Premiado

Comunicação que Liberta

O projeto “Comunicação que Liberta” (1), propõe uma prática educativa humana e libertadora, capaz de influenciar as condições de vida e trabalho dentro da Colônia Penal Feminina Bom Pastor, contribuindo para que seja favorável à reintegração social das internas.

A penitenciária, como tantas outras criações do homem, perde-se na zona escura, opaca à razão e à análise. Destinada a receber o rejeito da máquina social, é olhada com horror, mas resiste à reforma. Daí a ambiguidade no debate público.

Por um lado os Direitos Humanos defendem a tese que todos devem ser tratados conforme a lei, tendo os presos, mesmo aqueles que praticaram os crimes mais hediondos, serem bem tratados. Por outro lado, a sociedade brutalizada pela insegurança e medo, exige penas mais severas.

Onde ficar entre esses paradoxos? Que partido tomar entre essas correntes, ambas poderosas, agressivas e vociferantes. Para compreender uma instituição, sugerem os cientistas sociais, é necessário revitalizá-la, analisa-la no contexto histórico ou como se gosta de dizer no jargão universitário, no seu discurso; vê-la, enfim, na perspectiva do tempo e das ideias que lhe deram origem.

A prisão, como forma imediata de contenção de delinquente, como tal julgada pela sociedade, acompanha a história do homem. Foi cenário de dramas e episódios que, até hoje, ardem na memória da histórica e nas imaginações acadêmicas. De Dostoievski a Gramci, de Silvio Pelico até o nosso Graciliano Ramos, constitui parte e capítulo de exemplares biografias. Santos, mártires, poetas, políticos, filósofos e escritores foram seus hóspedes e rabiscaram seus muros com lamentos e imprecações.

A prisão como organização precisa ser revista em seus conceitos e valores, para que se encontre caminhos para a reintegração e reabilitação do preso. As instituições necessitam estar em sintonia com a comunicação, visando construir uma imagem de confiança e credibilidade. As diferentes formas de comunicação, possibilitam aos homens entender melhor uns aos outros e, em um elevado números de vezes, contribuir para que conheçam melhor seus semelhantes, nos diferentes problemas e glórias por eles enfrentados.

 

Colônia Penal - corpo do post Agerp

O projeto “Comunicação que Liberta”, propõe uma prática educativa humana e libertadora, capaz de influenciar e transformar as condições de vida e trabalho dentro da Colônia Penal Feminina, contribuindo para que esta seja favorável à reintegração social das internas. O pressuposto do projeto é criar condições para implantar uma Assessoria de comunicação que resgate valores morais e humanos, onde a interna possa participar ativamente do processo laboral e ressocializador, dando-lhe a ocupação, durante o cumprimento da pena.

O projeto foi alicerçado em quatro programas:

O programa “Colônia em Ação” tem a finalidade de implantar uma Assessoria de Relações Públicas que viabilize uma maior integração da Instituição com os seus diversos públicos.

Serão desenvolvidas técnicas de Comunicação social através do programa “Libertando com o Trabalho”, visando a reabilitação das internas, utilizando o trabalho, nas empresas interessadas em investir em mão-de-obra carcerária.

O programa “Desencadeando a Comunicação”, tem por finalidade aproximar a entidade com os públicos a ela ligados através da criação de novos canais de comunicação.

A criação de uma identidade visual será realizada através do programa “Nova Imagem”, que, com a força da Comunicação Social, transmitirá uma imagem positiva e harmoniosa para com os seus públicos.

 

Autores:

Alexandre Cantalice, Delmiro Monteiro, Mônica Pazos, Shirlley Torres e Zaíra Lucena

 

Orientação:

Prof. Jorge Azevedo.

 

Ano de Produção:

1998.1

 

Premiação:

1º Lugar em Projeto Governamental da 6ª Pesquisa Experimental em Comunicação (Expocom) – 1999, promovida pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom).

 

Jornal Unicap

 

(1) O projeto está disponibilizado para consulta na Hemeroteca (laboratório de pesquisa dos cursos de comunicação), no 4º andar do bloco A, sala 408, das 8 às 12 horas, das 13 às 17 horas e das 18 às 21 horas – Unicap.

 

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Powered by: Wordpress