*Maria Gabriela Barbosa
Como um conceito emergente que trata da interface entre criatividade, cultura, economia e tecnologia em um mundo dominado por imagens, sons, textos e símbolos, a economia criativa apresenta fatores competitivos intrínsecos, como o baixo custo de mão-de-obra ou avanços específicos na tecnologia da informação, podendo ser superados apenas pela inteligência de novos modelos de negócios, novos processos, novas tecnologias e outros decorrentes da criatividade, imaginação e inovações constantes.
Assim surge em Pernambuco às pioneiras deste ramo, Tarciana Portella com o Instituto Delta Zero e Patrícia Reis com a Incubadora Pernambuco Criativo, ambas fazendo parte dos eixos norteadores, de cuja tendência buscam inovação, sustentabilidade, diversidade cultural e inclusão, fazendo parte dos desafios para execução dessa proposta no desenvolvimento dentro do Brasil e, principalmente em Pernambuco.
Por meio de Tarciana Portela, o Instituto Delta Zero vem para o desenvolvimento da economia criativa, com o objetivo de proporcionar encontros entre seus associados, estimulando a geração de negócios, o desenvolvimento de novos produtos, serviços e processos inovadores, além de contribuir para o desenvolvimento sustentável dos pernambucanos, bem como articular com os interesses dos associados, nos debates sobre as políticas públicas, a serem traçadas no mecanismo de fortalecimento e gestão de negócios na Economia Criativa.
Entre as ações iniciais, o Instituto identifica novas oportunidades de parcerias, recursos, negócios e mercado; organizando e promovendo ações das empresas e instituições associadas nacional e internacionalmente, rompendo gargalos de articulação, produção, difusão, distribuição e circulação de produtos e serviços.
A meta, diz Tarciana, é expandir as ações do instituto para o interior do estado. Até agora, foram atendidos quase mil agentes culturais populares, que atuam em um ou mais setores da economia criativa, em artes cênicas, música, artes visuais, literatura, mercado editorial, audiovisual, animação, games, software, publicidade, rádio, televisão, moda, arquitetura, design, gastronomia, cultura popular, artesanato, entretenimento, eventos e turismo cultural.
No mesmo viés Patrícia Reis com a Incubadora Pernambuco Criativo, surge como um escritório a prestar serviços e dar suporte técnico aos empreendedores culturais no Estado, que possui o diferencial de ser a única incubadora instalada dentro de uma universidade, reforçando a importância da união entre o mundo do empreendedorismo cultural, e o mundo acadêmico, da pesquisa e da inovação.
A Incubadora Pernambuco Criativo ofertará aos agentes culturais cursos e consultorias em gestão, planejamento estratégico, assessoria contábil, jurídica e de comunicação, marketing, elaboração de projetos e captação de recursos e acompanhamento contínuo, e também sediará balcões de crédito, de formalização, assessoria jurídica e uma área compartilhada permanente de trabalho colaborativo.
Patricia informou que a incubadora oferece meios de gestão, gratuitamente, ao empreendedor cultural popular que não trabalha com planejamento. “A Incubadora Pernambuco Criativo ajuda para que eles possam se planejar a médio e longo prazo, para que eles tenham conhecimento e acesso a ferramentas de gestão. Mas precisam ter planos de sustentabilidade, conhecer fontes de recursos disponíveis, alternativas ao fomento dado via edital e leis de incentivo”, acrescentou.
Contudo os desafios da Incubadora Pernambuco Criativo é também a formalização de dois conselhos; o executivo e o consultivo. Ao passo que o primeiro trata-se em acolher a gestão do projeto, responsável pelo monitoramento e execução das metas de convênio, o segundo fica encarregado pelos mapeamentos, o estudo das potencialidades locais, e a identificação das demandas.
Para isso contam com parceiros do programa, dentre outras instituições, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio; o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação; o Ministério da Educação; o Ministério do Turismo; as secretarias estaduais e municipais de Cultura e de Desenvolvimento Econômico, assim como SEBRAE, SENAC, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e universidades.
Assim a economia criativa vem dando uma nova forma de pensar, pretendendo estabelecer uma política, visando a institucionalização de programas sustentáveis e de longa duração.