outro na sua alteridade, o que pressupõe a presença inicial de determinações prévias – horizonte prévio de cada participante. Nessa direção, a dimensão colaborativa é compreendida como “fusão entre os horizontes”, na qual cada componente se determina a partir do modo como se integra ao outro, permitindo uma compreensão outra, comum sobre o fenômeno interrogado. Tal jogo possui uma ação central na hermenêutica gadameriana e, na prática clínica do Psicodiagnóstico, possibilita encontrar outras possibilidades compreensivas que conduzam a outros modos de agir e de lidar com o sofrimento. Tais resultados contribuem para repensar a ação do psicólogo, ampliando as possibilidades de acolher famílias e crianças no contexto das instituições de saúde.

Palavras-chave: psicodiagnóstico interventivo; dimensão colaborativa; ação clínica; fenomenologia existencial; fusão de horizontes.

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  • RENATA BARRETO

Resumo da dissertação: O caminho das pedras : conhecendo melhor os usuários de crack do município do Recife-PE

Esta pesquisa teve como objetivo geral cartografar a experiencia de usuários de crack no municípios de Recife. Este estudo foi desenvolvido nos CAPSad e Instituto RAID. Os entrevistados foram usuários de crack do sexo masculino e feminino, com idade a apartir dos 18 anos, que estavam em tratamento em decorrência desta substancia nas instituições acima citadas durante a coleta de dados. Em cada CAPSad, foi entrevistado um usuário de crack indicado pela equipe técnica que tivesse uma boa organização nas idéias para descrever a sua experiência com crack, e que se disponibilizou a contribuir com a pesquisa através de entrevista semi-estruturadas. No Instituto RAID foram entrevistados seis usuários escolhidos pelos mesmos critérios. A pesquisa desenvolvida foi qualitativa de inspiração fenomenológica pautada no pensamento de Husserl e no método proposto por A. Giorgi. Este método inclui, basicamente, os seguintes passos: O sentido do todo, a partir da leitura do depoimento do sujeito; Discriminação do depoimento em Unidades de Significados; Compreensão psicológica de cada Unidade de Significado; Síntese de cada depoimento expressa como estrutura da experiência; e a Composição de uma síntese geral que apresenta a essência do fenômeno para todos os sujeitos investigados. A identificação dessas Unidades de Significado nas experiências dos usuários apontou aspectos diversos sobre o tema tais como: A experiência de ser dependente do crack; o que levou os usuários a consumirem essa substancia; qual o significado do crack na vida desses usuários; quais as situações vividas no consumo desta droga; o prazer da morte pela pedra; a culpa sentida por ceder à compulsão; as perdas diante da pedra; a família como fator importante na busca por um tratamento; o crack e a violência; as dificuldades e sucessos no tratamento; o estigma do usuário de crack e o descontrole vivenciado por alguns usuários. Diante da complexidade de questões trazidas nas experiências dos usuários entrevistados, grandes desafios estão postos para as equipes que trabalham no tratamento dos usuários de crack. Torna-se fundamental uma reflexão continua sobre essa prática.

Palavras-chave: Crack, experiência, Unidades de Significado.

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  •  WELLINGTON MARTINS DE LIRA

Resumo da Dissertação: Instituições de Segurança Pública e Práticas Psicológicas: a segurança emocional dos agentes de segurança

A crise na segurança pública brasileira direciona os olhares para as chamadas forças de segurança pública. Especialistas afirmam o isolamento e a falência das mesmas , que não estão preparadas para a democracia e as exigências do mundo contemporaneo. Os agentes de segurança pública, paradoxalmente, muitas vezes têm provocado violência, em vez de combatê-la e mesmo grupos de elite vêm protagonizando ações desastrosas. Ex-integrante da Polícia Militar do Estado de Pernambuco e partindo de uma motivação encarnada no próprio corpo, na meddida em que sofreu na pele a dor imposta aos agentes de  segurança pública, tanto pela natureza da função quanto pela dinâmica institucional, o autor propôs-se a  lançar um olhar diferente sobre o tema, buscando uma articulação, uma triangulação entre instituição de segurança pública, prática psicológica e o termo que cunhamos como “segurança emocional”. A experiencia como agente de segurança pública, aliada ‘a formação psicológica e aos estudos e pesquisas desenvolvidas por diversos autores , contribuiram para a compreensão do campo a ser investigado e, para tanto, realizado entrevistas semidirigidas com doze profissionais psicólogos e doze agentes de segurança pública do Estado de Pernambuco, todos da Região Metropolitana do Recife?PE. Através de uma abordagem compreensiva e da análise dos conteúdos explicitados em eixos temáticos e núcleos de sentido, as narrativas dos entrevistados possibilitaram a compreensão de que, apesar dos esforços dos profissionais psicólogos e da percepção da necessidade por parte dos agentes de segurança pública, a ação clínica psicológica ainda é pífia em relação ás necessidades, conforme afirmam ambos os seguimentos. A falta de uma percepção adequada pela instituição de segurança pública quanto à importancia da dimensão psicológica tem contribuído para o sofrimento dos agentes de segurança e psicólogos, e interferido no resultado de suas práticas. Os desafios são grandes e sua superação, certamente, contribuirá significativamente com a segurança pública cidadã e o chamado pacto pela vida, adotados pelo Governo de Pernambuco. Esperamos que os resultados dessa pesquisa contribuam para a formação de uma postura crítica e reflexiva da ação dos profissionais psicólogos em instituições de segurança pública, a melhoria da qualidade dos serviçoes dirigidos à sociedade, pela contribuição aos atores e getores desse segmento.

12 ª. Turma Mestrado – 2010

  • MARIA EUGÊNIA CALHEIROS DE LIMA

Resumo da Dissertação: A plenitude humana e o cuidado integral na perspectiva de Viktor Frank

Este artigo teve como objetivo geral compreender a concepção do humano na perspectiva de Viktor Frankl. Os objetivos específicos foram estudar os fundamentos filosóficos e antropológicos do seu pensamento sobre o homem; pesquisar os significados do seu Experimentum Crucis; e, ainda, elucidar a sua Ontologia Dimensional. O estudo optou pela metodologia qualitativa na perspectiva fenomenológica existencial, através de pesquisa bibliográfica realizada a partir de obras selecionadas pela concernência ao tema, na literatura do autor e de alguns de seus principais intérpretes. Lançou-se mão do método analítico de Critelli para a compreensão do Experimentum Crucis frankliano. As conclusões revelaram elementos filosóficos agostinianos e tomísticos na concepção frankliana de “plenitude humana” como autotranscendência, assim como mostra fortes influências da axiologia de Max Scheler e da ontologia fundamental de Martin Heidegger. Contudo, apesar da influência de uma gama de autores com perspectivas epistemológicas diversas, este estudo revela a originalidade e a unidade interna do pensamento de Viktor Frankl sobre o humano

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  • JOSEMARY KARLLA CHAVES DA COSTA

Resumo da Dissertação: A equipe de saúde em uma UTI geral-adulto, a experiência de cuidar da vida e da morte

Esta pesquisa é fruto de inquietações e questionamentos da pesquisadora em uma UTI geral/adulto, seu campo de ação clínica. A questão que norteou a pesquisa buscou compreender a experiência de uma equipe de saúde em uma UTI/geral adulto. A interrogação inicial desdobrou-se em novas perguntas: como as ações da equipe podem ser complementares no contexto da UTI, cuja prioridade é salvar a vida do paciente, considerando, também, o cuidado integral do paciente. Como a equipe lida com as questões da morte e do morrer em seu cotidiano de trabalho, e quais as repercussões dessa experiência no modo como acontecem as intervenções junto ao paciente e familiares? Quais os prejuízos decorrentes da fragmentação do saber na modernidade, nas ações da equipe de saúde na situação de intervenção em uma UTI geral/ adulto. E quais as possíveis contribuições da ação clínica do psicólogo, fundada numa perspectiva fenomenológica existencial, no modo de funcionar da equipe de saúde. A dissertação está organizada em três artigos: dois teóricos e um empírico. O primeiro artigo teórico, trata da ação de uma equipe de saúde em UTI, teve como metodologia a pesquisa bibliográfica. Em seu desenvolvimento, busca traçar o surgimento da UTI e a evolução da assistência hospitalar ao doente grave, ressaltando os eminentes personagens da história do intensivismo; caracteriza o modelo atual de UTI no Brasil e descreve como a equipe multiprofissional foi se estabelecendo neste contexto de ação; apresenta, ainda, o cotidiano de trabalho da equipe e o quanto sua rotina é atravessada pelas questões da vida e da morte. O segundo artigo, também com metodologia bibliográfica, enfoca o acontecer da equipe de saúde em uma Unidade de Terapia Intensiva. Para tanto, aborda a fragmentação do saber na modernidade e sua ressonância na prática do profissional de saúde, delineando o fenômeno da hiperespecialização e as relações disciplinares; além disso, demarca a ação do psicólogo na equipe da UTI, numa perspectiva da fenomenologia existencial. Por fim, o terceiro artigo foi desenvolvido a partir de uma pesquisa qualitativa de cunho fenomenológico. A questão da pesquisa, vinculada aos objetivos da dissertação, foi trabalhada em um encontro com seis profissionais de saúde que fazem parte de equipes multidisciplinares em um Centro de Terapia Intensiva de um hospital da rede privada na cidade de Recife, cujos dados foram analisados a partir da Analítica de Sentido de Critelli. Como resultado observou-se que uma única área de conhecimento não pode dar conta da complexidade do fenômeno do adoecimento; que o trabalho em equipe exige colaboração, de modo que as ações no campo possam revelar uma “fusão de horizontes”, com possibilidades para o iniciar de uma outra/nova compreensão da ação em con-junto.

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  •  PÁCIFER MAIA SABIÁ

 Resumo da Dissertação: Diálogo como comunicação e co-elaboração: possibilidade de intervenção psicossocial

O objetivo geral desta pesquisa foi caracterizar o Diálogo como possibilidade de atenção psicológica à compreensão de processos psicossociais no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Casa Verde, unidade do Hospital Escola Portugal Ramalho (Hepr) da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal). Trata-se de uma modalidade de prática condizente com os princípios do pensamento psicossocial de Paulo Freire, pressupondo relações intersubjetivas que transcendem sua imediaticidade, atingindo outras dimensões da vida social. A pesquisa justifica-se pela possibilidade de apresentar e caracterizar uma nova práxis de atenção psicológica que congrega, a um só tempo, a participação de todos os atores sociais que transitam na Instituição, voltados à busca de compreensão acerca de inúmeras questões que atravessam o seu cotidiano, demandando por posicionamentos éticos e políticos; além de poder vir a contribuir  para pensarmos tal modalidade em outros espaços sociais. Nesta perspectiva, buscamos, ainda, nos aproximar do pensamento do psicólogo social Fernando L. González Rey, considerando o diálogo como estratégia possibilitadora de uma atenção psicológica inerente à clínica psicossocial. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, sob uma perspectiva psicossocial, e interventiva, visto que a análise das implicações daqueles que integram o campo de intervenção permite acessar os processos subjetivos e institucionais dos atores sociais envolvidos. Os sujeitos da pesquisa foram escolhidos intencionalmente, considerando a participação dos usuários, estagiários, visitantes e funcionários do CAPS- Casa Verde nos grupos de Diálogo, não havendo, portanto, um número predeterminado destes.  Realizaram-se seis encontros do Diálogo, com regularidade semanal e duração de uma hora cada, sendo os temas discutidos relacionados às motivações, necessidades e interesses do próprio grupo participante. O desenvolvimento dos grupos também contou com a presença de uma co-facilitadora que, além de nos ajudar, foi convidada para uma entrevista visando avaliar as possíveis ressonâncias do trabalho grupal para aqueles que dele participaram. Foi também construído um diário de campo para o registro de aspectos e fenômenos relacionados ao trabalho desenvolvido. Para o processo de compreensão do material, utilizamos a metodologia proposta por González Rey, na qual se privilegia a produção de indicadores para a análise das temáticas emergidas nos grupos de Diálogo a partir dos núcleos de sentidos construídos. A análise deste material revelou-nos que o grupo Diálogo desenvolve um caráter ético/político, psicossocial e pedagógico em sua produção de cultura e conhecimento, contribuindo para a elaboração do sofrimento e das questões apresentadas na perspectiva da produção de uma subjetividade crítica.

 Palavras-chave: Grupo Diálogo; Diálogo/escuta; Subjetividade; Instituição.

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  • WALESKA DE CARVALHO MEDEIROS

Resumo da Dissertação: A clínica psicológica e a compreensão da experiência da espiritualidade de pacientes em cuidados paliativos

Com o avanço dos recursos científico tecnológicos da medicina, a expectativa de vida vem crescendo de forma substancial nas últimas décadas. Doenças,  que no passado eram letais, são hoje passíveis de tratamento. Enfermidades que não apresentavam perspectiva de cura tiveram seu curso e evolução alterados assegurando um aumento na sobrevida dos pacientes. A busca pelo prolongamento e manutenção da vida ao longo dos tempos, foi se configurando como esforços de distanciamento e negação da morte, por vezes, através de tratamentos obstinados e fúteis. A ampliação da  quantidade de vida passou a ocupar lugar privilegiado na assistência.  Diante do aumento de pacientes gravemente enfermos ou fora de possibilidade terapêutica, os embates da comunidade científica acerca da qualidade de vida se voltam para a necessidade de integração de outras dimensões do cuidado ao paciente inserido em programas de cuidados paliativos, além do foco estritamente físico e biomédico. Nesse sentido, a espiritualidade vem sendo apontada como importante aspecto da dimensão existencial,  causadora de grandes impactos na saúde física, sobretudo, em doentes no final da vida. Este trabalho tem por objetivo compreender a clínica psicológica e a experiência da espiritualidade de pacientes inseridos em programa de cuidados paliativos em hospital público da cidade do Recife através de pesquisa qualitativa, com recorte de amostra intencional devido às especificidades do tema. Buscou apresentar os princípios dos cuidados paliativos apontando o manejo da equipe de saúde ao paciente fora de possibilidade terapêutica de cura; identificar as reflexões apresentadas pela Psicologia entre a prática psicológica e a experiência de espiritualidade; apresentar contribuições que possibilitem reflexão no cuidado integral oferecido ao paciente gravemente enfermo, tendo em vista a oferta de melhor qualidade de vida.

Palavras-chave: Clínica psicológica; Cuidados paliativos; Experiência da espiritualidade.

 

13 ª. Turma Mestrado – 2011

 

  • ANA MARIA SA BARRETO MACIEL (**)

Resumo da Dissertação: As ações de cuidado de profissionais de saúde implicados no Programa de Humanização do Parto

Esta pesquisa teve como objetivo geral compreender os sentidos do cuidado na ação clínica de profissionais de saúde inseridos em uma maternidade do interior de Pernambuco implicados no Programa de Humanização do Parto (PHP), a partir das concepções de humanização, acolhimento e cuidado definidos pelo programa. Como objetivos específicos: analisar o PHP do Ministério de Saúde nas referidas concepções; descrever os modos de cuidado dos profissionais de saúde que participam do PHP e compreender os sentidos que estes profissionais dão à sua ação clínica. Incluiu 06 (seis) participantes, integrantes do quadro funcional da maternidade referida, que receberam treinamento e qualificação para atuarem na perspectiva do Programa de Humanização do Parto. A metodologia incluiu em uma primeira fase uma investigação de natureza documental para pesquisarmos a concepção de humanização que está na raiz dos treinamentos oferecidos as equipes que participam do PHP. Em um segundo momento adotou-se o enfoque qualitativo numa perspectiva clínica interventiva a partir do modo de compreensão fenomenológico existencial. O método cartográfico, que expõe desenhando e desvelando o cenário da pesquisa e o caminhar do pesquisador foi considerado nesta pesquisa. Os instrumentos foram o diário de campo do pesquisador e os depoimentos (com pergunta disparadora) dos profissionais de saúde (sujeitos colaboradores). As narrativas consequentes, fundamentadas, como possibilidades de elaboração da experiência vivida, foram guiadas pelas leituras de Benjamin (1999). Como procedimento de análise, tomou-se a hermenêutica filosófica tal como pontuada por Gadamer (2005). As narrativas desvelaram que as questões que nortearam nossa pesquisa afetam profundamente os participantes. A visão técnica que guia as reflexões sobre a forma de conceber o cuidado na ação clínica e a construção do modelo biomédico aplicado na assistência ao parto, nas quais os profissionais de saúde estão atrelados são algumas das temáticas que permearam as narrativas. Assim, a pesquisa pode contribuir para que os participantes pudessem tematizar sobre a possibilidade de conceber o homem, o mundo e a própria ciência de outros modos que os contemplados exclusivamente pela visão tecnicista.

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  • ANA PAULA NORIKO CIMINO

Resumo da Dissertação: Cuidado e Técnica Moderna: indicadores para discussão da violência à luz das críticas empreendidas à supremacia da razão instrumental no pensamento contemporâneo

O estudo desenvolvido privilegiou uma leitura compreensiva fundada na critica à razão instrumental e ao domínio da técnica. Para tal exercício buscamos, a princípio, realizar uma leitura do panorama histórico-filosófico sobre o conceito de “cuidado de si mesmo” a partir da obra A Hermenêutica do Sujeito de Foucault. Nessa direção, a fim de problematizar as repercussões da técnica moderna no mundo contemporâneo buscamos, nas principais obras de Heidegger, a crítica por ele empreendida à razão instrumental. As veredas criadas pelas reflexões heideggerianas possibilitaram realizar uma reflexão sobre a dimensão ético-política do cuidado, empreendidas, sobretudo, a partir das contribuições de Arendt. Nesse aspecto, a violência contra crianças e adolescentes foi problematizada como uma possibilidade de visualizar concretamente os efeitos do pensamento metafísico na sociedade contemporânea. Para tanto, foi realizada uma análise documental dos Relatórios Anuais da Gerência de Análise Criminal e Estatística da Secretaria de Defesa Social do Estado de Pernambuco dos anos de 2007 a 2011. Tal análise, produziu indicadores até então não contemplados na literatura a fim de subsidiar compreensões a respeito do fenômeno em questão

Palavras-chave: cuidado; técnica moderna; pensamento contemporâneo; violência.

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  •  ANANDA KENNEY DA CUNHA NASCIMENTO

Resumo da Dissertação: Implicações da Ação Clínica dos Acompanhantes Terapêuticos nas Redes Sociais da Cidade de Recife- PE

Esta pesquisa teve como objetivo geral: compreender a ação clínica dos Acompanhantes Terapêuticos (Ats), em suas diferentes possibilidades, nas redes sociais da cidade de Recife-PE e, como objetivos específicos: descrever a atividade dos Acompanhantes terapêuticos como modalidade de ação clínica; descrever as diferentes possibilidades de ação clínica dos Acompanhantes terapêuticos e compreender a experiência dos Acompanhantes terapêuticos em sua ação clínica. Realizamos um estudo de natureza qualitativa, de cunho fenomenológico existencial. Como instrumento metodológico foi utilizada a narrativa colaborativa. Em um primeiro momento, individualmente, cada participante se expressou livremente. Em um segundo momento, realizamos um encontro grupal com os mesmos participantes, onde foi solicitado a estes que se dispusessem à conversação sobre suas experiências uns com os outros, favorecendo uma possibilidade de encontro entre eles. Participaram 5 (cinco) Ats que têm experiência, em Recife-PE, com pessoas em sofrimento psíquico, físico ou ambos com dificuldade de inserção social. No processo de interpretação dos dados fizemos uso da hermenêutica filosófica de Gadamer, a qual fundamentou toda a trajetória desta pesquisa e que consiste no entendimento que toda compreensão do homem é uma interpretação das condições históricas advindas da tradição, da qual ele faz parte. Deste modo, chegamos a uma narrativa final que foi construída a partir do diálogo entre os participantes, a pesquisadora e os textos dos teóricos que embasaram esta pesquisa. Como resultados, a partir das narrativas, trouxemos a clínica do Acompanhamento Terapêutico em suas diferentes possibilidades de ação clínica com as especificidades inerentes ao seu campo de atuação, a partir da experiência de quem a pratica. Nessa direção, percebemos que os Ats estão inseridos nos seguintes seguimentos de ação clínica: acompanhamento clínico a clientes, particular ou institucional, formação, supervisão e pesquisa. No entanto, constatamos que eles estão operacionalizando ações segregadas, com trabalhos desenvolvidos em pequenas equipes. Por outro lado, os Ats demonstraram almejar uma organização, através de uma vivência grupal, que objetiva incluir e agregar a classe de profissionais que estão atuando no campo. Essa perspectiva aponta para a busca de um lugar cada vez mais delimitado, o que inclui organização, institucionalização, formalização e profissionalização dos Ats.

 Palavras chave: Acompanhante terapêutico; ação clínica; redes sociais; hermenêutica.

 Arquivo completo disponível em:

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  • ANDREA CRISTINA TAVELIN BISELLI

 Resumo da Dissertação: Grupo de pais no psicodiagnóstico colaborativo: uma compreensão fenomenológica existencial

Este estudo parte das inquietações vividas pela autora a partir da experiência na modalidade de prática psicológica do Psicodiagnóstico Colaborativo com pais e crianças em grupo, numa perspectiva fenomenológica existencial. Objetiva compreender a experiência de grupo de pais em tal modalidade de prática psicológica. Sua base fenomenal reside em quatro relatos de experiências de pais que vivenciaram o atendimento em grupo no processo do Psicodiagnóstico Colaborativo realizado na clínica-escola da Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP, entre os anos 2010 e 2012. Como acesso a experiência dos sujeitos colaboradores lançou-se mão da entrevista narrativa. Enquanto instrumento, a entrevista narrativa se fundamenta na ideia do narrador de Walter Benjamim (1994) que ao articular narrativa e experiência, possibilita ao narrador (participante) elaborar e transmitir suas experiências acerca da temática pesquisada. Outro instrumento utilizado foi o “Diário de Bordo” (ou Diário de Campo), que se constitui da narrativa-escrita dos sentimentos e impressões vivenciadas pelo pesquisador nos atendimentos aos clientes. A análise das narrativas fundamentou-se na proposta da filosofia hermenêutica de Gadamer considerada como uma das epistemologias privilegiadas para pesquisa qualitativa. O diálogo, a conversação entre psicólogo e clientes e entre clientes, dispostos a se colocarem nesse jogo compreensivo, possibilitou a ampliação da queixa trazida como motivo da consulta, permitindo a explicitação e apropriação da demanda via a fusão de horizontes dos sujeitos colaboradores. A situação de grupo de pais no Psicodiagnóstico Colaborativo, num primeiro momento, permitiu a apropriação e expressão da disposição afetiva de medo e resistência diante de uma situação não conhecida. A vivência da experiência grupal afetou cada um dos participantes possibilitando-lhes outro modo de estar e sentir a situação de grupo, a qual passou a ser percebida como acolhedora e facilitadora da expressão dos sofrimentos e sentimentos. Tal movimento propiciou, aos participantes, compreender a demanda manifesta, permitindo uma apropriação dos seus sentimentos com a tematização de outras possibilidades compreensivas, aliadas ao movimento de abrir-se para o outro, ao mesmo tempo em que permitiu um não centrar-se em seus problemas, considerados, inicialmente, como únicos. Por último, destaca-se a narrativa das experiências como facilitando a apropriação do modo como cada um cuidava de si e dos outros – no caso, da família. Percebeu-se que, a apropriação da vivência afetiva e singular da experiência, pôde colocar em movimento outros modos de estar e se relacionar com o mundo e com os outros, mais próprios, menos gerenciados pelo público.

Palavras-chave: grupo de pais; psicodiagnóstico colaborativo; ação clínica; fenomenologia existencial; fusão de horizontes.

  •  CICERO JOSE BARBOSA DA FONSECA (**)
  • LEILANE ALMEIDA PAIXAO (**)

Titulo da dissertação : Violência e Sofrimento nas Relações Íntimo-afetivas: Possibilidades Compreensivas no Contexto de uma Delegacia da Mulher

 

O presente estudo teve como objetivo compreender o modo como se desvela o sofrimento, decorrente da violência nas relações íntimo-afetivas entre homens e mulheres, numa delegacia da mulher. Nesse trabalho, buscou-se pensar a violência relacionada a um mal-estar na contemporaneidade, vislumbrado pelo advento da técnica moderna e suas implicações para o Dasein, em seus modos de pensar, ser e estar no mundo. Para tanto, foi desenvolvido um estudo qualitativo, baseado na perspectiva fenomenológica existencial heideggeriana. Como estratégias de ação, foram realizados três meses de observação participante na Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (DEAM) de Recife-PE, bem como entrevistas narrativas de cunho etnográfico com 05 colaboradores: 03 mulheres e 02 homens. O conteúdo dos diários de bordo da pesquisadora, produzidos durante as observações, bem como as narrativas dos colaboradores, foram compreendidos à luz da Analítica do Sentido de Critelli (1996). As experiências observadas em campo e trazidas a partir das narrativas apontam para sentidos cristalizados nos modos de ser-com-o-outro, que se apresentam no cotidiano da DEAM através de cenas e queixas de ciúmes, sentimentos de posse, controle, tentativas de restrição do poder-ser do outro, rigidez nas posições binárias de gênero. Predominam nestes modos de ser-com, relações utilitárias em que o outro parece se configurar como instrumento a ser utilizado para algum benefício. Desvelam-se, ainda, nesse contexto, concepções sobre a violência mergulhadas no vazio impessoal, pautadas na falta de reflexão e em valores sociais pré-formatados que, por vezes, naturalizam a violência como única possibilidade de ser-com-o-outro em situações de conflito. Nesse contexto, a delegacia passa a ser convocada para que, através da lei, sejam adotadas medidas punitivas, repressivas e protetivas, na busca de aplacar a ignorância e amortecer a dor. Contudo, observa-se que, muitas vezes, a lei não consegue dar conta dessa violência que se alastra, tampouco de amparar o sofrimento das pessoas. Conclui-se que se faz cada vez mais importante problematizar, a partir de um pensamento que medita, a intensificação da violência e do desamparo na contemporaneidade, ensejada pelas implicações niilizantes da técnica moderna. Além disso, na medida em que o contexto sociocultural parece apontar para uma banalização do sofrimento humano, torna-se crucial pensar o acolhimento às mulheres e aos homens em situação de violência, a partir de uma ação clínica que não se deixe capturar pelos estereótipos binários “vítima versus agressor”, “culpado versus inocente”, “masculino versus feminino”; mas que abarque o humano, considerando esse seu momento histórico de desvelamento do ser.

Palavras chave: sofrimento humano; violência; relações íntimo-afetivas; contemporaneidade.

Trabalho completo em

 http://www.unicap.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=948

14 ª. Turma Mestrado – 2012

 

  • ·         MARIA DAS GRAÇAS DINIZ (*)

Resumo da Dissertação: A dor de um doce lar: narrativas da violência doméstica

O estudo da violência doméstica é um tema de suma importância que vem despertando interesse por parte de pesquisadores das ciências humanas e sociais. Com o intuito de contribuir para o aprofundamento desta temática, esta pesquisa teve como objetivo compreender a experiência de mulheres em situação de violência doméstica e os modos como estas mulheres subjetivam esta violência. Trata-se de um trabalho que pretendeu colocar em pauta a necessidade de uma organização de serviços voltados a esta população, assentados na atenção global, considerando as diferentes demandas pertinentes à saúde, proteção social e jurídica. A importância dada ao problema é fruto da crescente conscientização acerca das desigualdades de gênero, do paulatino reconhecimento dos direitos da mulher e das consistentes evidências da grande magnitude do fenômeno em escala mundial. As participantes desta pesquisa foram mulheres que estão em situação de violência doméstica residentes na cidade do Recife/PE e em Afogados da Ingazeira/PE – Sertão do Pajeú que procuram os serviços do Grupo Mulher Maravilha – organização não-governamental. O instrumento utilizado para nos aproximarmos do fenômeno foram entrevistas semidirigidas, realizadas individualmente. Os dados coletados foram agrupados em eixos temáticos para, a partir daí, compreendê-los segundo seus núcleos de sentido. Os dados analisados mostram a dificuldade que as mulheres encontram em romperem com a violência sofrida, deixando expor o seu aprisionamento por diferentes motivos: o medo de o companheiro matá-la; o receio de que os filhos venham sofrer com a possibilidade de verem o pai preso; o valor creditado ao casamento e a família; sentem pena do companheiro por ser um alcoolista ou por está desempregado; e por não encontrarem ajuda efetiva dos órgãos de defesa da mulher. Vale ressaltar que esses dados corroboram que as raízes da violência doméstica contra a mulher estão fundadas em uma sociedade que se constituiu baseada em um sistema patriarcal, fruto da desigualdade entre homens e mulheres de diferentes raças, etnias, classe social e cultural. Portanto, observa-se a violência como uma questão complexa, bem como as soluções políticas para a sua prevenção e erradicação, requerendo uma compreensão ampla do problema. Por outro lado, a pesquisa mostra a importância da psicologia clínica no processo de ruptura da violência doméstica, contribuindo para um resgate da auto-estima e da autonomia das mulheres, na tentativa de elas romperem o ciclo da violência e os pactos conjugais e domésticos a que estão submetidas.

Trabalho completo em: http://www.unicap.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=484

 

  • ELLEN FERNANDA GOMES DA SILVA

Resumo da Dissertação: A “cegonha tecnológica” no caminho do projeto parental: dialogando com a experiência de homens (in)férteis.

A presente pesquisa teve como objetivo geral compreender a experiência de homens que vivenciam a infertilidade. E, especificamente, enfocou interpretações da masculinidade e infertilidade, contextualizando-as na contemporaneidade; apresentou a perspectiva fenomenológica existencial como possibilidade para tematizar o fenômeno do corpo enquanto expressão da existência; bem como descreveu e compreendeu a experiência de homens, na condição de inférteis, os quais procuram o serviço de Reprodução Humana Assistida do Instituto Materno Infantil de Pernambuco – IMIP. De natureza qualitativa, esta investigação está afinada à perspectiva fenomenológica hermenêutica, privilegiando a compreensão interpretativa fundada na Hermenêutica Filosófica de Gadamer, vinculada às compreensões ontológicas heideggerianas. Para acesso à experiência foi escolhida a narrativa, colhida tanto dos colaboradores, quanto dos registros feitos no “diário de bordo” da pesquisadora, a partir da sua inserção no lócus da pesquisa. Os relatos dos colaboradores apontaram para dificuldades vividas durante a tentativa de métodos de Reprodução Assistida, as quais levaram a experiências de desconforto, bem como de desesperança frente a burocracia e morosidade dos serviços. Aproximando-se desta via compreensiva, a possibilidade de procriação “artificial” foi revelada com certa estranheza, ressaltando a supervalorização da parentalidade biológica. Em tal cenário, os interlocutores narraram sua vivência frente aos procedimentos técnicos/médicos, desvelando de um lado a utilidade da técnica no projeto parental e, de outro, o seu domínio na hegemonia do discurso científico, bem como na compreensão do corpo masculino como matéria-prima a ser explorada e aperfeiçoada.

Palavras-chave: Fenomenologia Existencial; Infertilidade; Masculinidades; Parentalidade; Técnica.

 

15ª . Turma Mestrado – 2013

  • ALINE AGUSTINHO DA SILVA

 

  • MARIA JOSÉ HERÁCLIO DE AQUINO OLIVEIRA

 

  • MÉRCIA GOMES DA SILVA

 

  • SACHA LIMA PINHEIRO

 

16 ª. Turma Mestrado – 2014

 

  • JAILTON FERRERA MELO

 

  • MARIA DO ROSÁRIO CAVALCANTI DA SILVEIRA

 

  • SILVANA MARIA DE SANTANA

 

1ª. Turma Doutorado– 2009

  •  SHIRLEY MACEDO V. MELO(**)

 E-mail: shirleymvm@fir.br

Resumo da Tese: A saga de Hefesto: hermenêutica colaborativa como possibilidade de ação humanista-fenomenológica em clínica do trabalho

Este trabalho teve por objetivo geral descrever uma possibilidade de ação clínica humanista-fenomenológica diante de demandas de sofrimento humano no trabalho, a partir de uma pesquisa com psicoterapeutas em que se buscou, especificamente, compreender suas experiências clínicas, possibilidades de escuta e intervenção, seus modelos de abordagem à subjetividade e suas condições de trabalho; assim como identificar desafios enfrentados por eles, procedimentos e técnicas utilizados; e apontar resultados alcançados. A metodologia utilizada foi a pesquisa fenomenológica de tendência hermenêutica. Participaram do estudo 17 psicoterapeutas centrados na pessoa, incluindo a pesquisadora. A partir de uma pergunta disparadora, os sujeitos, subdivididos em quatro grupos de discussão, narraram suas experiências de atendimentos a clientes cujas demandas eram de sofrimento no trabalho. Os resultados apontaram, dentre outros, que embora os profissionais investigados apresentassem uma coerência de atuação com os princípios que norteiam a Abordagem Centrada na Pessoa, não possuíam arcabouço teórico, conceitual e técnico suficientes para compreender a relação trabalho versus modos de subjetivação a fim de ajudar clientes a construírem recursos sistemáticos de enfrentamento do sofrimento no trabalho. Defendeu-se, então, uma ação clínica embasada na fenomenologia de Merleau-Ponty e na hermenêutica filosófica de Gadamer: a Hermenêutica Colaborativa – um processo conjunto de interpretação e construção de alternativas, pautado na intersubjetividade, no confronto de tradições, e na retomada da consciência histórica, a partir do qual os sujeitos envolvidos constroem novos projetos para enfrentarem e re-significarem o sofrimento diante da precariedade subjetiva e das adversidades enfrentadas no mundo do trabalho.

Palavras-chave: Pesquisa Qualitativa, psicologia Clínica, Psicoterapia, saúde mental, Trabalho.

Trabalho completo em: http://www.unicap.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=819

  • WEDNA CRISTINA MARINHO GALINDO(**)

E-mail: wedna@bol.com.br

Resumo da Tese: o dispositivo do aconselhamento na resposta à aids

 O presente trabalho, apresentado sob a forma de quatro artigos, teve por objetivo problematizar a prática do aconselhamento em HIV/aids, realizada em Centros de Testagem e Aconselhamento em DST/Aids (CTA). Fundamentou a investigação, referenciais teóricos e metodológicos alinhados com esforços na construção de conhecimento-emancipação. A realidade é concebida como complexa, dinâmica e aberta, marcada por jogo de forças em disputa cujos vetores que o constituem informam sobre tensões, conflitos e arranjos específicos entre eles. Abordaram-se, na pesquisa, dois aspectos do trabalho de aconselhamento, dentre tantos, processos subjetivos em torno da aids e a intervenção, isto é, os modos de aconselhar. Compôs a pesquisa, análise de Manuais do Ministério da Saúde (MS) para a prática do aconselhamento e análise de Entrevistas com aconselhadores/as atuando em unidades de CTA de Pernambuco. Conclui-se que o aconselhamento merece ser tratado como um dispositivo e não meramente como uma técnica de trabalho, pois envolve diversos aspectos na sua configuração, dentre eles, discursos, enunciados científicos, regulamentações, preceitos morais, estruturas arquitetônicas. De acordo com a pesquisa, o aconselhamento tem se apresentado como dispositivo de controle dos corpos, já que apoiado em concepção de subjetividade-identidade, definida pelas práticas sexuais do sujeito e em recomendações diretivas e prescritivas para o aconselhador, que caracterizam o modo-instrução de aconselhar. Outra perspectiva, que aparece sutilmente nas análises, como potência que pode ser investida, é que o aconselhamento seja um dispositivo de emancipação de sujeitos e coletividades. Caracteriza-se pela concepção de subjetividade-cidadã na qual o sujeito é ativo e participante das questões em torno da saúde como direito e pelo modo-relação de aconselhar, marcado pela horizontalidade e referências democráticas na relação profissional-usuário. As duas etapas de investigação subsidiaram o debate sobre a formação de aconselhadores/as. A partir de uma analítica do aconselhamento como modalidade de trabalho em saúde, que na sociedade capitalista convive com fortes contradições, como a possibilidade da saúde ser tratada como uma mercadoria, são apresentadas proposições para a formação de aconselhadores em HIV/aids, na direção de uma perspectiva emancipatória de sujeitos e coletividades. À Psicologia cabe assumir a tarefa de participante no jogo de forças em questão, parecendo estratégico aproximar suas formulações dos produtivos debates em torno de direitos humanos e direitos sexuais, no campo da aids.

 Palavras-chave: aconselhamento; aids; profissional de saúde; subjetividade.

2 ª. Turma Doutorado – 2010

  •  ANA ELIZABETE LISBOA CAVALCANTI (**)

E-mail: analisboa333@ig.com.br

Resumo da Tese: Intervenção Artística e Transtornos Psíquicos: Possibilidades de Diálogo

A relação entre arte e psicologia compõe um cenário instigante para refletirmos sobre a arte como dispositivo de cuidado no campo da saúde mental. Para dar luz a esta reflexão, e tomando como referência autores que afirmam a arte como recurso de expressão de subjetividades, foi realizada uma Residência Artística no Centro de Atividades Terapêuticas do Hospital Ulysses Pernambucano. Participaram desse processo pacientes acometidos de transtornos psíquicos, adultos, de ambos os sexos, internos naquele hospital.  Pretendeu-se, através deste recurso,  identificar a arte como dispositivo clínico de expressão de subjetividades para pessoas com sofrimentos psíquicos graves, com vista à proposição desta modalidade de prática terapêutica de cuidado. A Residência Artística foi realizada 3 vezes por semana, no período setembro de 2011/ maio de 2012 e contou de sessões de pintura e desenho, com participação voluntária dos pacientes. O processo  foi  registrado, passo a passo, em um diário de Campo, bem como documentado através de fotografias e gravações. O método cartográfico foi o utilizado, por sua adequação a pesquisas de campo que visam  o estudo de subjetividades. Dois cavaletes itinerantes serviram de base para a realização das pinturas, com motivos livres. Da Residência Artística resultaram 14 telas pintadas com tinta acrílica, tamanho 2,0×1,60 m, uma instalação de parede com madeiras pintadas, bem como jogos em madeira e diversos desenhos sobre papel. Enquanto pintavam, os pacientes conversavam sobre suas histórias de vida, anseios, alegrias,  tristezas, projetos, dando, através da arte, moldura ao seu existir.  Uma rica interação artística e interpessoal foi formada, observando-se sensível mudança no estado psíquico, melhoria de atitudes, motivação, e no comportamento de muitos pacientes, evidenciando que a arte pode ser um importante instrumento coadjuvante de cuidado.  Além disso, a experiência vivida possibilitou ampliar o olhar acerca da dinâmica institucional, sob a ótica das dificuldades enfrentadas para continuar a exercer sua missão, e as modificações necessárias em direção à efetivação dos princípios da  reforma psiquiátrica, cujos eixos norteadores contemplam a dignidade de todo ser humano e  o desenvolvimento da autonomia e do exercício de cidadania, independente do seu estado de ser.

Palavras-chave: Residência Artística, Transtorno psíquico, Clínica, Subjetividade.

 

  • LAURA CÂNDIDO PEDROSA CALDAS(**)
  •  MARIA DE FÁTIMA DOS SANTOS NEVES(**)

Maria de Fátima dos Santos Neves

E-mail: fneves.mama@gmail.com

Resumo da Tese: Um olhar clínico sobre o sofrimento no trabalho em contexto empresarial de fusão e incorporação

Este estudo buscou compreender as ressonâncias das fusões e incorporações empresariais (F&I) sobre a saúde dos trabalhadores. Possui 4 artigos: os 2 primeiros são de revisão crítica da literatura sobre cultura organizacional, e psicodinâmica do trabalho (PDT) – desde 1970 até 2011. No 3º. Participaram 7042 pessoas atendidas entre 2002 e 2012, no Centro de Referência em Saúde dos Trabalhadores, registrados em bancos de dados. Os dados sobre riscos de adoecimento foram analisados através de estatística descritiva e inferencial, por meio do Statistical Package for the Social Sciences. A margem de erro foi de 5,0% e intervalos com 95,0% de confiabilidade. Os resultados apontaram riscos relacionados a acidentes, a fatores ergonômicos, Lesão por esforço repetitivo/ Doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (LER/DORT) e transtornos mentais desses trabalhadores. Há evidências da transformação dos sofrimentos e riscos em adoecimentos. As doenças que mais acometem os trabalhadores são LER/DORT e Transtornos Mentais. As mulheres revelaram maior vulnerabilidade quanto aos riscos e adoecimentos. O 4º. Apresentou a análise de Conteúdo de 9 entrevistas, individuais e semidirigidas, realizadas com 8 homens e 1 mulher, sobre as estratégias de defesa e modos de enfrentamento das vivências de sofrimento desses trabalhadores, à luz da PDT. Os ambientes de intensa competitividade e reestruturação impõem novos ritmos de produção, dinamismo, alta performance e rápida adaptação aos modos de trabalhar. Para lidar com a ansiedade e o medo da demissão, os trabalhadores tendem a negar o sofrimento e a se submeter às exigências e aos padrões de produção. Há evidências de transformação das defesas em patologias sociais, como sobrecarga e servidão voluntária.

Palavras-chave: Sofrimento; trabalho; cultura organizacional; adoecimentos no trabalho; fusão e incorporação.

  •  RAFAEL AULER DE ALMEIDA PRADO(**)

E-mail: rafaelpradoauler@gmail.com

Resumo da Tese: A linguagem poética na clínica fenomenológica existencial

Este estudo consiste em uma resposta dada por nós, pesquisadores, à inquietação sentida em nossa prática clínica psicológica. O modo como o diálogo se dava com nossos clientes, de modo espontâneo, não planejado e aberto, mobilizou-nos a pensar em outro modo de compreender a linguagem em uma ação clínica de orientação fenomenológica existencial. A linguagem ocupa um lugar fundamental na ação clínica psicológica, independentemente da abordagem teórica que oriente esta prática. Tendo, algumas abordagens psicológicas mais, outras menos, sua sustentação epistemológica no modelo científico das ciências naturais, suas concepções de linguagem, consequentemente, referem-se, de algum modo, ao aspecto representativo, segundo o qual a linguagem seria um meio de expressão e/ou comunicação. Tal concepção, no entanto, não nos era suficiente para esclarecermos o diálogo clínico, dado que, na clínica, a fala do cliente nos parecia ir muito além de um mero meio de ele se expressar ou comunicar. Também nossas falas para o cliente, pareciam-nos mais como um “trazer à luz”, ou um “ajudar a mostrar”, do que mera expressão/comunicação. Ainda não nos estava claro, no entanto, como poderíamos compreender a linguagem a fim de nos apropriarmos do modo como ela acontecia na ação clínica na perspectiva fenomenológica existencial, através do diálogo. Entre os estudos que fazem uma aproximação entre o pensamento fenomenológico existencial de Heidegger e a clínica, encontramos inúmeros que partem da analítica existencial de Ser e tempo (1986/2008), mas não encontramos um estudo aprofundado sobre a questão da linguagem. À época do surgimento de nossa inquietação, o estudo da obra filosófico-poética de Gaston Bachelard nos acenou outra possível compreensão de linguagem, através de sua noção de imaginação poética. Passamos também a pesquisar a linguagem na obra de Heidegger. No pensamento fenomenológico existencial desse autor, no entanto, a linguagem é compreendida a partir das condições de existência, na sua articulação ôntico-ontológica. Mostrou-se, assim, como condição para compreender a linguagem numa ação clínica de orientação fenomenológica existencial, pensá-la em sua articulação com outras condições existenciais do pensamento heideggeriano, as quais, assim como a linguagem, também são condições para uma ação clínica. Esta tese teve como objetivo levar essa questão adiante. Sua construção levou em consideração a hermenêutica filosófica de Gadamer, a partir da qual, reconhecemos que “a linguagem poética na clínica fenomenológica existencial” era uma questão que, tendo nos interpelado, clamava por resposta. A hermenêutica guiou o modo como construímos nossa tese. Composta por quatro artigos, o primeiro explicita nosso pressuposto de ação clínica fenomenológica existencial a partir da analítica do ser-aí de Ser e tempo. O segundo explicita nossa compreensão de linguagem poética. Nele apresentamos a compreensão de linguagem para Heidegger, ao longo de toda sua obra, e a aproximamos da noção de imaginação poética de Bachelard. No terceiro artigo, explicitamos nosso percurso metodológico. Nele, além de caracterizarmos a hermenêutica filosófica de Gadamer, apresentamos nosso instrumento, os diários de bordo – fundamentados pela concepção de narrativa de Walter Benjamin. Eles consistem em narrativas sobre o modo como éramos afetados por nossos atendimentos clínicos psicoterápicos. Através dos diários de bordo, trouxemos nossa experiência clínica (de onde nasceu nossa questão) para dialogar com nossos pressupostos sobre a clínica fenomenológica existencial, e nossos pressupostos sobre a linguagem poética. A compreensão de diálogo, à qual nos referimos, é dada por Gadamer. Do diálogo entre os diários e os estudos teóricos, nasceu o quarto artigo. Esse desvelou a compreensão da clínica, como uma possibilidade de “dar passagem” à fala poética que convoca o cliente para uma apropriação de suas experiências, e de suas condições de existência, para um modo mais próprio de ser.

Palavras

chave: ação clínica, linguagem poética, fenomenologia existencial.

http://www.unicap.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=846

 

  •  ANA PAULA LEAL DE AGUIAR(**)
  • MARIA DE FÁTIMA F. CASTELO BRANCO CHAVES(**)

3 ª. Turma Doutorado – 2011

 

  •  SARAH CAMELLO VASCONCELLOS(**)

E-mail: scvasconcellos@yahoo.com.br

 

4 ª. Turma Doutorado – 2012

 

  • CELINA MARIA ARAGÃO XIMENES

E-mail: celximenes@uol.com.br

  • DANIELLE DE FATIMA DA CUNHA CAVALCANTI DE SIQUEIRA

E-mail: daniellesiqueira_psico@hotmail.com

  • JORGE GOMES DA SILVA SOBRINHO

E-mail: jorgegss@yahoo.com.br

  • MARCOS ANTÔNIO DE LIRA BERENGUER

E-mail: marcos_berenguer@uol.com.br

  • MARIA EUGENIA CALHEIROS DE LIMA

E-mail: eugeniacalheiros@hotmail.com

 

  • MARIA JEANE DOS SANTOS ALVES

E-mail: mariajeane@terra.com.br

 

  • MOEMA LUZIA BARROS DE MOURA

E-mail: moemabm@gmail.com

 

  • ROSANA DE FÁTIMA OLIVEIRA PEDROSA

E-mail: rfopedrosa@yahoo.com.br

 

  • WELLINGTON MARTINS DE LIRA

E-mail: delirawm@bol.com.br

 

 

5 ª. Turma Doutorado – 2013

 

  • ANA MARIA DE SANTANA

E-mail: sant_anm@hotmail.com

  • ANANDA KENNEY DA CUNHA NASCIMENTO

E-mail: anandakcn@gmail.com

  • CLÁUDIA DA SILVA SANTOS

E-mail: causansil@yahoo.com.br

  • SANDRA CARLA PEREIRA DE LIMA FRANÇA

E-mail: sandracarlalima@gmail.com

  • SUELY EMÍLIA DE BARROS SANTOS

E-mail: suemilia@uol.com.br

 

 

6 ª. Turma Doutorado – 2014

 

  • ELLEN FERNANDA GOMES DA SILVA

E-mail: ellenfernanda1@hotmail.com

  • WALESKA DE CARVALHO M. MEDEIROS

E-mail: waleskacmm@yahoo.com.br

  • ZIRLANA M. T. FREIRE

E-mail: zirlanateixeira@hotmail.com

 

 

 

 

 

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