Igarassu preserva monumentos centenários
 
           
           
 

Seu passado se confunde com a história do descobrimento, pois guarda um precioso acervo patrimonial e cultural capaz de revelar parte da trajetória do nosso Estado e do País. Igarassu - situada a 38 quilômetros ao norte da capital pernambucana -, é uma das cidades mais antigas do Brasil, e, em março, completou 465 anos.

A sociedade está mobilizada para as comemorações dos quinhentos anos. As atenções estão voltadas para o estado da Bahia, que concentra boa parte de nossa história. “Apesar disso, a primeira fixação do estrangeiro em solo brasileiro se deu em Pernambuco, mais precisamente, em Igarassu”, diz o arqueólogo Marcos Albuquerque.

Em 1516, o português Cristóvão Jacques ergueu a primeira feitoria do Brasil. Foi ainda nesta época, em 1535, que Duarte Coelho desembarcou onde hoje estão localizados Vila Velha e o Sítio dos Marcos, para tomar posse de sua capitania, doada pela Coroa Portuguesa. Por ordem dele foi instalado o marco de pedra, ponto divisório entre as capitanias de Pernambuco e de Itamaracá. O monumento deu início ao processo de colonização da região e, por conseqüência, do Brasil também. Igarassu é considerada, portanto, o primeiro núcleo de povoamento do País.

A cidade transpira história. Lá foi construída, em 1535, a igreja mais antiga do Brasil: dos Santos Cosme e Damião, gêmeos padroeiros de Igarassu. A eles é atribuído um milagre de 1685, quando as cidades de Recife, Olinda, Itamaracá e Goiana foram assoladas pela febre amarela e Igarassu escapou ilesa da praga. O templo, em estilo Barroco é, ainda hoje um dos pontos turísticos mais visitados da região.

A cidade abriga também o Convento de Santo Antônio, o segundo erguido pelos Franciscanos no Brasil, construído em 1588. O lugar serviu de quartel general, em 1848, durante a Revolução Praieira, para as tropas revolucionárias que estavam sob o comando do coronel Manoel Pereira de Morais – Senhor de engenho Inhamã. No local, funciona hoje o Museu Pinacoteca, considerado um dos mais importantes da América Latina, reunindo 24 obras em óleo sobre madeira dos séculos XVII e XVIII.

Para as comemorações dos 500 anos do descobrimento, está sendo implantado o projeto “Refazendo os Caminhos de Duarte Coelho”. Para tentar reviver a chegada do donatário em Pernambuco, 130 milhões de reais vão ser investidos. A idéia é mostrar ao público uma cidade rica em cultura, tradições, arte e em patrimônio artístico e turístico.

Ainda dentro das festividades, será oferecida aos visitantes uma rota náutica, entre os Sítios dos Marcos e a Coroa do Avião, uma pequena ilha no meio do mar, onde os turistas poderão presenciar manifestações artísticas e culturais da região.

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Recife e seus recantos
pouco conhecidos
 

Pernambuco guarda riquezas imortais: histórias, cultura, heróis e monumentos. Alguns deles, heranças dos estrangeiros, que durante o período colonial, estiveram no Brasil. Hoje, 500 anos depois, esses marcos são verdadeiras referências, na composição da identidade nacional.

A partir de conflitos entre portugueses, holandeses e os poucos habitantes do Recife foram criados marcos históricos. São construções de ferro, como as pontes; de pedra, a exemplo do dique e de construções barrocas como as igrejas, basílicas e capelas. Alguns desses monumentos têm mais de 400 anos e já passaram por inúmeras reformas. Uns ganharam até novos nomes, como é o caso da Casa de Banhos, no bairro do Pina, que atualmente passou a ser chamada de Bar do Dique. Hoje, famoso em toda a cidade, não só pela comida, mas também por proporcionar uma excelente vista do Recife Antigo.

Forte das Cacimbas - O Forte das Cinco Pontas, apesar de ter passado por um período de restauração e adaptação só conseguiu reconhecimento e importância após se tornar o Museu da Cidade do Recife, em 82. O que antes não passava de um instrumento de defesa, atualmente, guarda inúmeras fotografias e documentos históricos sobre a cidade.

Dizem os historiadores que a localização do Forte foi estabelecida nas proximidades das “cacimbas”, local onde o povo se abastecia de água potável, na época mais escassa do que hoje. Daí o primeiro nome dado pelos holandeses: Forte das Cacimbas.

Só em 22 de outubro de 1630 o “grande quartel”, como era chamado pelos holandeses, começou a ser construído, pelo então engenheiro Tobias Commersteijn. Sua localização estratégica fechava para o inimigo as obras da fortificação, ao mesmo tempo que defendia o porto e o Recife, através dos arrecifes.

Mas nem tudo na história pode ser aceito sem questionamentos. Nos escritos de Duarte Coelho em suas Memórias Diárias, o donatário afirma que o Forte começou a ser construído em 14 de agosto de 1630. Só que, nesse mesmo tempo, ele não estava em Pernambuco, mas fazia questão de repassar para as pessoas uma informação que só se tornaria verdadeira dois meses depois, explica o historiador pernambucano, Eduardo Lucena. No final do século XVIII houve uma mudança significativa na sua função: o local deixou de ser um forte para se transformar em uma espécie de quartel-prisão, que servia para a defesa do porto da então vila que começava a surgir. Na ocasião, ele recebeu uma nova designação: Forte de São Tiago das Cinco Pontas. Apesar de ter perdido uma das suas partes n desde fins do século XVII ter sido construído em forma de quadrado com baluartes(suporte) nos ângulos, ainda permanece sendo chamado de Forte das Cinco Pontas.

Do ponto de vista histórico, o monumento guarda valores essenciais para o resgate da identidade cultural dos recifenses, servindo de grande importância como um marco urbano e turístico na cidade.

   
     
     
     
     
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