SINOPSES

Vidas Secas

Quinto longa-metragem de Nelson Pereira dos Santos e mais um marco do Cinema Novo. A secura documental de Graciliano Ramos na trajetória da família intinerante encontrou a transposição cinematográfica ideal em Nelson.
A adversidade da família de Fabiano bate na tela secamente. A narração cinematográfica transcorre sem artificialismos, de forma muito rigorosa e sem nenhum tom de sentimentalismo. A paisagem natural integra-se numa envolvente plasticidade. Vemos na tela os imensos espaços do sertão nordestino.

Ficha Técnica
(Realização: 1962-63. Lançamento: 1963.)
105 min. Preto e branco.
Diretor: Nelson Pereira dos Santos
Diretor de fotografia: José Rosa
Elenco: Atila Iorio, Maria Ribeiro, Orlando Macedo, Jofre Soares, Gilvan e Genivaldo (os meninos).

 

Deus e o Diabo na Terra do Sol

Manuel, um camponês, num ato de desespero mata seu patrão escravista. Depois de sofrer as represálias dos capangas de seu chefe, foge com sua mulher e logo se junta aos devotos do São Sebastião. Os rituais beiram a insanidade. Manuel se une depois ao bando de Corisco, num momento já de decadência do cangaço com a morte de Lampião. Todas as passagens do filme são marcadas pela pobreza, miséria e decadência. Num dos filmes que inauguraram o Cinema Novo, Glauber Rocha usa uma linguagem metafórica para falar de uma história muito comum no Nordeste. O deus (São Sebastião) e o Diabo (Corisco) deformados pela solidão do sertão.

Ficha Técnica
Ficção, longa-metragem, 35mm, preto e branco. Rio de Janeiro, 1964, 3.400metros,125 minutos; Companhia produtora: Copacabana Filmes;
Produtor: Luiz Augusto Mendes;
Produtores associados: Jarbas Barbosa, Glauber Rocha;
Diretor de produção: Agnaldo Azevedo;
Diretor: Glauber Rocha;
Elenco: Geraldo Del Rey - Manuel; Yoná Magalhães - Rosa; Maurício do Valle - Antonio das Mortes; Othon Bastos - Corisco; Lídio Silva - Sebastião; Sônia dos Humildes - Dadá; Marrom - Cego Julio; Antônio Pinto - Coronel; João Gama - Padre; Milton Roda - Coronel Moraes.

 

Morte e Vida Severina - 40 anos depois, uma visão jornalística

É uma série de três reportagens sobre a vida no Sertão e como vivem os severinos que décadas atrás foram relatados no poema de João Cabral de Melo Neto. Cada reportagem retrata uma característica social do Sertão e tem duração aproximada de 10 minutos. A primeira denuncia a fome e a falta de água nessa castigada região. Os agricultores e a força de vontade para buscar água em lugares distantes, a descrição geográfica e a fé do povo são abordados sob uma visão jornalística na reportagem de abertura. A temática do trabalho infantil crianças que abandonam a escola para trabalharem como catadores de cana , os sonhos e os acidentes de trabalho são contados na segunda série do vídeo. Assim como, o problema do nanismo no Sertão, o analfabetismo, o êxodo rural e a reforma agrária são esclarecidos com sonoras e estatísticas expostas em arte. Gerson Camarotti entrevista João Cabral de melo Neto na última série da reportagem e retrata as condições dos retirantes, a urbanização e a indigência.

Ficha Técnica
Autor: Gerson Camarotti (ex-aluno de Jornalismo da Unicap).
Período de realização: 1995.2; Duração: 29'50"
Orientadora: Marinita Alves.
Imagens: Edilson Silva e Ronaldo Duarte.
Edição de imagens: Iraquitan Xavier.

*O vídeo traz uma entrevista com João Cabral de Melo Neto, que fala sobre a vida do sertanejo e a falta de planejamento no Sertão

 

As Faces de um Raimundo

A Missa Do Vaqueiro é realizada todo ano no local onde o vaqueiro Raimundo Jacó foi encontrado morto. Primo de Luiz Gonzaga, a morte de Jacó serviu de inspiração para a música "A morte do vaqueiro". As faces de um Raimundo traz, intercalando os depoimentos de amigos e parentes sobre a vida e morte de Jacó, encenações que ilustram o vaqueiro como astuto e corajoso. As disputas de famílias no Sertão do Araripe e a relação do vaqueiro com Miguel Lopes, seu provável assassino ganham cena com as denúncias da viúva, Odília Maria de Jesus que, depois da morte do marido, conseguiu sobreviver com a ajuda de Luiz Gonzaga (sem o auxílio do cantor e compositor a viúva teria que viver com a pensão de 100 reais).

Ficha Técnica
Autor: Jandysales Carvalho (ex-aluno de Jornalismo da Unicap).
Período de realização: 1996.2; Duração: 15'47"
Orientadora: Mônica Silveira.
Imagens: Fernando Azevedo.
Edição de imagens: Tuka Maia.