A
luta para preservar o pau-brasil
|
|||||||
Em 500 anos de história do Brasil, não faltam exemplos de pessoas que abraçaram “causas” e dedicaram a vida a projetos e ideais, sejam de liberdade, conscientização, preservação. Do descobrimento aos dias atuais: Tiradentes, Dom Hélder Câmara, Betinho. Mas não só as personalidades marcaram nossa história Raridades da nossa fauna também tem o seu valor. O pau-brasil é uma dessas espécies, apesar do risco de extinção. Para que isso não aconteça, existem pessoas que também podem ser consideradas heróis. O professor de Botânica da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Roldão Fontes, é uma dessas pessoas. Ele adotou a árvore e fez de sua preservação, objetivo principal de vida. Foi o professor quem descobriu, 1969, através de pesquisa e consultas a renomados botânicos, que o pau-brasil se encontrava em estado de extinção. Sem entender como a grande maioria dos brasileiros desconhecia a árvore que nomeou nosso país, Roldão iniciou por conta própria uma produção de mudas de pau-brasil com a finalidade de distribuí-las à população. Isso só foi só o começo. Entre os anos de 1973 e 1978, o pesquisador foi responsável pela implantação de um bosque com 50 mil mudas da árvore nas margens da Barragem do Rio Tapacurá, em São Lourenço da Mata. Ele conseguiu ainda, através de cartas enviadas a deputados, que o pau-brasil se tornasse Árvore Nacional, que determinaram o dia 3 de maio como sua data comemorativa, tudo através da lei 6.607, promulgada em 1978. Depois de dez anos de intensas atividades, Roldão resolveu criar uma instituição que congregasse recursos físicos, humanos e financeiros totalmente direcionados às metas traçadas de preservação e divulgação da árvore. Criou-se, então, a Fundação Nacional do Pau-Brasil, Funbrasil, que funciona com uma sede em Recife, outra no município de São Lourenço da Mata e em Glória do Goitá, interior do estado. Todas as atenções do professor Roldão estiverão voltadas para realização de seus sonhos. No momento de sua morte, em 1994, aos 85 anos, ele já havia presenteado os brasileiros com a plantação de mais de 2,7 milhões por todo país (equivalente a uma floresta contínua de 6.700 milhões de hectares). E partiu com certeza de que a luta continuaria, pois sua filha Cristina de Siqueira abraçou o mesmo ideal do pai e hoje é quem comanda a fundação. Segundo ela, Roldão era um homem simples, que plantou árvores na tentativa de preservar o meio ambiente e manter a existência da vida no nosso planeta. “ considerava-se um jardineiro da natureza”, explica Cristina. Sua filosofia, que sempre disseminou, enfoca a importância de persistir na luta em defesa de ideais que priorizam a melhoria na qualidade de vida, através de uma convivência mais harmoniosa do ser humano com o seu meio ambiente. |
|
||||||
|
|||||||
|
|||||||