Autora
Catarina Valença
Orientador
Alfredo Sotero
Imagens
Professores Indígenas
Tratamento de Imagens
Breno Carvalho
Programacão Visual
Alfredo Sotero
Breno Carvalho
Pernambuco conta com nove tribos indígenas. Duas delas -
a Fulni-ô e Xucuru - estão fixadas no agreste e as sete restantes
no sertão do Estado. Este trabalho destina-se à apresentação
dos índios remanescentes do sertão pernambucano. Eles pertencem
às tribos Atikum, Kambiwá,
Kapinawá, Pipipã, Truká
e Tuxá. Devido à falta de informações
sobre o meio de sobrevivência desses índios, só serão
apresentadas cinco dessas sete tribos restantes.
O estudo foi realizado com base nas atividades de subsistência dessas etnias. Todas elas possuem calendários específicos com suas ocupações. Através desses calendários, os índios descrevem o seu dia-a-dia como forma de manter vivas suas raízes, ao menos no que se refere à atividade agrícola, praticada por jovens e, até mesmo, por idosos que não se cansam de trabalhar.
Infelizmente não há muitos dados sobre as tribos do sertão. A Fundação Nacional do Índio - Funai, Pernambuco, com sede na Avenida João de Barros, 668 - Boa Vista, pouco tem a oferecer de material a respeito dessas etnias. A maioria dos livros encontrados são escritos por professores indígenas e publicados pela própria Fundação. O conteúdo vai desde pequenas informações a respeito da história e costumes, até o meio de vida e sobrevivência, como a agricultura e o artesanato. Não há documentos precisos sobre o significado real da origem dos nomes dessas tribos.
Sabe-se que a tribo dos Pipipãs deu origem aos Kambiwá, contudo ainda se encontram referências a sua própria tribo, sem dados precisos ou localização da mesma. O único documento oficial data de 1802, quando um missionário apostólico capuchinho escreveu uma carta ao Reino informando sobre o contato direto que tivera com esses índios; já a tribo Tuxá é remanescente da cidade de Rodelas, na Bahia. Aqui, em Pernambuco, existem 41 índios Tuxás, oriundos da divisão do grupo da Bahia e que foram reassentados pela Companhia Hidroelétrica do São Francisco - CHESF, devido à inundação do Lago de Itaparica. Esses índios vivem numa propriedade no município de Inajá.
Um fator dominante no estudo desstas tribos é a falta de preservação da cultura. Os índios têm costumes como os do homem branco, a religião predominante é a católica desde os tempos da colonização e a língua falada é o português. As aldeias são como pequenas vilas, constituídas por casas de taipa, um centro médico, uma escola e uma igreja. As famílias são mestiças de diversas raças, sejam índios, negros ou brancos. O pouco que se guarda dos seus antepassados são alguns vocábulos e os rituais ou danças como o Ouricuri, o Praiá e o Toré (ritual sagrado que através da dança busca expurgar males e sofrimentos).
Passados 502 anos desde a descoberta do Brasil, as tribos indígenas continuam sofrendo perseguições por parte de fazendeiros e posseiros, que tentam apoderar-se das suas terras. As brigas geram mortes e, com isso, o número de índios no sertão fica cada vez mais escasso. Outro problema constante no sertão e que envolve as tribos indígenas é o narcotráfico. A tribo Truká, por exemplo, está situada na Ilha de Assunção, no município de Cabrobó, parte do polígono da maconha. Alguns índios chegaram a ser presos por envolvimento, mas o restante da tribo considera as visitas constantes dos policiais como uma tentativa de tomada da terra onde eles vivem.
Fica aqui nesta pesquisa o protesto pela falta de informações e documentos sobre os primeiros moradores da nossa terra Brasil. Espera-se, que um dia, as providências cabíveis sejam tomadas e que se possa conviver com uma história limpa e precisa, antes que venham a ser conhecidos apenas nos livros....
O Olhai os Índios do Sertão foi realizado com embasamento em três livros, 21 sites, e dois artigos de jornal.