Escolhendo a forma pedagógica mais eficaz

Por Rebeka Rodrigues

A educação tem o potencial de trazer benefícios para o crescimento pessoal e social, por isso sempre foi um aspecto intrínseco na vida em sociedade. As formas predominantes de ensino sempre primaram pelo modelo disciplinar, mas formas alternativas se consolidaram propiciando um arco de possibilidades bem amplo.

Com diferentes métodos de ensino, cada escola usa as propostas de uma ou mais linhas pedagógicas para compor suas aulas, algumas instituições adequam-se a essas teorias para conduzir novas possibilidades aos alunos numa jornada de crescimento, dia após dia. As três linhas pedagógicas alternativas mais comuns à tradicional, adotadas no sistema educacional, são: Waldorf, Construtivista e Montessori. Há também pais ou responsáveis que optam por desescolarizar os filhos, prática que consiste em inserir a criança numa exploração ao mundo, percebendo os próprios interesses, tornando cada situação uma oportunidade de aprendizagem, fora do ritmo escolar.

Com frequência tem sido discutido no Brasil e em países afora o homeschooling ou desescolarização, em tradução livre. Aumentaram o número de famílias que aderiram à educação domiciliar, mesmo fora da lei. Pois não matricular crianças dos 6 aos 14 anos, é considerado abandono intelectual­ pelo Código Penal Brasileiro, ou seja, pais ou responsáveis por crianças que não estejam regularmente matriculadas na educação básica estão sujeitos a punições como multa e perda da guarda dos filhos. Os pais consideram que o próprio ambiente escolar tem contribuído para isso; alegam de que o ensino regular ou o ambiente de aprendizado convencional é pobre e ineficaz e por isso optaram pela educação em casa. Assim, os pais Luiza Campos, educadora e antropóloga, e João Campos, mestre em capoeira, concordaram em retirar os filhos mais velhos e não matricular o caçula na escola. São quatro crianças, entre 11 e 2 anos que estão aprendendo de forma singular. É estimulado o contato com a natureza (plantas e animais), além de artes e costura. “A escola ensina muitas coisas desnecessárias e que nunca serão usadas na vida da criança, acreditamos que foi assim por muito tempo e as crianças eram educadas pelos adultos da família e/ou pela comunidade. A mãe e o pai eram mais presentes e se aprendia o que era importante pra viver”, pontua. A família Campos não está sozinha. No Brasil, estima-se que cerca de 2.500 famílias instruam os filhos assim. Em todo o mundo, mais de 60 países permitem ensinar em casa. Na lista estão Reino Unido, Canadá, Rússia, Austrália e França. Nos EUA, mais de 2 milhões de crianças não frequentam a educação regular.

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Há famílias que não consideram retirar os filhos definitivamente do sistema educacional, contudo, é preciso ter em mente o respeito à personalidade de cada criança, assim, os pais devem escolher dentre as opções de linhas pedagógicas o que é necessário para sua formação e o que a deixa confortável. “É necessário pesquisar, visitar escolas, solicitar a proposta pedagógica e conversar com outros pais, com alunos e professores. Depois disso, ler diversas fontes, para assim ter certeza do que será oferecido aos seus filhos, no tocante ao espaço escolar, seja ele físico, cultural, social e em especial pedagógico”. Afirma a psicopedagoga e coordenadora na Escola Municipal Castelo Branco, Darllene Santos. Cada criança é única e pode se adaptar, ou não, ao primeiro ambiente em que é inserida. Ilana Monara Souza de Freitas, 7 anos, teve seus primeiros aprendizados no seio familiar, aprendeu as cores, os números e o abecedário com orientação da mãe e da avó paterna. “Decidimos educá-la em casa por que eu não queria que a professora exercesse o papel de mãe na vida dela”, é o que pensa Raquel Souza, mãe e dona de casa. “Ela sempre foi curiosa e aprende rápido, eu aproveitava a empolgação para brincar de ‘escolinha'”. Fortalecer vínculos afetivos com os filhos e observar seu crescimento com os próprios olhos pode ser o sonho de muitos pais, porém, nem sempre as crianças sentem-se felizes recebendo educação em casa. “Algumas vezes Ilana chorava perguntando o porquê de não ir à escola, ela pedia muito a mim e ao pai. Então, depois que ela completou 5 anos, nós a matriculamos. Ela está frequentando as aulas há dois anos e gosta da escola”.

Outro caminho a se tomar é conhecer escolas com pedagogias alternativas, como no caso da Escola Encontro, com 30 anos de história,e aplica o método construtivista nas etapas de aprendizado da criança. “Focamos no respeito, respeito à criança, a sua fase. Nossa proposta é fazê-la pensar, refletir, produzir. É um projeto na construção das crianças como indivíduo” afirma a pedagoga e sócia da escola, Camila Domingues.

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