Felix

Redes sociais e sites especializados dão suporte à divulgação de projetos de financiamento coletivo

 

Eulina Rocha

Mais um projeto na plataforma de financiamento coletivo Catarse. O já conhecido Luciano Félix, que já participou de um projeto financiado pela plataforma, o muito bem sucedido Mistiras. Félix já tem um nome reconhecido no mercado nacional tendo feito trabalhos para a revista Mad e até pro tio Maurício. Agora ele vem com essa nova obra que promete boas risadas. Wander – Herói Porque Sim conta a história de um herói que procura motivos para suas aventuras na cidade fictícia de Ficcítia.

Luciano Félix nasceu em Jaboatão dos Guararapes/PE, em 1975, é formado em Licenciatura em Desenho e Plásticas, pela Universidade Federal de Pernambuco (2000), Luciano Félix Ferreira tornou-se uma das novas revelações do humor e quadrinhos da sua geração, sendo um dos cinco finalistas do Prêmio HQMix de 2004, na categoria “Desenhista Revelação”. Já participou de vários tipos de publicações, como a versão brasileira da revista Mad e do primeiro MSP50 – homenagem aos 50 anos de carreira de Maurício de Souza. Foi membro da PADA – Produtora Artística de Desenhistas e Associados – e desde 2012, colabora semanalmente com uma tira, carregada de elementos do mundo pop no blog mistiras.com.br

O segundo semestre de 2014 foi decisivo na carreira de Luciano Félix e na realização de um grande projeto. Luciano irá relatar abaixo a experiência e o desenvolvimento no processo de financiamento coletivo, crowdfunding.

1.Você financiou um projeto pela plataforma Cartase, em 2014. Como foi essa experiência?

Cansativa, porém, gratificante. Foram semanas de pré-campanha, dois meses em cima durante a campanha e depois dela terminada, meses depois, pondo em prática e distribuindo o material que nasceu disso tudo.

 

2.Quais foram as principais estratégias de comunicação com seus públicos apoiadores e potenciais apoiadores?

Facebook, Twitter e sites especializados. Confesso que não sou um grande usuário do Twitter, mas, campanha é campanha. Paralelamente, procurei sites da área para anunciar aos leitores e bombar a campanha.

 

3.Quais foram as recompensas para quem colaborou?

Teve as recompensas de praxe como o nome do colaborador impresso, versão do álbum em pdf, pôsteres, calendários, páginas originais, desenhos personalizados… mas, os mais populares foram as praças e ruas com nomes dos apoiadores na cidade de Ficcítia, que criei para abrigar meus personagens. Teve até gente que pediu pra por seu nome num cemitério da cidade. Um dos mais ilustres homenageados foi o dublador Orlando Drummond, que fez, entre outras vozes, a do Scooby-Doo e Popeye.

 

4.Em que fase da campanha os seus apoiadores receberam as recompensas?

Comecei a distribuir os exemplares e recompensas noventa dias após o término da campanha. Este prazo foi especificado na página do projeto.

 

  1. Após o período de financiamento ser encerrado, ainda há contato com os apoiadores?

Em relação à campanha, não necessariamente, porém, devo dizer que fiz muitas amizades novas e reforcei as antigas. O ideal é que, independente de amizades e parentescos, se mantenha uma regularidade nas publicações virtuais para manter seu público atento a possíveis novos projetos de financiamento coletivo, mas esse é um aspecto que eu preciso melhorar, só que a quantidade de trabalhos me impedem de aparecer tanto quanto eu queria e devia.

 

6.Você trabalhou em parceria com o jornalista e roteirista Ary Cruz, em um projeto criativo e inovador que é o Mistiras, Sem cair em clichês, vocês conseguiram dar uma roupagem bem brasileira aos personagens nas tiras e lançaram um livro. Conte um pouco dessa experiência.

Creio que eu e o Ary nos conhecemos no momento certo. Independente da amizade que ficou, profissionalmente falando, ele precisava de um desenhista e eu precisava aparecer, mas estava sem tempo nem disposição pra bolar algo periódico. A proposta do Mistiras brinca com coisas com as quais eu gosto de brincar e isso é algo que pode ser comprovado nas páginas do Wander. Uma coisa muito importante que me aconteceu foi que o público formado com o Mistiras teve uma boa presença no financiamento do meu álbum. Já estamos no meio do quarto ano initerruptamente postando uma tira inédita todas as sextas-feiras e apesar de não ser fácil, é muito bom olhar pra trás e ver uma produção tão legal e gratificante.

7.Como é possível estimular as pessoas a contribuírem com uma campanha, envolverem-se com o projeto?

 

Pra começar, acredito que você tem que ter um bom projeto, senão aquilo que você apresentar não é verdadeiro ou você o está superestimando. Se ele for realmente bom, tem que se saber mostrar o melhor que ele tem e na quantidade certa, preparar um bom vídeo, direto, bem explicativo e com o mínimo de qualidade. Lembre-se que algumas das pessoas que você vai buscar não tem muita intimidade com a internet ou não gosta de preencher cadastros nem dispor seus dados. Tem que se pensar em diversas alternativas pra todo tipo de usuário, inclusive praquela sua tia que mal sabe ligar o computador, dando a ela a opção de entregar o dinheiro por outras vias para que você o repasse ao site de financiamento coletivo no nome dela. Enfim, não é seu público alvo que tem que se adequar ao seu projeto, mas o contrário.

 

8.Para quem quer financiar coletivamente um projeto, quais seriam as orientações iniciais?

Primeiramente, pode começar tranquilo. Os sites de financiamento coletivo, para garantir sua credibilidade, fazem questão de devolver seu dinheiro, caso o projeto que você apoiar não atinja a meta. O cadastramento é simples, mas é possível pular essa etapa se conectando através do Facebook e as formas de pagamento são variadas. Uma vez conectado ao site (Catarse ou Kickante) você pode explorar as várias categorias que vão desde quadrinhos, teatro até ajuda humanitária e sua participação pode ser de alguns poucos Reais até o que seu bolso ou generosidade permitir.

 

  1. Além de ter tido seu projeto financiado, você busca apoiar também? Já colaborou com algum? Qual?

 

Sim, faço questão de apoiar, seja só para ajudar ou por desejar aquela produto. Estamos numa nova era onde podemos pular algumas etapas que nos atrasam ou nos param e manter essa chama acesa vem dos apoios de todos nós.

 

10.Quais seus próximos projetos?

Continuo com o Mistiras (mistiras.com.br) junto com o Ary e Sempre estou desenhando páginas para a revista Mad que pode ser encontrada nas bancas. Estou envolvido no projeto Popps Brasil, encabeçado pelo desenhista Wamberto Nicomedes, uma coletânea com trabalhos de diversos desenhistas de renome. Outro projeto coletivo em que estou envolvido é o de um álbum com histórias para o site de quadrinhos MdM (melhoresdomundo.net). Fora estes, claro que quero dar continuidade às histórias do Wander. Só não tem data ainda, mas já tenho ideias pra mais três histórias, pelo menos. Até lá, convido todos a conhecer o blog de Ficcítia (ficcitia.blogspot.com.br) e adicionar o Wander no Facebook (www.facebook.com/wander.kleyston?fref=ts).

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