S11 - Cinema brasileiro: intertextualidades
Coordenação: Afrânio Catani, USP

Maria do Socorro Silva Carvalho, UNEB/BA
Garota de Ipanema: frustrações de um "filme-canção"

Trata-se da história do Cinema Novo através de Garota de Ipanema (Leon Hirszman, 1967): seu impasse vivido a partir do golpe militar, em 1964, com a progressiva censura aos filmes; tentativa de experimentação de linguagem e, ao mesmo tempo, de atingir o grande público; rejeição generalizada da maior parte da crítica.


Samuel Paiva, UNICSul/SP
A figura de Orson Welles em filmes Brasileiros

A noção de "figura" implica uma dimensão histórica entre acontecimentos distintos. Nessa perspectiva, a viagem de Orson Welles ao Brasil, em 1942, serve como ponto de partida para a compreensão de filmes realizados décadas depois por Rogério Sganzerla (a tetralogia inspirada em It´s all true).


Leonardo Côrtes Macário, doutorando UFF
Uma chanchada em Macunaíma: aviso aos navegantes.

Analisando-se comparativamente Aviso aos Navegantes (Watson Macedo, 1950) e Macunaíma (Joaquim Pedro de Andrade, 1969), observa-se que a reapropriação, em Macunaíma, de elementos retóricos associados às chanchadas não foi acidental, nem superficial. Indícios relevantes aparecem pelo uso da memória intertextual discursiva das performances de Grande Otelo.


Valdir Baptista, Universidade Anhembi
Morumbi -UAM/SP
Glauber Rocha e o neo-realismo

O objetivo deste trabalho é mostrar a importância, às vezes subestimada, do legado do neo-realismo italiano na obra do cineasta Glauber Rocha. Através de declarações do próprio Glauber e de seus exegetas, buscamos estabelecer um painel da relação do cineasta com as influências da escola italiana.



S12 - Documentário 2: estratégias narrativas
Coordenação: Isabela Cribari, FUNDAJ

Luiz Augusto Coimbra de Rezende Filho, UFRJ
A memória do documentário - tradição e institucionalização

A tradição documentária, em suas várias vertentes, parece responsável pela constituição de uma memória do documentário: de um repertório de idéias, práticas, posturas, aos quais o documentarista acaba se remetendo ao produzir seu filme. Falar da "memória do documentário" seria, então, investigar como as tradições da prática documental influenciam a virtualidade dos processos subjetivos e objetivos de produção do documentário, e exercem uma função de limitação e condicionamento da produção dos filmes.


Cezar Migliorin, UNESA/RJ
Documentário brasileiro contemporâneo: estratégias de superfície.

Importantes documentários contemporâneos trabalham com um tipo de narrativa que chamamos de "narrativas de superfície". Estar na superfície é valor constituinte das obras. É forma de narrar com as imagens da realidade procurando saídas para seus próprios clichés.


Tetê Matos, UFF
Socorro Nobre: o expressionismo no cinema brasileiro

O encontro de uma presidiária com as esculturas de Frans Krajcberg é o tema do documentário Socorro Nobre, de Walter Salles. A comunicação pretende analisar os procedimentos estéticos abordados pelo diretor (ausência de cor, enquadramento, profundidade de campo, contraste claro/escuro, som/ausência de som) e sua relação com o expressionismo.


Maíra de Brito Carlos, mestranda UFPE
Diário íntimo ou road movie? A nova tendência dos documentários em primeira pessoa

Um novo movimento tem colocado os documentaristas num processo de busca. Determina-se um projeto. O ponto de partida está dado, mas não se sabe precisamente para onde o roteiro pode levar. Filmes como Passaporte húngaro e 33 partem de uma ação provocada para uma reação não totalmente vislumbrada.



S13 - Super 8
Coordenação: Julio César Lobo, UNEB/UFBA

Rubens Luis Ribeiro Machado Júnior, USP
As figurações irônicas do espaço urbano no experimentalismo superoitista

A especificidade política das realizações em super 8 fundamenta-se nas suas condições técnicas de realização, circulação e, claro, no desenvolvimento correspondente das suas proposições estéticas. Um princípio bastante recorrente na produção mais radical é a glosa sutil ou o ataque direto aos monumentos culturais dispostos no espaço público da cidade.


Guiomar Ramos, Universidade Anhembi-Morumbi - UAM/SP
O vampiro da cinemateca

Esta comunicação visa apresentar uma análise do filme O vampiro da cinemateca (1978), de Jairo Ferreira. A análise será apresentada dentro do contexto de sua obra em super 8 - O ataque das araras, Horror Palace Hotel, O insigne-ficante -, destacando como este filme explicita e cita a concepção de antropofagia cultural de Oswald de Andrade.


Marcos Pierry Pereira da Cruz, Faculdade de Tecnologia e Ciências - FTC/BA

Uma parcela considerável dos filmes baianos realizados em super 8 durante a década de 1970 apresenta procedimentos de extração vanguardista. Ao estabelecer conexões com as artes plásticas, o discurso engajado e outras manifestações, autores como Cravo Neto, Navarro e Bélens criam, no superoitismo local, um terreno autônomo de experimentação fecunda para a ocorrência do filme de arte naquela bitola.


Paulo Roberto Lustig, Universidade Anhembi Morumbi - UAM/SP
Cinema em super 8: questão estética ou ideológica?

Fazer filmes em super 8 no final da década de 90, início de 2000, tornou-se uma aventura quixotesca. Neste espírito, o texto cria, a partir do projeto Em Busca do Ouro, uma abordagem estético-ideológica sobre o ato de filmar com uma bitola ultrapassada.



S14 - O regional e o nacional
Coordenação: Maria Eduarda da Mota Rocha, UNICAP

Luciana Corrêa de Araújo, Unicamp
O cinema mudo pernambucano segundo as revistas cariocas

A produção cinematográfica nos anos 1920 em Pernambuco é acompanhada de perto pelos críticos Pedro Lima e Adhemar Gonzaga, nas revistas cariocas Para todos..., Selecta e Cinearte. Além de constituir rica fonte de informação, os textos expõem as estratégias dos críticos na divulgação, estímulo e "policiamento" da produção pernambucana.


Maurício Reinaldo Gonçalves, UFScar
Cinédia: ecos de Cinearte, reflexos do Estado Novo

A comunicação discute a produção cinematográfica de estúdios como a Cinédia e a Brasil Vita Filmes, pensando essa produção como discursos cinematográficos que dão conta da representação identitária nacional. Pretendo verificar a influência de outros discursos identitários não cinematográficos no processo dessa representação, como os elaborados pela revista Cinearte e pela ditadura do Estado Novo.


Sheila Schvarzman, Unicamp
Humberto Mauro, Alberto Cavalcanti e o cinema industrial brasileiro

O projeto de implantação do Instituto Nacional de Cinema elaborado por Alberto Cavalcanti, durante o governo Getulio Vargas, foi examinado por Humberto Mauro, na qualidade de diretor técnico do Instituto Nacional de Cinema Educativo. Gostaríamos de apresentar esse documento inédito no qual o diretor apresenta suas idéias contrárias ao projeto industrial.


Lindinalva Silva Oliveira Rubim, UFBA
A cultura brasileira como estratégia da Rede Globo

O trabalho investiga a estratégia deliberada, manifesta em 2004, da Rede Globo de associar sua imagem, plástica e pública, à cultura brasileira, através dos mais diferentes dispositivos: seminários, spots, programas televisivos etc. Destaque será dado à análise da minissérie Um só coração e da telenovela Celebridade.



S15 - Cinema e televisão
Coordenação: Marco Bonetti, UFPE

Maria Regina de Paula Mota, UFMG
1964-2004 - Abertura política, cinema e televisão

O programa Abertura, que foi ao ar em 1979 na rede Tupi, representou o marco da retomada do debate das questões culturais e políticas no Brasil depois do fim da censura. A televisão serviu de palco para esse debate e experimentou um momento de criação que esgarçava os limites da sua linguagem, no que dizia respeito ao tratamento da informação, com ênfase explícita no caráter estético. O programa, dirigido por Fernando Barbosa Lima, contou com a presença de artistas e pensadores que arejaram o cenário da censura na TV brasileira , batendo recordes de audiência. A análise da participação de Glauber Rocha no programa é exemplar para pensarmos tanto à época como, agora, os limites e possibilidades do uso político e estético da TV.


Antonio Albino Canelas Rubim, UFBA
Espetáculos do contemporâneo: cinema e televisão

Discordando do conceito dominante de sociedade do espetáculo, o trabalho analisa as relações contemporâneas entre espetáculo, cinema e televisão, considerando: (1) a relação predominante entre olhar / visão e espetáculo e (2) redefinições das noções de sociedade do espetáculo, espetáculo e de espetacularização. Para isso, estuda marcas distintivas destas mídias.


Pedro Butcher, mestrando UFRJ
Cidade de Deus, Cidade dos Homens e a nova relação entre cinema e TV no Brasil

A partir do filme Cidade de Deus e da série de TV Cidade dos homens, o trabalho pretende analisar a mudança da relação entre o cinema e a televisão no Brasil, a partir da criação da Globo Filmes, em 1997.


Solange Wajnman, Unip/SP
Visualidade e cultura contemporânea na novela Dancin' days

Expressões cinematográficas e videográficas atingem a televisão na novela Dancin' days exibida em 1978 pela Rede Globo e concorrem para a construção da visualidade urbana contemporânea. Com estes recursos e com a experiência estética e tecnológica com logotipos, cenário e figurino, a novela se aproxima de uma nova qualidade de televisão em que a imagem definirá o padrão.