Saiu o resultado do concurso Faces da Católica. Os vencedores foram Alex Sandro da Silva Bezerra, com a imagem “Meu trabalho, minha segunda casa”, na categoria Fotografia, e Janayna Alves, com o texto “O Ser”, na categoria Literatura. Agradecemos a todos os inscritos e também a quem curtiu os trabalhos na página do concurso. Obrigada!
Paraibano de nascimento, ainda pequeno, deixei, do Alto da Borborema, minha linda e hoje saudosa Campina Grande, para, como presente, vislumbrar uma também linda Cidade, traçada por rios e pontes, me tornando, pois, pernambucano de coração. Com toda a família, portanto, cheguei aqui ainda criança, aproximadamente aos seis anos de idade. O maracatu, o caboclinho e o frevo, de alguma forma já passariam a fazer parte de minha vida, fincando, pois, o pé neste guerreiro Estado e, com audácia, contrariando o jargão do nosso mestre Luiz Gonzaga, em “Último Pau de Arara”, “quem sai da terra natal em outro canto não para”. A relação direta com a Unicap vinha a nascer ainda como aluno de graduação, embora mesmo antes já sentia a sua energia através da Biblioteca Central. Lembro quando, em alto andar do bloco G, deslumbrado com a belíssima Mauriceia, sonhava acordado: “como seria ser um contador de uma instituição de ensino tão importante para a comunidade pernambucana?”. Uma passagem bíblica diz “Pedi e obtereis”, e assim aconteceu, pois tudo de bom que desejamos, de coração, chegam aos anjos e, conforme nossas ações, o tempo, por mais longo que pareça, se encarrega de movimentar as estrelas que conspiram para realização dos nobres desejos. Já formado e atuando profissionalmente, involuntariamente tomei conhecimento, em 1997, de uma oportunidade na Universidade, não deixando escapar, aqui hoje estou, graças a Deus.
Durante minha experiência profissional na área contábil, antes da Universidade, passei pela indústria, comércio e serviços. Sempre muito empenhado nas minhas atividades, sentia, contudo, que algo mais precisava ser implementado nessa carreira, algo que, além de negócios, envolvesse diretamente o ser humano, sentia isso no âmago. Quando por fim me vi integrando o quadro de colaboradores da Unicap, fiquei ainda mais deslumbrado, pois o meu conhecimento estaria a serviço de uma bela instituição. O trabalho com jovens, crianças, idosos, pessoas carentes e com necessidades especiais, as clínicas, o apoio à sociedade através dos seus projetos assistenciais me faria, sim, orgulhoso por contribuir neste projeto tão honroso.
Quando se faz algo por amor, por satisfação, as dificuldades do percurso podem até surgir, como de fato surgem até para nos provar e nos fortalecer, contudo não destroem o fogo que move a busca pela conquista do objetivo, principalmente quando este objetivo não envolve apenas a si mesmo, mas o desenvolvimento de outros, de toda a comunidade, ou melhor dizendo, de toda a sociedade.
Costumamos, com legitimidade, cobrar compromissos dos outros, do governo, dos políticos etc. Todavia, precisamos cada vez mais nos conscientizar sobre a nossa própria responsabilidade no processo de construção de uma sociedade melhor, e justiça não é apenas lutar pelos próprios direitos, justiça também é a defesa dos direitos dos outros, justiça é a defesa dos direitos de todos, deixar um pouco de olhar para o próprio “umbigo”, de “puxar a brasa apenas para seu peixe”, ou seja, procurar enxergar o direito do outro, o direito coletivo. Isso podemos ver dentro da Unicap, na sua missão, é claramente explícito em sua carta de princípios. A Unicap, é, pois, minha grande aliada para por em prática aquilo que, sem ela, seria-me muito mais difícil, contribuir na construção de uma sociedade cada vez mais justa.
Para mim, trabalhar na Unicap, pois, não é apenas ter um emprego donde posso obter o sustento material de minha família, é muito mais do que isso, é participar de um grande projeto de vida, projeto que envolve o crescimento do ser humano individual e coletivamente, por isso posso dizer sem medo, como Inácio de Loyola e seus amigos, não sonhei em vão, sonhei com o “pé no chão”, por isso tenho muito orgulho de trabalhar na Universidade Católica de Pernambuco.
Dimas Ferreira de Luna
UM OLHAR…
Olho pro horizonte e vejo um luzir
Um brilho que se reflete na água e passa amor
Que vem da foz de um rio a surgir
Que irriga a terra e faz nascer uma flor
UMA FLOR DE AMOR…
Uma flor a desabrochar
Com um grande sentimento: o amar!
Uma beleza interior a brilhar
Que o mundo em breve iria constatar
O SENTIMENTO…
Este sentimento que é tão mágico
Que nos toma o peito e sai a caminhar…
E nos leva longe!
Como se a geografia do coração
Estivesse a dizer: vá!
A FLOR…
E foi num dia especial
Que o mundo iria ganhar
Uma luz, um sinal
Um ser muito mais do que estar
Porque o estar é passageiro
E o ser veio pra ficar
O SER…
É uma flor de nome Rosa
De cores vivas a alegrar
De sentimento puro e verdadeiro
Mãe, você nasceu para brilhar!
Janayna Alves
Faces da cidade
Da universidade
Que não tem fronteiras
E se estende
Campus afora
Afinal “teu campus é a cidade”
Teu objeto: as faces da cidade
Faces aflitas
Faces alegres
Faces esperançosas
Plenas de incertezas
De questões
Que demandam planos
Projetos
Ensino
Pesquisa
Extensão.
És formada
Por muitas faces
Cientes e conscientes
De tua sagrada Missão: educar
Que é tudo
Mas um educar, de múltiplas faces.
Um educar
Com seres humanos e
Para seres humanos
Pois teu diferencial
É ser
Acima de tudo
Humana
Dentro e fora
De teus limites
Que não têm limites.
Do outro lado
De teus infinitos horizontes
Há outras tantas faces
Sedentas de luz
De saber
E, jamais, te negaste
A ir ao encontro
D’estas faces
Que, de ti esperam,
Sempre
O melhor
Que tendes a dar.
Do lado de cá
Lutam tuas faces
Dia a dia
Sol a sol
Vencendo obstáculos
Buscando, sempre, a humana Excelência
Refletida
Muito além
Dos mares de números
Que te rodeiam
PDI’s, CPC’s, IGC’s
Que espelham
Sonhos, planos, ações!
Mas teus braços
Abraçam a cidade
E vão muito além
Pois educas com amor
Todas as faces
Independente de cores
Padrões
Convenções
Afinal és Católica
E como tal
Cristã e Universal
Tua identidade
Se reflete
No Amar e Servir
A todas as faces
Em cada canto e recanto
Em cada coração
Que habita o campus e a cidade
Com a qual te fundes
E já não há campus
Nem cidade
Nem universidade
Apenas, tuas múltiplas faces.
E um só coração a pulsar.
Cezar Augusto Cerqueira
Faces são, em essência, superfícies. Dizem os dicionaristas. Superfícies construídas para serem vivenciadas e apreciadas. Penso. Mas estas construções devem ser edificadas por ações no tempo presente visando um futuro melhor.
Por mais paradoxo que pareça, esse conceito evoca sempre um pensamento sobre o porvir. Nesse sentido, o termo é vital para as instituições humanas porque indissociável de uma identidade coletiva e de um diálogo com a sociedade exercido com liberdade, embora necessariamente hermenêutico.
Assim, interpretando falas, gestos, imagens, sons, objetos – nós, funcionários, professores, gestores – acabamos por construir um arcabouço de referências que passam a fazer parte de nossa existência, de nossa identidade pessoal e profissional, de nossa história, enfim, na Católica.
Dessa maneira, como ignorar os jardins da Católica? Como ignorar a simplicidade de sua capela? Como desprezar as conversas alegres de seus alunos cheios de sonhos e objetivos? Como deixar de se orgulhar de seus professores e suas didáticas na construção do conhecimento? Como não enxergar tanta beleza literária no acervo de sua biblioteca? E os eventos acadêmicos? Quão importantes são para a formação educacional. Como esquecer nossas conquistas esportivas? Como não se inspirar com o retorno da terceira idade às nossas salas de aula? Como não albergar alunos com necessidades especiais? Ah! Quase esqueci: Como desprezar nosso relógio de ponto? Não é ele um diálogo diário com a história?
Como desdenhar desse movimento acadêmico de transformação, competição, cooperação e diversidades? Movimento este que acontece bem diante de nós, funcionários, e que, de um modo ou de outro, nos envolve, nos influencia e nos faz coautores.
Ora, se tudo isso for ignorado, não é nossa identidade que de fato é negligenciada? Não estaríamos “desmemorializando”? Penso que sim.
Qual o sentido da Católica? Aqui não me refiro à sua dimensão material, mas sim de sua capacidade do fazer sociedade, apontar um convívio melhor como outro e de insistir no potencial da educação para a vida. A resposta mais adequada é contemplar a Católica e percebê-la integrada favoravelmente ao processo de desenvolvimento de esperança, de confiança, da segurança e da qualidade das interações humanas.
Temos aí uma integração canalizada para um amadurecimento coletivo e ao mesmo tempo pessoal, que não será ultrapassado, mas permanece ao longo da vida.
Este ponto de vista, acredito, não é somente meu, mas de todos que compõem esse conjunto de atividades que influencia e expressa nosso caráter institucional. Ocupamo-nos, então, da imagem da Católica na sociedade e, portanto, da nossa própria imagem no mundo.
Israel Martiniano da Silva