A felicidade nas redes sociais é real?

Por Ketheryne Mariz

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Selfies, checkins, aplicativos que “embelezam”, que disfarçam imperfeições, necessidade de fotografar a festa, o carro novo, o que come e para onde viaja. Esses seriam exemplos de felicidade? Para a Organização Mundial de Saúde, a felicidade é nada mais que o equilíbrio entre físico, psíquico e espiritual.

O jornalista Celso Ishigami acredita que só depois da paternidade descobriu o sentido real da felicidade. “A possibilidade de descobrir que você tem o poder de amar outra pessoa muito mais que a si. Um sorriso, um barulhinho ou ruído podem proporcionar uma alegria genuína que nada material pode oferecer”, contou o jornalista. Não é novidade que os motivos pelos quais deixam alguns felizes pode não agradar outros.

Uma passagem do livro do filósofo Luiz Felipe Pondé chamado “Contra Um Mundo Melhor: Ensaios do Afeto”, ressalta que “A vida para felicidade se tornou o grande fetiche do ‘novo mundo’”. Não podemos ignorar que atualmente exibir a felicidade é uma regra. Abrimos as redes sociais e percebemos a quantidade de pessoas que desejam uma visibilidade e aceitação, muitas vezes exibindo realidades maquiadas.

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De acordo com a psicóloga e psicoterapeuta, Ana Francisco, a felicidade se modifica de acordo com os novos horizontes que vão se apresentando ao indivíduo. “O conceito de felicidade se modifica ao longo do tempo. Hoje, a felicidade está completamente grudada aos bens materiais, está ligada ao sucesso e ao dinheiro. Ela varia de época para época, dependendo dos valores culturais” ressaltou.

Vitrine da Felicidade

As redes sociais se firmaram como um local para propagação do ideal de felicidade. De acordo com Ana Francisco, “as pessoas têm essa norma que tem que ser felizes e quando não se sente encaixados nesse padrão, tem algo errado. E caso nos entristecemos, ainda temos uma indústria farmacêutica, pesada, que aposta nas pílulas de felicidades, para nos mantermos sempre felizes”.

Para o publicitário, tatuador e grafiteiro, Anderson Oliveira, a felicidade é um momento de sensação de prazer e satisfação pessoal. “Creio que ninguém é ou será puramente feliz. São quase sempre superficiais as demonstrações de felicidade nas redes sociais. Não que não exista uma felicidade real, porém há um exagero”, afirmou. Segundo Ana Francisco, as redes sociais perverteram o valor da felicidade.

Diante desse cenário ainda a ser explorado e descoberto acerca da nossa imagem, os versos cantarolados por Chico Buarque no ano de 1966 estão mais fortes hoje: “A felicidade morava tão vizinha que, de tolo, até pensei que fosse minha”.

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