S31 - Hibridações de estéticas, gêneros e mídias
Coordenação: Nadilson Manoel da Silva, UNICAP

Denize Correa Araujo, UTP/PR
"A estética da hipervenção" e suas hibridações

Reflexão sobre o que denomino de "estética da hipervenção", analisando três momentos nos quais duas estéticas se hibridizam: Como se morre no cinema, releitura da estética da fome em versão pós-modernista; Ladrões de sabonete, contraponto entre a estética neo-realista e a publicitária; e Dogville, "cinema de fusão" na proposta do Dogma.


Renato Luiz Pucci Jr., UTP/PR
Intersecção pós-moderna entre cinema e TV: o caso de O Auto da Compadecida

A poética do pós-modernismo procura a interface entre os diversos meios, combinando-os de forma a pôr em xeque a tendência modernista para a pureza. O filme/minissérie O Auto da Compadecida é tomado como exemplo de conexão "impura", em que elementos díspares concorrem para o estabelecimento da representação do nordestino.


Eduardo Tulio Baggio, UTP/PR
Gêneros híbridos: Passadouro

Um filme pode ser híbrido entre ficção e documentário. Mas como é possível identificar tais características? Tendo como exemplo o curta-metragem Passadouro, a diferenciação significante entre esses dois gêneros, presentes em um só filme, pode ser percebida a partir da relação entre o objeto imediato e o objeto dinâmico.



S32 - Identidades: bandidos, migrantes, favelados
Coordenação: Sallet Tauk, UFRPE

Fernando S. Vugman, Unisul/SC
O gangster, o bandido e o mito

Nesta comunicação será feita uma breve análise da figura do gangster hollywoodiano como figura central da mitologia moderna norte-americana. Em seguida, tendo essa discussão como pano de fundo, será abordado o filme Cidade de Deus, visando lançar alguma luz sobre os possíveis significados mitológicos do bandido no cinema brasileiro.


Júlio César Lobo, UNEB/UFBA
Do palco ao prostíbulo: migrantes nordestinos nas chanchadas e depois

Análise das representações estereotipadas de migrantes nordestinos nas metrópoles, tomando como amostra três chanchadas - Rio Fantasia (RJ, 1957 ), Três Colegas de Batina (RJ, 1961) e Virou Bagunça (RJ, 1961) ) - e três dramas, incluindo uma pornochanchada - Na Ponta da Faca (RJ, 1977), A Dama da Zona ( SP, 1979) e As Aventuras de um Paraíba (RJ, 1982)). Buscamos investigar os contextos que proporcionariam tais discrepâncias.


Ramayana Lira de Sousa, Unisul/SC
"Eu, você, a vadia, ninguém presta": antagonismo de classe em O Invasor

O Invasor (2001) apresenta oposições ideologicamente constitutivas da sociedade brasileira, problematizando as contradições entre capital e ética, que revelam, em uma leitura jamesoniana, a desmobilização da contestação pela fragmentação das classes, uma consciência culpada e um "narcisismo às avessas" sem, no entanto, endossar uma visão totalmente niilista em relação ao futuro.


Marcelo Dídimo Souza Vieira, doutorando Unicamp

Filmes de cangaço, história e etnografia

Análise histórica e etnográfica do filme Lampião, o Rei do Cangaço (1936), de Benjamim Abrahão, tomando como referências Filho sem mãe (1925), e Sangue de irmão (1926), obras do Ciclo de Recife que se referem fortemente ao cangaço, e Lampião, fera do Nordeste (1930), uma ficção produzida na Bahia com cenas documentais.



S33 - Imagem e dispositivos
Coordenação: Henri Arraes Gervaiseau, USP

Consuelo Lins, UFRJ
Dispositivos de filmagem nos documentários contemporâneos.

A partir de alguns exemplos tais como Rua de mão dupla, de Cao Guimarães, e Passaporte húngaro, de Sandra Kogut, discuto a importância da criação de dispositivos de filmagem no campo do documentário e suas diferenças em relação aos dispositivos dos reality shows.


Ivana Bentes, UFRJ
O filme-dispositivo e as novas narrativas

Como os dispositivos cinematográficos (câmeras e telas simultâneas e de vigilânica, ambientes de "laboratório") estão criando novas formas de narrativas. Análise da construção de filmes-dispositivos como O Show de Truman e Time Code. A relação entre dispositivos midiáticos e cinema (Ônibus 174).


Andréa França, UFF
Condições do personagem no documentário brasileiro contemporâneo

A crítica e a pedagogia do personagem no documentário têm se restringido a reproduzir cânones da dramaturgia clássica. A Pessoa é para o que nasce, longa de Roberto Berliner, permite-nos testemunhar processos onde a constituição dos personagens decorre antes dos efeitos do dispositivo cinematográfico que do seu desenvolvimento dramático-narrativo.


Kátia Maciel, UFRJ
Transcinemas

A história do cinema é experimental: experimentar suportes para a imagem, formatos de projeção, de sonorização. Pesquisar os dispositivos de produção e exibição dos filmes é um contínuo na experiência do cinema. O cinema contemporâneo é parte de uma rede de transformações a partir das novas possibilidades tecnológicas. Transcinema é o cinema como interface, isto é, como uma superfície na qual podemos ir através.



S34 - Filosofia, poesia e cinema
Coordenação: Andrea Mousinho, UFRN

Denilson Lopes, UnB
Nem Favela, nem Sertão ou Por um cinema do cotidiano

Trata-se de primeira aproximação das relações entre o cinema contemporâneo e cotidiano. Para compreendermos melhor esta relação, recolocaremos a questão do real a partir de contribuições de Foster, Zizek e Perniola, como uma alternativa a tradição neo-naturalista nas narrativas brasileiras que resgatam o sertão e a favela como imagens privilegiadas.


Luiza Jatobá, Unisantos
Lacan e o cinema: a contribuição de Lavoj Zizek

Filósofo e sociólogo, o pensamento de Slavoj Zizek tem por base a psicanálise lacaniana centrando-se numa importante questão teórica do último Lacan: o Real. Por dar relevo ao Real, este crítico da cultura promove um deslocamento, na década de noventa, no modo como Lacan vinha sendo utilizado na teoria do cinema.


Adalberto Müller Jr., UnB
Cinema de poesia em tempos de prosa

A validade teórica do conceito de "cinema de poesia", quando a indústria do entretenimento passa a acomodar elementos de vanguarda, abrigando em seus produtos elementos do cinema de autor, tornou-se problemática. Afinal, como demarcar as fronteiras que separam o poético e o massivo no cinema contemporâneo, fugindo-se inclusive da oposição poesia/narrativa na teoria cinematográfica?


Gicelma Fonseca Chacarosqui Torchi, FIFASUL/MS
Perspectivas intersemióticas do filme Caramujo-flor

O trabalho objetiva evidenciar a dinâmica semiótica do enredo fílmico de Joel Pizzini Caramujo-flor ao re(ler) e (re)configurar os signos verbais da poética de Manoel de Barros. Assim, as relações da literatura com o cinema configuram-se no campo de investigação deste trabalho, mostrando como dialogam enquanto ideais estéticos.



S35 - Novas tecnologias digitais
Coordenação: Mauro Baptista, PUC/SP

Hélio Godoy, UFScar
Estereoscopia e as novas tecnologias digitais

A estereoscopia disseminou-se no final do século XIX e entre 1953 e 1954. Com a revolução digital, essa imagem atingiu novo desenvolvimento, permitindo novas aplicações. Indaga-se, pois, como essa representação adequa-se às normatizações da linguagem audiovisual e como a estereoscopia digital poderá responder às necessidades metodológicas da produção audiovisual.


Eunice Vaz Yoshiura, Unip/SP, Unesp
Desmaterialização da imagem no vídeo digital

Valendo-se dos bits, o vídeo digital, ao lado da desmaterialização do suporte, promoveu também a desmaterialização das imagens. Buscando investigar como ocorre esse processo, procedeu-se à análise do vídeo-arte Parabolic People, de Sandra Kogut, e do videoclipe Tarde de Outubro, do conjunto CPM22, que revelou a configuração de padrões anti-gestálticos.


Luiza Novaes, PUC/RJ
Transmídia: o impacto nas produções audiovisuais

Com a tendência à convergência de mídias e ao desenvolvimento de uma "infraestrutura de eletro-mídia global", projetos audiovisuais devem ser abordados de forma transdisciplinar. O desenvolvimento de conteúdos baseado na "readaptação" de uma mídia para outra, está ultrapassado. Um novo modelo de co-criação que suporte cruzamentos de mídia é necessário.


João Guilherme Barone Reis e Silva, PUC/RS
Notas sobre o bias tecnológico do cinema

A partir das teorias de Harold Innis sobre o bias da comunicação, uma abordagem aplicativa sobre a evolução tecnológica do cinema e as transformações que levam a um novo cenário para o audiovisual. Se o suporte fílmico deixa de ser como foi originalmente concebido, fisicamente pesado e de difícil manuseio, passando a existir também através de uma configuração eletrônica que o torna mais leve, volátil e virtual, quais as implicações e os impactos possíveis de serem analisados nos campos da produção e difusão da obras audiovisual?