“O Mal do Século”

Por Emanuella Casado

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“Somos uma geração sem peso na história. Sem propósito ou lugar. Nós não temos uma Guerra Mundial. Nós não temos uma Grande Depressão. Nossa Guerra é a espiritual. Nossa Depressão, são nossas vidas”. A frase é um dos maiores filmes da cultura pop atual, Clube da Luta (1999), onde o personagem principal sofre de doenças psicológicas. Baseado no livro homônimo, a história do longa gira em torno da luta de um homem contemporâneo em suprir a melancolia que o atinge.

O filme é um reflexo da vida de muitas pessoas, incluindo a de Luiza Assis, 46 anos. Diagnósticada com depressão e bipolaridade há 12 anos, Luiza precisa lidar todos os dias com a doença que a acomete. “Tem dias que são piores que os outros. Que você só quer ficar na cama, outros que eu consigo levantar e ir fazer as tarefas domésticas”, comentou.

Acompanhamos o dia-a-dia de Luiza. Afastada do trabalho por causa da depressão por tempo indeterminado, a bancária hoje cuida da casa. Ela também frequenta a terapia e o psiquiatra uma vez por semana.

Os dados apresentados em 1998 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que até o ano de 2030 a depressão ocuparia o segundo lugar entre causas de incapacidades no mundo, ficando atrás apenas das doenças cardiovasculares. Em 2010, esse índice já foi atingido. Hoje a estimativa é de que 7% da população mundial sofre e já é incapaz de exercer atividades normais, como trabalhar, por causa da doença.

Para a psicanalista Débora Felgueiras, a depressão pode ser definida como”uma patologia que o sujeito sofre por não encontrar um sentido na vida”. Do ponto de vista físico, o corpo também sofre alterações nas substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células.

'Moon', de Francisco Clemente, 1980.
‘Moon’, de Francisco Clemente, 1980.

Apesar de ser apontada como “O Mal do Século”, essa não é uma doença nova. Esse estado de alma sempre existiu, no entanto na contemporaneidade os casos de depressão têm aumentado, justamente pela forma que vivemos hoje. Submetidos ao alto nível estresse, a falta de tempo, a hereditariedade, a atual sociedade está bastante propícia para o desenvolvimento dessa patologia.

Apesar do avanço e da conscientização de que a depressão não é uma escolha feita pelo doente, quando expõem para os conhecidos, estes encaram a doença como sentimentos de dualidade . Esses sentimentos são a raiva e a compaixão. A raiva quando as pessoas examinam a vida do doente, sendo ela do ponto de vista objetivo muito boa, não conseguem entender o que levou esse sujeito a “não valorizar o que tem”. E a compaixão, quando reconhecem que se trata de um estado emocional alheio a vontade da pessoa.

A depressão é doença que tem cura, porém o seu tratamento pode ser bastante longo. Depois de diagnosticado, o paciente deve frequentar sessões de psicanalise e também pode precisar de alguns medicamentos.

Para saber mais, leia.

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