Afinal, o que é ser idoso hoje?

Por Ana Paula Fonseca

Nunca foi tão difícil caracterizar uma pessoa idosa. Os aposentados de pijama e as senhoras que passam os dias a fazer tricô estão desaparecendo, aos poucos, e dando lugar a figuras bem distintas desse estereótipo. A geração a partir sessenta anos, se beneficia dos grandes avanços da tecnologia médica, da reposição hormonal e é influenciada pelo culto à juventude. Independentemente da classe social, esse grupo apresenta maior disponibilidade para o consumo, principalmente em relação a produtos destinados a conservação do corpo. Eles viveram a revolução na família, casaram-se, descasaram- se, recasaram-se ou não, e tiveram menos filhos. Não casar e não ter filhos passou, inclusive, a ser uma alternativa.

Maria Odete Lima, 83 anos, do lar, moradora do bairro do Hipódromo, é a prova viva de que octogenário continua na ativa. Ela acredita que a elevação do início da fase idosa consequentemente aumenta a expectativa de vida.“Não adianta deixar para ser idoso quando já está debilitado”, reflete.

Já Olindina Soares, 78, conta que à época de sua juventude, quando alguém chegava aos cinquenta anos, “ficava só na cadeira de balanço”. “Hoje a gente não se sente idoso como naquele tempo”, acrescenta. Lembra que tinham um comportamento diferente da geração atual que gosta de se cuidar, de fazer exercícios, cuidar da saúde e do bem estar. “Agora não preciso mais me preocupar com os filhos, então gosto de fazer coisas diferentes, me ocupar”.

Contudo, há um desafio. Esses idosos enfrentam a falta de disponibilidade dos familiares para se dedicar a eles. E justamente com a intenção de solucionar esse impasse, idosos foram classificados em três grupos. Os independentes, que conseguem realizar as tarefas necessárias à sua sobrevivência, os parcialmente dependentes, que executam diversas tarefas, mas precisam eventualmente de auxílio e os dependentes que necessitam de assistência constante. A necessidade da criação de espaços adequados a essas categorias é evidente, mas considerando a insuficiência de renda e a falta de autonomia como indicadores de idosos que necessitam de algum tipo de proteção social, assume-se que políticas mais importantes para esse segmento são as de geração de renda e de cuidados de longa duração.

O saldo geral é que a humanidade vem evoluindo no sentido de criar melhores condições para a população na velhice. A medida que os idosos alcançam diversas vantagens, com as imensas possibilidades de lazer e consumo com boa qualidade de vida, é possível chegar a uma conclusão positiva. A velhice não é um peso, e sim uma conquista.

Para saber mais, leia.

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