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APRESENTAÇÃO DO PROJETO

As crescentes demandas de casais ou de pessoas celibatárias desejando adotar, as adoções de irmãos, a adoção internacional, deixam claras as implicações psíquicas, jurídicas e sociais que se fazem necessário melhor conhecê-las. O papel dos Organismos Autorizados  para Adoção e a realidade do universo das crianças abandonadas ou órfãs, formam um conjunto, no qual ética e o profissionalismo, em todos os domínios implicados, podem prevenir os riscos de  fracasso da adoção. Os campos do legislativo e do psíquico se entrelaçam na construção da filiação, mesclando uma realidade frequentemente complexa de interações simbólicas decisivas. Daí o imperativo de expandir o debate, ultrapassando as barreiras das escolas de pensamento, em benefício de uma postura científica que vem tornar o tema do Congresso “agregador”.

Winnicott foi o primeiro psicanalista a fazer uma provocação “salvadora” para a adoção de crianças, falando dos riscos da adoção, tanto do lado das crianças, quanto do lado dos futuros pais. Essas novas filiações impõem o questionamento do saber,  porque nem todas as crianças são adotáveis e porque nem todo mundo pode adotar. Algumas vezes, os riscos estão do lado da futura família, outras vezes do lado da criança. A adoção é: algumas crianças para alguns pais e é uma aventura que comporta riscos, caso não seja bem conduzida..

Quando um fracasso acontece em uma família, todos sofrem, tanto a criança quanto os pais ou os demais irmãos.. Qual a melhor forma de prevenir esses fracassos que têm por característica tornarem-se rapidamente dramáticos, na medida em que se constituem, para a criança uma segunda ruptura? Os riscos de fracasso da adoção foram subestimados? Eles eram previsíveis? Como detectá-los? São perguntas incontornáveis.

Algumas vezes as dificuldades acontecem posteriormente, depois da chegada da criança na família de adoção. A situação adotiva destaca o desafio na família de poder formar um conjunto “estruturante”, mas também de manter dissociado os três  elementos que lhe constitui: o biológico, o inconsciente e o social, base de toda sociedade instituída. Esta capacidade associativa tem uma importância crucial para a criança, pois lhe oferece um contexto familiar no qual é possível ultrapassar a dimensão biológica do parentesco,  facilitando uma construção identitária sólida, mesmo sem o vínculo biológico. Portanto, é a  incidência da dissociação desse conjunto que aparece em geral nos casos de fracasso da adoção, frequentemente consecutivos à  dificuldade de organizar o vínculo de filiação.

A proposição deste Congresso está baseada, portanto, em princípios que agregam inquietações surgidas da práxis francesa e brasileira, considerando ainda a representação das diferentes escolas de pensamento e áreas de conhecimento como a Psicanálise, a Psiquiatria, a Psicologia e o Direito. A especificidade da construção da filiação e da parentalidade na sociedade atual, convoca portanto, a criação de novos paradigmas, carentes de um maior aprofundamento da práxis.

Trata-se enfim de um evento que objetiva  fornecer uma estimativa especializada, onde cada um poderá revisar suas práticas, delimitando os fatores que podem facilitar, ou que, ao contrário, vulnerabilizar uma adoção.

Parceria

O “1º Congresso Franco-Brasileiro sobre Psicanálise, Filiação e Sociedade”, dedicado ao tema – “Adoção: da criança à filiação” é fruto  de interesses comuns e de trocas científicas entre dois grupos de pesquisa, um situado na França e outro no Brasil. Em Paris, o “Grupo de Pesquisa: Filiação, Psicanálise e Sociedade”, possui um caráter interinstitucional e é coordenado pelos psicanalistas: Dr. P. Lévy-Soussan, Dr. C. Flavigny e S. Marinopoulos (SSP, APF e PPSP). Em Recife, em 2005, foi criado no âmbito  da Clínica-Escola de Psicologia da Universidade Católica de Pernambuco, o Serviço de Orientação à Filiação Adotiva (SOFIA) vinculado ao Laboratório de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental e Psicanálise, coordenado pela psicanalista Profa.Dra. Edilene Freire de Queiroz . Trata-se de um espaço de caráter preventivo no qual se enfoca mitos e preconceitos implícitos na adoção, estimulando a circulação da palavra dos pais sobre o desejo de ter filhos e adotar.

Na França, desde 2009, a Universidade Paris 7, através da “Equipe de Pesquisa Clínica em Perinatalidade e Primeira Infância” do CEPP, tornou-se uma parceira importante na elaboração de um projeto de longa duração.