Lixo: consequência negativa do crescimento urbano

Por Priscila Ruzzante

Lixo é tudo aquilo denominado como descartável, que “não serve” mais para aproveitamento humano. Atualmente, o ser humano produz em média, um quilo por dia de resíduos. Uma parcela significativa é reciclada e incinerada, mas o montante que vai para aterros ainda é muito preocupante. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), nos próximos quinze anos a nossa produção de descartes será 70% maior do que é hoje. Apesar da política de alerta e do desenvolvimento da educação sobre resíduos, a sociedade de consumo é o maior obstáculo nesta luta. A compra desnecessária de itens que uma hora ou outra vão parar no lixo cresce mais a cada ano. E o capitalismo segue ensinando as pessoas de que ter mais é necessário. A obsolescência programada é um dos pontos de risco ambiental dessa sociedade, que fabrica desde a década de trinta produtos de pior qualidade para que este seja logo substituído.

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No maior produtor mundial, o Estados Unidos da América, a produção de lixo chega a dois kg/dia. O estado de Nova York chegou ao ponto de não ter, literalmente, onde colocá-lo. Hoje, dezenas de toneladas são exportadas todos os dias para outros estados do país. No Brasil, o quinto colocado em produção mundial de lixo, estima-se que mais de 240 mil toneladas sejam geradas por dia. Só na cidade de São Paulo, que abriga a maior população nacional, são 19 mil toneladas/dia. Quase toda a produção vai parar em lixões ou aterros sanitários.

Apesar de todos atrapalharem a nossa saúde, são de formas distintas que eles trazem doenças. Um lixão é um local onde as pessoas começaram a colocar o lixo sem liberação prévia, preparação adequada do terreno, análise de lençóis freáticos. Este local acaba se tornando um nascedouro de doenças, onde o chorume atrai ratos, moscas, germes e baratas. Uma das soluçõesé incinerar o lixo, mas apesar de diminuir os resíduos das cinzas, a incineração é um processo que também polui.

Pg12_LIXO_PRISCILA_GARCIA_3Outras doenças relacionadas diretamente com a problemática do lixosão causadas pela ausência de saneamento básico para mais de cem milhões de brasileiros, que além dos resíduos sólidos inclui coleta e tratamento de esgotos, controle de pragas, tratamento da água pluvial, entre outros. Recentemente a ONU demostrou descontentamento com a situação do Brasil e disse que um fator importante na disseminação do Zyka vírus foi a precariedade do sistema de coleta de resíduos.Recife tem o 64º saneamento em um país que peca pela sua ausência.

Leocádia Beltrame, professora de Poluição Ambiental e Avaliação de Impacto Ambiental da UFRP, enfatizou: “A gente está sempre poluindo. A questão é diminuir os resíduos”. E é através da educação ambiental que ela acredita ser possível mudar essas consequências alarmantes. Para ela, a separação do lixo e o não descarte em vias públicas são pontos básicos, mas que levam anos para notar-se eficiente, e não há um interesse declarado na gestão da prefeitura nem investimento significativo em publicidade educativa, que também deve ser voltada aos adultos: “A criança você está desenvolvendo os hábitos, é fácil. Com adultos é preciso investir, conversar muito”.

Para saber mais, leia.

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