Identificar-se com uma obra literária significa mais do que reconhecer, nela, aspectos semelhantes à nossa personalidade. A identificação nasce da compreensão de que aquilo descrito representa não apenas uma individualidade, porém todo um coletivo de seres sociais. A boa literatura utiliza o “eu” para falar “de nós” e “para nós”. Euclides da Cunha tem o mérito de transformar sua sensibilidade em boa literatura, descrevendo o sertão plural que viu em um relato extremamente humano. Assim, sua linguagem rebuscada e suas belas metáforas mostram a intensidade de um grito.

O mérito do evento “Olhares sobre os Sertões...” consiste em ter feito com que seus idealizadores, colaboradores e expectadores escutassem esse grito e, mais do que isso, participassem dele.

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Zadoque Filho
Estagiário da Hemeroteca | Unicap